8 maio 2024
Além de constatar falhas nas câmeras no momento em que Anthony Garotinho alega ter sofrido agressões, peritos do Ministério Público Estadual do Rio também apontaram a livre circulação dos presos da Lava Jato e de seus pertences – como ‘sacolas grandes e pequenas’ na cadeira pública de Benfica. Em meio ao recebimento ‘itens diversos’, os presos do colarinho branco sequer recebiam as quentinhas fornecidas aos presidiários de outras alas. O ex-governador Sérgio Cabral foi transferido da cadeia pública de Benfica para o Complexo Médico Penal de Pinhais, nesta sexta-feira, 19, justamente em razão de privilégios. A perícia foi feita para analisar a agressão denunciada pelo ex-governador Anthony Garotinho. Quando esteve preso, ele alegou ter sido alvo de agressão por um homem com um taco em sua cela e foi punido por não provar a ocorrência no cárcere. Em decorrência da penalidade, chegou a ser transferido para Bangu 8. Em dezembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, mandou soltar o ex-governador. Uma das falhas registradas no momento em que Garotinho diz ter sido agredido foi notada justamente pela comparação de duas câmeras que filmavam o corredor da cela do ex-governador. Uma delas captou as mãos dele batendo palmas para chamar a segurança enquanto a outra, no mesmo momento, permaneceu com a imagem congelada. Em outro vídeo, os peritos apontam um ponto cego ‘entre os portões das galerias B e C, permitindo o trânsito de pessoas sem qualquer tipo de registro pelo sistema, uma vez que as demais câmeras estavam inativas’.
Estadão