Foto: Wilson Dias/Abr
Alexandre Padilha confirma que objetivo do PT é manter candidatura do ex-presidente Lula 26 de março de 2018 | 07:20

Decisão do STF reacende ‘plano A’ de Lula no PT

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender até o dia 4 de abril a possível prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez com que a estratégia do “plano A” voltasse a ganhar força no PT. Com Lula fora da cadeia, ao menos por enquanto, os petistas voltaram a acreditar na capacidade de transferência de votos do ex-presidente ou, em uma hipótese mais remota, que o líder máximo do partido possa escapar da Lei da Ficha Limpa e disputar a eleição. O Tribunal Regional Federal da 4ª. Região analisa hoje o recurso da defesa do ex-presidente contra a decisão da 8ª. Turma que confirmou a condenação do petista a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no final de janeiro. Se mantida a decisão, Lula poderá ser preso caso o STF rejeite o habeas corpus no dia 4 de abril. A possibilidade de Lula assistir o processo eleitoral de dentro de uma cela fez com que aumentassem as especulações sobre a escolha de um substituto para o ex-presidente. Os nomes mais cotados são o ex-ministro Jaques Wagner e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Depois da decisão do STF cresceu a percepção dentro do PT de que Lula não será preso e, mesmo que seja impedido de se candidatar, será o principal cabo eleitoral da eleição presidencial. A ideia da legenda é manter a pré-candidatura de Lula, registrar o nome do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 15 de agosto, e só indicar outro nome caso o registro seja barrado com base na Lei da Ficha Limpa. “Vão ter que deixar a digital, não vai ser o PT quem vai tirar o Lula”, disse o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, vice-presidente do PT. O objetivo é potencializar a capacidade de transferência de votos do ex-presidente. Embora a decisão do STF de suspender a possível prisão do petista tenha sido comemorada como uma “vitória momentânea”, o partido tem consciência de que dificilmente Lula escapará da Lei da Ficha Limpa. Segundo um auxiliar próximo do ex-presidente, “quanto mais o PT mantiver a estratégia de dizer que Lula é candidato, mais força eleitoral ele vai ter”. Até a semana passada, petistas avaliavam que, preso e impossibilitado de fazer campanha, Lula adiantaria a escolha de um sucessor. O petista recebeu a notícia sobre a suspensão da possível prisão durante caravana pela região Sul. Pessoas que acompanham o périplo do ex-presidente apontam ainda outro impacto político positivo da decisão do STF. Para eles, desde o julgamento do TRF-4, a pauta sobre a prisão de Lula se sobrepôs à da candidatura. Agora acontece uma nova inversão de agendas. “A decisão do STF aumenta o nosso entusiasmo, faz crescer a confiança de que Lula será candidato”, disse o ex-ministro Miguel Rossetto, pré-candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul.

Estadão
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