Foto: Wilton Junior / Estadão
Henrique Meirelles 16 de março de 2018 | 07:10

Planalto considera difícil MDB garantir candidatura a Meirelles

brasil

O núcleo político do governo considera muito difícil garantir ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que ele será candidato do MDB ao Palácio do Planalto, mesmo se o presidente Michel Temer decidir não disputar novo mandato. Meirelles já foi avisado de que os diretórios do MDB estão divididos sobre os rumos a seguir na campanha e provavelmente criarão problemas para avalizar um “cristão novo” na cabeça da chapa. Auxiliares de Temer chegaram a comparar as articulações políticas do titular da Fazenda à de um “mercado de derivativos”, que tem alto risco. No Nordeste, por exemplo, uma ala do MDB quer até mesmo apoiar o PT. Mesmo se a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for mantida e ele não puder concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa, caciques do MDB, como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), e seus colegas Renan Calheiros (AL) e Roberto Requião (PR), pretendem subir no palanque de um candidato petista ao Planalto. Argumentam, para tanto, que Lula será um grande cabo eleitoral em qualquer situação, mesmo se estiver preso. Nos bastidores, emedebistas dizem que, no atual cenário, é mais fácil o partido apoiar regionalmente um nome do PT do que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB. Apesar de ser de “centro”, o tucano está bem afastado de Temer. No Planalto, interlocutores do presidente afirmam que Alckmin parece não querer o seu aval, embora o MDB seja dono do maior tempo no horário gratuito. O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), defende a candidatura de Meirelles, mas o seu grupo, hoje, não é majoritário no partido. Na outra ponta, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, ganha adeptos para o seu diagnóstico de que, apesar da impopularidade e dos percalços enfrentados pelo Planalto, ninguém é melhor do que Temer para defender o governo na campanha. “Em política, não podemos deixar de acreditar no que é útil, necessário e natural”, costuma dizer Moreira Franco. “Não estamos preocupados com popularidade.”

Estadão
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