09 de abril de 2018 | 08:29

Presidenciáveis dão ênfase ao social por votos de Lula

brasil

A seis meses das eleições, os pré-candidatos à Presidência ensaiam como arregimentar os votos de Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. Líder nas pesquisas, Lula foi preso neste sábado, 7, sem indicar um herdeiro no PT, o que deixa em aberto a disputa pelo ativo valioso do ex-presidente – que deverá ter sua candidatura vetada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na estratégia dos pré-candidatos mais identificados com o centro e a esquerda estão a ênfase na área social e a busca pelo espólio petista no Nordeste.Mesmo com a prisão de seu maior líder, o PT vai insistir no discurso sobre a manutenção da candidatura do ex-presidente até o fim. O que as pesquisas indicam, porém, é que nem todos os votos serão transferidos para a alternativa eleitoral do partido – o nome mais cotado no momento é o do ex-prefeito Fernando Haddad. Pesquisa divulgada em janeiro pelo Datafolha mostrou que, a depender da relação de pré-candidatos, Marina Silva, da Rede, e o pedetista Ciro Gomes aparecem como os maiores “herdeiros” de Lula. No melhor cenário, o ex-presidente lidera as intenções de voto com até 37 pontos porcentuais. Os presidenciáveis da Rede e do PDT se mantiveram distantes do petista no processo que culminou com sua prisão. Após Lula ser levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Marina manteve o tom das recentes declarações públicas quando questionada sobre o petista – de quem foi ministra do Meio Ambiente. Ela defendeu que a “Justiça é para todos”. Ao mesmo tempo em que procura se manter distante do PT – partido que deixou em 2009 –, a presidenciável da Rede, porém, prepara um programa de governo que vai enfatizar a expansão e consolidação de programas sociais. “Aqueles que estão decepcionados, que em função de erros, não poderão concretizar a sua intenção de voto precisam ser igualmente respeitados. Mas eles votarão de acordo com as suas consciências, nos projetos que eles identificarem sendo melhor para combater a pobreza”, disse Marina ao Estado. Para a ex-ministra, o voto não “está dentro de uma cesta de um ou de outro possível candidato”. “O voto é livre.” No último dia de seu congresso, realizado em Brasília, a Rede aprovou um documento que propõe vincular programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, a políticas de formação profissional e a trabalho. “O Plano Real é uma conquista do povo brasileiro, os programas de transferência de renda são conquistas do povo brasileiro. Temos compromissos de transformá-los em conquistas da sociedade”, disse Marina. Nordeste. Entre os tradicionais aliados do PT, o PDT se descolou da estratégia adotada por PSOL e PCdoB, que se alinharam aos petistas na defesa de Lula. Ciro Gomes deu declarações de apoio ao ex-presidente, mas passou os últimos dias nos Estados Unidos, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB) estavam no palanque e na “trincheira” do petista em São Bernardo do Campo.

Estadão Conteúdo
Comentários