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O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza 25 de outubro de 2018 | 13:00

Suíça envia ao Brasil extratos de ex-diretor da Dersa

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Após quase um ano de trâmites legais, o Escritório Federal de Justiça em Berna – equivalente ao Ministério da Justiça – confirmou nesta quarta-feira, 24, que os extratos bancários das contas na Suíça do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza foram transmitidos às autoridades brasileiras. A coleta de dados, destaca o jornal O Estado de S. Paulo é considerada fundamental para identificar quem se beneficiou e quem pagou por mais de R$ 113 milhões registrados nas contas de Vieira de Souza, apontado por investigadores como operador do PSDB. A expectativa é de que, com os extratos, o caminho do dinheiro possa ser revelado. “Podemos informar que os documentos foram enviados já na semana passada às autoridades brasileiras”, confirmou Folco Galli, porta-voz do Escritório Federal de Justiça. Documentos obtidos pelo Estado nos tribunais suíços revelaram que existiu uma coincidência entre transferências “importantes e regulares” para as contas no exterior e o momento em que o ex-diretor teria realizado supostos desvios. Vieira de Souza chegou a abrir processos judiciais para tentar impedir que as informações fossem repassadas ao Brasil, mas sofreu derrotas em todos os níveis da Justiça da Suíça. Em 2017, as autoridades suíças encontraram o montante em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da Dersa – ele comandou a estatal paulista entre 2007 e 2010, período que compreende o mandato do ex-governador José Serra, do PSDB. O trabalho dos suíços foi o de coletar, no Banco Bordier & Cia, todos os extratos de transações, desde 2007. As contas estão vinculadas a uma offshore panamenha chamada Groupe Nantes e, ainda no ano passado, Vieira de Souza teria transferido os ativos para um outro paraíso fiscal, nas Bahamas. A suspeita dos investigadores é de que o dinheiro teria saído da Suíça diante do avanço das apurações do MP suíço contra brasileiros citados na Lava Jato. As contas passaram a ser congeladas e, mesmo que os valores já não estejam mais na Suíça, a esperança dos procuradores é de que os documentos bancários ajudem a elucidar a origem dos recursos. Procurada pela reportagem, a defesa de Paulo Vieira de Souza indicou que iria esperar o trâmite legal da cooperação entre os suíços e o Brasil para se pronunciar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo
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