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O deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) 08 de junho de 2019 | 12:20

Ex-motorista acusa Alexandre Frota de usá-lo como laranja em empresas

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Ex-motorista de Alexandre Frota, Marcelo Ricardo Silva afirma que foi usado como laranja pelo deputado federal do PSL. Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, Marcelo disse que assumiu, a pedido do atual parlamentar, a titularidade de duas empresas que eram de Frota em troca de promessas de compensações. Afirmou também que recebia, por orientação do deputado, pagamentos de terceiros e os repassava para a mulher de Frota. Vice-líder do PSL na Câmara, Frota se tornou um dos protagonistas do partido do presidente Jair Bolsonaro na Casa, com disputas frequentes na articulação política do governo e para impulsionar projetos como a reforma da Previdência. À Folha o ex-motorista de Frota reafirmou o que disse ao Ministério Público e fez novas acusações. Afirmou que trabalhou na campanha eleitoral do parlamentar e que foi pago por empresários amigos de Frota, recursos que não foram declarados à Justiça Eleitoral. Marcelo chegou a ser lotado no gabinete de Frota por cerca de 20 dias em fevereiro, mas foi exonerado no final daquele mês. Procurado, Frota negou irregularidades e se disse vítima de “práticas de ameaças e extorsão”. “Dessas condutas criminosas, em março de 2019, o deputado lavrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Cotia (SP) e uma representação perante a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados (razão porque o mesmo está proibido de lá adentrar)”, respondeu o parlamentar, em nota. O depoimento de Marcelo foi prestado em 28 de maio de 2019. Nele, o ex-funcionário relata uma relação de serviços a Frota que remonta a 2017, quando os dois teriam sido apresentados por um amigo em comum. De acordo com o que disse Marcelo ao Ministério Público paulista, Frota lhe conseguiu um emprego na TV Nova Cidade e naquele mesmo ano pediu que ele entrasse como dono em duas empresas: a F. R. Publicidade e Atividades Artísticas e a DP Publicidade Propaganda e Eventos Ltda. “Ele [Frota] falou: eu tenho essas duas empresas minhas. Vou passar para o teu nome, e vou te dar uma porcentagem. Eu falei beleza, tá bom, crente que ia ganhar alguma coisa”, disse Marcelo à Folha. Registros na Junta Comercial de São Paulo revelam que as duas empresas estavam no nome de Frota e foram transferidas para Marcelo. A entrada de Marcelo no quadro societário da DP Publicidade ocorreu em julho de 2017. Na F. R. Publicidade, o ex-motorista se tornou um dos sócios em março de 2018. O parlamentar alega que “as opções empresariais” com seu ex-funcionário “foram lícitas”. “Toda a relação com o mesmo anteriormente a 2019 foi privada”, justificou, também em nota. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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