20 de agosto de 2020 | 10:56

Migração de agente autônomo causa prejuízo a investidor e abre debate sobre concorrência entre escritórios

economia

Um agente autônomo de um escritório ligado ao BTG Pactual decidiu trocar de trabalho e migrar para outra empresa, também ligada ao banco. Teve seu acesso à plataforma de atendimento a seus clientes barrado.

Um desses clientes tentou fazer uma operação financeira que não poderia ser executada pelo aplicativo, dependia de contato com a mesa de operações. Sem o intermédio de um agente autônomo, ele não conseguiu fazer a transação e o prejuízo foi de centenas de milhares de reais.

O BTG e o escritório Cordier, ao qual o profissional era ligado, afirmam que o procedimento de bloqueio é padrão e visa proteger o cliente.

Essa história é mais uma faceta da guerra dos coletinhos, a disputa por profissionais do mercado financeiro que existe pelo menos desde 2018. E abre debate sobre a proteção de interesse do cliente em um ambiente de contratos de exclusividade.

Agentes autônomos atuam como distribuidores de investimentos e são os intermediários entre corretoras e investidores. Considerados cruciais para a captação de dinheiro para as corretoras, eles se profissionalizaram e criaram grandes escritórios que agregam vários agentes autônomos. E atuam de forma exclusiva com uma instituição financeira, uma das normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para a categoria que está atualmente sob revisão.

O investidor dessa reportagem se chama Vicente Camilo, que foi por anos técnico da CVM —e ele promete recorrer ao órgão para ser ressarcido pelo prejuízo.

Ele afirma que na quarta-feira (12) entrou em contato com o agente autônomo que o atendia, vinculado ao escritório Cordier. Planejava encerrar uma operação estruturada de opções, ação que não poderia ser feita pelo home broker. Na quarta-feira, ele já registraria prejuízo, afirma.

O agente autônomo contou a Camilo que estava mudando de escritório e que, por isso, estava sem acesso à plataforma do BTG Pactual. Isso mesmo migrando para um outro escritório ligado ao mesmo banco.

Folha de S.Paulo
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