8 maio 2024
Não é verdade que os horrores registrados no sistema Ferry-Boat sejam, como alega a oposição, um modelo do que ocorre na gestão de Rui Costa (PT) no governo baiano.
De fato, por motivos que a administração estadual não conseguiu até agora justificar, o que ocorre ali é, além de antigo, um vergonha.
Ainda mais porque afeta, principalmente, a população mais pobre e desfavorecida, a qual o governador Rui Costa (PT) afirma, prioritariamente, defender.
Na verdade, o péssimo serviço prestado pela concessionária está longe de espelhar o que ocorre em várias outras PPPs celebradas pelo governo baiano e a iniciativa privada.
Há exemplos de sobra: o Metrô de Salvador, por exemplo, em que pese questionamentos sobre seu impacto na saúde financeira do Estado, pode ser considerado o exemplo contrário do serviço prestado pelo Ferry.
Contribui, inclusive, com a boa avaliação que os soteropolitanos fazem do governador. Outro exemplo de PPI bem sucedida é a da Fonte Nova.
O equipamento chega a ser citado em outros países como exemplo de parceria bem sucedida entre Estado e empresas em benefício da população num país em que vários iguais a ele em outros Estados naufragaram.
Há também casos em outras áreas, como a da Saúde. O Hospital do Subúrbio está aí para não deixar o governo passar vergonha, como ocorre com o sistema de transporte Salvador-Itaparica.
Fortalecem os exemplos no mesmo setor o Instituto Couto Maia e o Serviço de Acesso ao Diagnóstico por Imagem. Daí que o que acontece com o Ferry não deixa de ser estranho.
E já começa a embalar as especulações de que, por trás do sucateamento do sistema, estaria o interesse deliberado do governo em fortalecer a ideia de construir a bilionária ponte entre a capital e a Ilha de Vera Cruz.
Melhor apostar que não, que a estratégia anti-ética não presida a abordagem que tem sido feita em relação ao Ferry. Mas Rui Costa deveria buscar uma solução imediata para o problema.
Sob pena de sua imagem de bom gestor ir por água abaixo, tragada por um problema que a longíqua ponte está longe de poder resolver.