Foto: Reprodução / Youtube / TV Senado
Senador Jaques Wagner (PT) durante aparte a discurso de Sérgio Moro, nesta quarta-feira (22) 22 de março de 2023 | 19:12

Em discurso solidário a Moro, Wagner diz que não teria proferido fala como a de Lula

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O senador Jaques Wagner (PT), em aparte a discurso do senador Sérgio Moro (União/PR) realizado na tarde desta quarta-feira (22), prestou solidariedade ao colega paranaense que recebeu ameaças de morte enviadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e, referindo-se a fala do presidente Lula realizada na terça-feira (21), salientou que ele não teria pronunciado as mesmas palavras. Em entrevista ao portal Brasil 247, o presidente disse que, na prisão, pensava em “foder esse Moro”.

Wagner também elogiou a reação de Moro, que apresentou um projeto de lei para o combate ao crime organizado como reação às ameaças, e disse que poderia apoiá-lo se, após o debate, identificar que promove maior eficiência ao enfrentamento a grupos criminosos.

“É que eu vejo muito colega, me perdoem a franqueza, que dão voltas em matérias que nada têm a ver com o tema, que ofendem eventualmente o presidente da República por ter feito uma fala que eu não faria, mas que ele a fez relatando a situação em que ele estava quando foi preso, independente da sua compreensão, injustamente como foi demonstrado pelos julgamentos posteriores”, disse o senador baiano, durante o aparte.

Wagner prosseguiu: “Quero parabenizar o seu discurso, pelo menos o pedaço que ouvi até agora, porque vossa excelência foi muito objetivo, não ficou tergiversando e adjetivando e disse que vai apresentar um projeto de lei, com a sua experiência, que visa exatamente o combate ao crime organizado. […] Espero conhecer o seu projeto e, se for o caso, após debate, lhe apoiar se ele for trazer mais eficiência no [combate ao] crime que não foi inventado hoje, pelo amor de Deus. O crime organizado está nesse país e em vários países e está há muito mais tempo do que os 90 dias de governo do presidente Lula”.

O senador baiano destacou que falava enquanto líder do governo do presidente Lula. “Primeiro [quero] externar a minha solidariedade a vossa excelência e família pelas ameaças que vinha sofrendo. Ao mesmo tempo, quero parabenizar a postura da Polícia Federal e do Ministério da Justiça que, sem olhar coloração [partidária], como é da obrigação do Estado Democrático de Direito, fez o seu trabalho e, pelo que me consta, em apenas 45 dias conseguiu desbaratar uma quadrilha ou uma parte da quadrilha do PCC, evitando que um mal maior acontecesse, ou seja, que vossa excelência sofresse qualquer tipo de ameaça física”, discursou o petista.

Wagner reiterou ainda a defesa ao presidente Lula. “Devemos aproveitar o fato e, repito, comemorar a eficiência da Polícia Federal, a postura do governo e eu incluo aí obrigatoriamente a postura do presidente Luís Inácio Lula da Silva, como democrata, como respeitador do direito e da vida das pessoas humanas, que tem uma postura que não faz favor, cumpre a sua obrigação. Nem sempre foi assim, mas ele faz a sua obrigação de fazer uma polícia não do presidente, mas da sociedade civil, como tem que ser”, declarou Jaques Wagner.

Davi Lemos
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