Alvo de disputa política na campanha eleitoral de 2022, Hospital Regional de Itaberaba é reaberto em meio a polêmicas

Um dos temas da campanha eleitoral de 2022 para o Palácio de Ondina, o Hospital Regional de Itaberaba, pronto desde o final do primeiro semestre do ano passado após obras de reforma e ampliação, será finalmente reaberto pelo governo do Estado nesta sexta-feira (2), mas ainda em meio a polêmicas e disputa política.

O sinal de que a palanque na localidade ainda não foi desarmado é que o prefeito do município, Ricardo Mascarenhas (PP), que apoiou a candidatura de ACM Neto (União) ao Executivo estadual e é aliado do deputado federal João Leão (PP), sequer foi convidado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para a solenidade de reinauguração. A restrição à presença do pepista teria sido feita pelo ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que participa do evento, conforme apuração do Política Livre.

Durante o pleito, ACM Neto acusou Rui Costa, então governador, de não colocar o hospital para funcionar porque Ricardo Mascarenhas decidiu seguir a decisão do PP baiano de romper com o PT e apoiar o ex-prefeito de Salvador na corrida para o Palácio de Ondina. O atual ministro e a campanha de Jerônimo, por outro lado, culparam o gestor local por não fazer a cessão da unidade de saúde para o governo do Estado, o que acabou ocorrendo em janeiro deste ano.

“A prefeitura investiu R$3 milhões nessa obra, por isso desejava fazer parte da gestão. Como não iria prejudicar a população de Itaberaba, fizemos a cessão após um encontro com Luiz Caetano (secretário de Relações Institucionais) no começo deste ano, pois sozinhos não poderíamos bancar o funcionamento. Eu lamento que o governador não tenha me convidado, e nem convidou também a Câmara de Vereadores, para esse momento, porque nós fizemos parte dessa história. O povo sabe disso”, declarou Ricardo Mascarenhas em conversa com o Política Livre.

Nesta quinta (1), o prefeito promoveu uma celebração de ação de graças em função da reabertura do hospital, que contou com investimento de R$27 milhões do governo do Estado, parte dos recursos fruto de emenda federal do então deputado Cacá Leão, atual secretário de Governo da prefeitura de Salvador.

Outra polêmica é se o governo do Estado vai manter o nome dado pela prefeitura de Itaberaba ao hospital – Jadiel Almeida Mascarenhas, ex-prefeito do município falecido em 2016 e pai de Ricardo. “Eles chegaram a tirar o nome, mas recolocaram depois da reação popular, ainda no governo passado. Acredito que Jerônimo tem sensibilidade para entender o sentimento do povo”, afirmou o gestor municipal.

Ricardo Mascarenhas, que está no segundo mandato consecutivo, disse que pretende ter uma relação de harmonia com Jerônimo. “A eleição passou, eu segui o meu partido, e continuarei fazendo isso. Quero ter uma relação de harmonia com o governo, institucional”, frisou. Apesar disso, ele garantiu que também está focado no pleito de 2024. “Não tenho dúvidas que farei meu sucessor. Temos uma gestão aprovada por 80% da população”.

Após a seção do hospital da prefeitura de Itaberaba para o governo da Bahia, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) abriu um processo de contratação da Organização Social (OS) que administraria o hospital – venceu o Instituto de Saúde Nossa Senhora da Vitória. O valor do contrato é estimado em R$14,1 milhões por 180 dias.