Setores do PT de Salvador se movimentam para que candidato indicado pelo partido a prefeito seja anunciado ainda em agosto

Parte do comando do PT em Salvador articula para que a Executiva municipal do partido defina até o final deste mês o nome da legenda na corrida pelo Palácio Thomé de Souza. Esse movimento favorece a indicação do deputado estadual Robinson Almeida, ao mesmo tempo em que dificulta uma possível filiação presidente da Conder, José Trindade, hoje no PSB, sigla que já emitiu sinais ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) de que não aceitará com facilidade a saída do dirigente na hipótese de ele ser o postulante da base aliada na disputa.

Na próxima semana, deverá ocorrer uma reunião da Executiva municipal do PT para tratar do assunto e definir prazos para a indicação do postulante petista. Até agora, apenas dois pré-candidatos do partido foram ouvidos na condição de interessados em entrar na disputa: o próprio Robison e o militante social Rodrigo Pereira.

A vereadora licenciada e presidente da Funarte, Maria Marighella, e a socióloga Vilma Reis, que tiveram os nomes ventilados pelo comando do PT de Salvador como possíveis candidatas, estão distantes do processo, o que é visto por importantes membros da legenda na capital ouvidos pelo Política Livre como “desidratante” para o projeto petista de emplacar o candidato de Jerônimo e da base nas eleições de 2024.

Há quem defenda também, dentro da Executiva municipal, que quadros de outros partidos e os próprios aliados, sobretudo da federação formada pelo PV e PCdoB, sejam ouvidos de forma abrangente antes da definição do nome petista a ser apresentado.

Com base na decisão de que o partido deve ter candidato próprio, já aprovada em diretório, outra ala defende ainda que José Trindade seja convidado para ingressar no PT, a exemplo do vereador Arnando Lessa, mas isso só deve ocorrer se houver uma sinalização nesse sentido de Jerônimo, do senador Jaques Wagner ou do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Fontes do PSB asseguraram ao site que, caso Trindade deixe o partido apenas para ser candidato pelo PT, esse movimento será um “tiro no pé” na pretensão de Jerônimo de ter uma candidatura única na capital. Mesmo que possa ser um blefe, não é um desejo dos três cardeais petistas brigar com a deputada federal Lídice da Mata, presidente estadual da sigla aliada e quem até aqui melhor pontua no campo da oposição ao prefeito Bruno Reis (União) nas pesquisas para a sucessão municipal.