Foto: Política Livre/Arquivo
Deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) 26 de abril de 2024 | 16:35

Bienal do Livro Bahia 2024: Olívia Santana será um dos destaques do Encontro com a Autora

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A autora e deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) participará da Bienal do Livro Bahia 2024, nos dias 27 de abril, no espaço da Fundação Pedro Calmon, às 14h30 e às 17h, no estande da escritora Malê, e no dia 1º de maio, a partir das 15h, no espaço Estante Virtual e Malê. Uma das mulheres negras pioneiras na ocupação de cargos públicos, Olívia compartilha mais de 35 anos de trajetória nas lutas sociais com a publicação de seu primeiro livro: Mulher Preta na Política.

A obra já teve lançamento em quatro estados do Brasil, e em Paris, com sucesso de público e vendas. Realizado em parceria com a editora Malê, o livro é um relato pessoal, um documento histórico e um gesto de convocação para que mais mulheres negras adentrem o espaço da política.

A obra já foi lançada em Paris, na França, e no Brasil, nos seguintes estados: Brasília, no Museu nacional, Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, no Maranhão, na Praça dos Poetas, em São Luís, na Bahia, na Casa Mulher com a Palavra, em Salvador, onde foi a obra mais vendida, na Fligê, em Mucugê, no Festival Literário de Itaparica.

Primeira deputada preta eleita na Assembleia Legislativa da Bahia, onde exerce o segundo mandato, Olívia ingressou no Poder Legislativo aos 37 anos, quando foi eleita vereadora de Salvador, em 2003. Foi Secretária da Educação e Cultura de Salvador, e pelo Estado da Bahia, atuou nas secretarias de Política para Mulheres e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte.

Na escrita, Olívia ressalta o quanto cada fragmento de experiência marca sua práxis política. Projetos de lei de sua autoria, como o que instituiu em Salvador o “Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa”, e que inspirou a lei nacional, têm conexão direta com a reverência que lhe despertou ainda na infância a liderança de Yá Feliciana, a energia de festa e respeito que circundava em seu terreiro. O compromisso de Olívia com a Educação, adquirida desde sua formação em Pedagogia, vem transversal em sua atuação tanto como gestora quanto como legisladora. O que encontra grande simbolismo na Lei Municipal de Incentivo ao Livro e à Cultura da Leitura, iniciativa do seu mandato, enquanto vereadora de Salvador.

Nem todos os relatos do livro, entretanto, apontam para vitórias e alegrias. Ser mulher negra na política também é confrontar-se, cotidianamente, com violências diversas, de isolamento, de não pertencimento e mesmo de retaliação. Em 2001, protagonizou a resistência a uma ação truculenta de policiais no campus de Direito da UFBA, e socorreu um jovem estudante ferido. Encontrar maiorias brancas e masculinas nos espaços de decisão também marca o desafio da sobrevivência diária, muitas vezes em meio a um ambiente de hostilidade e descredibilização.

O livro Mulher Preta na Política é para Olívia Santana um manifesto de suas escrevivências, conceito de Conceição Evaristo desenvolvido como uma articulação entre escrita e oralidade, possibilidade de transmitir uma história e também se curar das chagas da injustiça social através da palavra. Às intelectuais negras que a inspiram em sua jornada, como Carolina Maria de Jesus, Lélia Gonzalez, Luiza Bairros e Keeanga-Yamahtta Taylor, Olívia se soma na disputa de narrativas que a voz e a escrita de mulheres negras vêm travando com “os perigos da história única”, tão bem descritos por Chimamanda Ngozi Adichie no TED Talk, em 2009.

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