Lupi e Anielle deixam conselho de metalúrgica após BNDES não renovar indicação

A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e Carlos Lupi, agora ex-ministro da Previdência Social, não foram indicados pela BNDESPar, empresa de participações do banco de fomento, para serem reconduzidos ao conselho de administração da metalúrgica Tupy.

Em agosto de 2023, a BNDESPar indicou os dois nomes para integrar o colegiado, com um salário mensal de R$ 36,1 mil. No final de novembro do mesmo ano, também propôs o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinicius Marques de Carvalho.

Na Assembleia Geral Ordinária da última quarta-feira (30), os acionistas votaram os novos integrantes do conselho de administração. A BNDESPar indicou o ministro da CGU para um novo mandato. Anielle e Lupi, que ainda não tinha pedido demissão pelo escândalo da fraude do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), ficaram de fora.

Os ministros foram alvo de um processo administrativo na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para apurar a necessidade de que consultassem formalmente a CEP (Comissão de Ética Pública) sobre um eventual conflito de interesse em integrarem o conselho de administração da Tupy. A autarquia arquivou o procedimento.

Procurada, a BNDESPar afirma que a indicação de lideranças dos setores público e privado para conselhos das investidas da companhia “busca levar experiência e diversidade às instâncias estratégicas dessas empresas, em seu melhor interesse, sem descuidar dos interesses do BNDES e do seu controlador, o governo democraticamente eleito, que tem a prerrogativa dessas indicações. Além disso, atendem às regras legais aplicadas ao mercado de capitais. ”

“No caso da Tupy, a troca dos conselheiros indicados pela BNDESPar ocorre em razão do término dos mandatos dos conselheiros indicados anteriormente, que ocorreu no fim de abril”, prossegue. “Seguindo orientação do seu controlador, a BNDESPar indicou a recondução do ministro Vinícius Marques de Carvalho e aguarda indicação dos outros dois nomes.”