Foto: Antonio Queirós/CMS
O presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz, recebe representantes da APLB-Sindicato 19 de maio de 2025 | 20:16

Oposição e sindicalistas defendem retirada de pauta de projeto enviado por Bruno Reis à Câmara de reajuste salarial das categorias

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Sindicatos e a bancada de oposição na Câmara Municipal de Salvador querem a retirada de pauta do projeto enviado na última sexta-feira (16) pelo prefeito Bruno Reis (União) que reajuste o salário de diversas categorias do funcionalismo público. O argumento é de que a proposta precisa ser melhor debatida e analisada antes de ser votada.

Se dependesse apenas da base do governo, o texto seria aprovado nesta segunda-feira (19) pelas comissões conjuntas de Constituição e Justiça (CCJ), Finanças e Orçamento e Educação, mas não houve acordo, pois a oposição foi contra e pediu vistas do relatório apresentado pelo vereador Sidninho (PP) a favor da proposição.

O projeto do Executivo garante um reajuste de 4,83% para os servidores dos cargos de provimento efetivo da administração direta, autárquica e fundacional da Prefeitura. A maior polêmica, no entanto, está na proposta direcionada aos professores.

Para essa categoria, o texto estabelece aumentos que variam de 6,27% a 9,25%, a depender do nível. A reivindicação da categoria, por meio da APLB-Sindicato, é que a Prefeitura pague o piso, que em 2025 passou a ser de R$ 4.867,77 iniciais para jornada de 40 horas semanais.

“O projeto chegou no final da tarde de sexta-feira (16), ou seja, não tivemos tempo para apreciar nem discutir nada. Foi uma forma de a Prefeitura interromper o diálogo com os servidores. No caso dos professores, havia a expectativa de que o Executivo pudesse, ao menos, apresentar uma proposta de chegar ao piso mesmo que de forma escalonada. Mas existe insatisfação em diversas categorias, que não aceitaram o reajuste”, disse a este Política Livre a líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB).

O presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), recebeu os sindicalistas hoje logo depois da sessão, que caiu por volta das 15h30 por falta de quórum após protesto dos servidores no plenário. “Na realidade, nossa obrigação aqui é uma obrigação de colegiado e não da vontade só de um vereador. Expliquei aos professores que se eles quiserem colocaremos a lei em plenário para apreciação, amanhã, para saber dos colegas se retiramos ou não da pauta. Afinal, isso aí não pode ser uma vontade só minha, tem que ser uma vontade do colegiado, da Câmara Municipal de Salvador”, disse o tucano.

“Até porque, espero que a vontade dos professores e dos servidores em geral sejam realizadas, mas não depende só da Câmara de Vereadores, e sim da negociação que eles estejam fazendo com o Executivo Municipal”, acrescentou Muniz.

O presidente da Câmara disse que teve uma reunião com Bruno Reis e o prefeito garantiu que todos os professores estariam ganhando o piso salarial. A vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros, afirmou que a classe foi pega de surpresa com o projeto, já que não houve debate. Na reunião com Muniz, ela disse que o projeto do Executivo “achatará ainda mais a tabela do magistério”.

“O prefeito não apresentou nenhuma proposta de como iria recuperar essas perdas para chegar até o piso salarial. A categoria estava aberta a discutir como se procederia para chegar até esse piso, mas infelizmente ele envia para a Câmara uma proposta que não contempla de jeito nenhum ao que foi reivindicado. Assim, nós estamos aqui mobilizados, fazendo um apelo aos vereadores, encaminhando documento onde explicamos o motivo por que esse projeto não nos atende e fazendo o apelo para que ele não seja votado da forma como entrou”, frisou a sindicalista.

Política Livre
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