Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Arquivo
O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) 23 de julho de 2025 | 19:04

Aliados do governador apostam que Otto Filho será indicado ao TCE com aposentadoria de Antonio Honorato

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A aposentadoria compulsória do conselheiro Antonio Honorato, do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE), no próximo domingo (27), movimenta os bastidores da política baiana. Como revelou a coluna Radar do Poder desta quarta-feira (23), aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) já tratam como certa a escolha do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) para a vaga. Parlamentares do próprio PSD avaliam que o movimento está praticamente consolidado, e o convite deve ser oficializado pelo chefe do Executivo estadual após a saída de cena de Honorato.

A articulação para que o deputado assuma uma cadeira no TCE, feita pelo pai e senador Otto Alencar (PSD) junto a Jerônimo, foi revelada com exclusividade por este Política Livre em janeiro deste ano, embora o movimento nunca tenha sido confirmado pelo cacique pessedista.

Já surgiram diversas especulações sobre as razões da aposentadoria de Otto Filho, que tem apenas 48 anos, da política. Aliados falam em questões de ordem pessoal e até sobre a falta de talento, vocação ou disposição do parlamentar em seguir os caminhos do pai. O fato é que o deputado, antes resistente à ideia da “aposentadoria de luxo” no TCE, já estaria disposto a aceitar o convite do governador, caso ele chegue.

Antes de deixar o TCE, Antonio Honorato seria homenageado nesta quinta-feira (24) em uma sessão especial da Corte, quando receberia a Medalha do Mérito Ruy Barbosa. Entretanto, a homenagem foi adiada em razão do falecimento da mãe do conselheiro, senhora Altair de Castro, nesta quarta-feira. A solenidade será realizada no próximo dia 8 de agosto, às 9h30, no Auditório Conselheiro Lafayette Pondé, no Plenário do TCE.

Se o nome de Otto Filho for confirmado, o clã da família deve reorganizar seu tabuleiro político. O novo herdeiro do espólio do senador poderá ser um dos outros dois filhos: Daniel Figueiredo de Alencar, advogado, ou Isadora Félix de Alencar, empresária e que já ocupou um cargo de confiança no TCE. Outro membro do grupo com mandato é Eduardo Alencar, irmão do senador, deputado estadual e ex-prefeito de Simões Filho.

Vaga em aberta

Além da vaga de Antonio Honorato, há uma segunda cadeira aberta no TCE desde o falecimento do conselheiro Pedro Lino, em novembro de 2023. A disputa pela sucessão esbarra em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), movida por auditores fiscais, que alegam ser a vez de um membro da carreira técnica assumir a função. O ministro Dias Toffoli, no entanto, já votou a favor da prerrogativa do governador indicar um nome político para a vaga, abrindo caminho para mais uma nomeação palaciana.

Caso esse entendimento seja mantido, o nome preferido de Jerônimo seria o deputado federal licenciado e atual secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence (PT). Mas a cúpula petista se movimenta para que o escolhido seja o deputado federal Josias Gomes (PT), como revelou em primeira mão a coluna Radar do Poder.

Isso porque caso Josias, que exerce o mandato hoje porque Afonso está licenciado, seja o escolhido, quem assume a cadeira na Câmara Federal é a suplente Elisângela Araújo (PT), quadro ligado ao senador Jaques Wagner (PT).

Jogo combinado

Desde que tomou posse, em 2023, Jerônimo Rodrigues, já escolheu para cadeiras de livre nomeação política, seja por indicação do Executivo ou da Assembleia Legislativa, dois conselheiros, ambos no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM): Aline Peixoto, esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ex-deputado estadual petista Paulo Rangel.

Segundo informações de bastidor, o acordo firmado com Otto Alencar é que as próximas vagas políticas tanto no TCE quanto no TCM sejam preenchidas por indicação PSD, excluindo-se a de Pedro Lino. No TCM, quem o próximo a se aposentar é o atual presidente da Corte, Francisco Andrade Netto, em agosto de 2026. Essa cadeira estaria reservada ao deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), ex-presidente da Assembleia Legislativa.

Vale lembrar que Jerônimo também já nomeou o auditor Ronaldo Nascimento Sant’Anna para o TCM – a vaga era técnica, mas o governador atendeu a um pedido do ex-secretário de Relações Institucionais e atual prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT).

Além disso, há uma outra vaga técnica a ser preenchida pelo governador com a aposentadoria recente do conselheiro Mário Negromonte do TCM. Pelo rodízio, quem deve ocupar a cadeira é um integrante do Ministério Público de Contas. Quem é tida como favorita é a procuradora Camila Vasquez, nora de Negromonte e esposa do deputado federal Mário Júnior (PP), aliado de Jerônimo.

Política Livre
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