19 fevereiro 2025
Artilharia pesada
A direção nacional do União Brasil cogitou, no final da semana passada, em ingressar com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição de presidentes de assembleias legislativas do país que estão em desacordo com o entendimento da Corte proibindo a segunda recondução. Um dos “alvos” da iniciativa seria o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), afastado na segunda (10) da presidência da Assembleia baiana por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes.
Alvoroço na Bahia
O movimento em Brasília, estimulado pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, provocou um alvoroço na Bahia na sexta (07), pois os deputados estaduais do partido votaram integralmente na reeleição de Adolfo, no último dia 3, inclusive a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento, que é adversário do pessedista em Campo formoso e apoiou a ADPF. Outro deputado federal baiano que se posicionou a favor da ADPF junto à direção partidária foi Dal Barreto, que é um crítico da gestão de Adolfo no Legislativo, da qual o empresário nunca obteve vantagens.
Reação pró-Adolfo
Entre os deputados federais da bancada baiana do União Brasil, se posicionaram contra a ADPF Paulo Azi e Leur Lomanto Júnior. Os demais não teriam se manifestado. Amigo pessoal de Adolfo e membro da Executiva nacional da legenda, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, também foi contra. Já o antecessor ACM Neto silenciou, para evitar confrontar um dos lados. Da Assembleia, quem atuou junto às lideranças do partido na Bahia em prol de Adolfo foi o deputado Sandro Régis (União).
Falta de ressonância
Além da Bahia, a ADPF defendida por Rueda atingiria as reeleições de presidentes de Assembleia em ao menos outros cinco estados. Há casos, como o do Rio Grande do Norte, em que ocorreu a quinta recondução. A estratégia seria uma reação à ação movida pelo partido Novo no STF contra o terceiro mandato do deputado Roberto Cidade, que é do União Brasil, para o comando do Legislativo do Amazonas. Entretanto, a medida não prosperou por não encontrar ressonância interna.
Válvula de escape
Elmar não estimulou, entre os aliados na Assembleia, um posicionamento contra Adolfo na eleição da Mesa Diretora porque sempre apostou na queda do adversário por via judicial e em utilizar isso como arma política para desgastar a imagem do deputado do PSD em Campo Formoso, onde saiu vitorioso das eleições municipais. Além disso, seria uma forma de Elmar tentar aliviar as pressões que sofre no município por conta dos ataques de aliados do pessedista diante da Operação Overclean, que prendeu o vereador Francisco Nascimento, primo do deputado federal.
Almoço estratégico
Presidente interina da Assembleia, a deputada Ivana Bastos (PSD) almoçou ontem (11) com a bancada do PT e com o presidente do partido na Bahia, Éden Valadares. Na ocasião, ela ressaltou que só vai assumir o gabinete da presidência após uma decisão de mérito do STF contra Adolfo, conforme antecipou o site, e que até lá irá agir com cautela. Caso haja a convocação de uma nova eleição para o comando da Casa por determinação do Supremo, os petistas disseram estar dispostos a apoiar Ivana, mas desejam voltar para a 1ª vice-presidência da Mesa Diretora.
Cala a boca, Matheus
Tem tirado o sono do deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), a prioridade da cúpula emedebista com a eleição da atual secretária de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Larissa Moraes, para uma cadeira na Assembleia, em 2026. Esta semana, o parlamentar, que reclama do não atendimento de demandas na pasta da “queridinha”, inventou de tirar satisfações com o presidente de honra da legenda, Lúcio Vieira Lima, e a resposta foi um “cala a boca” tão duro que o jovem deputado se contorceu todo.
Futuro emprego
Presente nesta terça (11) no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para tratar da conciliação do contrato da ponte Salvador-Itaparica, o secretário da Casa Civil e deputado federal licenciado, Afonso Florence (PT), foi indagado por conselheiros e servidores se de fato será indicado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para a vaga de Pedro Lino, conforme revelou o site. Apesar de negar, ele deixou escapar que até aceitaria, mas tem receio de deixar a política e perder a cadeira no tribunal por decisão judicial, já que, pela Constituição, a vaga pertence aos auditores.
Ouvidor do prefeito
Após se entender com o PSDB, Bruno Reis avançou nas conversas com outros aliados sobre a reforma administrativa. Depois do Carnaval, ele vai indicar Zilton Netto (PDT), afilhado político do deputado federal Leo Prates (PDT), para a chefia da Ouvidoria Geral do Município (OGM). Zilton, que foi candidato a vereador e ficou na primeira suplência, ocupou, antes do pleito, o comando da Codecon, órgão municipal de defesa do consumidor. Na Ouvidoria, ele estará mais próximo do prefeito, pois a estrutura é subordinada diretamente ao gabinete, e terá mais espaço para fazer política.
Esposa indicada
Com a demora de Bruno Reis em definir o espaço de Zilton, o pedetista chegou a receber sondagens de emissários do governo do Estado para assumir a presidência do Procon, mas recusou a oferta por lealdade a Leo Prates e ao grupo do prefeito da capital. Quem também deve ocupar um espaço na gestão municipal é Ana Paula Pitanga Prates, esposa de Leo. Bruno pretende indicá-la para presidir o Serviço Social Autônomo Municipal, entidade criada no final do ano passado por meio de projeto de lei para desenvolver ações e prestar serviços de assistência a pessoas com deficiência.
A ver navios
Vereadores do PP de Salvador ficaram indignados ao ler o Diário Oficial do Município desta quarta (12) e encontrar as nomeações, na Secretaria de Governo (Segov), liderada por Cacá Leão, presidente da legenda na capital, de duas lideranças de Camaçari: Otaviano Neto, ex-edil, e Sineide Lopes, eterna candidata derrotada à Câmara Municipal. Enquanto isso, os pepistas da capital seguem a ver navios nas cobranças feitas a Cacá por espaços na gestão para suplentes e ex-vereadores. Dizem que o secretário só pensa em uma coisa: na própria eleição para deputado federal em 2026.
Cabide de emprego
“A tal Segov virou cabide de emprego para pessoas do interior, enquanto as lideranças do partido em Salvador sequer são atendidas”, protestou o vereador Maurício Trindade (PP) à coluna. Outro que segue insatisfeito é o vereador Sidninho (PP), que almeja migrar para o PL. Embora a sigla capitaneada na Bahia pelo ex-ministro João Roma também não deva ser contemplada com uma secretaria, ao menos já teve um representante, o ex-vereador Isnard Araújo, que não conseguiu a reeleição, empregado com uma assessoria na pasta de Cacá.
Tucanos desconfiados
Setores do PSDB não gostaram da nomeação de Mariana Trocoli para a chefia da Diretoria Estratégica de Gestão de Pessoas e Processos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo informações que chegaram à coluna, a escolha foi decidida de forma unilateral pelo novo titular da pasta, Rodrigo Alves, indicado pelo deputado federal tucano Adolfo Viana. Para os insatisfeitos, Mariana não goza da confiança do partido para exercer a função.
Velhinho esquecido
Por falar em PSDB de Salvador, o vereador tucano Téo Senna disse à coluna que ficou muito triste ao ser preterido pelo partido e pelo presidente da Câmara, Carlos Muniz, que também é da sigla, das presidências das comissões permanentes da Casa. “Eu sou um vereador de sexto mandato e, com a minha experiência, poderia participar mais. Mas o partido e o presidente não me beneficiaram. Não entendo isso”, afirmou Téo, que já protestou por ter ficado de fora da Mesa Diretora e também da liderança da legenda.
Ruído na mensagem
Téo Senna lamentou que, ao rifá-lo desses espaços, o PSDB o prejudicou na pontuação necessária para a contratação de assessores, conforme as regras da Câmara. Questionado pela coluna se o motivo seria o fato de ele não ter apoiado o pleito do partido para ficar com o comando da Secretaria Municipal da Educação (Smed), o edil afirmou que isso foi um “ruído”. “Falaram isso porque tive o apoio de uma diretora que defendeu na Câmara a permanência de Thiago Dantas na Smed. Mas eu sempre defendi o nome de Rodrigo Alves para a pasta”, garantiu.
Pitaco
* Se não fosse a turma do “deixa disso”, a vereadora Roberta Caires (PDT) teria dificuldades em ser eleita presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Salvador, na semana passada.
* Isso porque o vereador Jorge Araújo (PP), o mais bem votado nas eleições do ano passado, embora novato, ameaçou ir para o bate-chapa. Nas contas de bastidor, teria quatro dos sete votos do colegiado e venceria a pedetista.
* Jorge Araújo mudou de ideia e topou ser vice da comissão após ouvir apelos do líder do governo, Kiki Bispo (União), e perceber que desagradaria o presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), que havia prometido a Roberta Caíres a presidência.
* É bom lembrar que existe na Câmara uma certa cisma com Roberta Caires por conta da ciumeira provocada ano passado pelo apoio que ela recebeu do secretário municipal de Educação, Thiago Dantas, a pedido de ACM Neto.
* Antes de confirmar o vereador Sidninho (PP) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Carlos Muniz teve uma conversa reservada com o vereador Duda Sanches (União), que queria a cadeira.
* Na época, em meio às indefinições sobre o espaço do PSDB na Prefeitura, o tucano disse que seria ruim para o colega ficar à frente do colegiado mais importante da Casa se houvesse um tensionamento nas relações com Bruno Reis. Duda entendeu.
* O vereador de Salvador Hamilton Assis (PSOL) quer que a Câmara crie uma comissão especial para tratar de tarifa zero no transporte público.
* O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ganhou um defensor na Esplanada. Trata-se do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Quem falar mal do baiano perto do colega corre o risco de apanhar.
* Adolfo Menezes exonerou, no último dia 5, Julio Eloy Passos Neto da função de diretor administrativo da Assembleia. O objetivo seria dar uma “oxigenada” no setor. Entretanto, o substituto ainda não foi escolhido, o que deve caber a Ivana Bastos,
* A deputada Maria del Carmen (PT) apresentou um projeto propondo a criação da 11ª comissão permanente da Assembleia: a de Desenvolvimento Urbano, com o objetivo de tratar das políticas urbanas. A iniciativa tem a assinatura de diversos parlamentares.
De cima para baixo
A posição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de defender que a presidência da Assembleia fique com o PSD mesmo que o Supremo derrube a reeleição do atual comandante da Casa, Adolfo Menezes, filiado ao partido, desagrada deputados da base aliada. A avaliação é que, por se tratar de uma nova eleição, as negociações são zeradas. “Isso não pode ser decidido de cima para baixo. A candidatura à presidência da Assembleia se constrói também nas relações entre os pares”, disse um dos líderes da base governista à coluna.
Projeto de grupo
Os deputados seriam mais simpáticos ao posicionamento de Jerônimo se houver um acordo entre o governador e o senador Angelo Coronel (PSD) para que o deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD) assuma a presidência em caso de queda de Adolfo. Assim, o senador abriria mão de disputar a reeleição em 2026, cedendo, sem brigas, a vaga para o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “Em nome de um projeto maior, de grupo, aí aceitaríamos, até porque Angelo Filho tem boa relação com os colegas. Mas teria que haver alguma negociação”, afirmou o mesmo líder.
Acordo negado
Procurado pela coluna, Angelo Coronel afirmou, no entanto, que nunca conversou sobre o assunto com o governador e que deseja disputar a reeleição ao Senado. Fontes ligadas a Jerônimo garantiram o mesmo e informaram que o chefe do Executivo estadual está preocupado em “pacificar” a Assembleia e evitar um bate-chapa entre o filho do senador e o deputado Rosemberg Pinto (PT) pela 1ª vice-presidência. Isso se Rosemberg, que ficou numa posição delicada diante da postura do governador até para seguir na liderança da maioria, se mantiver no páreo.
Lições do passado
Rosemberg tem dito à imprensa que Angelo Filho não pode ser candidato à 1º vice alegando que, pela proporcionalidade, a cadeira pertence ao PT. Ele sabe, no entanto, que em 2009, no final do primeiro governo de Jaques Wagner, o deputado Rogério Andrade, então no PFL (que virou União Brasil) e atualmente no MDB, derrotou o hoje senador Angelo Coronel, que ocupava acento na Assembleia, justamente numa disputa pela mesma cadeira.
Trato pessoal
Naquele ano, Coronel disputava a reeleição para a 1ª vice-presidência com todo o apoio do governo, que tinha uma bancada de 48 parlamentares. Rogério, que hoje é um aliado fiel do PT, pertencia à oposição, ao lado de outros 14 deputados, mas, no trato pessoal e na base da discrição, derrotou no voto secreto o candidato oficial do Executivo. Houve bate-chapa ainda pela presidência e pela 1ª secretaria da Mesa Diretora, mas com vitórias dos governistas – Marcelo Nilo derrotou Elmar Nascimento e Roberto Carlos desbancou Leur Lomanto Júnior, respectivamente.
Joias da coroa
Jerônimo segue atraindo para a base aliada prefeitos que apoiaram ACM Neto em 2022, numa articulação revelada pela coluna na semana passada. Mas as “joias da coroa” da oposição que o governador quer atrair são os gestores de Jequié, Zé Cocá (PP), e de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos). O secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), já foi encarregado de intensificar as conversas com os dois.
Atuação conjunta
Para atrair os dois prefeitos, Loyola conta com o apoio de dois deputados estaduais: Vitor Azevedo (PL), que é ligado a Ednaldo, e Hassan Iossef (PP), próximo de Cocá, que atuam em parceria com o governo. Foi Vitor, inclusive, quem negociou para que o Executivo não interferisse na disputa pela presidência do Consórcio Territorial do Recôncavo, vencida por Ednaldo. O parlamentar já levou para a base governista os prefeitos de Muritiba, Varzedo, São Félix, Serra Preta e, por último, Tanhaçu.
Prova de fidelidade
A decisão do MDB de apoiar o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), para a presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB) foi mais um gesto dos irmãos Vieira Lima para demonstrar fidelidade a Jerônimo mirando a permanência do partido na chapa em 2026. O anúncio foi feito no último dia 14, ou seja, 15 dias antes de Wilson se tornar o nome de consenso, com a desistência, ocorrida hoje, do prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), numa articulação do próprio governador. O gestor de Medeiros Neto, o emedebista Beto Pinto, será candidato a vice da UPB.
Destino de Alberto
O prefeito Bruno Reis (União) sinalizou a aliados que não fará mudanças no comando da Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit). Não só porque o atual secretário Samuel Araújo é considerado um técnico qualificado, mas também pelo fato de ser filho do ex-deputado federal José Carlos Araújo (PDT). Com isso, cresceram as especulações de que o vereador Alberto Braga (União) pode assumir o comando da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), hoje com Alexandre Tinôco, primo do vereador Claudio Tinoco (União).
Querendo mais
O Republicanos ainda não aceitou o convite de Bruno Reis para indicar o vereador Luiz Carlos ao comando da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) porque tentar negociar a ampliação de espaços na gestão municipal. O partido pleiteia a chefia da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), subordinada à pasta, e de diretorias na Secretaria de Manutenção (Seman), capitaneada atualmente por Lázaro Jezler Filho, outro quadro ligado à legenda e que permanece no posto na reforma administrativa.
Último emedebista
A Sucop é o braço operacional da Seinfra, daí a cobiça do Republicanos. O órgão é hoje chefiado pelo engenheiro e empresário Orlando Castro, indicado para o cargo pelo MDB ainda na gestão do ex-prefeito ACM Neto (União). Orlando sempre foi apadrinhado de Geddel Vieira Lima. Chegou a presidir a Codevasf quando o emedebista era ministro da Integração Nacional, no segundo governo do presidente Lula (PT). Quando o MDB rompeu com o grupo de Neto, Orlando optou por permanecer onde está.
Porteira fechada
O Republicanos está de olho ainda nas diretorias de Manutenção e Infraestrutura e de Equipamentos e Espaços Públicos da Seman. A primeira, que cuida de asfalto, é capitaneada por Luciano Sandes, que acumula desde 2023 a função com a de titular da Secretaria de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (Sacpb), onde deve permanecer. A segunda, que trata de contratos, é liderada por José Monteiro, outro nome da confiança de Bruno Reis. Como o prefeito não é adepto de entregar secretaria com “porteira fechada”, não vai ceder a todos os pedidos.
Densidade eleitoral
Apesar de a Câmara ter aprovado a criação oficial da Sacpb (que na prática já existia), toda a estrutura da pasta segue dentro da Secretaria Municipal de Governo (Segov). Havia a promessa de que os cargos seriam extintos na secretaria de Cacá Leão (PP), mas o prefeito aguarda a conclusão das negociações sobre a reforma administrativa para fazê-lo. É preciso, ainda, garantir a autonomia orçamentária da Sacpb, já que a Seman é hoje responsável por atender boa parte das demandas das Prefeituras-Bairro, justamente aquelas com densidade eleitoral.
Sem contracheque
Quem está ansioso para que Bruno Reis resolva logo a situação com o Republicanos é o primeiro suplente do partido, Beca, que anda reclamando de chegar ao final de janeiro sem contracheque de vereador. Ele esperava já estar sentado na cadeira diante da boa relação que tem com o prefeito e com a primeira-dama, Rebeca Cardoso. É justamente por isso que o partido ligado à Igreja Universal tensiona as conversas com chefe do Palácio Thomé de Souza.
Novato apressadinho
A proposta do novato vereador Sandro Filho (PP) de criar uma comissão especial na Câmara Municipal de Salvador para discutir a atualização do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) não vai para lugar algum. Primeiro, porque o edil sequer consultou o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), antes de divulgar a ideia à imprensa, sendo que o tucano lidera os debates sobre o tema. Além disso, já há na Câmara a Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, que trata do mesmo assunto e da qual, depois do movimento, Sandro Filho ficou ainda mais distante de integrar.
Pitacos
* Conforme havia antecipado a coluna da semana passada (Clique aqui para ler), Jusmari Oliveira (PSD) só oficializou a licença do mandato de deputada estadual após fazer nomeações no gabinete da Assembleia. No último dia 24, ela empregou oito pessoas.
* Embora o anúncio do governador do retorno de Jusmari ao comando da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) tenha ocorrido na semana passada, a licença dela da Assembleia só foi publicada hoje. Assume o suplente Marcone Amaral (PSD).
* Em uma audiência recente com a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), não poupou o sobrinho e antecessor Rodrigo Hagge (MDB) de críticas.
* Eduardo disse à secretária que encontrou uma situação caótica na saúde do município e pediu ajuda ao Estado. Condenou o sobrinho por nunca ter dialogado com o governo. O prefeito deve ser mais um aliado de ACM Neto a aderir a Jerônimo.
* O PT inicia no dia 7 de fevereiro, em Itacaré, os encontros territoriais do partido em 2025. O objetivo é debater o resultado das eleições passadas, fazer uma espécie de workshop com os vereadores e organizar a legenda já pensando em 2026.
* O último encontro territorial do PT acontece no dia 18 de maio, em Itaberaba. O da Região Metropolitana de Salvador será realizado em Camaçari, no dia 23 de fevereiro. Serão, no total, 29.
* O senador Otto Alencar garantiu que a sigla e número do partido dele, o PSD, será mantido caso haja fusão com o PSDB. Resta saber como ficará a situação dos tucanos na Bahia, que integram o grupo de ACM Neto.
* Para o líder do PSDB na Câmara Municipal de Salvador, vereador Daniel Alves, a fusão não altera o posicionamento dos tucanos na capital. “Somos majoritários na cidade e seguiremos na base de Bruno Reis”, assegurou.
* Suplentes do PSD e PSB em Riachão do Jacuípe ingressaram na Justiça Eleitoral acusando o União Brasil e o PDT de não terem cumprido a cota de 30% destinada às candidaturas femininas no pleito de 2024.
* A denúncia requer também que sejam investigadas supostas candidaturas fictícias de algumas mulheres que tiveram votações pífias e prestações de contas zeradas. Uma delas não recebeu nenhum voto na própria seção eleitoral.
Equação tucana
Após momentos de tensão, avançaram esta semana as tratativas entre o prefeito Bruno Reis (União) e o PSDB sobre o espaço do partido na reforma administrativa. Conforme o que teria sido combinado antes da campanha de 2024, os tucanos devem mesmo ficar com a Secretaria Municipal da Educação. O indicado, como já antecipou a coluna, é o atual titular da Secretaria Municipal de Gestão, Rodrigo Alves, nome ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB).
Propostas na mesa
Para manter o atual secretário da Smed, Thiago Dantas, que é próximo ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto, Bruno Reis chegou a oferecer ao PSDB a Secretaria Municipal de Saúde, como revelou o Política Livre. Os tucanos só aceitariam mudar o acordo se fosse entregue, além da Saúde, mais uma pasta, como forma de compensação. As conversas chegaram a ser interrompidas diante do impasse, mas foram retomadas no sentido de contemplar o antigo desejo dos tucanos pela Educação.
Peso Muniz
O que pesa a favor do PSDB nas negociações é o fato de o partido ter o atual presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz. Caso contrário, dificilmente a sigla teria chances de ficar com a Educação. Muniz já disse em diversas ocasiões, em entrevistas à imprensa, que os tucanos precisam de um tratamento melhor por parte do prefeito depois do resultado das urnas em outubro, quando tiveram um desempenho melhor do que o Republicanos, que tem duas secretarias de peso político (Obras e Manutenção).
Corda esticada
O Republicanos ainda não respondeu oficialmente ao convite de Bruno Reis para que o vereador Luiz Carlos, presidente municipal da legenda, volte a ser o titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinfra). A avaliação é que a cúpula partidária estica a corda para ter outras benesses na gestão sabendo que o prefeito tem interesse particular na “subida” do ex-vereador e suplente Beca, de quem é muito próximo. Bruno avisou que aceita também a indicação do vereador Júlio Santos, da mesma sigla e que já comandou a pasta.
De Beca para Beca
Para que Beca se torne vereador, Bruno é pressionado até dentro de casa. A esposa do prefeito, Rebeca Cardoso, entrou de cabeça na campanha do suplente, representante da região de Luis Anselmo. A amizade entre eles foi ilustrada diversas vezes em eventos de campanha divulgados nas redes sociais do então candidato, que recebeu pouco mais de 7,6 mil votos – desse total, ao menos mil são atribuídos ao trabalho da primeira-dama da capital.
Suplente animado
Outro suplente que está animado com a possibilidade de assumir o mandato na Câmara de Salvador é o ex-vereador Orlando Palhinha (União). Com a certeza de quem vai sentar na cadeira, ele tem participado praticamente de todos os eventos da Prefeitura ao lado de Bruno. Como já antecipou a Radar do Poder, a expectativa é que o prefeito convide o vereador Alberto Braga (União) para a Secretaria de Inovação e Tecnologia ou mesmo a Companhia de Governança Eletrônica (Cogel). O edil topa qualquer parada para ir ao Executivo.
Mais autonomia
Aliados de Bruno Reis na Câmara esperam que o secretário de Governo da Prefeitura, Cacá Leão (PP), que confirmou nesta quarta (8) a pré-candidatura a deputado federal, tenha mais autonomia neste segundo mandato. A avaliação é que, embora todos elogiem o atendimento prestado por Cacá aos vereadores, faltaria a ele poder de decisão. Quem tem se queixado mais do secretário são os vereadores pepistas, sob a alegação de que faltou empenho para que o partido conquistasse um espaço maior na reforma administrativa.
Vereador atacadista
O vereador de Salvador Alexandre Aleluia (PL) decidiu sair em defesa dos empresários do setor atacadista e apresentou um projeto de lei que acaba com a obrigatoriedade de o segmento fornecer gratuitamente sacolas plásticas recicláveis aos clientes. Na justificativa, o edil afirmou que a legislação, de autoria de Carlos Muniz, é impraticável para o segmento em função dos custos. O texto não deve passar na Câmara.
Ônus da teimosia
Ao optar por lançar a candidatura do vereador Hamilton Assis próprio à presidência da Câmara de Salvador, o PSOL perdeu a chance de ocupar espaços relevantes na estrutura da Casa. Ficou fora da Mesa Diretora e também não deve comandar ou mesmo participar de comissões importantes. Nos tempos de Laina Crisóstomo, na legislatura passada, e de Marcos Mendes, na anterior, o partido optou por negociar, ao invés de entrar numa malfadada disputa apenas para marcar posição – ela foi procuradora da Mulher e ele vice-presidente da Comissão de Educação.
Senador submerso
O senador Angelo Coronel (PSD) submergiu após a entrevista do senador Jaques Wagner (PT), publicada esta semana no jornal A Tarde, na qual disse que seria “natural” uma chapa formada por três petistas nas eleições de 2026 – o governador Jerônimo Rodrigues e o próprio “bruxo” concorrendo à reeleição e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disputando o Senado. Sobraria a Coronel aceitar a vice, limando o MDB. O senador do PSD certamente se arrependeu de convidar Wagner para a confraternização que organizou tão caprichosamente em Praia do Forte no final do ano.
Reação ao “bruxo”
Por sinal, a entrevista de Jaques Wagner mexeu com os brios de alguns deputados do PSD. Segundo um desses parlamentares, a tendência agora é que o partido atue mais fortemente na Assembleia para impedir que o PT assuma o comando da Casa, mesmo que temporariamente, em caso de impedimento do atual presidente, Adolfo Menezes (PSD), postulante à reeleição. Além disso, a ordem é trabalhar em dobro para eleger o prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito, do partido, para a presidência da UPB.
Primos problemáticos
Há outro primo do deputado federal Elmar Nascimento (União) que já foi encarcerado pela Polícia Federal (PF) que aparece na foto de uma reunião entre amigos na qual está presente, usando tornozeleira eletrônica, o vereador de Campo Formoso Francisco Nascimento (União), um dos alvos da temida Operação Overclean. Trata-se de Thiago Nascimento (de camisa preta e bermuda clara), que, em 2023, foi preso pela PF por participar de um esquema de desvio de recursos na Codevasf, órgão controlado politicamente por Elmar.
Controle total
Aliás, Elmar Nascimento emplacou um outro primo, Murilo Nascimento (PSDB), na presidência da Câmara de Campo Formoso, o que representou uma derrota para o grupo liderado pelo principal adversário no município, Adolfo Menezes. Vale lembrar que o prefeito reeleito, Elmo Nascimento (União), é irmão do deputado federal. A família agora controla tanto o Executivo quanto o Legislativo da cidade.
Duelo antecipado
Mal esperaram o novo ano começar, os deputados Alan Sanches (União), estadual, e Félix Mendonça Júnior (PDT), federal, deram a largada para a campanha de 2026 em Santo Antônio de Jesus. Os dois espalharam outdoors pela capital do Recôncavo para se promover. Alan, postulante a uma cadeira na Câmara Federal, apostou em “colar” a imagem nas do prefeito reeleito Genival Deolino (PSDB) e do empresário Ditinho Lemos, que almeja uma vaga na Assembleia. Félix, que também é próximo do tucano, destacou os mais de R$25 milhões em emendas ao município.
Dor de cotovelo
O ex-prefeito de Castro Alves Thiancle Araújo (PSD) ainda não assimilou a derrota sofrida na disputa pela presidência do Consórcio Territorial do Recôncavo (CTR) e passa o tempo colocando a culpa em terceiros. A candidata dele, a prefeita de Conceição do Almeida, Renata Nogueira (PSD), perdeu a disputa para o colega de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), que contou com o apoio do deputado estadual Vitor Azevedo (PL), político com influência na região. Ednaldo toma posse no posto nesta quinta (9).
Pitacos
* O PP ainda não aderiu institucionalmente à base do governo do Estado, mas o deputado federal Cláudio Cajado, membro destacado do partido, se sentiu em casa ao ser recebido por Jerônimo na segunda (2).
* Ao lado do deputado estadual Eduardo Alencar (PSD), Cajado levou ao governador a prefeita eleita de Mundo Novo, Ana Paula de Oliveira (PSD), e pediu obras emergenciais para o município.
* Antes resistente a uma adesão ao governo, Cajado mudou de posição após a esposa dele, Andréia Xavier, ex-prefeita de Diás D’Ávila, ser cogitada para a Secretaria de Planejamento como parte do acordo para atrair o PP à base, com revelou o site.
* Jerônimo tem aberto a agenda nos últimos dias para receber, em Salvador, prefeitos eleitos que se queixam de terem recebido os municípios em situação calamitosa. Só que, ao menos até aqui, todos são da base do governo.
* Nesta terça (7), por exemplo, o governador recebeu o novo prefeito de Nazaré, Benon Cardoso (PSD), que alega ter herdado uma herança maldita da antecessora Eunice Peixoto (União), aliada de ACM Neto.
* O secretário da Casa Civil de Salvador, Luiz Carreira, disse a amigos mais próximos, em tom de brincadeira, que pretende ficar na gestão por mais dois anos apenas. Ele está na Prefeitura desde o primeiro governo de ACM Neto (União).
* Um dos amigos de Carreira respondeu que ele não só vai ficar os quatro anos como também deve ser lembrado novamente para compor a chapa majoritária na sucessão de Bruno Reis. Isso ocorreu em 2016, na reeleição de Neto.
* O novo prefeito de Alagoinhas, Gustavo Carmo (PSD), criou mais 100 cargos por meio de uma reforma administrativa aprovada pelos vereadores. Segundo a oposição, isso representa um custo de R$10 milhões anuais a mais no orçamento do município.
* Com poucos dias que deixou o cargo de prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT) já começou a “correr trecho” visando a eleição de deputado estadual. A prioridade é reforçar os acordos firmados no pleito de outubro.
“Confra” de Coronel
Na agitada confraternização alcoólica na tarde de domingo (20) na casa do deputado federal Diego Coronel (PSD), em Praia do Forte, o pai do parlamentar, o senador Angelo Coronel (PSD), também hospedado, recebeu até convidados que torcem para vê-lo longe da disputa pela reeleição. Entre os presentes, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), é o maior interessado. Mas também estavam lá o deputado federal Netto Carletto (PP) e o empresário Paulo Carletto, sobrinho e irmão do presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, que defende abertamente a troca do senador por Rui na chapa.
Filosofia chinesa
Nas rodas de conversa da confraternização, teve um deputado que brincou e usou uma frase do filósofo chinês Lao Tsé, mas que ficou famosa ao ser dita pelo personagem Michael Corleone, no segundo filme da trilogia O Poderoso Chefão, para explicar o convite a Rui e aos Carletto: “Mantenha os amigos sempre perto de você e os inimigos mais perto ainda”. O ministro, que não chega a ser inimigo do Coronel, claro, chegou no final da festa, por volta das 17h30, quando o senador Jaques Wagner (PT) já tinha saído.
Público heterogêneo
O deputado federal Léo Prates (PDT) não foi o único aliado de ACM Neto (União) presente no convescote de Praia do Forte. Também apareceram por lá o deputado federal José Rocha (União) e o filho, o deputado estadual Manuel Rocha (União). Até o ex-prefeito de Salvador Antonio Imbassahy (PSDB) deu o ar da graça. No total, mais de 200 pessoas estariam na festa. Com o bom humor de sempre, Coronel disse que a presença heterogênea sinaliza que todos querem que ele siga senador – pelo visto, não importa que seja pela oposição.
Planos do “bruxo”
Mas a presença de Leo ao lado de Wagner, de Coronel e do senador Otto Alencar (PSD), com direito a foto, foi o que causou maior rebuliço entre os aliados de ACM Neto. Isso porque o senador petista não esconde, nas conversas com os correligionários, o desejo de atrair o pedetista para a base governista. Para Wagner, Leo teria mais chances de ser candidato a prefeito com o apoio do PT, se mantiver a força eleitoral em 2026 na capital, do que com o aval do atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), cuja preferência seria pelo vice Ana Paula Matos (PDT) para sucedê-lo.
Alternativa consolidada
O deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD), que também foi anfitrião da confraternização de domingo, ainda não descartou totalmente a possibilidade de disputar o posto de primeiro vice-presidente da Assembleia. Mas a tendência é que ele brigue mesmo pela presidência, caso Adolfo Menezes (PSD) desista da reeleição ou seja impedido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o clã, Angelo teria se consolidado como “plano b” da maior parte da base governista e de toda a oposição.
Poder demais
Entre os que defendem que Angelo concorra ao posto de primeiro vice-presidente, a tese é a de que se o PT ficar com a cadeira, o que seria o natural por conta da proporcionalidade, o “risco” de o partido assumir o comando do Legislativo e concentrar poder demais é tão grande quanto o de uma medida do STF contra Adolfo, mesmo que para convocar uma nova eleição, como é a praxe. Só que o interino poderia concorrer com a “caneta na mão”, com a vantagem de distribuir benefícios. O PT deve indicar o deputado Rosemberg Pinto, que sempre sonhou com a presidência, para ser o substituto imediato de Adolfo.
Currículo avaliado
O empreendedor, consultor em diversidade e escritor Paulo Rogério Nunes é um dos nomes avaliados por Bruno Reis para ocupar duas secretarias na reforma administrativa: a de Cultura e Turismo (Secult) ou a de Reparação (Semur). Dono da agência de consultoria Vale do Dendê, de Salvador, Paulo tem a pegada afro de Pedro Tourinho, que se despediu da Secult no domingo (29), mas ainda não foi exonerado. No caso da Semur, a secretária Ivete Sacramento já revelou ao prefeito e ao Política Livre o desejo de sair .
Rápido no gatilho
Durante uma das coletivas no Festival Virada Salvador, Bruno Reis deu a entender que não pretende chamar um político para assumir a Secult e sim alguém com o mesmo perfil de Pedro Tourinho, oriundo da iniciativa privada. Com isso, os vereadores Cláudio Tinoco (União) e Duda Sanches (União), antes de cotados para a pasta, realizaram a movimentação para garantir vagas na Mesa Diretora da Câmara Municipal. Só que Tinoco foi mais rápido e obteve junto ao presidente Carlos Muniz (PSDB) a garantia da primeira-secretaria, segundo cargo mais importante do comando do Legislativo municipal.
Vereador do União
Duda, por sua vez, deverá ser o segundo vice-presidente da Mesa Diretora ou seguir como procurador da Câmara Municipal. Outro cotado da União Brasil para assumir uma função no Executivo, o vereador Alberto Braga não aspirou cargos na Mesa Diretora e segue na expetativa de ser convidado para assumir a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Semit) ou mesmo retornar à presidência da Companhia de Governança Eletrônica (Cogel).
Mudança de comando
A notícia sobre a possível saída do diretor de Prevenção à Violência da Prefeitura de Salvador, Maurício Lima, na reforma administrativa de Bruno Reis pegou muita gente na gestão municipal de surpresa. Como revelou o Política Livre, a estrutura deve ganhar um novo chefe por indicação do deputado federal Capitão Alden, do PL . Maurício é muito próximo de ACM Neto, que o colocou no cargo. Na dúvida sobre se sai ou se fica, o diretor mandou preparar um balanço do trabalho dele, destacando que a Guarda Civil Municipal, estrutura que comanda, passou por um processo de “transformação” nos últimos anos.
Válvula de escape
O presidente do PL da Bahia, João Roma, foi criticado por membros da legenda por não promover uma reunião do partido depois das eleições de outubro. Antes, os encontros eram frequentes, na sede, em Salvador. Talvez dando um tempo para distensionar as relações na legenda, onde uma crise foi instalada após o desempenho ruim no pleito, o acordo pelo apoio à reeleição de Bruno Reis e processos de expulsão, Roma tem se dedicado mais tempo à família e aos hobbies. No final de semana, foi flagrado tocando saxofone em uma festa na capital.
Tudo em família
Em Itapetinga, o novo prefeito Eduardo Hagge (MDB) não se conteve apenas em escolher a própria esposa Zezé Hagge como secretária de Desenvolvimento Social, o que para muitos é nepotismo. O emedebista também vai empregar como titular da pasta do Planejamento Yasmin Lima, mulher do antecessor e sobrinho Rodrigo Hagge (MDB). Eduardo manteve parte da equipe de Rodrigo. Apesar disso, o clima entre os dois segue tenso porque o tio deseja entrar na base de Jerônimo, enquanto o sobrinho quer ser candidato a deputado estadual no grupo de ACM Neto (União).
Trincheira comunista
Em Juazeiro, o deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB) emplacou indicados em três secretarias na gestão do novo prefeito Andrei Gonçalves (MDB): Obras, Desenvolvimento Social e Educação. Além disso, conseguiu o aval do emedebista para a candidatura do vereador Mitu do Sindicato (PCdoB) para a presidência da Câmara. Primeira liderança de peso na esquerda juazeirense a se retirar da disputa pela Prefeitura e declarar apoio a Andrei, Zó deverá ser o candidato a deputado federal a prefeito em 2026.
Tripé de casa
O deputado estadual Roberto Carlos (PV), que também tem Juazeiro como principal reduto político, é outro que terá influência direta sobre estruturas de peso no governo de Andrei, inclusive com dois familiares. O sobrinho Cláudio Fernandes assume a Secretaria de Meio Ambiente, enquanto o irmão, Celso Almeida Leal, a presidência da Autarquia de Abastecimento. O outro indicado do parlamentar é Giovanne Santos Silva, titular da pasta da Ordem Pública e Habitação – ele é um dos diretores do Juazeirense, clube de futebol da cidade que tem Roberto Carlos como presidente.
Plano adiado
O grupo de trabalho criado no final de 2024 pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Feira de Santana para a elaboração do Plano Municipal de Segurança deve ser desfeito pelo novo prefeito da Princesa do Sertão, José Ronaldo (União), que chegou a ser informado sobre a iniciativa do antecessor, Colbert Martins (MDB). O experiente Zé é construir o plano nos mesmos moldes do que está sendo feito na gestão de Bruno Reis em Salvador, com investimento de quase R$ 5 milhões.
Pitacos
* O deputado Elmar Nascimento (União) foi curtir os Lençóis Maranhenses neste final de ano, ao lado de outros parlamentares, incluindo Damião Feliciano (União-PB), a quem o baiano apoia como sucessor na liderança do partido na Câmara..
* Os ministros das Comunicações, Juscelino Filho, e do Turismo, Celso Sabino, ambos da União Brasil, também foram convidados. Nos tempos em que era candidato favorito a presidente da Câmara, Elmar costumava ser convidado para eventos do tipo na Bahia.
* Como já mostrou o Política Livre , Elmar apoia Damião para a liderança porque o paraibano defende a aproximação da União Brasil com o governo Lula (PT) . ACM Neto prefere o pernambucano Mendonça Filho, que é oposicionista.
*Quem visitou Lençóis há cinco dias, só que o município da Chapada Diamantina, foi o senador Cid Gomes (PSB-CE). Ele foi recebido pelo senador Otto Alencar (PSD). Cid veio articular um investimento privado em Ruy Barbosa, terra do baiano.
* O deputado Capitão Alden (PL) votou mais vezes contra o governo Lula na Câmara Federal do que a deputada Roberta Roma (PL), segundo levantamento feito esta semana pelo site Congresso em Foco.
* Alden só votou a favor de projetos do governo em 27% dos casos, enquanto colega de partido o fez em 31% das vezes. O outro parlamentar do PL, Jonga Bacelar, votou com o Planalto em 96% das pautas, mas ele não esconde de ninguém, com a sinceridade que ele é peculiar, que é um governante.
*Entre os parlamentares da bancada baiana do União Brasil na Câmara, quem foi menos ao governo foi Leur Lomanto Júnior. Em 78% das votações, ele votou com o Planalto.
* Os deputados estaduais também buscaram uma sorte na Mega da Virada. Organizaram um bolão que arrecadou cerca de R$ 30 mil. Mas não fez sequer um terno.
* O vereador Dilson Magalhães assumiu o comando do diretório do PP em Camaçari. O parlamentar mudou de lado no segundo turno da eleição e apoiou o prefeito Luiz Caetano (PT). Ele é ligado ao deputado federal pepista Cláudio Cajado.
* Virou moda entre os prefeitos que se despedem hoje dos mandatos divulgados nas redes sociais que deixam os cargos com as contas do Executivo em dia. O que deveria ser uma obrigação passou a ser um item de propaganda.
Curtidor do PT
Presidente do PL baiano, João Roma abriu diversas frentes de batalha ao acolher processo de expulsão contra deputados da sigla, visto internamente como perseguição para seguir no comando do partido. Com isso, se tornou também alvo de retaliações. Já há na sigla quem defenda também a punição do presidente da legenda em Salvador, João Neto, um dos principais assessores de Roma e que, nas eleições deste ano, teria apoiada a candidata do PT em Ourolândia, Yhonara Rocha. Ele, inclusive, curtia todas as publicações da petista nas redes sociais.
Pesos desiguais
Vale lembrar que o principal argumento do pedido de expulsão do deputado federal Jonga Bacelar e dos estaduais Vitor Azevedo, Raimundinho da JR e Diego Castro, movido por um filiado que até outro dia era aliado do PT (Comandante Rangel, de Barreiras), é a infidelidade partidária. Os três primeiros são acusados de caminhar com o petismo, e o último de ficar contra o PL nas eleições da maior cidade do oeste baiano. Sendo assim, José Neto também deveria estar na mesma lista.
Acolhida de Loyola
Adolpho Loyola (PT), chefe de Gabinete do governador Jerônimo Rodrigues (PT), acompanha o desenrolar da “caça às bruxas” no PL baiano. Em conversa com a coluna, ele prestou solidariedade a Vitor e a Raimundinho, que integram a base do Executivo estadual na Assembleia, e disse que pretende conversar com os dois sobre o futuro e a reforma administrativa. “No caso deles, há uma dificuldade de ocupação de espaço por conta do partido, mas eles são aliados nossos e vamos conversar”, pontuou.
A que fura poço
Por falar em acolhida, a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) na Assembleia já teria uma pedida para aderir a Jerônimo e migrar para um partido governista, aproveitando o ensejo da reforma administrativa: o controle da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). A ideia seria transformar a estrutura estadual numa espécie de Codevasf, que se tornou um poderoso instrumento do grupo fazer política e angariar votos, principalmente por meio da distribuição de tratores e maquinários agrícolas.
Pedida alta
O desejo dos liderados de Elmar de desembarcar da oposição foi noticiado esta semana pelo Política Livre (clique aqui para ler), mas ainda não existem conversas concretas com o governo. Fontes do Palácio de Ondina ouvidas ontem (26) pela coluna disseram que o governador tem interesse no movimento, visto como um duro golpe em ACM Neto (União), mas seria impossível ceder a CAR, hoje comandada por Jeandro Ribeiro, técnico qualificado e homem da confiança de Jerônimo e dos demais cardeais petistas.
Entusiasta petista
Após um passado de conflitos, Jerônimo e o PT se aproximaram de Elmar e vice-versa. Outro fator de sintonia é a defesa do deputado para que o União Brasil apoie a reeleição do presidente Lula. Um dos entusiastas do avanço da parceria é o comandante do PT da Bahia, Éden Valadares, que trabalhou para dirimir arestas da legenda à candidatura do parlamentar à presidência da Câmara. Com essa articulação, Éden chegou a obter o apoio dos petistas baianos na Casa ao outrora adversário, que, sem o aval do presidente Arthur Lira (PP-AL), acabou tendo que desistir da candidatura.
Segurar a Codevasf
A coluna apurou, no entanto, que Elmar não encontraria mais obstáculos no PT da Bahia caso seja convocado por Lula para assumir uma cadeira na Esplanada dos Ministérios, como ocorreu no início da montagem do governo. Na época, o deputado chegou a ser contato para a pasta da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional. Entretanto, a prioridade dele é manter o controle sobre a Codevasf no plano nacional e na Bahia.
Bancada dividida
Vale lembrar que parte da “bancada” de Elmar já tem votado com o governo, sobretudo o deputado Marcinho Oliveira (União). Também seriam a favor da adesão os deputados Júnior Nascimento (União) e Pancadinha (Solidariedade). Prefeririam ficar na oposição os deputados Robinho (União), Manuel Rocha (União) e Emerson Penalva (PDT), que também têm relações próximas com ACM Neto e com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União).
Contas de Carletto
Presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto garantiu à coluna que o partido terá, no início de 2025, 70 prefeitos, quantitativo superior aos 60 eleitos em outubro. “Para nós, seria o ideal, até porque 70 é o número do partido”, brincou. Na segunda (25), a maior parte dos eleitos em outubro pela agremiação se reuniu em um evento organizado pela sigla em Salvador, com a presença de Jerônimo. Na ocasião, a legenda declarou apoio à candidatura de Wilson Andrade (PSB), prefeito de Andaraí, à presidência da UPB.
Voto a voto
O Avante tinha uma candidata à presidência da UPB: Kitty Guimarães, de Taperoá, que abriu mão em favor de Wilson, presente no encontro. Apesar disso, um grupo de 26 prefeitos do partido fechou com Phellipe Brito (PSD), de Ituaçu, que também apareceu no evento e está na disputa há mais tempo pelo comando da entidade municipalista. Integram a “dissidência” os dois principais prefeitos eleitos pelo Avante: Fabrício Abrantes, de Brumado, e Nal Azevedo, de Guanambi.
Encontro casual
Depois de participarem do evento do Avante, Wilson e Phellipe se esbarraram ainda na sede do PP da Bahia, também na segunda (25), onde foram visitar o presidente do partido na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior. O dirigente pepista afirmou aos dois que a Executiva estadual irá se reunir para tratar exclusivamente da UPB. Apesar de o principal fiador da candidatura do prefeito de Andaraí ser da legenda – o prefeito reeleito de Jequié, Zé Cocá – não está descartado o apoio ao postulante do PSD.
Pé quente
Jerônimo Rodrigues virou sinônimo de pé quente em Castro Alves, depois da vitória do time da cidade sobre o Crisópolis pela final do Intermunicipal, em partida à qual o governador fez questão de assistir. O time foi campeão com 17 vitórias e um empate, terminando invicto, performance que chamou a atenção do petista. Quem também saiu prestigiado na vitória do Castro Alves foi o prefeito Thiancle Araújo (PSD).
Desvio do Ônix
Hábito que sempre irritou os petistas e foi abertamente criticado durante a fracassada campanha do grupo à Prefeitura de Salvador, a “tara” do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) por proteção policial para ele e toda a família continua à toda. Ele acaba de deslocar um veículo Ônix preto novinho, emprestado para a Assistência Militar da Vice-Governadoria, para dar apoio ao filho, o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB). Pelo visto, a Casa Militar do governador não está sabendo do desvio de finalidade do automóvel ou anda fazendo vistas grossas. O problema é que se continuar comendo mosca assim vai acabar trazendo problemas para Jerônimo. No caso de precisar, o Política Livre fornece a placa policial do Ônix.
Disputa tucana
Bruno Reis ainda nem decidiu criar a Secretaria do Esporte e Lazer, que seria desmembrada da pasta ligada à promoção social, mas a estrutura já é alvo da disputa de dois tucanos: Téo Senna, reeleito em outubro, e Felipe Lucas, que ficou na primeira suplência pelo partido. Felipe já disse que prefere ser secretário a assumir a cadeira de Téo, caso o correligionário vá para o Executivo. A reforma administrativa de Bruno segue em marcha lenta.
Pitacos
*Depois da acirrada campanha eleitoral, Jerônimo, ACM Neto e Bruno Reis se encontraram no maior clima de paz, ontem (27), no lançamento do Aliança Star, nova rede de saúde do Hospital Aliança. Dizem até que o encontro fez chover em Salvador.
* Presidente da UPB, Quinho Tigre (PSD), prefeito de Belo Campo, já decidiu qual será a data da eleição para o comando da entidade no biênio 2025/2026: dia 28 de janeiro.
* Nos meios políticos, ninguém leva a sério a candidatura do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), à presidência da UPB. No evento do Avante, na segunda, Ronaldo Carletto ironizou em conversa com aliados: “Nem sabia que estava no páreo”.
* Não anda boa a relação entre os deputados Angelo Coronel Filho e Ivana Braga, do PSD. Ela ficou constrangida ao testemunhar, no aniversário do colega, a candidatura dele à presidência da Assembleia ser abertamente lançada. E o time dele não cansa, nos bastidores, de criticá-la. Agora, é chamada de ‘identitária’.
* Aliás, esse movimento tem ganhado força, inclusive na oposição, embora ainda de forma reservada, e como uma alternativa caso o atual presidente, Adolfo Menezes (PSD), desista de concorrer à reeleição ou seja inviabilizado por conta da jurisprudência do STF.
* Por falar em Adolfo, nesta terça-feira (26) ele se reuniu com Geraldo Júnior, que o visitou na Assembleia. O deputado garante que a pauta com o vice-governador foi pessoal. Em se tratando do personagem em questão, tinha como ser diferente, Adolfo?
* Presidente do MDB da Bahia, Jayme Vieira Lima Filho não quer falar em candidatura a deputado federal tão cedo. Avisou aos mais próximos que não quer este assunto sendo tratado no encontro do partido com os prefeitos eleitos, nesta sexta (29), em Salvador.
* Quem já confirmou presença no encontro do MDB foram os ministros do Transporte, Renan Filho, que é do partido, e da Casa Civil, o Rui Costa (PT), além de Jerônimo e o senador Jaques Wagner (PT).
* O Solidariedade pretende reunir com Jerônimo, ainda em dezembro, os quatro prefeitos eleitos pelo partido em outubro. Presidente da sigla na Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo aposta que esse número vai dobrar até o pleito de 2026.
* A Câmara Municipal de Salvador deve entrar em recesso no dia 17 de dezembro, um dia antes da diplomação dos edis eleitos e reeleitos pela Justiça Eleitoral e depois de votar o orçamento da Prefeitura e mais uma leva de projetos apresentados por vereadores.
* O vereador Carlos Muniz (PSD), que preside o Legislativo em Salvador, só quer tratar da composição das comissões técnicas da Casa após o dia 2 de janeiro, quando será reeleito ao cargo. Quer evitar atritos neste momento com os colegas.
Coronel na chapa
Prefeitos da base do Executivo estadual, de diversas regiões da Bahia, planejam iniciar um movimento para defender a permanência do senador Angelo Coronel (PSD) na chapa encabeçada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026. A ideia surgiu entre gestores do próprio PSD, partido do senador que comanda o maior número de prefeituras na Bahia, mas já se ampliou para outras siglas. Presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) em vias de bater em retirada, o prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD), apoia a ideia.
Senador municipalista
Coronel tem a simpatia dos prefeitos por ser um senador municipalista. Além disso, ele é atualmente o relator do Orçamento Geral da União (OGU). O pleito de 2024 mostrou que as chamadas emendas PIX garantiram a reeleição de muitos gestores. Resta saber se a mobilização vai convencer o PT, que enxerga Coronel como provável vice de Jerônimo, enquanto as duas vagas ao Senado seriam disputadas pelo senador Jaques Wagner e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, caciques petistas. “Não tem como impedir a formação de uma chapa com três governadores. É imbatível”, avalia um influente deputado do PT.
Campanha em Brasília
Candidatos à presidência da UPB se encontram nos dias 18 e 19 de novembro, em Brasília, no evento organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) para prefeitos eleitos e reeleitos do Nordeste do país. Será o momento em que estarão em campanha aberta para o comando da entidade. Na disputa, os prefeitos de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), de Andaraí, Wilson Andrade (PSB), e de Medeiros Neto, Beto Pinto (MDB), já confirmaram presença.
Pé na estrada
Candidato de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), Phellipe tem percorrido a Bahia inteira em busca de apoios na eleição para a UPB. No final de semana, esteve no extremo-sul com o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL), e outros gestores municipais da região. Garante já contar com o aval de quase 170 colegas eleitos ou reeleitos em outubro e deve receber o apoio de Quinho, atual prefeito da entidade, que está em viagem com a família na Europa.
Poder absoluto
Aliás, deputados e outros políticos do grupo governista puderam sentir o poder decisório e de influência de Lucas Reis, que é candidato a deputado federal em 2026, no segundo turno da campanha de Luiz Caetano (PT) à Prefeitura de Camaçari. Tudo, absolutamente tudo, passou por ele, disse à coluna um empresário que tentou se aproximar, sem sucesso, do prefeito eleito na segunda etapa do processo eleitoral.
Escudo para Adolfo
Há duas teses engraçadas na Assembleia Legislativa sobre o vice ideal na chapa à reeleição do comandante da Casa, Adolfo Menezes (PSD). A primeira: o melhor nome é o do deputado Tiago Correia (PSDB) – assim, Jerônimo e os caciques governistas iriam atuar fortemente para evitar uma eventual queda do presidente pelo STF para impedir que a oposição assuma o posto. A segunda: o escolhido deve ser o deputado petista Rosemberg Pinto – assim, a oposição e até mesmo as siglas da base tentariam evitar a todo custo que o PT controlasse a Casa.
De praxe, mas…
Vale lembrar que é de praxe na Assembleia que o primeiro vice-presidente que assumir o comando da Casa por qualquer impedimento do titular convoque uma nova eleição para o cargo em até 30 dias. Mas isso não está escrito em lugar algum. Em 1986, o deputado Filemon Matos assumiu a presidência com a ida de Faustino Lima para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e não convocou nova eleição, permanecendo no posto até o início de 1987. O que ninguém tira é que o primeiro vice pode concorrer ao comando do Legislativo já com a caneta na mão.
Paulo Jackson
O PT estuda oferecer à oposição o comando da Fundação Paulo Jackson, que controla a TV Assembleia, para que a bancada apoie Rosemberg ao cargo de primeiro vice-presidente. A entidade já foi controlada pela minoria. Recentemente, já foram presidentes o advogado Igor Dominguez, atual assessor especial do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), e o jornalista Pacheco Maia, ex-secretário de Comunicação do antecessor ACM Neto (União). Quem está no posto hoje é Michele Gramacho, filha da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT).
Gabinete dividido
Suplente, a deputada estadual Jusmari Oliveira (PSD) teria decidido não assumir o mandato após a eleição do colega Eures Ribeiro (PSD) como prefeito de Bom Jesus da Lapa. Segundo apurou a coluna, ela já teria negociado a divisão dos cargos do gabinete com o segundo suplente, Marcone Amaral, ex-prefeito de Itajuípe, ficando com 70%. Caso Jusmari assumisse, Marcone seria nomeado para uma assessoria na própria Sedur. Ontem (05), Eures confirmou ao Política Livre que vai assumir a prefeitura (veja aqui).
Contraofensiva de Roma
A decisão do presidente do PL da Bahia, João Roma, de abrir processo disciplinar que pode resultar na expulsão dos deputados estaduais do partido – Diego Castro, Vitor Azevedo e Raimundinho da JR – foi mais uma retaliação do ex-ministro às críticas de que foi alvo em Brasília junto ao comandante nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. Lideranças da sigla no Estado, com e sem mandato, ideológicas e pragmáticas, pediram a cabeça do ex-ministro por conta do pífio desempenho nas eleições municipais.
Solução Aleluia
A Valdemar Costa Neto, foi sugerido, inclusive, que o partido na Bahia passasse a ser capitaneado por José Carlos Aleluia. Pai do vereador de Salvador Alexandre Aleluia, outro que não gosta de Roma, o ex-deputado federal apoiou Jair Bolsonaro (PL) e é conservador, porém visto também como um político com experiência e habilidade para tirar o PL baiano do buraco pela ala do partido que é próxima ao governo. Ele hoje é filiado ao União Brasil.
Balaio de gato
João Roma, que buscou a ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para minimizar o risco de perder o controle da legenda na Bahia, aceitou abrir processo disciplinar porque os três deputados estariam desrespeitando normas partidárias. No caso de Vitor e Raimundinho, isso é bem evidente, pois eles são da base de Jerônimo. A mesma postura não foi adotada, porém, em relação ao deputado federal Jonga Bacelar (PL), que apoia o presidente Lula (PT). Ou até mesmo contra a esposa do dirigente, a deputada federal Roberta Roma (PL), eleita em 2022 “casando” votos com petistas pelo interior. No caso de Jonga, o que se diz é que Roma sabe onde o boi arromba a cerca.
Prêmio por apoio
A ex-deputada estadual Mirela Macedo (União) deve ser a secretária de Saúde de Lauro de Freitas na gestão da prefeita eleita Débora Régis (União), conforme acordo firmado para que o empresário Teobaldo Costa (União) retirasse a candidatura no pleito deste ano. Como já mostrou a coluna, Mirela pretende tentar retornar à Assembleia em 2026. Ela espera contar com o apoio de Débora, assim como o deputado Pedro Tavares (União) e o prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo (União), que estarão na disputa.
Pela culatra
A possibilidade de o prefeito de Luis Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), ser candidato a deputado federal em 2026 desagradou o jovem Luiz Eduardo Guinle, sobrinho do empresário Luis Eduardo Magalhães, que pretende concorrer ao mesmo posto. Guinle esperava contar com o apoio de Marabá, tanto que já se reuniu com o prefeito em diversas ocasiões. Reeleito este ano, o pepista tem dito a aliados que são fortes as chances de concorrer.
Líder fortalecido
Candidato a deputado federal em 2026, o líder da oposição na Assembleia, Alan Sanches (União), saiu fortalecido das eleições municipais. Além da reeleição do filho Duda Sanches (União) como vereador de Salvador, o parlamentar manteve ou emplacou aliados em oito municípios, incluindo Santo Antônio de Jesus. Na capital, também apoiou para a Câmara Municipal o vereador Marcelo Maia (DC), o ex-vereador Demétrio Oliveira (União) e as lideranças Alex Mine (União) e Sônia Bievenido (União), que, no entanto, não tiveram êxito.
Pitacos
* Os deputados da federação formada por PT, PCdoB e PV se reúnem na próxima terça (12) para formalizar apoio à reeleição do deputado Adolfo Menezes (PSD) à presidência da Assembleia e tratar dos demais cargos da Mesa Diretora.
* Caso o deputado Rosemberg Pinto seja candidato a primeiro vice-presidente da Assembleia, o favorito para assumir a liderança da base do governo é o deputado Robinson Almeida (PT), o que a oposição, em privado, diz que será ‘uma delícia’.
* Por falar em Adolfo, que fez aniversário esta semana e contou com a presença, em festa surpresa, até do governador, ele tem demonstrado que dialoga com todas as forças políticas da Bahia. Esta semana, por exemplo, esteve reunido com João Roma.
* O deputado estadual Roberto Carlos (PV) tem feito as contas para decidir se será candidato a federal em 2026 ou se vai disputar a reeleição. Prefeito eleito de Juazeiro, Andrei Gonçalves (MDB) quer que o “verde” concorra a uma cadeira na Câmara.
* O deputado estadual Pedro Tavares (União) garante que não ficou com ciúmes do encontro entre o colega Diego Castro (PL) e o prefeito eleito de Ilhéus, Valderico Júnior (União). Tem convicção na fidelidade do aliado para 2026.
* A vereadora de Salvador Débora Santana (PDT) tem se oferecido para ser a secretária de Saúde no segundo governo de Bruno Reis. Como diz o ditado, “quem não chora, não mama”.
* No Halloween, o vereador eleito Omar Gordilho (PDT) compareceu a evento fantasiado dele mesmo, ou seja, do personagem Buzz Lightyear, da animação Toy Story, da Disney.
* Prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB) descartou assumir uma secretaria no governo do sucessor José Ronaldo (União). Ele admitiu, no entanto, que vai colaborar com indicações para a gestão.
* Na campanha, José Ronaldo fez de tudo para esconder Colbert, diante do desgaste do emedebista. Passada a eleição, no entanto, o prefeito eleito tem defendido até o nome do aliado para deputado federal.
* Presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima convidou o prefeito de Itacaré, Antonio de Anízio (PT), a se filiar ao ninho emedebista. O petista elegeu o sucessor no pleito deste ano e pretende concorrer a deputado estadual em 2026.