Radar do Poder

Radar do Poder: O dilema familiar da vereadora, o prefeito-alvo, a enrascada da primeira-dama e a luz amarela do PSD na capital

radar do poder | 24 julho 2024

Dilema familiar

Candidata predileta de ACM Neto (União) na disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Roberta Caíres (PDT) provocou um certo mal-estar entre aliados na capital ao tentar explicar o apoio da mãe, a missionária Gorete Caires, à pré-candidatura da deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD) à Prefeitura de Porto Seguro. Gorete, tida como uma liderança evangélica no município da Costa do Descobrimento, estará no mesmo palanque do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Palanques opostos

Na maior cidade do Extremo-Sul, onde Roberta morou por anos e chegou a ser candidata a prefeita, ACM Neto pretende apoiar a reeleição do prefeito Jânio Natal (PL) ou o postulante do PSDB, o empresário Luigi Rotunno. Ou seja, num município estratégico para a oposição a Jerônimo, a vereadora não assegurou a fidelidade da própria família ao grupo do principal padrinho político na capital, que ainda é visto como o único que pode garantir a reeleição da pedetista.

Munição aos ínvidos

O dilema familiar de Roberta Caíres virou munição entre os vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União), já enciumados com o apoio velado de secretários e dirigentes do Executivo municipal à vereadora do PDT em áreas como educação e assistência social. “Ao longo de quase quatro anos, ela, sempre ausente, nunca cuidou das próprias bases. Agora, precisa mais do que nunca da ajuda para se eleger, enquanto a maioria de nós nem sempre é atendida como deveria”, protestou um ínvido edil.

Alvo no Subúrbio

Outro que tem sido alvo da ira dos vereadores da base de Bruno Reis é o prefeito-bairro do Subúrbio, Afonso Rocha. Ele é acusado de trabalhar exclusivamente para favorecer a pré-candidatura de Marcelinho Guimarães (União), que investe alto na disputa proporcional. Os edis dizem que é normal os prefeitos-bairro trabalharem para eleger alguém, mas articular para “roubar” liderança ou prejudicar aliado não pode. Afonso estaria agindo, inclusive, pelas costas do prefeito.

Trator civilizado

Embora seja considerado um “trator” nas comunidades onde atua, o presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), tem sido elogiado por membros do bloco de sustentação de Bruno Reis no Legislativo pelo comportamento pré-eleitoral. Ao contrário do hoje vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que não considerou ninguém em 2020, quando concorreu à reeleição como chefe do Poder, Muniz evita a todo custo entrar nas bases de aliados. Com isso, marca pontos para se reeleger presidente.

Sou a Universal

Por outro lado, o vereador Luiz Carlos (Republicanos), que sonha em ser o próximo presidente da Câmara Municipal de Salvador, perdeu influência com os colegas ao utilizar a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Serin), quando ocupava o posto de chefe, até abril, para priorizar a si próprio e aos edis e pré-candidatos ligados à Igreja Universal. O resultado que é Luiz Carlos pode, sim, ser novamente o vereador mais votado, como foi em 2020, mas o plano de se eleger presidente ficou pelo caminho. Vale lembrar que a Serin segue sob a influência do evangélico.

Luz amarela

Como havia antecipado o Política Livre, o vereador Edvaldo Brito (PSD) não vai disputar a reeleição. Ele e o filho, o deputado Antonio Brito (PSD), irão apoiar a candidatura de Carlos Kleber (PSD), ex-secretário de Habitação da Conder. O sinal amarelo, no entanto, foi ligado. Os Brito identificaram que ao menos cinco pré-candidatos do PSD, na faixa dos mil votos, cogitam desistir da disputa para apoiar aliados de Bruno Reis. Isso pode atrapalhar os planos da sigla de eleger um, pois, sem o carisma de Edvaldo, cai o voto de opinião da legenda.

Mão na massa

Vereadores e dirigentes partidários que apoiam a candidatura de Geraldo Júnior disseram à coluna, ao longo desta semana, que o presidente da Conder, José Trindade (PSB), entrou de vez na campanha para ajudar os candidatos da chapa proporcional com intervenções pontuais em comunidades da cidade. Antes, para quem não lembra, a queixa era de que o órgão estaria fazendo corpo mole. A mudança deu uma injeção de ânimo nas bases de Jerônimo na capital e pode favorecer o emedebista.

Elo vinculante

Por falar em José Trindade, ele apoia a candidatura do ex-chefe de Gabinete da Conder, Humberto Neto, a vereador. O detalhe é que Humberto trocou o PSB pela Rede no prazo de filiações, para facilitar o caminho rumo à Câmara. E a Rede forma uma federação com o Psol, que tem como postulante ao Palácio Thomé de Souza o cientista social Kleber Rosa. Ou seja, Trindade também é visto com excepcional carinho na chapa que diz representar, de fato, a esquerda na capital baiana.

Briga socialista

No PSB, a avaliação é que cinco nomes brigam por duas vagas na Câmara Municipal: o vereador Sílvio Humberto; o vice-presidente estadual da sigla, Rodrigo Hita; o presidente do Sindicado dos Servidores da Prefeitura, Bruno Carinhanha; a liderança de Boa Vista do São Caetano Samuel Nonato; e o cantor, ex-vereador e ex-deputado Igor Kannário, cuja candidatura será confirmada na convenção de Geraldo Júnior. A deputada federal Lídice da Mata, presidente da sigla na Bahia, torce muito por Hita.

Endinheirados e incautos

Embora a Justiça Eleitoral tenha definido o limite de pouco mais de R$ 586 mil para os vereadores gastarem na campanha de Salvador, tem pré-candidatos que estimam torrar até R$ 3 milhões. Há novatos, e gente que tenta retornar ao Legislativo sem ter feito um bom trabalho de base, esbanjando com lideranças pelos bairros da capital e prometendo fazer um esforço gigantesco na reta final. Nesses tempos, o mercado da enganação também opera em alta entre as lideranças, montando armadilhas aos incautos.

Lugar ao sol

Membros da base do governador apontam que Jerônimo finalmente intensificou as articulações visando as eleições de outubro. Até parlamentares do PSD, que andavam criticando o petista, passaram a elogiá-lo. Jerônimo foi decisivo, por exemplo, na articulação para que o deputado federal petista Zé Neto se licenciasse do mandato, resolvendo entraves com o PT e o PSD. Como ninguém é perfeito, o grupo dos chamados novos aliados, formado por deputados do PP, Solidariedade, Podemos e PL, ainda aguarda um lugar ao sol no primeiro escalão.

Regresso de Augustão

Em Ilhéus, por exemplo, uma articulação conduzida por Jerônimo pode tirar o atual vice-prefeito Bebeto (PSB) da chapa liderada pela pré-candidata do PT, Adélia Pinheiro. O governador trabalha para que o vereador Augustão, lançado como pretendente à Prefeitura pelo PDT, seja o vice da petista, se retirando da disputa. Em troca, o governo se empenharia para eleger Bebeto deputado federal ou estadual em 2026. O acordo, se selado, pode tornar Adélia favorita a vencer o pleito. Augustão já foi do PT.

Dormindo com o inimigo

Ainda sobre Ilhéus, a deputada estadual Soane Galvão ficou numa situação delicada com o rompimento do partido dela, o PSB, com o prefeito Mário Alexandre (PSD), com quem é casada. A primeira-dama quer deixar a legenda, mas já soube que, se o fizer, o partido pode pedir o mandato dela na Justiça Eleitoral por infidelidade. Ela já enfrenta um processo na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico, referente ao pleito de 2022, que pode tirar-lhe o mandato. O prefeito lançou a pré-candidatura do ex-secretário Bento Lima (PSD).

Candidata do coração

Com uma gestão mal avaliada, o prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), não se ajuda na tarefa de tentar viabilizar a reeleição. No início deste mês, ele se ausentou de uma agenda de Jerônimo na cidade vizinha, Capim Grosso. Chateado com o comunista, o governador se sentiu livre para seguir o coração e fazer um afago na pré-candidata do PSB em Jacobina, a dentista Mariana Oliveira, que deixou o PT para poder concorrer em outubro. Jerônimo chamou a ex-petista para ficar pertinho dele, na frente do palanque.

Previdente

A “Operação Ceres”, do MP baiano, que desbaratou um esquema de corrupção existente no Inema envolvendo funcionários, mostrou que o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Sodré, estava certíssimo ao ter dado uma boa mexida no órgão subordinado à pasta assim que a assumiu. Iniciativa de quem tem um pendor especial para a gestão e fareja problemas à distância.

Pitacos

* A federação PSDB/Cidadania realizou, nesta quarta (24), uma convenção em Salvador para adiantar a documentação dos postulantes a vereador. A festa mesmo dos tucanos acontece nesta quinta (25), na oficialização de Bruno Reis como candidato.

* Por falar em PSDB, o agora tucano Adriano Meirelles, ex-vereador e pré-candidato a retornar à Câmara em outubro, promove um evento político no sábado (27), no Subúrbio, com as presenças de Bruno Reis e do secretário de Governo, Cacá Leão (PP).

* Com a desistência de Sérgio Kabrocha (PSD) em concorrer a uma cadeira na Câmara de Salvador este ano, o ex-deputado e ex-vereador Paulo Câmara (PSDB) vai apoiar a candidatura do empresário Rodrigo Amaral (PSDB).

* Aliado de Bruno Reis, embora esteja no PV, partido que fechou com Geraldo Júnior, o vereador André Fraga decidiu: não vai nem à convenção do prefeito e nem na do vice-governador. Quer evitar problemas de ordem legal e política.

* Além de Juazeiro, a federação formada por PT, PCdoB e PV tem que resolver, na reunião desta quinta (25), impasses para a definição de candidaturas em cerca de 20 outros municípios de menor porte.

* O deputado estadual Eures Ribeiro vai colocar no mesmo palanque na eleição para a Prefeitura de Bom Jesus da Lapa o PSD, partido dele, o União Brasil, o Republicanos, o PSB e o PP. Aliança heterogênea para tentar retomar a Prefeitura.

* Pré-candidato do PDT em Itabuna, o médico Isaac Nery disse nesta quarta (24) a aliados que se mantém na disputa, ou seja, não vai aceitar ser vice do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), como quer ACM Neto.

* Em Feira, a aliança do PDT com o União Brasil pode dar xabu. Com a relação azedada por conta de desacertos em grandes cidades, a exemplo de Itabuna, os pedetistas podem deixar José Ronaldo e apoiar Zé Neto.

* Para tentar atrair o MDB, o pré-candidato do PT em Barreiras, Tito Cordeiro, ofereceu entregar, caso eleito, o comando da Secretaria Municipal de Saúde à ex-vereadora Karlúcia Macedo, postulante do MDB. Karlúcia recusou.

* Pré-candidata do MDB em Conceição do Coité, Val divulgou o convite da convenção com Jerônimo e o presidente Lula na foto. O detalhe é que lá o governador ficará neutro, uma vez que o PT também lançou candidato: o ex-prefeito Assis.

Radar do Poder: A armadura de Lucas Reis, o vigor de Otto Alencar e os candidatos de Bruno Reis e ACM Neto

radar do poder | 17 julho 2024

Amigo do senador

A insistência do dirigente petista Éden Valadares em manter a pré-candidatura do ex-prefeito Isaac Carvalho em Juazeiro, mesmo diante da inelegibilidade do aliado, passa também pela eleição de 2026. O projeto é fortalecer o nome de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), para a disputa de deputado federal. Isaac, que tem grande potencial eleitoral no quinto maior município do Estado, já teria assegurado apoio a Lucas. Com a caneta na mão, poderia, naturalmente, transferir muito mais votos.

Tônus muscular

O PT baiano busca, a pedido de Wagner, que aposta em seu plano de renovação da agremiação praticamente todas as fichas no assessor, dar musculatura a Lucas Reis em grandes municípios do Estado, o que envolve articulações já em 2024. Em Barreiras, maior cidade do Oeste, o pré-candidato petista Tito, ex-deputado federal, já assegurou apoio ao candidato em 2026 se for eleito prefeito. Essa estratégia em favor do pupilo do senador desagrada aliados de outras siglas, que se queixam que Wagner concentra suas atenções eleitorais apenas em Lucas.

Peça de ficção

Uma das queixas é que o conselho político, que se reuniu pela última vez em dezembro de 2023, virou peça de ficção, apesar das promessas do governador Jerônimo Rodrigues de que dialogaria com os aliados sobre a política no interior. “O tal conselho agora se limita ao governador, a Wagner e a Éden e só serve para discutir como favorecer os candidatos petistas de 2024 e de 2026”, comenta, sem disfaçar a inveja, um importante membro da base. No domingo (14), inclusive, os três se reuniram no CAB e trataram também das eleições.

Política hereditária

Voltando a Barreiras, depois de escolher um até outro dia adversário de Jerônimo como vice, deixando fora da chapa partidos aliados como o MDB e o PSD, Tito irritou ainda mais parcela significativa da base do governador no município ao sinalizar que pretende apoiar o próprio filho, o advogado Ayrton Cordeiro, na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, em 2026. No governo, dizem que a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD), só não rompeu para não perder a ‘boquinha’.

Fila andou

Como já revelou a coluna, as articulações de Tito, além de afastarem Jusmari, que quer retornar à Assembleia, colocam a pré-candidata do MDB em Barreiras, ex-vereadora Karlúcia Macedo, como virtual vice na chapa do pré-candidato a prefeito do PP, Danilo Henrique. O petista escolheu como companheiro de chapa o atual vice-prefeito, Emerson Cardoso, que era do União Brasil e se filiou ao Avante por articulação do secretário-geral da sigla na Bahia, Pablo Barrozo, outro que deseja voltar à Assembleia.

Animal político

Se já costumava receber cerca de 25 pré-candidatos a Prefeituras no escritório de Salvador durante a semana, o senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, vai  intensificar ainda mais a agenda durante o recesso de meio de ano do Congresso. Somente entre segunda (15) e terça (17), ele recebeu 46, de diversos partidos. O ritmo deve explicar, quando nada em parte, o que leva o PSD a ter hoje 125 prefeitos na Bahia. A dificuldade de Otto agora é escolher em quais convenções ir no interior.

Osso do MDB

O MDB busca estender a tese defendida por Otto Alencar e Jaques Wagner, relativa a titulares de postos executivos, de que a reeleição em 2026 é um direito de quem está no cargo. Ou seja, dentro dessa lógica, caso o vice-governador Geraldo Júnior, que é emedebista, perca a disputa pelo Palácio Thomé de Souza, também teria automaticamente a prerrogativa de ser mantido na chapa governista. Caso ganhe, no que pouca gente acredita, valeria uma nova discussão, disse à coluna um político próximo aos Vieira Lima, que não estão dispostos a largar o osso de Jerônimo.

Fora da rabada

Dentro da federação, o PT deve lançar 20 candidatos a vereador em Salvador, o PV 13 e o PCdoB 11. A conta revela que os comunistas seguem adeptos da velha tática, aplicada desde as coligações, de apostar mais na qualidade do que na quantidade. Os petistas não gostam nada disso e acusam os comunistas, que deveriam, em tese, apresentar mais postulantes do que os “verdes”, de mais uma vez não contribuírem com a chamada “rabada” (lista de postulantes de menos votos), embora se favoreçam com ela.

Contas da federação

O PCdoB acredita que pode fazer até três vereadores (hoje tem dois). O PV, que tem um – André Fraga, aliado do prefeito Bruno Reis (União) – acha que tem condições de eleger dois – são cotados pela legenda como possíveis surpresas os pré-candidatos Irmã Day e Arthur Portela, lideranças comunitárias que apoiam Geraldo Jr. Essas contas são formuladas com base numa redução do número de edis do PT, hoje com quatro, uma vez que a federação não elege nove. Os mais otimistas apostam em sete.

Candidatos do coração

O PDT tem os dois candidatos a vereador prediletos de Bruno Reis e do antecessor ACM Neto (União). Bruno quer ver o ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho eleito. Já Neto mexe os pauzinhos em favor da reeleição da vereadora Roberta Caires. A conta é que os pedetistas elegem de três a quatro vereadores. Estão na briga ainda os vereadores Anderson Ninho e Débora Santana e o ex-diretor da Codecon, Zilton Neto, que tem o apoio do deputado Leo Prates (PDT) e ficou com parte das lideranças que apoiavam Roberta, como já revelou a coluna.

Guerra santa

Dizem que quem deve perder a cadeira nessa briga é Débora Santana. O apresentador Uziel Bueno, de quem a edil é esposa, andaria, inclusive, irritado com Bruno Reis, sob a suspeita de que o prefeito não estaria preocupado como deveria com a reeleição da companheira. Uma das ameaças a Débora é a pré-candidata Tia Jove, do PSDB, que vem forte para ficar com uma vaga – ambas disputam votos no segmento evangélico da cidade.

Língua grande

Está no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a decisão sobre se a BYD vai herdar os benefícios fiscais da Ford em Camaçari. Segundo fontes da bancada baiana, a decisão deve ser favorável à montadora chinesa, mesmo o ministério não tendo gostado nada de declarações recentes do representante da empresa no Brasil, Alexandre Baldy, de que a pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) era retrógrada no estímulo à produção de carros com baixa pegada de carbono.

Sinal de fumaça

Membros da bancada baiana na Câmara Federal acreditam que a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), na festa de aniversário organizada pelo deputado Elmar Nascimento, em Brasília, na semana passada, serviu para o petista sinalizar aos aliados na Bahia de que pode construir caminhos alternativos visando o próprio futuro político. Dias antes, Rui deixou de comparecer ao evento organizado pelo deputado Antonio Brito, do PSD, que trabalha pela reeleição do senador Ângelo Coronel, em 2026.

Diálogo aberto

Liderança no sul da Bahia, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) já abriu conversas com o PP buscando apoio da sigla à candidatura da ex-secretária de Educação Adélia Pinheiro (PT) em Ilhéus. Diante da desistência do ex-prefeito Jabes Ribeiro, que era o postulante pepista, o parlamentar estabeleceu um diálogo com o secretário de Governo de Salvador, Cacá Leão (PP). Jabes ficou irritado com o União Brasil, que manteve a pré-candidatura menos competitiva, do empresário Valderico Júnior.

Nunca beberei

“Para mim foi uma surpresa a desistência de Jabes porque ele aparecia, nas pesquisas internas que vi, com uma performance melhor do que a de Valderico. Gostaria muito de ter o apoio de Jabes, que tem história na cidade. Vou conversar pessoalmente com ele, assim como com outros aliados de Adélia”, disse Rosemberg à Radar do Poder. Questionado sobre se aceitaria ser vice de Valderico, como é o desejo do União Brasil, Jabes respondeu taxativo: “Jamais”.

Pitacos

* Ainda sobre Ilhéus, difícil mesmo vai ser Rosemberg conversar com Bento Lima (PSD), pré-candidato lançado pelo prefeito Mário Alexandre (PSD). Bento acionou o petista na Justiça por divulgação irregular de pesquisa eleitoral.

* Tudo porque, numa entrevista a uma rádio local, o deputado do PT afirmou que Adélia estava crescendo, enquanto a rejeição a Bento aumentava, o que já foi constatado por outras legendas do governo e da oposição. Rosemberg não citou nenhuma pesquisa.

* A articulação do secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso (PT), que convenceu Jerônimo Rodrigues a apoiar a pré-candidatura de Cyro Novais (MDB) em Serrinha, desagradou parte da militância petista na cidade, que queria a cabeça de chapa.

* Além do ex-deputado Gika Lopes (PT), que tinha o apoio quase solitário de Osni, de quem é liderado, o presidente municipal da legenda, Sandro Magalhães, também estava no páreo. Ele confirmou à coluna a desistência.

* Os deputados federais Ricardo Maia (MDB) e Gabriel Nunes (PSD) vivem uma intensa disputa pela hegemonia política na região nordeste da Bahia. Em 90% das cidades por lá, estão em palanques opostos, mesmo sendo da base de Jerônimo.

* Prefeito de Barreiras, Zito Barbosa (União) assumiu o papel de coordenador da campanha do sucessor, o vereador Otoniel Teixeira (União). Coube também ao gestor escolher o vice na chapa, o ex-procurador-geral do município Túlio Viana (União).

* Presidente do Solidariedade na Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo garante que não há possibilidade de o colega de Assembleia e de partido Pancadinha desistir da pré-candidatura em Itabuna.

* Alguns políticos dizem que uma pesquisa vai decidir o candidato da oposição em Itabuna, insinuando que Pancadinha poderia ceder em favor de Capitão Azevedo (União) ou Isaac Nery (PDT). “Isso não vai acontecer”, garante, taxativo, Luciano Araújo.

* Após a especulação de que vai desistir da pré-candidatura em Feira de Santana, que começou a circular ontem, o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) tomou um “chá de sumiço”. Desligou o telefone.

*Adversários de Bruno Reis ficaram incomodados com a foto publicada pelo prefeito, ao lado da vice Ana Paula Matos (PDT), na qual os dois formam o número 44 com as pernas. Enquanto eles se divertiam, chamaram de “sem graça”.

Radar do Poder: A resenha dos vaqueiros, a inveja contra o assessor de Wagner, o mensageiro de Ilhéus e Geddel fora da campanha

radar do poder | 10 julho 2024

Encontro marcado

O encontro casual entre o prefeito Bruno Reis (União) e o presidente do PP baiano, Mário Negromonte Júnior (PP), em Curaçá, durante a Festa do Vaqueiro, no sábado (06), gerou especulações, muitas “plantadas” por aliados do próprio governo estadual, de que a cúpula pepista estaria se afastando do Palácio de Ondina. A realidade, no entanto, é que, a pedido dos deputados estaduais e de prefeitos da sigla, o comando do PP pretende afinar o diálogo com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) logo após as eleições.

Origens no couro

Bruno, por sinal, costuma marcar presença na Festa do Vaqueiro, que é da região norte do Estado – ele só nasceu em Petrolina (PE), do lado de Juazeiro, que fica a 90 quilômetros de Curaçá. Nas redes sociais, escreveu que foi renovar as energias onde tudo começou. Jerônimo também esteve presente, mas não se encontrou com o prefeito de Salvador. O governador lembrou que é filho de vaqueiro. Para os dois, o PP lembra do ditado: “do couro sai a correia”.

Aliança bolsonarista

Quem faltou à festa, mesmo com a presença do governador, foi o ex-prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PT), pré-candidato este ano. Dois motivos são apontados como justificativa da ausência: jogou a toalha sobre o pleito de 2024 diante da inelegibilidade ou, o que é mais provável, ficou com vergonha de Jerônimo pelo apoio ao bolsonarista Adriano Araújo (Podemos) na disputa pela Prefeitura de Curaçá. Lá, o PT lançou Murilo Bomfim (PT), considerado por Isaac um político sem palavra.

Autointitulado vaqueiro

O candidato apoiado por Isaac em Curaçá é o mesmo do atual prefeito Pedro Oliveira (Podemos), de quem o petista é aliado e que já presentou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com um gibão de couro. Todos os demais postulantes em Juazeiro da base de Jerônimo – os deputados Zó do Sertão (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), o empresário Andrei Gonçalves (MDB), o ex-prefeito Joseph Bandeira (PP) e o advogado Márcio Jandir (PP) – estiveram na festa. Faltou só aquele que se autointitula vaqueiro.

Fiador do norte

Mas manter Isaac na disputa segue como prioridade absoluta para o presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, segundo quem os problemas do aliado na Justiça Eleitoral serão resolvidos a tempo. A determinação é tanta que o dirigente chegou a pedir ao deputado federal Mário Negromonte Júnior que o PP não embolasse ainda mais a sucessão lançando Márcio Jandir, que já foi petista, para apoiar o ex-prefeito. Como já lembrou a coluna anteriormente, Jandir saiu do PT justamente para poder ser candidato.

Questão de honra

Para o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), se tornou uma questão de honra manter o Agir entre os partidos aliados na disputa pela Prefeitura de Salvador. A sigla é comandada indiretamente pelo deputado estadual Júnior Muniz, que é petista, mas defende o apoio à reeleição de Bruno Reis. Internamente, o candidato do MDB abriu guerra contra Muniz. Para ele, caso o partido, como é a tendência, fique com o prefeito, vai reforçar o discurso de que ele não agregou toda a esquerda, embora de esquerda, como todo mundo sabe, o Agir não tenha nada.

Apoio evangélico

A tese sobre o Agir é tão verdadeira que o candidato a vereador de Júnior Muniz em Salvador será o evangélico e conservador Ricardo Almeida (DC), postulante à reeleição e fiel aliado do Palácio Thomé de Souza. O Agir, que não montou chapa competitiva, deve ficar de fora da Câmara Municipal em 2025. A legenda é comandada pela filha do deputado do PT, Társsila Muniz, que, a exemplo do que foi Alex Futuca no comando do MDB, onde quem manda mesmo são os Vieira Lima, é figurante na política com função burocrática.

Mensageiro errado

Em Ilhéus, a pré-candidata do PT, Adélia Pinheiro, pediu ao líder do governo na Assembleia, o petista Rosemberg Pinto, que converse com Júnior Muniz para ter o apoio do Agir. O gesto demonstrou a pouca habilidade política da petista, que vai disputar a primeira eleição. Ela não sabia que Muniz não gosta de Rosemberg e a reciproca também é verdadeira. Ou seja, no “leilão” pelo Agir, a sigla avança nas conversas com a oposição no município.

Dois pesos

Correligionários de Geraldo Júnior ficaram animados com a pesquisa divulgada esta semana pela Record. Eles acreditam que duas pessoas podem mudar o jogo a favor do emedebista: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Conder, José Trindade (PSB). O primeiro precisa reforçar e explicitar o apoio político e o outro entrar na campanha com a força da caneta para a realização de intervenções que rendam votos nos bairros de Salvador.

Pecado capital

É motivo de inveja entre aliados do governo baiano a desenvoltura aérea de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), que tem percorrido o interior baiano de avião top de linha visando arregimentar apoios já de olho na eleição para deputado federal em 2026. Recentemente, Reis provocou alvoroço ao desembarcar em Mundo Novo para o lançamento da candidatura de um empresário à Prefeitura.

Preço da fidelidade

Em Ipirá, Jerônimo irritou os emedebistas locais ao declarar, em entrevista de rádio, apoio à pré-candidatura de Thiago do Vale (PSD), nome lançado pelo prefeito Dudy (PSD) à sucessão municipal. Isso porque havia um entendimento de que o governador marcharia com Nina Gomes (MDB), esposa do ex-deputado estadual Jurandy Oliveira (MDB), que, quando estava no PP, em 2022, se manteve fiel ao petista mesmo com a sigla indo para a oposição.

Ruim de jogo

Insatisfeitos com a postura do ex-deputado federal Tito, pré-candidato petista em Barreiras, os emedebistas devem compor com o concorrente do PP, o jovem Danilo Henrique. Com isso, a companheira de chapa do pepista deve ser Karlúcia Macedo (MDB), que era pré-candidata, já foi vereadora, vice-prefeita e secretária municipal. Sem negociar os interesses dos aliados, Tito ofereceu a segunda posição na chapa ao outrora adversário Emerson Cardoso (Avante), que é o atual vice-prefeito.

Presença digital

Não é só o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que vai ficar de fora, ao menos presencialmente, da campanha eleitoral deste ano, inclusive em Salvador. Outro cacique da política local cuja participação será restrita é o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). Ele fará, nos próximos dias, ao menos três novas cirurgias no joelho por conta de uma infecção na prótese que colocou. Mas Geddel seguirá ativo nas redes sociais, onde costuma fazer barulho.

Inversão de tendência

Bastou começar a dar visibilidade ao seu trabalho na cidade para as pesquisas inverterem a tendência de derrota do prefeito de Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino (PSDB). Ele teria passado à frente dos adversários, começando a abrir vantagem. Um dado interessante: atualmente a aprovação dele no município seria superior às do governador Jerônimo e do presidente Lula (PT).

Não fazendo e morrendo

“Wedo”. Separando as palavras em inglês “We do” e, traduzindo, seria “a gente faz”. Não é bem isso que a empresa que carrega o nome descolado vem fazendo no mercado. Responsável por revestimentos em pisos, paredes e madeira, vem levando seus clientes ao desespero com atrasos e não cumprimento de prazos. E, para piorar, tem prestado um péssimo atendimento, com um misto de arrogância e falta de educação. Do jeito que vai, logo, logo vai mudar de nome para “Wedied”, ou seja, “nós morremos”.

Pitacos

* Vereadores de peso da base de Bruno Reis começam a se queixar de que o prefeito deu uma desacelerada nas obras, sobretudo de menor porte, mas de peso eleitoral, realizadas em bairros da cidade.

* “Eu já disse ao prefeito que ele tem que continuar acelerado”, comentou à Radar do Poder um dos edis próximos ao Palácio Thomé de Souza.

* Para aliados de Geraldo Júnior, a intensificação das críticas de Bruno Reis ao emedebista é um fator positivo. “Isso demonstra que o prefeito sabe que vai ter eleição, ou seja, disputa”, comentou o presidente do MDB de Salvador, Lúcio Vieira Lima.

* O senador Otto Alencar (PSD) mudou de estratégia e resolveu defender de forma mais veemente a renovação do mandato do senador Ângelo Coronel (PSD) no pleito de 2026. Em entrevista esta semana, disse que a reeleição é um “direito intocável”.

* Segundo apurou a coluna, a fala, antes de ser dita, teve o respaldo de Jaques Wagner, que também não desejaria ter Rui Costa pleiteando a cadeira de senador ou do governador. Para Wagner, isso prejudicaria a aliança com os demais partidos.

* Comentário de um importante aliado do Palácio de Ondina à coluna sobre a fala de Otto: “Agora imagina o que a deputada federal Lídice da Mata (PSB), alijada da reeleição ao Senado em 2018 pelo PT e PSD, pensa sobre isso”.

* Aliados de Jerônimo pediram a ele que não fique se ‘metendo’ em “bola dividida” no interior do Estado. “O governador não pode ficar dando palpite em território onde a disputa acontece fortemente entre lideranças que o apoiaram”, aconselhou um deputado.

* Pré-candidatos em Ilhéus, Jabes Ribeiro (PP) e Valderico Júnior (União) pretendem definir ainda esta semana qual será o candidato da oposição a prefeito do município. Eles fizeram um acordo de que o mais competitivo lidera a chapa.

* Candidata à reeleição, a prefeita de Araci, Keinha de Jesus (PDT), deu início a uma campanha digital reforçando simplesmente que nasceu no município. O objetivo é atingir o principal adversário, o empresário Zelito Maia (MDB), que é de Ribeira do Pombal.

* Em Feira, José Ronaldo (União) só deve revelar o vice na chapa entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, prazo das convenções partidárias. Magoado até hoje, a aliados próximos tem prometido ser mais ‘justo’ do que ACM Neto foi com ele em 2022.

Radar do Poder: ACM Neto quase barrado, a luz própria de Bruno Reis, a satisfação de Geraldo Júnior e o recado para Isaac Carvalho

radar do poder | 03 julho 2024

Quase barrado

Controlado pelo governo do Estado, por meio da Polícia Militar, mais uma vez houve confusão no acesso ao setor reservado a autoridades na Lapinha, no início da festa da Independência. Desta vez, ACM Neto (União) só não foi barrado pelos militares porque o prefeito Bruno Reis (União) o resgatou. Mas não tiveram a mesma sorte o deputado federal Valmir Assunção (PT) e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), que ficaram do lado de fora do cercadinho.

Cerco a Lula

Mas parlamentares da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) ficaram ainda mais irritados com o cordão de isolamento feito por militares em torno do presidente Lula antes e durante o 2 de Julho. Um dos deputados federais da Bahia, de tão irritado, se negou a receber a pulseira que daria acesso ao espaço em que Lula estava concentrado antes do desfile relâmpago em carro aberto. “Estão tentando militarizar uma festa que é essencialmente popular”, protestou à coluna.

Resenha matinal

Antes do início desfile cívico, houve uma concentração política de peso na casa de Bruno Reis, na Avenida Contorno. Estavam lá ACM Neto, o deputado federal Leo Prates (PDT) e os deputados estaduais Alan Sanches (União), Pedro Tavares (União) e Luciano Simões (União), entre outros políticos e parte da bancada de vereadores da base do Palácio Thomé de Souza. De lá, a turma seguiu unida, em vans, até a Lapinha.

Empate técnico

Aliados de Bruno Reis avaliam que o desfile do 2 de Julho demonstrou que o atual chefe do Executivo municipal se comparou ao antecessor ACM Neto quando o assunto é popularidade nas ruas de Salvador. Antes, Neto costumava ser alvo de um assédio muito maior, porém na festa deste ano já houve um empate, dizem lideranças próximas aos dois. Os mesmos aliados garantem que o ex-prefeito, que se ausentou no ano passado para dar o protagonismo ao sucessor,  vibrou com isso.

Fortões de Kiki

O assédio ao prefeito também foi intenso por parte dos vereadores e pré-candidatos na disputa proporcional. Na briga por espaço, alguns exageraram na dose e houve até briga entre apoiadores, muitos se comportando como verdadeiros seguranças brutamontes. Na altura da Soledade, por exemplo, “fortões” do vereador Kiki Bispo (União) arrumaram confusão com a fanfarra de Bruno Reis. Foi preciso chamar a Polícia Militar para acalmar os ânimos.

Marombados de Duda

Mas não foi só Kiki que foi ao 2 de Julho acompanhado de apoiadores valentões. O mesmo fez o vereador Duda Sanches (União), cuja turma se desentendeu com os brigões do pré-candidato Tiago Queiroz (PP), uma das apostas do deputado federal Elmar Nascimento (União) na eleição em Salvador. Depois, o mesmo time de Duda se desentendeu com os marombados do ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho (PDT), que também mira uma cadeira na Câmara.

Nas alturas

Divertido foi ver a disputa entre os competidores a cadeiras na Câmara Municipal para tirar a melhor foto com Bruno Reis. Alguns chegaram a pedir aos apoiadores que levantassem o prefeito no ar, como foi o caso da edil Débora Santana e da ex-vereadora Léo Kret, ambas do PDT. Aliás, no âmbito do PDT, para o qual se estima a eleição de três a quatro vagas, estão na briga os vereadores Anderson Ninho e Roberta Caíres, além de Omar Gordilho e do ex-diretor da Codecon, Zilton Neto.

Ponto alto

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ficou extremamente satisfeito com o resultado da visita de Lula a Salvador e a participação do presidente no 2 de Julho. Para o emedebista, um dos momentos positivos da agenda foi quando o petista declarou, na Rádio Sociedade, apoio à pré-candidatura do aliado, de forma mais explícita. Em conversa com a coluna, Geraldo disse que o presidente, com quem desfilou em carro aberto no 2 de Julho, fará gestos ainda mais incisivos de apoio na campanha.

Jogo duplo

“A manifestação do presidente Lula, mais do que uma resposta aos adversários que fazem um jogo aqui e outro em Brasília, tem um significado especial para Salvador. O presidente deixou claro a importância de um prefeito aliado com o governo estadual e o governo federal”, disse Geraldo à coluna, apostando mais uma vez no discurso da nacionalização da campanha na disputa contra Bruno Reis.

Sem amarras

Na avaliação de aliados como a deputada federal Lídice da Mata (PSB), coordenadora política da campanha de Geraldo Júnior, Lula teria liberdade para explicitar o apoio ao emedebista sem colocar em risco a aliança com o União Brasil no Congresso por conta do que acusam de “comportamento beligerante” de ACM Neto contra o PT. Além disso, o ex-prefeito já deixou claro que o candidato dele à Presidência em 2026 é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Ex-Lero, Lero

Conhecido como “Lero, Lero” por demonstrar falta de profundidade na análise de qualquer assunto, Geraldo Júnior, justiça se faça, tem se esmerado para assimilar o conhecimento que a equipe de marketing lhe passa sobre a cidade para não fazer feio em entrevistas e debates agora que a campanha praticamente vai começar. O receio de um vexame o tirou da sabatina do UOL, o que o contrange até hoje. Este seria o motivo porque agora quando fala o candidato do MDB dá detalhes de números e cifrões sobre tudo.

Recado a Juazeiro

No 2 de Julho, Jerônimo Rodrigues e o chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, sinalizaram, em entrevistas, que o PT deve procurar uma alternativa para a candidatura do ex-prefeito Isaac Carvalho em Juazeiro. Ou seja, parece que a cúpula governista caiu na real quanto à inelegibilidade do petista, ao contrário do presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, que segue, como diz o ditado popular, tentando “dar nó em pingo d’água” para limar candidaturas aliadas no município.

Assombração no Ipac

Resta saber se a alternativa a Isaac será a esposa do ex-prefeito, Ellen Carvalho (PT), como aconteceu em 2022, quando ele substituiu a própria candidatura a deputado federal pela da mulher, que foi derrotada. Aliás, o meio político em Juazeiro foi pego de surpresa esta semana ao saber que Ellen tinha um cargo no Ipac, do qual foi exonerada em maio, ou seja, dentro do prazo de desincompatibilização para concorrer no pleito deste ano. No órgão, por sinal, ninguém sabia também do vínculo.

Avanços no sul

A oposição ao governo baiano promete avançar, até a próxima semana, em torno da unidade nas disputas municipais em Itabuna e Ilhéus. Em cada um dos dois municípios, o grupo ligado a ACM Neto possui até três pré-candidatos. Em Itabuna, por exemplo, estão no páreo o ex-prefeito Capitão Azevedo (União), o médico Isaac Nery (PDT) e Pancadinha (Solidariedade). Pesquisas foram encomendadas para buscar o consenso.

Torcedor fiel

Enquanto a Câmara dos Deputados debate temas importantes esta semana, como a regulamentação da reforma tributária, o deputado federal Paulo Azi, presidente do União Brasil na Bahia, foi flagrado acompanhando, diretamente do estádio na Califórnia, nos EUA, a partida entre Brasil x Colômbia, realizada nesta terça-feira (02). A própria Rede Globo tratou de dar o flagra. Azi estava acompanhado do senador Efraim Moraes Filho (União-PB).

Pitacos

* Pré-candidata em Campo Formoso, Denise Menezes (PSD), esposa do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), foi uma das aliadas do governador que tiraram uma “lasquinha” de Lula durante a agenda do presidente em Salvador.

* Outro que também pongou na popularidade do presidente entre os baianos foi o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho de Geraldo Júnior.

* Pré-candidato em Feira, o deputado federal Zé Neto (PT), que fez de tudo para capitalizar politicamente a visita institucional de Lula, vai reunir aliados e apoiadores num forró em uma chácara da cidade, na sexta (05).

* Quem testemunhou garante que foi frio (e rápido) o cumprimento de Bruno Reis e Geraldo Júnior no início do desfile do 2 de Julho. O prefeito foi mais caloroso com Jerônimo, colocando visivelmente o ex-aliado de escanteio.

* Antes do início do desfile do 2 de Julho, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), conversou por um bom tempo com ACM Neto e com a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT).

* “Trocamos uma ideia sobre a organização do desfile e a cidade. Nada demais. ACM Neto, acredito, terá um papel importante na eleição de Bruno”, disse Muniz, que nunca foi muito próximo do ex-prefeito.

* Quem fez claro bom uso político do 2 de Julho foi o vereador Arnando Lessa (PT), que andou sem os figurões da legenda, mas acompanhado de uma multidão de apoiadores com camisas vermelhas.

* O ex-ministro João Roma (PL) montou na garupa do deputado estadual Leandro de Jesus (PL) durante a Motociata da Independência, organizada pelos bolsonaristas na Barra. Dizem que o deputado estadual Diego Castro (PL) ficou vermelho de ciúmes.

* Em Itabuna, ganha força o nome de Sandra Neilma, que se filiou ao Avante, para a vice do prefeito Augusto Castro (PSD), que disputa a reeleição. Ela é viúva do ex-prefeito Fernando Gomes.

* O governador Jerônimo, por sinal, visita Itabuna na sexta-feira (05), quando deve autorizar obras viárias de integração da zona rural do município à BA-649, além da nova ligação com Ilhéu.

Radar do Poder: O encontro entre os Roma e Neto no São João, Geraldo Jr. nariz de cera e o sincericídio de Adolfo Menezes

radar do poder | 26 junho 2024

Velhos tempos

Apesar das fofocas disseminadas por alguns deputados, quem estava presente garante que o clima foi ameno entre o ex-prefeito ACM Neto (União) e a deputada federal Roberta Roma (PL) em uma festa junina organizada pelo banqueiro Guga Lima na fazenda do investidor, em Cabaceiras do Paraguaçu. A parlamentar, embora conhecida pelo temperamento ríspido, cumprimentou cordialmente Neto, como nos velhos tempos. Entre os presentes estavam o ex-ministro João Roma (PL), marido de Roberta, e a mãe de Neto, Rosário Magalhães.

Mui amigo

ACM Neto e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) visitaram um destino em comum no São João: a cidade de Cruz das Almas, no Recôncavo. Lá, o prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos), que recebeu Neto, tem planos de se aproximar do petista caso seja reeleito. Por isso, embora seja adversário do PT local, não pretende criticar o governo do Estado na campanha. Ele também é muito próximo de João Roma e dos deputados estaduais Niltinho (PP) e Vitor Azevedo (PL), da base do Palácio de Ondina.

Agenda junina

Em Cruz das Almas, o candidato de Jerônimo é o ex-prefeito Orlandinho (PT), que recebeu o governador durante o São João. O chefe do Executivo estadual cumpriu uma verdadeira maratona junina nos últimos dias, entre um compromisso oficial e outro. Visitou também Entre Rios, Aporá, Alagoinhas, Olindina, Esplanada, Conceição do Almeida, Dom Macedo Costa, Amargosa, Gandu, Planaltino e Jaguaquara. Em Amargosa, foi vaiado ao subir no palco num show de Flávio José, mas, segundo aliados, os apupos foram dirigidos ao prefeito Júlio Pinheiro (PT).

Jero, o cupido

A articulação política de Jerônimo ficou preocupada com o teor de algumas postagens feitas pela assessoria do governador nas redes sociais durante os festejos juninos. Numa delas, a equipe do morador do Palácio de Ondina praticamente o apresentou como um “cupido” que sugeria a formação de casais, uma postura que, definitivamente, não combina com o exercício do governo.

Conduta nas redes

Aliás, não é de agora que políticos, especialmente petistas, têm manifestado preocupação com a conduta de quem cuida da comunicação de Jerônimo nas redes. Os responsáveis, dizem eles, parecem não entender muito bem os limites que separam o pessoal do institucional no campo do governo. Não é a primeira vez, inclusive, que chamam a atenção para o risco que o desconhecimento representa.

Nariz de cera

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), pré-candidato do governo ao Palácio Thomé de Souza, não participou da sabatina do UOL, na semana passada, após ser desaconselhado por aliados e a turma da comunicação. O emedebista ainda não estaria preparado para entrevistas mais longas e profundas. A avaliação é que Geraldo é prolixo e fastidioso. Na imprensa, tem sido chamado de “nariz de cera ambulante”. A tarefa de afiá-lo para os debates promete ser desafiadora.

Convite educado

O presidente estadual do PT, Éden Valadares, vai ser convidado a parar de dar estocadas no prefeito Bruno Reis (União) e em ACM Neto a partir de agora. A assessoria de Geraldo Jr. acredita que o dirigente petista estaria ocupando um espaço que deveria ser integralmente reservado ao emedebista, se quiserem que ele de fato se torne competitivo.

Expediente eleitoral

Ao contrário de Geraldo Jr., que montou a equipe de coordenação com quadros do segundo escalão do governo do Estado, o prefeito Bruno Reis (União) não tem a intenção de afastar colaborados do primeiro time do Executivo municipal para a campanha eleitoral. Nem mesmo o diretor-geral da Defesa Civil, Sósthenes Macedo, que é o secretário-geral do partido de Bruno, deve deixar o posto. A ideia é dividir o expediente.

Sincericídio

O presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), conseguiu desagradar até os aliados mais próximos ao ironizar, nesta terça (25), a ausência dos deputados em plenário, apontando que alguns ainda deviam estar comendo canjica e tomando licor do São João. Em um grupo de WhatsApp formado pelos 63 parlamentares da Casa, incluindo Adolfo, o deputado Samuel Júnior (Republicanos) protestou, classificando a fala do presidente como “intempestiva e ofensiva”.

Sem quórum

Além de Adolfo, registraram presença na sessão de ontem (25) os deputados Alan Sanches (União), Ângelo Coronel Filho (PSD), Jordávio Ramos (PSDB), José de Arimateia (Republicanos), Jurailton Santos (Republicanos), Leandro de Jesus (PL), Ludmilla Fiscina (PV), Marcelino Galo (PT), Olívia Santana (PCdoB), Pablo Roberto (PSDB), Pedro Tavares (União), Robinson Almeida (PT) e Vitor Azevedo (PL). O número não era suficiente para dar quórum, mas mostrou, de verdade, quem estava mais preocupado com a pauta do que com os festejos juninos.

Bandeira branca

De olho no segundo turno, o deputado federal Zé Neto (PT) e o ex-prefeito José Ronaldo (União), até aqui os pré-candidatos que lideram a disputa em Feira, planejam uma campanha sem ataques ao deputado estadual Pablo Roberto (PSDB), outro concorrente. A aposta é que o tucano não se torne uma ameaça, mas cujo apoio pode pesar caso o pleito não se resolva no dia 6 de outubro.

Tucano poupado

Zé Neto, que recebe o presidente Lula (PT) em Feira na segunda (01) para uma agenda administrativa, disse à coluna que o alvo dele será “o grupo que comanda a cidade há 24 anos”. Embora Pablo Roberto faça ou tenha feito, até recentemente, parte desse mesmo grupo, o petista admitiu que irá poupar o tucano. “Pretendo seguir uma relação respeitosa com Pablo durante a campanha e fazer uma disputa contra o projeto político dominante que tem isolado a cidade dos governos federal e estadual”, declarou o petista.

Alvo nas costas

Pablo Roberto, por sua vez, já avisou que vai atirar para os dois lados. “Zé Neto e Zé Ronaldo já deram suas contribuições a Feira e agora a mudança é necessária. Vou apontar os erros dos dois nesses quase 25 anos de polarização”, afirmou o deputado. Ele acredita que, quando começar a crescer nas pesquisas, a estratégia dos dois adversários vai mudar. “Vou ganhar um alvo nas costas”.

Ares lusitanos

Quem está desde a semana passada em Portugal respirando novos áreas antes do início oficial da campanha é o advogado baiano Ademir Ismerim. A convite do senador Ângelo Coronel (PSD), o especialista em Direito eleitoral foi assistir ao Fórum de Lisboa, evento que tem o selo do instituto acadêmico fundado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF. Coronel fez uma palestra sobre tributação. O senador Jaques Wagner (PT) também participa para discutir democracia e Forças Armadas.

Plano alternativo

Antes de ser lançado pré-candidato a prefeito de Juazeiro pelo PP, Márcio Jandir tentou ser postulante pelo PT. Ele acreditava que, diante da inelegibilidade do ex-prefeito petista Isaac Carvalho, teria chances de emplacar o próprio nome. O plano não deu certo, pois Isaac seguiu no páreo. Jandir é ligado ao deputado federal Valmir Assunção (PT) e já teve passagem também pelo PCdoB.

Pitacos

* Enquanto o deputado Elmar Nascimento (União) percorreu estados do Nordeste em plena campanha pelo comando da Câmara Federal em 2025, o deputado Antônio Brito (PSD), concorrente, deu atenção ao eleitorado baiano no período junino. 

* Elmar esteve em Pernambuco e na Paraíba acompanhado do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). Em algumas agendas, levou a tiracolo o principal aliado na Bahia, o deputado estadual Marcinho Oliveira (União).

* Marcinho, por sinal, ficou preocupado com os rumores de que seria candidato a deputado federal em 2026, o que confrontaria o projeto do próprio Elmar. Ele negou veementemente a possibilidade.

* Enquanto alguns colegas pegaram a estrada rumo ao interior para curtir o São João, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), passou os festejos juninos marcando presença em comunidades da capital. Não largou a pré-campanha.

* Irritada com os comentários ‘machistas’ do colega Átila do Congo, a vereadora de Salvador Laina Crisóstomo (Psol) disse no plenário da Câmara que o edil, agora no Partido da Mulher Brasileira (piada pronta?), já trocou de sigla 15 vezes.

* O deputado estadual Pedro Tavares (União) ainda acredita na unidade das oposições em torno da pré-candidatura do empresário Valderico Reis (União) em Ilhéus. “Até as convenções vamos continuar perseguindo isso”.

* Aliados garantem que não pensaram em um plano “b” caso o pré-candidato do União Brasil em Alagoinhas, o ex-prefeito Paulo Cézar, esteja inelegível, como apontam os adversários. Existe a plena convicção de que a candidatura será mantida.

* Jerônimo fez questão de dar um pulo em Aporá no São João apenas para referendar o apoio à reeleição da prefeita Carine de Ataíde (Avante).

* O deputado federal Capitão Alden (PL) se tornou um dos autores do PL do Aborto, se juntando a um total de 56 parlamentares signatários da proposta. É, por enquanto, o único baiano da lista.

* Líder da oposição na Assembleia, o deputado Alan Sanches, não descarta que o União Brasil, partido dele, feche novamente questão contra o novo pedido de empréstimo de Jerônimo, o oitavo.

Radar do Poder: O trator Wagner, o chilique de Jusmari, a comparação de Otto e o puxadinho do União Brasil

radar do poder | 19 junho 2024

Feridas abertas

Não é só o PSD que anda irritado com o empenho do senador Jaques Wagner (PT) em ampliar o número de prefeitos petistas na Bahia. Há um sentimento em outros partidos de que os movimentos do “bruxo” podem abrir feridas de difícil cicatrização nas eleições de 2026, prejudicando a união do grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Isso porque o senador tem subido em palanques do PT em municípios considerados estratégicos onde há outros concorrentes da base.

Trator Wagner

Recentemente, Wagner participou de atos de pré-campanha em cidades como Bom Jesus da Lapa, Ilhéus, Juazeiro e Conceição do Coité. Em Juazeiro, quinto maior colégio eleitoral, o senador foi ao evento do ex-prefeito Isaac Carvalho (PT), mesmo o petista estando inelegível, o que irritou de uma só vez lideranças do PCdoB, do PV, do MDB e do PSB, siglas com pré-candidatos. “Esse trator Wagner pode atrapalhar, em muito, a unidade lá na frente”, avaliou um deputado da base.

Partido puxador

No final da semana passada, num painel eleitoral organizado pelo PT em Salvador, Wagner deixou claro o objetivo em discurso para a militância e os pré-candidatos da sigla. “Nós precisamos aumentar o número de prefeituras do Partido dos Trabalhadores na Bahia inteira. Esse partido é o puxador”, disse. O senador estava ao lado de Jerônimo e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

Tríplice coroa

Depois desse evento do PT em Salvador, a tríplice coroa petista na Bahia – Wagner, Jerônimo e Rui – se reuniu reservadamente no Palácio de Ondina, a convite do governador. Segundo informações de bastidor, os três estão em sintonia com o projeto de fortalecer o partido nas eleições municipais. O pleito de 2026 também deve ter virado assunto, uma vez que Wagner colocou, logo depois, Rui no páreo na corrida por uma das cadeiras ao Senado, como revelou o Política Livre (clique aqui para ler).

Bandas do sertão

Quem anda irritado com a “sede de poder” do PT nas eleições municipais é o deputado federal Ricardo Maia (MDB). Nos dois principais redutos do parlamentar – Tucano e Ribeira do Pombal –, os petistas lançaram pré-candidatos com baixa pontuação nas pesquisas, enquanto o parlamentar, que é da base de Jerônimo, tem dois prefeitos na disputa pela reeleição: Ricardo Maia Filho (MDB) e Eriksson Silva (MDB). O deputado acha que é tratado como oposição.

Chilique no oeste

Secretária estadual de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD) deu um chilique no lançamento da pré-candidatura do ex-deputado federal Tito (PT) à Prefeitura de Barreiras, no final da semana passada. Irritada ao saber da iminência do anúncio de que o vice do seria Emerson Cardoso (Avante), chegou a bater boca com o chefe da Casa Civil, Afonso Florence (PT). A cena aconteceu no fundo do palco do palanque do evento. O secretário estadual e Relações Institucionais, Jonival Lucas, foi testemunha.

Golpe no estômago

O episódio foi tão constrangedor que Jusmari, tão indignada que teria ameaçado um desmaio, sequer discursou no evento, que contou com a presença de Jerônimo. A secretária tinha certeza de que caberia a ela, que retirou o nome da disputa para apoiar Tito, a indicação do vice. Emerson, por sinal, ocupa o posto atualmente na gestão do prefeito Zito Barbosa (União), com quem rompeu porque foi preterido de ser lançado sucessor. Após o rompimento, ele trocou o União Brasil pelo Avante.

Puxadinho do União

O PL, mesmo sendo o partido com mais tempo de TV e fundo eleitoral, acabou se tornando uma espécie de “puxadinho” do União Brasil na Bahia. Nos dez maiores municípios, vai apoiar candidatos do grupo de ACM Neto em sete. Apenas em uma (Porto Seguro), o cenário pode se inverter. A sigla que cresceu sob o espectro bolsonarista tem hoje apenas cerca de 20 pré-candidatos a prefeito em solo baiano, onde o presidente João Roma almeja disputar novamente o governo em 2026.

Lupa no público

Adversários do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) garantem que o emedebista está criando volume nos eventos de pré-campanha convidando lideranças políticas e militantes de movimentos da esquerda oriundos da Região Metropolitana de Salvador e do interior do Estado. Aliados do emedebista, por sua vez, garantem que que isso é pura maldade e não passa de inveja da concorrência.

Tática militar

Depois da exitosa operação para retirar pré-candidatos a vereador de legendas da base de Geraldo Júnior, aliados do prefeito Bruno Reis (União) articulam agora um segundo movimento para minar o adversário na chapa proporcional: convencer uma parte dos postulantes a uma cadeira na Câmara Municipal do lado emedebista a desistir da disputa até as convenções. O foco é diminuir ainda mais o “exército” do emedebista nas ruas.

Ringues da cidade

Os vereadores de Salvador entram em recesso de meio de ano nesta quarta-feira (19), quando a Câmara Municipal vota a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da Prefeitura, pedidos do Executivo para alterações em empréstimos já aprovados e proposições de autoria dos próprios edis, entre moções, honrarias e indicações. Ou seja, a partir de agora e até o início de agosto o clima de disputa eleitoral, que tem sido o motivo de acaloradas discussões em plenário, deve se intensificar nos bairros (ringues) da cidade.

Servir ao chefe

O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), acredita que o vereador licenciado Henrique Carballal (PDT), ex-presidente da CBPM, quer agradar “aos chefes” ao dizer que lideranças do tucano estariam apoiando Geraldo Júnior. “Enquanto eu trabalho para servir ao povo, e não a qualquer político, acho que ele, a quem não vejo há muito, quer ser visto e servir a quem ele segue hoje. Mas não me incomodo com isso, e nem fico surpreso ou magoado”, garantiu.

Igual a Carletto

Questionado esta semana pela coluna sobre o G10 da Assembleia e o senador Ângelo Coronel (PSD), o também senador Otto Alencar (PSD) garantiu que o intuito do correligionário é “ajudar o governo Jerônimo”, e não pressionar. “O grupo tem, em sua maioria, deputados estaduais que não votaram conosco em 2022. Coronel fez a mesma coisa que Ronaldo Carletto (presidente do Avante na Bahia), que filiou prefeitos que também não estiveram conosco em 2022. Aí todo mundo vai estar junto em 2026”.

Pauta coletiva

Coronel, por sinal, se encontrou na semana passada, em Brasília, com Jerônimo. A reunião foi uma prévia antes de o senador levar o G10 ao governador. O bloco dos deputados prepara uma pauta conjunta de reivindicações para levar ao morador do Palácio de Ondina. A ideia é evitar que a conversa fique concentrada em temáticas individuais. O grupo não descarta pleitear o comando de uma secretária ou estrutura de segundo escalão.

Herança maldita

Presidente do Solidariedade na Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo garante que a prisão do comandante nacional do partido, Eurípedes Gomes Júnior, não afeta a legenda na Bahia. Isso porque Eurípedes era dirigente do Pros, sigla incorporada pelo Solidariedade. “Fizemos uma fusão, e não uma incorporação, por isso não herdamos eventuais problemas legais do Pros. Então, não afeta o nosso partido”, assegurou à coluna.

Pitacos

* Carlos Muniz acredita que a disputa na eleição proporcional será maior no União Brasil e no Republicanos do que no partido dele, o PSDB.

* “Nesses partidos há muitos candidatos de dez mil votos. Na PSDB, o cenário é competitivo, mas a dificuldade é menor”, disse à coluna. Ele mantém o calculo de que a federação formada pelos tucanos com o Cidadania elege de cinco a sete edis.

* Em discurso ontem (18) na Assembleia, o líder da oposição, Alan Sanches (União), disse que a base de Jerônimo tem 43 parlamentares. Na verdade, o número correto é 42. Ato falhou ou Alan já contabiliza no governo o colega Marcinho Oliveira (União)?

* Marcinho, por sinal, votou na sessão desta terça (18) a favor da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada por Jerônimo, contrariando a oposição, que foi contra.

* Aliás, irônico foi ver o PT criticar as ameaças do União Brasil de punir Marcinho pela proximidade com Jerônimo e, ao mesmo tempo, fazer o mesmo em relação ao vereador petista Tiago Ferreira porque o edil foi a uma inauguração com Bruno Reis.

* Sem apresentar qualquer dado concreto, o deputado Hassan (PP) utilizou o plenário da Assembleia para dizer que estão errados os dados do Atlas da Violência, divulgados esta semana pelo Ipea e Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

* Hassan ficou chateado pelo fato de Jequié, principal reduto eleitoral do parlamentar, ocupar hoje a posição de segunda cidade mais violenta do país. Como é da base de Jerônimo, não quis cobrar ações do governo do Estado.

* Depois de perder a disputa pela cadeira no TCM, no início deste ano, o deputado Fabrício Falcão (PCdoB) decidiu “mergulhar”. Sumiu tanto dos debates em plenário quanto da mídia.

* O Conselho de Ética da Assembleia, presidido pelo deputado Vitor Bonfim (PV), segue parado enquanto o deputado Binho Galinha (PRD), acusado de chefiar uma milícia em Feira de Santana, já planeja até fortalecer as bases nas eleições de outubro.

* Presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes calcula que o partido vai lançar entre 25 e 30 candidatos a prefeito nas eleições deste ano.

Radar do Poder: O Coronel kamikaze, a bronca de Jero em Ivana, os planos de Carletto e as travessuras de um jovem rapaz

radar do poder | 12 junho 2024

Audiência com Jero

O senador Angelo Coronel (PSD) e o chamado G10 da Assembleia, bloco informal que lidera, devem se reunir ainda esta semana, pela primeira vez, com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). A informação foi confirmada à coluna por uma fonte do PP. Na pauta do encontro, o atendimento às demandas dos deputados, que esperam um tratamento melhor do Palácio de Ondina em questões como o pagamento de emendas, intervenções em municípios antes do período eleitoral e indicações para cargos.

Secretaria na mira

Ao menos neste momento, o G10 não almeja uma secretaria. Mas isso não está fora do horizonte do grupo formado pelos deputados Angelo Coronel Filho (PSD), Niltinho (PP), Hassan (PP), Felipe Duarte (PP), Luciano Araújo (Solidariedade), Raimundinho da JR (PL), Vitor Azevedo (PL), Nelson Leal (PP), Antônio Henrique Júnior (PP) e Laerte do Vando (Podemos). “Nomes temos para indicar. Quem sabe, mostrando nossa fidelidade ao governo, isso possa acontecer em 2025”, disse a mesma fonte.

Tom de ameaça

Na semana antes da criação do G10, Jerônimo já havia demonstrado irritação com as cobranças do PSD, cujos deputados também seguem insatisfeitos com o governo. Em tom ameaçador, o governador disse à líder da legenda na Assembleia, Ivana Bastos, que considerou os dois movimentos como um ataque ao governo e que não esqueceria disso. A deputada afirmou que nada poderia fazer em relação ao G10. Depois, Jerônimo chegou a dizer a um parlamentar que se arrependeu da forma como tratou Ivana.

Panos quentes

Apesar do arrependimento, o senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, que tem atuado para acalmar os ânimos dos aliados insatisfeitos com o governo, disse a Coronel para não envolver o partido nas articulações do G10, no que foi atendido de pronto, tanto que o líder do grupo mudou o discurso e passou a desconsiderar o ingresso de correligionários da sigla no bloco – além do próprio filho, um dos idealizadores. Isso ficou claro na entrevista de Coronel ao Política Livre (clique aqui para ler).

Poder da caneta

Ao procurarem Coronel, os deputados do G10 esperam justamente que, a exemplo do que Otto faz no PSD, uma liderança influente possa atuar em defesa do grupo junto ao governo estadual. Mas há outros fatores de interesse, inclusive o fato de Coronel ser o relator do Orçamento da União em 2025, com o discurso municipalista de que pretende prestigiar as prefeituras com verbas federais.

Fechados com Adolfo

Embora o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), tenha demonstrado certo incômodo com a articulação de Coronel, classificada pelo deputado como “desnecessária”, o G10 e o senador estão fechados com a reeleição do parlamentar no comando da Casa. A questão interna no grupo será administrar as vaidades, sobretudo na disputa pela vice, cargo que se torna ainda mais importante mediante a insegurança jurídica de um terceiro mandato de Adolfo na presidência.

Kamikaze

Segundo informações chegadas à coluna, o presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, foi dispensado da liderança do bloco G8, um dos que deu origem ao G10, porque nunca teve a mesma firmeza de Coronel na defesa dos interesses do grupo. Apesar disso, os deputados Binho Galinha (PRD) e Patrick Lopes (Avantes), que eram do antigo G8, optaram por não seguirem sob a liderança do senador. “Carletto não é kamikaze igual a Coronel”, comentou um aliado.

Planos de Carletto

Aliás, no meio político o que se diz é que Carletto quer ver Coronel limado da chapa majoritária em 2026. O presidente do Avante estaria trabalhando com o cenário em que o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), concorra ao Senado, para virar seu primeiro suplente e ter a possibilidade concreta de assumir o mandato caso o petista siga no Executivo num eventual segundo mandato do presidente Lula (PT). Carletto, no entanto, também aceitaria a posição de vice de Jerônimo.

Gelo suíço

Quem presenciou o encontro, em um hotel de Vitória da Conquista, no último final de semana, entre o presidente do PL baiano, João Roma, e o deputado estadual Vitor Azevedo, do mesmo partido, estranhou o clima frio entre os amigos. Roma esteve na cidade para participar de um encontro da sigla, do qual Azevedo, mesmo tendo crescido e fazendo política por lá, não foi comunicado. Quando convidado a tirar uma foto no lobby do hotel, o deputado recusou, gerando mal estar. A prefeita Sheila Lemos (União), que tem o apoio do PL, foi uma das testemunhas da cena.

Olho nos redutos

O deputado estadual Vitor Bonfim (PV), cada vez mais convencido de que não tem chances de ser o próximo presidente da Assembleia, planeja disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Para isso, está de olho nos redutos do deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Infraestrutura, Sérgio Brito, que planeja ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na próxima vaga de indicação do governador, em 2025.

One choice

Um jovem rapaz que até então todos achavam atuar no ramo de delicatessen e cozinha industrial no Pólo parece estar buscando um passaporte para a Lemos de Brito. Como nem sempre a primeira escolha é a mais acertada, ele resolveu abrir uma empresa de entretenimento para usar como fachada para, segundo se comenta na praça, lavagem e sonegação.

Travessura

Por causa da travessura do rapaz, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal já teriam sido acionados. Os mais sábios o advertem para o risco de sua língua solta trazer grandes problemas. Aliás, na hora da lavagem, segundo o que se comenta, não ficará “peruca” nenhuma na cabeça quando se descobrir tudo que o boquirroto anda falando por aí.

Penas para o alto

A disputa na federação PSDB/Cidadania por cadeiras na Câmara Municipal de Salvador promete ser uma das mais intensas. Nas contas dos entendidos, as duas legendas irão emplacar cinco vagas. Uma já seria do presidente da Casa, o tucano Carlos Muniz. A outra é disputada pelos atuais vereadores Cris Correia, Téo Senna e Daniel Alves, além dos suplentes com potencial como Tia Jovi, Rodrigo Amaral e coronel Humberto Sturaro.

Competição acirrada

Do grupo acima, o comentário é que Téo Senna tem uma reeleição tranquila. Ele deve, no entanto, perder alguns votos para a presidente do Cidadania na Bahia, Isabela Souza, pré-candida tida como forte, cujo marido foi assessor de Téo e conhece o “caminho das pedras” nos redutos do tucano. No PSDB, também podem surpreender nomes como Carol dos Animais e Dudu Magalhães, sobrinho do ex-deputado federal Jutahy Magalhães.

Situação delicada

Do grupo dos quatro vereadores do PSDB, quem tem a reeleição considerada mais difícil é Cris Correia, ligada ao empresário João Gualberto, ex-deputado federal e ex-gestor de Mata de São João. Isso porque a edil perdeu a força que tinha junto à Secretaria Municipal de Educação quando o prefeito Bruno Reis (União) tirou o comando da pasta dos tucanos na reforma administrativa.‍

Potencial

No Cidadania, a presidente da legenda na Bahia, Isabela Souza, é encarada com potencial e teria apoios importantes na Prefeitura, onde já trabalhou. Além disso, o ex-vereador Adriano Meirelles, que trocou o Solidariedade pelo ninho tucano, garante que vai para a briga. “Eu gosto assim, quando não estou entre os favoritos”, declara.

Pitacos

* Na disputa por redutos eleitorais na capital entre os vereadores Anderson Ninho (PDT) e Kiki Bispo (União), o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) prestou solidariedade ao aliado pedetista. “Continue firme na luta”, afirmou.

* Em Lauro de Freitas, a vereadora Débora Régis (União), pré-candidata ao Executivo municipal, recebeu o apoio do Solidariedade, ticando a sigla da base da prefeita Moema Gramacho (PT).

* O deputado estadual Zó (PCdoB) tem sido aconselhado por prefeitos e lideranças próximas a desistir da pré-candidatura à Prefeitura de Juazeiro. Ele estaria deixando as bases em outros municípios focado num projeto que não deve prosperar.

* Na avaliação de lideranças do próprio PCdoB, Jerônimo vai apostar, em Juazeiro, no ex-prefeito Isaac Carvalho (PT), mesmo correndo o risco de ver o nome do petista ser vetado pela Justiça Eleitoral.

* Por falar em Juazeiro, o MDB lança nesta sexta-feira (14) a pré-candidatura do empresário Andrei da Caixa no município. Outro postulante, o deputado estadual Roberto Carlos (PV), que segue firme na briga, já confirmou presença.

* A Bahia Farm Show, que acontece em Luis Eduardo Magalhães, foi um dos motivos da ausência dos deputados das comissões da Assembleia na terça (11) – não houve quórum em nenhuma.

* Um grupo estimado entre seis e sete deputados foi ao oeste. Ou seja, outros simplesmente preferiram ficar no interior e antecipar o clima de recesso junino. Afinal, havia acordo entre governo e oposição para as votações em plenário.

* Antes de passar mal e ser submetido a um cateterismo, o deputado estadual Ricardo Rodrigues (PSD) foi aconselhado pelo correligionário Alex da Piatã (PSD) a fazer um check-up mais profundo em São Paulo, Rodrigues já vinha se queixando de cansaço.

* Ao apresentar um projeto de lei para garantir que o governo distribua gratuitamente Ozempic e Moujaro para pacientes crônicos, Marcinho Oliveira (União) passou a ser chamado de “representante dos gordinhos” na Assembleia. Sabido, ele gostou.

Radar do Poder: Um operacional para Geraldo Jr., o Centrão da Assembleia e as caras emburradas do lançamento de Bruno Reis

radar do poder | 05 junho 2024

Impulso para Geraldinho

A decisão do morador do Palácio de Ondina, Jerônimo Rodrigues (PT), de tirar Henrique Carballal do comando da CBPM para colocá-lo como coordenador executivo da campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) em Salvador demonstra que a cúpula petista decidiu de fato se empenhar na tentativa de fazer com que o emedebista cresça na disputa contra o prefeito Bruno Reis (União). O cenário começou a mudar de fato quando o senador Jaques Wagner (PT) entrou para valer na campanha.

Reforço evangélico

Além de Carballal, quem também deixa o cargo no governo do Estado para trabalhar com Geraldo Júnior é o superintendente da Defesa Civil, Heber Santana (Podemos). Evangélico ligado à Assembleia de Deus e ex-vereador da capital, Heber, que até o segundo turno do pleito de 2022 era aliado de ACM Neto (União), terá a missão de reforçar a presença do emedebista junto ao público evangélico. A exoneração dos dois deve sair ainda até esta quinta (06).

Promessa refeita

Outro que foi convocado a participar de maneira mais decisiva da campanha, mas sem deixar o cargo que ocupa no Estado, é o presidente da Conder, José Trindade (PSB), que é ligado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Ontem (04), numa reunião entre Geraldo Júnior e vereadores aliados, ficou acertado que o dirigente irá se dedicar mais para que as obras da companhia em Salvador solicitadas pelos edis sejam intensificadas. A promessa é antiga, mas fontes informaram à coluna que agora é para valer.

Vice e invencionice

A escolha da secretária de Assistência Social, Fabya Reis, para a vice de Geraldo Júnior só foi definida na noite de ontem, embora a especulação seja antiga e tenha sido levantada pela primeira vez por este Política Livre como uma preferência do ex-ministro Geddel Vieira Lima, patrono da candidatura de Geraldo Jr.. Aliados do Palácio de Ondina garantem que a presidente da Bahiafarm, Ceuci Nunes, que tem ligações familiares com o grupo Bruno Reis, foi “invenção de uma ala petista”. “Ela nunca foi cogitada pelo governador, ainda mais diante do nome de Fabya, que tem mais penetração social, além de ser negra”, afirmou um aliado importante de Jerônimo.

MST dentro

Quem levou a melhor na disputa entre as correntes petistas pela vice de Geraldo Júnior foi o deputado federal Valmir Assunção (PT), a quem Fabya é ligada desde os tempos em que era militante do MST no extremo-sul baiano. Quem levou a pior foi o deputado federal Jorge Solla (PT), que apostava em Ceuci. O vice-governador, cuja candidatura chegou a ser criticada no início da pré-campanha pelo Movimento dos Sem-Teto, agora tem os sem-terra ao lado, o que deve ser alvo de críticas dos mais conservadores.

Preferência emedebista

O MDB, por sua vez, acabou ficando com a vice que desejava. Embora sempre tenham deixado claro que a decisão cabia ao PT, ao governador Jerônimo Rodrigues e aos partidos aliados, os irmãos Vieira Lima nunca esconderam a preferência por Fabya Reis. Para eles, o perfil de mulher negra, petista e ligada aos movimentos sociais equilibra e fortalece a chapa, além de garantir o maior engajamento das lideranças de esquerda na campanha.

Comunistas satisfeitos

Presidente do PCdoB baiano, Geraldo Galindo disse à Radar do Poder que o partido também aprovou a escolha de Fabya Reis. Ele lembrou que os comunistas nunca indicaram oficialmente um nome para a vice de Geraldo Júnior. “O que para nós é mais importante é ter um espaço na coordenação política da campanha. Para isso, já escalamos nosso presidente municipal, Jurandir Júnior”, pontuou.

Gelo e desdém

ACM Neto (União) e o deputado Félix Mendonça Júnior (PDT) se encontraram publicamente pela primeira vez após o imbróglio envolvendo a filiação da vereadora de Lauro de Freitas Débora Regis (União) no evento de lançamento da pré-candidatura à reeleição do prefeito Bruno Reis. Quem estava perto disse que o clima entre os dois era gélido. Mas quem fez caretas de desdém durante o discurso de Neto foi o presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB).

Neto emburrado

Quem também fez cara feia no evento de Bruno Reis foi o próprio ACM Neto, quando o prefeito anunciou a permanência de Ana Paula Matos (PDT) na chapa à reeleição, o que não foi surpresa para ninguém. O Política Livre flagrou o líder do União Brasil na Bahia meio emburrado enquanto os demais festejavam. Até o deputado federal Leo Prates (PDT), o preferido de Neto para a vice, disfarçou melhor.

Espaços preservados

O Republicanos obteve a garantia de Bruno Reis de que vai continuar ocupando os mesmos espaços num eventual segundo mandato do prefeito. Esse foi um dos pontos para que os bispos da Universal aceitassem abrir mão da vice e apoiar Ana Paula. O partido comanda hoje as secretarias de Infraestrutura e Manutenção, além da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal). São verdadeiras máquinas de conquistar votos.

Pedido de expulsão

Comunicador bolsonarista baiano, o apresentador Thimoteo Oliveira, da rádio digital conservadora Brado, pediu ao presidente do PL no Estado, João Roma, que expulse os esquerdistas do partido, citando os deputados estaduais Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, aliados do governador. Segundo o comunicador, se Roma não agir rápido, a sigla vai encolher ainda mais nas eleições municipais na Bahia.

Centrão da Assembleia

Ao se unirem em um novo bloco informal na Assembleia, agora composto de dez, os deputados do PP, PL, Solidariedade e Podemos oficializam de vez a criação do Centrão na Casa. A exemplo do que ocorre na Câmara Federal, são parlamentares com interesses políticos diversos, mas que se uniram para pressionar o governo nas votações em troca de benesses.. Na Câmara, o líder do grupo é o presidente Arthur Lira (PP-AL). Na boa terra, até o momento foi o senador Ângelo Coronel (PSD), que sempre teve o perfil de Centrão.

Líder destituído

Vale lembrar que o primeiro bloco informal da Assembleia, o G8, tinha como uma espécie de líder e idealizador o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, presidente estadual do Avante, partido que mais cresceu na Bahia no prazo de filiações. Na nova configuração, na qual entraram alguns parlamentares e saíram outros, parece que o dirigente foi destituído do posto. Carletto queria se fortalecer para tentar ser candidato ao Senado em 2026 pela base governista. Coronel tem o mesmo objetivo.

Candidaturas colocadas

Líder da oposição na Assembleia, o deputado Alan Sanches (União) vislumbra quatro colegas como os mais interessados em suceder o presidente da Casa, Adolfo Menezes, caso o próprio não viabilize a reeleição: Niltinho (PP,), Nelson Leal (PP), Ivana Bastos (PSD) e Rosemberg Pinto (PT). Ele acredita, no entanto, que o favorito ainda é Adolfo. A disputa pelo comando do Legislativo deve voltar à pauta após as eleições municipais.

Na lata

Em Juazeiro, no último sábado (01), durante o lançamento da pré-candidatura de Isaac Carvalho (PT) a prefeito, Jaques Wagner deixou o deputado estadual Roberto Carlos (PV), presente no ato, constrangido. Wagner disse, na lata, em discurso, que o “verde”, que também é postulante ao cargo, deveria abrir mão de entrar na disputa para apoiar o petista. “Você, que é presidente de clube de futebol, sabe que só se ganha em equipe”, disse o senador. Na mesma semana, Roberto Carlos havia feito um discurso pedindo o contrário.

Pitacos

– Henrique Carballal pretende conversar ainda hoje (05) com o governador Jerônimo Rodrigues sobre o substituto na CBPM. Quer emplacar um nome da própria confiança. Depois da campanha, o vereador licenciado deve retornar ao posto.

– Com a entrada de Carballal na coordenação geral da campanha de Geraldo Júnior, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), que vinha exercendo a função, foi “rebaixada” para o posto de coordenadora política.

– Mas se engana quem pensa que Lídice ficou chateada com isso, pois o desejo dela sempre foi o de ter uma participação mais de bastidor e menos operacional, até para que tenha tempo também de cuidar das disputas do PSB no interior.

– Aliás, Lídice tem jogado duro nas críticas à PEC das Praias. Nas redes, ela disse que enquanto Vini Júnior brilha nos gramados e na luta contra o racismo, Neymar, defensor da proposta, quer privatizar o litoral.

– Se ouviu risos de edis quando, no lançamento da pré-candidatura de Bruno Reis, o vereador Átila do Congo foi chamado ao palco como presidente do Partido da Mulher Brasileira (PMB) na Bahia.

– Presidente do Republicanos na Bahia, o deputado federal Márcio Marinho tem garantindo aos pré-candidatos a vereador da sigla em Salvador que ao menos dois eleitos irão para o Executivo num segundo mandato de Bruno. Injeção de ânimo!

– O ex-ministro Geddel Vieira Lima anda de boa com a vida. Publicou nas redes sociais uma foto em Praia do Forte comemorando o aniversário de um amigo num show de Durval Lélis.

– A deputada estadual Ivana Bastos (PSD) já tem um plano B caso não consiga se viabilizar como a próxima presidente da Assembleia: concorrer a uma cadeira na Câmara Federal nas eleições de 2026. Já avisou a alguns colegas da pretensão.

– O gordo fundo eleitoral do PL deve fazer José Ronaldo (União), pré-candidato a prefeito de Feira, aceitar ter como vice um nome indicado pela sigla bolsonarista, descartando o PDT.

– O PT lança no domingo (09) a pré-candidatura de Ioná Queiroz à Prefeitura de Camamu, na Costa do Dendê. Ex-prefeita, ela era superintendente na Secretaria das Mulheres do governo baiano.

Radar do Poder: O beco sem saída de ACM Neto, o substituto de Ana Paula, o petista rebelde e as calças de Jerônimo

radar do poder | 29 maio 2024

Beco sem saída

Parlamentares da oposição na Bahia dizem que ACM Neto (União) chegou, no horizonte atual, a um beco sem saída sobre 2026: terá mesmo que disputar novamente a eleição para o Palácio de Ondina. Caso contrário, corre o risco de ver a própria liderança se esfarelar, fortalecer adversários no quintal partidário – leia-se o deputado federal Elmar Nascimento (União), caso este se torne presidente da Câmara em 2025 – e até o time adversário, capitaneado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Nome natural

Por conta desse cenário, aliados de Neto têm cobrado dele uma presença ativa nas eleições de outubro e que não se limite a criticar o PT nas redes sociais. Não há hoje uma liderança natural na oposição para substituir o ex-prefeito. Quem estaria mais próximo disso é o sucessor, Bruno Reis (União), mas uma eventual candidatura em 2026 é vista como prematura. O presidente do PL baiano, João Roma, passa bem longe disso, inclusive aos olhos do prefeito de Salvador, a quem declarou apoio à reeleição em abril.

Ocupando território

Roma, por sinal, deve ganhar um interlocutor importante no primeiro escalão de Bruno Reis. Com a saída da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) da titularidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no próximo dia 6, para que possa concorrer na chapa majoritária em outubro, o atual número dois da pasta, Alexandre Reis de Souza, deve assumir. No governo Jair Bolsonaro, o sub, que tem a confiança da pedetista, deixou a Prefeitura para trabalhar com o atual presidente do PL no Ministério da Cidadania.

Mirando 2028

Na Câmara Municipal, até os vereadores ligados ao deputado federal Leo Prates (PDT) cravam que o prefeito já escolheu, de novo, Ana Paula como parceira de chapa. Os mesmos edis não descartam a possibilidade de o parlamentar, que cobiçou a cadeira de vice por meses, voltar a assumir uma secretaria de peso num eventual segundo mandato de Bruno Reis. Um espaço que fortaleça o nome de Leo para disputar a Prefeitura em 2028. Quem torce por isso é o suplente, o ex-deputado José Carlos Araújo (PDT).

Mão na roda

O fato de comandar a SMS foi uma vantagem para Ana Paula conquistar o apoio de quase toda a base do prefeito na Câmara de Salvador. Isso porque muitos vereadores atuam com atendimento médico em comunidades, de forma direta ou indireta, a exemplo do presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB). Depois de se reunir com a pedetista na semana passada ao lado de outros colegas, como mostrou o Política Livre, Muniz não falou mais de indicar um tucano para a vice.

Gula Universal

O encontro de Ana Paula com vereadores aliados, além de uma manifestação de apoio à pedetista, também foi visto como um recado de rejeição ao pleito do Republicanos de ficar com a vice. Para vereadores ouvidos pela coluna, a sigla da Igreja Universal é a mais privilegiada com espaços na gestão, comandando as secretarias de Infraestrutura e Manutenção, de peso eleitoral. E mais: teve a ajuda decisiva do prefeito na montagem da chapa proporcional, podendo, finalmente, eleger em outubro quatro vereadores.

Mercado inflacionado

Marinheiro de primeira viagem, um candidato a vereador com influência no meio empresarial de Salvador e com “bala na agulha” é acusado de inflacionar o mercado de lideranças comunitárias às vésperas do período eleitoral. O cidadão tem ido com tanta sede ao pote que está comprando gato por lebre, garantem os concorrentes. Recentemente, “contratou” um líder de bairro, que apoiava outro postulante, acreditando na promessa de 500 votos, quando a figura não teria nem cem.

Cortado da escalação

O diretório municipal do União Brasil reuniu os vereadores e o grupo eclético de pré-candidatos do partido à Câmara Municipal para discutir a parte operacional da campanha. Ficou acertado apoio do comando da sigla na área de comunicação e também ações da Prefeitura em comunidades. A legenda espera eleger de oito a nove edis – hoje, tem seis. Cotado para disputar um desses assentos, o ex-jogador Preto Casagrande não apareceu na reunião e deve ficar de fora da escalação dos 44 postulantes.

Rebelde vermelho

De forma até surpreendente, o líder da federação formada por PT, PCdoB e PV na Assembleia, o petista Robinson Almeida, destilou toda a insatisfação dos integrantes da base aliada na Assembleia contra o governo Jerônimo, num almoço que antecedeu as votações de ontem (28) entre parlamentares e o secretário de Relações Institucionais, Jonival Lucas. O rebelde vermelho chegou a dizer que o governador prefere passar o dia em uma cidade de sete mil habitantes a atender deputados.

Apoio crítico 

Os líderes que participaram do almoço avisaram que iriam aparecer em plenário para votar o aumento dos servidores e o empréstimo de R$2 bilhões de forma “crítica”. “Dissemos a Jonival e falamos ao telefone com o chefe de Gabinete, Adolpho Loyola, que o atendimento precisa melhorar para que as coisas aconteçam normalmente na Assembleia”, afirmou um dos deputados. Nas duas últimas semanas, deputados do PSD, PL, PP, Solidariedade e Podemos não deram quórum para cobrar um tratamento melhor.

Calças levantadas

Jerônimo ficou irritado com o comportamento da base na Assembleia. Num evento em Irecê, na última sexta (24), disse a um aliado fiel da Casa que “não vai baixar as calças para os deputados”. Ele cobrou ainda respeito e o recado foi passado adiante, mas parece não ter soado tão intimidador. Afinal, os aliados prometem voltar a a protestar na Assembleia se não forem minimamente atendidos.

Encontro casual

Líder do PP na Assembleia, o deputado Niltinho conseguiu unir, num mesmo ambiente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza. O encontro casual aconteceu na festa de aniversário do pepista, na última sexta (24), numa casa de eventos de Salvador. Também participaram os presidentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcus Presídio, e da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), e um grupo de mais de 20 parlamentares.

Carta fora

Aliás, dois influentes parlamentares da bancada baiana no Congresso, membros da base do Planalto, descartam totalmente Rui Costa como quadro cogitado para suceder o presidente Lula (PT) em 2026. A avaliação é que se a economia for bem, o governo melhorar a popularidade e a direita perder força, o candidato de Lula será o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, petista de São Paulo. Caso contrário, o presidente concorre à reeleição, adiando os planos de fazer um sucessor.

Quanto pior melhor

No desespero para viabilizá-lo como candidato à Prefeitura de Irecê, apoiadores do vereador Figueiredo, do PDT, investem no denuncismo contra a atual gestão com o objetivo de tentar paralisar obras importantes que irão beneficiar a população do município. Dessa vez, querem impedir a continuidade das intervenções da estação de transbordo, cuja conclusão promoverá uma transformação na estrutura de mobilidade da cidade.

Estrangeiro de Pombal

Em Araci, o pré-candidato do MDB a prefeito, Zelito Maia, tem tido dor de cabeça para explicar porque, mesmo não morando no município – ele é de Ribeira do Pombal -, decidiu disputar a Prefeitura local. O emedebista já ganhou o apelido de “o estrangeiro de Pombal” e enfrenta questionamentos do Ministério Público Eleitoral. Vale lembrar que Zelito é irmão do deputado federal Ricardo Maia (MDB), que já tem o filho homônimo prefeito de Tucano e postulante à reeleição.

Pitacos

* Enquanto os deputados da base de Jerônimo eram chamados de traidores por servidores no final da sessão que votou o reajuste de 4% do funcionalismo, os bolsonaristas Diego Castro (PL) e Leandro de Jesus (PL) foram aplaudidos.

* Em discurso, Diego chamou os líderes das categorias, tradicionalmente ligados aos partidos de esquerda, de “masoquistas” por votarem no PT. A oposição, que votou contra o aumento, jogou com a plateia e sugeriu uma majoração de 10%.

* Quem sofreu com as vaias e as críticas durante a votação do aumento dos servidores foi a deputada Olívia Santana (PCdoB), que se coloca como defensora dos educadores, mas no final se posiciona a favor do governo.

* Quem também foi vaiado na Assembleia por ter votado a favor do reajuste de apenas 4% foi o deputado Binho Galinha (PRD). Pelo visto, os servidores têm mais coragem do que muito magistrado e parlamentar por aí…

* Líder do União Brasil na Assembleia, Robinho sugeriu ao presidente Adolfo Menezes (PSD) que instale vidros blindados nas galerias. Assim, os deputados sequer ouviriam o som dos protestos dos funcionários públicos em plenário.

* A deputada Ludmilla Fiscina (PV) levantou especulações de que estaria de mudança para o Avante ao aparecer no plenário da Assembleia, nesta terça (28), com um modelito todo em laranja.

* Quem esteve no plenário da Assembleia como se deputado ainda fosse foi Capitão Tadeu, que é pré-candidato a vereador de Salvador pelo PSDB. Aproveitou a presença maciça de servidores na Casa para aparecer e ainda matou a saudade.

* Em discurso na Assembleia, o deputado Vitor Bonfim (PV) declarou apoio ao colega Roberto Carlos (PV) na disputa pela Prefeitura de Juazeiro. Vale lembrar que Bonfim fez o mesmo na disputa do TCM, mas apoiou Paulo Rangel.

* O deputado estadual Alex da Piatã ficou irritado com a presença do senador Jaques Wagner (PT) em Conceição do Coité, no último final de semana. O petista foi lançar a pré-candidatura do aliado Francisco de Assis, ex-prefeito, ao Executivo municipal.

* A questão é que no mesmo município, principal reduto de Alex, o deputado do PSD lançou como pré-candidata a esposa, Val (PSD). Ele achava que, a exemplo de Jerônimo, Wagner ficaria neutro, o que não aconteceu.

Radar do Poder: A rebeldia da turma de Otto contra Jerônimo, a conversa de Wagner com Elmar e o assédio dos “assessores” de Geraldinho

radar do poder | 22 maio 2024

Blefe do líder

O líder do governo na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto (PT), disfarçou o motivo que o levou a derrubar a sessão desta terça-feira (21) que votaria a proposta de reajuste dos servidores do Estado. Em discurso, ele bradou que nada seria apreciado por conta do “desrespeito dos sindicalistas” presentes nas galerias, que defendiam um aumento maior do que os 4% propostos. Mas a verdade é que o petista derrubou a sessão com receio de não garantir o quórum para votar o texto e passar vexame.

Turma de Otto

O fato é que os deputados do PSD, partido presidido na Bahia pelo senador Otto Alencar, se recusaram a dar presença em plenário. A legenda, aliada tradicional do PT, tem nove parlamentares na Assembleia que demonstram insatisfação com o Executivo. Três disseram à coluna que a bancada chegou ao limite do aceitável. “O governo não paga as emendas, não atende os prefeitos, não honra os compromissos assumidos nos municípios e, ainda por cima, tem as questões políticas”, disse um deles.

Privilégios petistas

Quais questões políticas? Segundo parlamentares do PSD ouvidos, o governo dá prioridade ao atendimento dos prefeitos e pré-candidatos petistas. A queixa se estende à resistência do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em resolver, a favor do PSD e de outros aliados, disputas municipais dentro da base por candidaturas majoritárias. “Veja a novela que foi para decidirem que o candidato de Jerônimo em Itabuna seria o prefeito Augusto Castro (PSD)”, observou um deputado.

Vozes do interior

Deputados do PSD garantem que não irão dar quórum até que o governo sente para rediscutir a relação com a bancada. As votações ficaram para a semana que vem. Otto deu autonomia para que os parlamentares da legenda façam o movimento de pressão, uma vez os prefeitos do partido também estão insatisfeitos com a postura de Jerônimo às vésperas da eleição. Eles alegam que o momento é de o governador viajar menos e atender mais. Vale lembrar que o PSD conta hoje com 125 prefeitos.

Esforço mínimo

Segundo os liderados de Otto, os prefeitos dizem ainda que, em 2022, inúmeros convênios foram celebrados no interior e o governo não poupou esforços para eleger Jerônimo. Agora, o Executivo estadual não estaria fazendo o mínimo esforço necessário para ajudá-los. Muitos prefeitos do PSD alegam que até hoje aguardam uma audiência com o governador, acusado também de dar munição à oposição na medida em que estaria tratando todos os deputados de forma igual, sem priorizar aliados.

Bloco dos faltosos

Vale lembrar que, na semana passada, o deputado Angelo Coronel Filho (PSD) já havia se juntado aos faltosos de partidos como o PL, o PP, o Avante, o Podemos e o Solidariedade, que atuaram em conjunto para atrasar a votação do empréstimo R$2 bilhões, visando mandar um recado ao governo diante do clima de insatisfação. A brincadeira ontem na Assembleia envolveu apostas sobre qual será o bloco dos ausentes na próxima semana.

Trama do meio-dia

Aliás, alguns dos faltosos da semana passada foram flagrados juntos em um almoço, nesta terça (21), em um restaurante de Salvador. Participaram os deputados Niltinho (PP), aniversariante da semana, Nelson Leal (PP), Raimundinho da JR (PL), Luciano Araújo (Solidariedade), Hassan (PP), Vitor Azevedo (PL), Felipe Duarte (PP) e Ricardo Rodrigues (PSD).

Acima do amistoso

Na mesma semana em que abriu a artilharia para rebater críticas do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) a Jerônimo Rodrigues, o senador Jaques Wagner (PT) também se reuniu com o deputado federal Elmar Nascimento (União). O encontro aconteceu na quinta-feira (16), a portas fechadas. Elmar, que se aproximou de Rui Costa, busca o apoio do senador para ser o próximo presidente da Câmara. Segundo fontes da coluna, o diálogo foi acima do amistoso.

Dando guarida

Presidente do PP baiano, o deputado federal Mário Negromonte Júnior ofereceu abrigo no partido caso os principais aliados de Elmar na Assembleia, Marcinho Oliveira e Júnior Nascimento, sejam de fato expulsos do União Brasil por votarem a favor de projetos de Jerônimo, conforme ameaçou a Executiva estadual da legenda liderada por ACM Neto na Bahia. O PL, por meio de Vitor Azevedo, também já fez o mesmo convite aos dois.

Família Nilo

Aliás, quem pode deixar o União Brasil na próxima janela partidária e migrar para o PP é o deputado estadual Marcelinho Veiga, que é genro do ex-presidente da Assembleia Marcelo Nilo (Republicanos). Em Antas, parentes e aliados de Nilo, que ainda avalia por qual partido pretende concorrer a deputado federal em 2026, já ingressaram no ninho pepista.

Proposta$ indecorosa$

Vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União) detectaram sinais de articulações nada republicanas de emissários do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) junto a lideranças comunitárias de bairros da cidade. Esses “assessores” estariam oferecendo todo tipo de vantagem para cabos eleitorais, alguns com cargos na Prefeitura, trocarem de lado. As propostas permitiriam até que as tais lideranças sondadas mantivessem o apoio a edis ligados a Bruno, mudando de posição apenas na majoritária.

Adversários cordiais

Todo mundo sabe que eleição para vereador é guerra. Mas, embora disputem o voto na região do Nordeste de Amaralina, o vereador Cláudio Tinoco (União) e o presidente do Podemos em Salvador, João Cláudio, filho do deputado federal Bacelar (PV), não escondem a relação de amizade que os filhos pequenos herdaram, embora estejam em lados opostos. Ambos com temperamento cordial, um garante que torce para que o outro seja eleito. É esperar para ver!

Doa a quem doer

Por falar em cordialidade, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) foi o único da bancada de oposição a marcar presença na festinha de aniversário de Bruno Reis, realizada na semana passada, no Palácio Thomé de Souza. Companheiros do edil, no entanto, não gostaram nada disso, uma vez que Suíca não teria sido tão afetuoso quando da passagem do aniversário de Geraldo Júnior, no início deste mês. O vereador não esconde de ninguém que tem uma relação pessoal com o prefeito, doa a quem doer.

Soberano de Juazeiro

O ex-prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho está tão confiante de que será o escolhido pelo governador para ser candidato ao Executivo municipal em outubro que não faz a menor questão de comparecer a reuniões ou eventos dos demais postulantes da base aliada. O petista não tem dialogado sequer com os dois concorrentes dentro da federação Brasil da Esperança: os deputados estaduais Roberto Carlos (PV) e Zó (PCdoB).

Espada na cabeça

Isaac Carvalho foi desmentido publicamente pelo presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, depois de dizer, em entrevista, que estava dialogando para receber o apoio da cúpula emedebista. “Ele não nos procurou. E ainda nem se sabe se o Isaac pode ou não ser candidato, porque tem sempre essa boataria. Vai ficar essa espada na cabeça dele até que a Justiça Eleitoral decida”, disse Lúcio. O MDB tem como pré-candidato em Juazeiro o empresário Andrei da Caixa.

Pitacos

* Em reunião realizada neste segunda (21), a coordenação de campanha de Geraldo Júnior iniciou as discussões para a escolha do local de lançamento da pré-candidatura do emedebista, que, conforme antecipado com exclusividade pelo Política Livre, será no próximo dia 6.

* Entre os locais cogitados estão o Parque de Exposições e o Hotel Fiesta. Antes da data, haverá uma reunião com lideranças e pré-candidatos a vereadora da base de Jerônimo, com as presenças de deputados votados na capital e de Jaques Wagner.

* Presidente do PL na Bahia, João Roma informou que a sigla terá 23 pré-candidatos a prefeito, número aquém do esperado para aquele que é o maior partido do Brasil e para quem deseja ser candidato a governador em 2026.

* Na semana que vem, Roma vai oficiar o apoio a mais um quadro do União Brasil nas disputas municipais: a vereadora Débora Régis (União), pré-candidata em Lauro de Freitas. Os dois estiveram reunidos esta semana para fazer os ajustes políticos.

* O PL chegou a cogitar duas candidaturas em Lauro: a do deputado estadual Leandro de Jesus e a do vereador Tenóbio, que se filiou recentemente e costuma usar e abusar do humor para criticar a gestão da prefeita Moema Gramaho (PT).

* Dois importantes pré-candidatos do PT circularam intensamente esta semana na Assembleia: o deputado federal Waldenor Pereira, de Vitória da Conquista, e o ex-prefeito Isaac Carvalho, de Juazeiro.

* O deputado estadual Marquinho Viana (PV) se queixa de que o governo Jerônimo tem ajudado demais os parlamentares da oposição na Assembleia. Ele alega, por exemplo, que recebeu menos ambulâncias do que alguns oposicionistas na Casa.

* Talvez com o desejo de se redimir pelos ‘pecados’, o deputado estadual Binho Galinha (PRD), acusado pela polícia de chefiar milícia, garantiu R$1,5 milhão, por meio de emenda, ao Hospital Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana.

* O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Marcus Presídio, encaminhou nesta quarta (22) para a Assembleia projeto que reajusta em 4% os salários dos servidores da Corte.

* O prefeito de Conceição do Coité, Marcelo Araújo (União), decidiu fazer uso eleitoreiro da decisão do governo da Bahia de instalar o futuro hospital do sisal em Serrinha, município vizinho.

* Mesmo sabendo que a escolha por Serrinha estava tomada há tempos, por meio de critérios técnicos, Marcelo Araújo tentou aproveitar a oportunidade para atacar o PT, acusando o partido de privilegiar uma prefeitura aliada. Pegou mal!

Radar do Poder: A “casca de bala de Elmar”, o mapa eleitoral do União Brasil, o gentil Adolpho Loyola e a petista esquecida

radar do poder | 15 maio 2024

Blefe da tesoura

No União Brasil, poucos acreditam que vá além da ameaça a decisão da Executiva estadual do partido de cortar o fundo eleitoral destinado aos candidatos dos deputados Marcinho Oliveira e Júnior Nascimento caso os dois votem, na Assembleia, a favor do empréstimo de R$ 2 bilhões do governo baiano, como já fizeram antes. A razão é simples: quem garante esses recursos é o padrinho político dos rebeldes, o deputado federal Elmar Nascimento. Ou seja, dificilmente alguém vai comprar essa briga.

Casca de bala

Elmar já criticou, em conversa exclusiva com o Política Livre, a decisão do partido, que, por sua vez, foi defendida publicamente pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Os dois estiveram juntos em Brasília nesta terça (14) na reunião da Executiva nacional do União Brasil, mas não teriam acertado os ponteiros sobre a dissonância, uma vez que Marcinho Oliveira avisou aos quatro cantos que irá, sim, votar a favor do empréstimo. E ele não faz nada sem o consentimento de Elmar, de quem é, como se diz na Assembleia, o “casca de bala”.

Dedo coçou

Marcinho, por sinal, ficou mais uma vez ao lado do governo ontem. Quando o líder da oposição, Alan Sanches (União), pediu verificação de quórum para derrubar a sessão e adiar a tramitação do empréstimo, o aliado de Elmar registrou presença, contrariando os colegas de bancada. No primeiro momento, isso foi decisivo para a continuidade dos trabalhos. “O dedo coçou”, ironizou Alan no plenário. Mas o governo acabou não conseguindo votar a urgência por conta da falta de parlamentares da própria base.

Almoço indigesto

Antes da sessão, houve um almoço entre os líderes da maioria na Assembleia que terminou em meio a queixas contra o governo Jerônimo Rodrigues (PT) por conta do atraso no pagamento das emendas e problemas no encaminhamento de demandas. Um grupo de 12 parlamentares se ausentou de propósito das votações para mandar um recado ao Executivo. Desses, 10 foram chamados, no início da noite, para uma conversa com o chefe de Gabinete do governador, o sempre gentil Adolpho Loyola.

Grupo dos 10

Loyola, que antes do encontro com os parlamentares recebeu do celular do líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), uma foto tirada pelo petista do painel do plenário da Casa dedurando os ausentes, prometeu, mais uma vez, melhorar o relacionamento. O grupo dos 10, formado por deputados do PL, PP, PV, PSD e Podemos, se queixou, inclusive, de que não podem receber o mesmo tratamento dos oposicionistas, incluindo na conta deles os liderados de Elmar.

Joio do trigo

“Uma coisa é cada deputado ter direito constitucional às emendas impositivas. Outra coisa é o que vai além disso. Não podemos aceitar, por exemplo, que deputados como Leandro de Jesus (PL), ferrenho opositor do governo, e até mesmo Marcinho Oliveira fiquem por aí ganhando ambulâncias extras e recebendo o mesmo tratamento que nós, que assumimos o ônus de ser governo nas votações mais polêmicas”, disse à coluna um dos participantes da reunião. Aliás, Marcinho recebeu a quarta ambulância esta semana.

Xis da questão

Ainda sobre o polêmico empréstimo do governo, um deputado do PSD explicou à coluna porque acha que toda a oposição, seja ela na Assembleia Legislativa, a Jerônimo, ou na Câmara Municipal de Salvador, ao prefeito Bruno Reis (União), quase sempre se posiciona contra as operações de crédito. “No final das contas, o motivo verdadeiro é que ninguém quer ver o adversário com dinheiro em caixa às vésperas das eleições. E como tem eleição de dois em dois anos…”.

Terreno mapeado

A polêmica reunião da Executiva estadual do União Brasil, na segunda-feira (13), não tratou apenas da atuação do partido na Assembleia. Sobre as eleições, ficou definido que a sigla vai disputar prefeituras de 90 municípios no pleito de outubro. ACM Neto acredita que pode vencer, com candidaturas próprias, as eleições em oito das dez maiores cidades baianas: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Lauro de Freitas, Ilhéus e Barreiras. Assim, chegaria ainda mais forte em 2026.

Festa no interior

O deputado federal Bacelar (PV) vai dar uma atenção maior aos candidatos dele no interior do Estado e pretende viajar mais durante o pleito. Ele avaliou, segundo pessoas próximas, que, depois de ter disputado a Prefeitura de Salvador em 2020, a pedido do então governador Rui Costa (PT), acabou se afastando um pouco do interior, o que pretende compensar agora. A notícia desagrada o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), pois Bacelar tem força eleitoral e conhece profundamente a política na capital.

Abacaxi de Lídice

Por conta desse foco no interior, Bacelar descartou assumir qualquer tarefa oficial na campanha de Geraldinho. A deputada federal Lídice da Mata (PSB), coordenadora-geral, tem pressa em definir logo os auxiliares setoriais. Já anunciou o presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes, como responsável pelo programa de governo. Como tem outros compromissos como parlamentar, chefe de bancada e presidente do próprio partido, Lídice não quer descascar sozinha o “abacaxi” em Salvador.

Tucano desafinado

O vereador Téo Senna (PSDB) demonstrou que não tem sintonia com o próprio partido ou que deseja constranger aqueles que o convidaram a deixar a legenda por falta de afinidade. Ele andou defendendo o nome do presidente da Câmara Municipal de Salvador, o tucano Carlos Muniz, para a vice de Bruno Reis, quando todo mundo sabe que o indicado pela sigla para o posto é o deputado estadual Tiago Correia. O projeto de Muniz é ser reeleito para o Legislativo e, na sequência, à presidência.

Olho nos bispos

O PSDB, por sinal, só está disposto a brigar de fato pela vice de Bruno Reis se o Republicanos insistir em retirar Ana Paula Matos (PDT) da cadeira, coisa que o prefeito tem sinalizado a aliados que não quer. “Não temos nada contra Aninha. Por nós, ela fica. Mas se o partido dos bispos for cogitado, também temos o direito de pleitear”, declarou um tucano de alta plumagem à Radar do Poder.

Ciumeira emergente

A decisão da Juventude Socialista do PDT de apoiar a pré-candidatura a vereador de Salvador do ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho, anunciada na semana passada, provocou ciumeira nas estrelas emergentes do partido. O ex-diretor da Codecon Zilton Netto, outro postulante, esperava contar com o respaldo do movimento. Vale lembrar que o primeiro é ligado ao deputado federal Félix Mendonça Júnior e à vice-prefeita Ana Paula Matos. O segundo é liderado do deputado federal Leo Prates.

Moema esquecida

A corrida eleitoral em Lauro de Freitas segue de fora da lista de prioridades do PT nacional, seja com candidaturas próprias ou de aliados. Esta semana, o partido divulgou mais uma relação de municípios considerados estratégicos no país, e incluiu Salvador e Juazeiro, que se somaram a Feira de Santana, Camaçari, Vitória da Conquista e Barreiras e Ilhéus, relacionadas inicialmente. Pelo visto, a prefeita Moema Gramacho (PT), que lançou como sucessor Antônio Rosalvo (PT), segue sem moral com a cúpula petista.

Pitacos

* Durante a polêmica reunião da Executiva estadual do União Brasil desta semana, a ausência do deputado federal Arthur Maia não passou despercebida. Isso porque, observaram alguns, ele nunca participou de um desses encontros.

* Dessa vez, no entanto, Arthur Maia de fato não estava em solo baiano ou soteropolitano. Ele viajou para Nova York, nos EUA, onde participa da Brazilian Week. Tirou até foto com o amigo e ex-presidente Michel Temer (MDB).

* ACM Neto, por sinal, defende que as reuniões da Executiva estadual, que acontecem geralmente a cada dois meses, sejam intensificadas. Ele quer ao menos um encontro mensal. Se isso ocorrer, muita gente vai ficar de orelha vermelha de tanto puxão.

* Líder do União Brasil na Assembleia, Robinho provocou Marcinho Oliveira e sugeriu que o colega apresentasse uma emenda para melhorar o projeto do empréstimo de R$2 bi enviado por Jerônimo à Assembleia. Assim, poderia votar a favor.

* O deputado federal Dal Barreto (União) anda irritado com o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD). Tem reclamado até do funcionamento dos elevadores quando visita a sede do Legislativo estadual.

* Ex-aliado do emedebista, o vereador Alexandre Aleluia (PL) comparou Geraldo Júnior ao “Kinder Ovo”. “Você sabe a cor do que vem dentro depois que leva para casa”, disse, emendando. “Se pintou de vermelho”.

* Em discurso na Câmara de Salvador, o vereador Duda Sanches (União) disse que o segredo do sucesso eleitoral do PT na Bahia é o jornalista André Curvello. “Ele transformou tudo de ruim em algo vendável”, avaliou.

* Outro secretário do governo que quase sempre é poupado das críticas da oposição é o de Segurança Pública, Marcelo Werner. A exemplo de Duda Sanches, adversários do PT costumam dizer que o titular da pasta não teve o direito a montar a própria equipe.

* O PT voltou atrás e decidiu aceitar nas fileiras do partido o empresário Ângelo Santana, que vai disputar a Prefeitura de São Sebastião do Passé. Antes, o pedido de filiação havia sido recusado porque ele apoiou ACM Neto e Jair Bolsonaro em 2022.

* Ângelo deve participar, inclusive, da conferência eleitoral que o PT fará com todos os candidatos do partido nos dias 14 e 15 de junho, em Salvador. Jerônimo, Rui Costa e o senador Jaques Wagner estarão presentes, bem como outras lideranças petistas.

Radar do Poder: A torneira fechada para Geraldinho, o fogo Universal contra Ana Paula e o palanque eclético de Lula em Teixeira de Freitas

radar do poder | 08 maio 2024

Torneira petista

Como divulgou o Política Livre nesta terça (07), o PT nacional não incluiu Salvador na lista dos 64 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes prioritários na homologação de candidaturas próprias ou de aliados. Segundo uma importante fonte petista da coluna, isso representa não só um problema político para o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), como também financeiro. “A torneira do fundo eleitoral petista vai jorrar menos na capital baiana”, analisou.

Moema de fora

O partido do presidente Lula deixou claro que as prioridades para investimento na Bahia são as grandes cidades em que apresenta maiores chances de vitória com candidaturas próprias, ou seja, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Ilhéus e Barreiras. Até Lauro de Freitas, administrada pela petista Moema Gramacho, que lançou como sucessor o aliado Antônio Rosalvo, da mesma legenda, ficou de fora. Lá, a favorita é a vereadora Débora Régis (União), que se lança como pré-candidata no próximo dia 17.

Resposta de peso

Se o PT nacional homologou a candidatura do deputado federal petista Waldenor Pereira em Vitória da Conquista, o MDB não deixará por menos e fará um movimento de peso. O presidente da legenda no país, deputado federal Baleia Rossi (SP), estará na Suíça baiana na manhã desta quinta-feira (09) para reforçar o respaldo à vereadora Lúcia Rocha, postulante emedebista na cidade. O líder do MDB na Câmara Federal, Isnaldo Bulhões (AL), também marcará presença.

Comendador

Com esse reforço partidário a Lúcia Rocha, o MDB espera ainda colocar um fim nas especulações, que têm como epicentro o PT conquistense, de que a vereadora pode trocar a candidatura por uma cadeira na Assembleia. Aliás, nesta mesma quinta-feira, pela tarde, toda a cúpula emedebista estará na sede do Legislativo estadual para a entrega da Comenda Dois de Julho a Baleia Rossi, honraria proposta pelo deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho de Geraldo Júnior.

Interlocutor

Em encontro na semana passada com Geraldo Júnior, a bancada do PT na Câmara Municipal de Salvador pediu para indicar um coordenador visando representar os interesses dos vereadores petistas junto à campanha do emedebista. O nome ainda não foi escolhido, mas será alguém sem mandato que fará a interlocução entre as demandas dos edis e dos candidatos da chapa proporcional e a majoritária.

Plano único

Nessa mesma reunião com Geraldo Júnior, os edis petistas defenderam a indicação de um dos dois nomes do partido colocados até aqui para a ocupar a posição de vice na chapa: o do ex-vereador Moisés Rocha, que tem a preferência da bancada, ou a da secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis. Por sinal, Moisés informou aos aliados que não pretende concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal se for preterido na vice.

Fogo Universal

Do lado do prefeito Bruno Reis (União), aliados do gestor identificaram que seria do Republicanos a digital de uma recente pesquisa que avaliou mal, com dados apontados como duvidosos, a gestão da vice-prefeita Ana Paula Matos no comando da Secretaria Municipal de Saúde. O partido comandado na Bahia pelo deputado federal Márcio Marinho, bispo da Igreja Universal, quer a todo custa tirar a pedetista da chapa à reeleição do chefe do Executivo municipal.

Ritmo lento

Os vereadores de Salvador fizeram um acordo para realizar sessões na Câmara Municipal apenas em dias de segunda e terça, em função do período pré-eleitoral. Apesar disso, o ritmo na Casa é lento. Isso porque muitos edis têm apenas, quando muito, registrado presença e se retirado de plenário para cuidar das campanhas, mesmo quando há votações em pauta. Na avaliação geral, com o cenário de um pleito mais disputado, a necessidade de sobrevivência eleitoral é mais urgente.

Zumbi dos Palmares

Ainda não há data para Davi Brito, vencedor do BBB, receber a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Salvador. A equipe do famoso de Cajazeiras tentou agendar a entrega da honraria, proposta pelo vereador Tiago Ferreira (PT), no final de abril, antes do término das gravações do documentário da Globo sobre o campeão, mas não havia disponibilidade de espaço no Legislativo. A Casa tentou no dia 3 de maio, mas dessa vez Davi não pôde. Existe a possibilidade de a homenagem só ocorrer após as eleições.

Palanque diversificado

O presidente Lula desembarca na Bahia nesta sexta-feira (10) para entregar, em Teixeira de Freitas, o Hospital Costa das Baleias, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O palanque vai contar com as presenças dos principais pré-candidatos ao Executivo municipal no pleito deste ano, incluindo o prefeito Marcelo Belitardo (União), aliado de ACM Neto (União). Também estarão o ex-deputado federal Uldurico Júnior e a advogada Raíssa Félix, nomes do MDB e do PT, respectivamente.

Perde e ganha

Enquanto o Avante foi o partido que mais ganhou prefeitos no prazo de filiações partidárias deste ano, o PP foi aquele que mais perdeu, segundo os dados das próprias legendas. A primeira sigla, que elegeu quatro em 2020, cresceu para 62. O PP, que havia emplacado 92, caiu para 48. Vale frisar que uma parte dos gestores pepistas migrou para o Avante, por articulação do presidente estadual, Ronaldo Carleto, que deixou o PP por não ter conseguido, ano passado, assumir o controle da sigla na Bahia.

Delegados grapiúnas

A direção estadual do PT ainda não definiu quando será o encontro dos delegados do partido em Itabuna escolhidos para definir se a legenda terá como candidato o ex-prefeito petista Geraldo Simões ou se vai apoiar a reeleição do atual gestor do município, Augusto Castro (PSD). A tendência é que haja empate, uma vez que cada corrente conta com 42 delegados. Caso isso ocorra, caberá ao comando do partido na Bahia, junto com a nacional, a última palavra.

Arrependimento

O deputado estadual Euclides Fernandes (PT) tenta se reaproximar do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), após sinalizar, para agradar o governador Jerônimo Rodrigues (PT), apoio ao adversário do pepista, o ex-gestor da Santa Casa Alexandre Iossef (PSD). Por pressão do filho, o vereador Ramon Fernandes (PT), o parlamentar ensaia retomar o diálogo com Cocá de olho nos cargos que perdeu na Prefeitura. Ramon, por sinal, deve suceder o pai no pleito de 2026, quando pretende concorrer a uma cadeira na Assembleia.

Apelo junino

Por falar em Zé Cocá, o prefeito vai aumentar os gastos com o São João neste ano eleitoral. O valor, que em 2023 foi de pouco mais de R$6 milhões, deve superar a casa dos R$7 milhões. O pepista articula patrocínios privados e públicos, a exemplo do governo baiano, mesmo não contando com a simpatia de Jerônimo, a quem não apoiou em 2022. Em 2023, o Estado o ajudou com R$500 mil. Para 2024, a Prefeitura já conta com uma emenda federal de R$1,5 milhão do deputado Leur Lomanto Júnior (União).

Reação à esbórnia

O deputado federal Capitão Alden (PL) ficou bastante irritado com o show da cantora Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último sábado (04). O parlamentar disse que tinha muito sexo e desrespeito à família. Nas redes sociais, informou até que iria acionar a Procuradoria Geral da República (PGR) contra a Rainha do Pop. Para quem já foi excomungada três vezes pelo Vaticano, a ameaça falso-moralista bolsonarista, que tentou tratar como uma novidade a esbórnia e o sacrilégio da cantora, só deve mesmo fazer rir.

Pitacos

* O senador Otto Alencar garante que já tentou passar adiante a presidência do PSD da Bahia para o senador Ângelo Coronel e para o deputado federal Antônio Brito. “Mas os dois recusaram. Então eu vou ficando…”, contou à coluna.

* Sobre as eleições municipais, Otto ainda acredita numa possibilidade de composição entre o PSD e o PT em Ilhéus. Ele também espera a oficialização do apoio dos petistas ao PSD em Itabuna.

* O PCdoB, por meio do deputado federal Daniel Almeida, já iniciou a velha ladainha de que merece um espaço na chapa majoritária encabeçada por Jerônimo Rodrigues em 2026. O fim da história todo mundo já conhece: o partido será novamente alijado.

* As mudanças na Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia não se limitaram ao titular. Desde que José Castro Filho foi nomeado secretário, quase todos os dias há trocas nos cargos de confiança da pasta, comandada pelo MDB.

* O deputado Samuel Júnior (Republicanos) não conseguiu esconder o sorriso de quem se divertia ao testemunhar o bate-boca repleto de palavrões entre dirigentes sindicais na votação do projeto dos precatórios da educação, nesta terça (07), na Assembleia.

* Mas divertido mesmo foi assistir aos deputados bolsonaristas Diego Castro (PL) e Leandro de Jesus (PL) virarem, no debate dos precatórios, aliados dos comunistas. Será que pinga algum voto em 2026?

* O deputado Júnior Muniz (PT) encontra resistências no partido quando se coloca como vice do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, na eleição da Mesa Diretora em 2025. Entre os quadros petistas, no entanto, é o que conta com mais apoios na Casa.

* Quem também está em franca campanha para ser o vice de Adolfo é o deputado Marquinho Viana (PV).

* Presidente do PDT da Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior lançou esta semana o prefeito de Euclides da Cunha, o pedetista Luciano Pinheiro, como candidato a uma cadeira na Câmara em 2026.

* Aliados do vereador Hélio Ferreira (PCdoB) apostam que ele, a exemplo do que ocorreu no pleito de 2020, terá mais votos do que a vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã de Jerônimo. O comunista tem o apoio de parte do Sindicato dos Rodoviários.

Radar do Poder: A legítima defesa de Bruno, as baterias de Lídice, o candidato do Palácio e o ensaio de uma nova disputa pelo TCM

radar do poder | 01 maio 2024

Cara amarrada

O prefeito Bruno Reis (União) sabia que, no ato de apoio do PL, nesta terça-feira (30), teria que assumir de público o aval a bandeiras caras aos conservadores. Ele só não esperava que o documento contendo resumidamente as teses defendidas pelo partido tivesse na capa uma foto do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem não deseja se associar diretamente. Na foto divulgada pelo PL, enquanto o presidente do partido na Bahia sorriu com o documento em mãos, Bruno Reis fechou a cara.

Legítima defesa

No ato, Bruno Reis também leu e comentou o documento contendo compromissos como a defesa da Constituição, das liberdades individuais, da vida desde a concepção, da propriedade privada, do combate às drogas e da redução de impostos, entre outros. Quando citou o item sobre o direito à legítima defesa, o prefeito se fez de desentendido e tratou o tema como a garantia do acesso dos cidadãos à Justiça e não às armas. Antes mesmo de a campanha começar, evitou a polêmica, mostrando que é “safo”.

Pais da criança

A ideia do documento partiu do deputado federal Capitão Alden e do deputado estadual Diego Castros, bolsonaristas de carteirinha do PL e, portanto, extremistas. Os dois, embora entusiastas da aliança, vinham demonstrando preocupação com o impacto do apoio a Bruno Reis, que se posiciona mais ao centro no campo político, entre os eleitores conservadores. Assim, queriam, de alguma forma, “amarrar” o morador do Palácio Thomé de Souza às bandeiras da sigla.

Tomaram falta

Entre as ausências no evento comandado por João Roma, duas já eram esperadas: a dos deputados estaduais Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, que estão na base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Quem também faltou foi o ex-vereador Cézar Leite, que disputou a Prefeitura de Salvador em 2020 pelo PRTB e agora vai tentar retornar à Câmara Municipal no PL, a contragosto de parte importante das lideranças bolsonaristas da sigla.

Baterias recarregadas

Aliados do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) esperam a volta ao Brasil da coordenadora da campanha do emedebista, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), para retomar de forma mais intensa as tratativas sobre o suporte aos pré-candidatos a vereador da base do Palácio de Ondina e a composição da chapa majoritária. Sabiamente, a socialista optou por passar uns dias descansando no exterior antes de assumir de fato a nova tarefa. Ela retorna nesta quinta-feira (02).

Beicinho brizolista

Durante reunião comandada em Salvador pelo ministro da Previdência e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, na última sexta (29), com lideranças e pré-candidatos da sigla, ficou evidente que a turma da vice-prefeita Ana Paula Matos ainda faz beicinho para o deputado federal Leo Prates. Quando o parlamentar usou a expressão “apoiar um outro projeto”, se referindo a Lauro de Freitas, a turma de Ana logo achou que o assunto era ela e começou a gritar. Leo precisou dizer algumas vezes que não quer mais a vice.

Candidato do palácio

O ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho (PDT) é visto pela base aliada de Bruno Reis e de Ana Paula como o candidato mais apoiado pelo Palácio Thomé de Souza na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal. Há, inclusive, quem aposte que o pedetista, que vai disputar a segunda eleição consecutiva para o Legislativo, só que agora com mais força, pode ser o mais bem votado do partido, na frente até do vereador Anderson Ninho (PDT), postulante à reeleição.

Pegando de volta

A tendência, calculam os entendidos, é que o PDT possa eleger de três a quatro vereadores. Internamente, a briga por uma cadeira é acirrada entre a vereadora Roberta Caires e o ex-diretor da Codecon Zilton Netto. Isso porque Zilton tem sido acusado pela edil de “roubar” lideranças e espaços na Prefeitura, se aproveitando do fato de tê-la apoiado em 2020. O ex-diretor, por sua vez, costuma dizer que está pegando de volta o que havia emprestado.

Modo Isidório

O Avante da Bahia, que quer demonstrar força em um evento nacional em Salvador neste sábado (04) garante que montou uma lista de candidatos a vereador na capital para eleger ao menos um. Uma das postulantes é Thais Santana, filha do deputado federal Pastor Isidório, que comanda a legenda na cidade. Em 2020, o parlamentar, então candidato a prefeito e outrora campeão de votos, usou da mesma estratégia lançando o filho Tancredo Isidório, que não alcançou os quatro dígitos nas urnas.

Resposta pesada

Jerônimo Rodrigues vai a Campo Formoso no sábado (04) para anunciar novas obras e investimentos no município. A presença do governador na cidade também é uma resposta do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), ao ato político ocorrido na semana passada que marcou o lançamento da pré-candidatura à reeleição do prefeito Elmo Nascimento (União), irmão do deputado federal Elmar Nascimento (União). O parlamentar do PSD lançou como pré-candidata a esposa, Denise Menezes (PSD)

Trator do União

Aliás, aliados do presidente da Assembleia aplaudiram a ausência de ACM Neto (União) no lançamento da pré-candidatura do irmão de Elmar em Campo Formoso e consideram que o movimento foi uma sinalização clara de que o ex-prefeito de Salvador não vai aceitar ser “tratorado” pelo correligionário na disputa interna por quem tem mais influência nos rumos do partido. Vale lembrar que Elmar comanda a Codevasf, órgão do governo federal que se tornou famoso por distribuir tratores e outros maquinários pelo interior. Neto, no entanto, fez questão de avisar que não poderia ir à festa.

Relação estremecida

Por falar no ex-prefeito, a relação dele com o presidente do PP na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, parece não estar das melhores. O pepista fez questão de desmentir de imediato que estivesse presente em um evento político em Caldeirão Grande com ACM Neto na semana passada, segundo informou a assessoria do líder oposicionista em material enviado à imprensa.

Propina agora é 20%

A situação na Alameda das Espatódias está prestes a explodir. Tradicionalmente, as propinas disfarçadas de Art variam em torno de 10%, mas uma quitanda de armário com poucos “Annos” elevou seu suborno para 20%. Paralelamente, um arquiteto vem enganando seus clientes, negligenciando a qualidade e os prazos em favor de suas próprias comissões. Um cliente insatisfeito está ameaçando revelar tudo! Que ele não mencione nomes, para evitar um escândalo ainda maior.

Vitalícia

Na verdade, Mário Júnior busca se aproximar cada vez mais de Jerônimo visando garantir a indicação da esposa, Camila Vasquez, para a próxima vaga aberta no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em julho de 2025, quando quem se aposenta é justamente o pai do parlamentar, o conselheiro Mário Negromonte. O substituto deve ser um nome do Ministério Público de Contas, onde Camila é procuradora. Há rumores de que o PT prefere a procuradora Aline Rego.

Revendo os amigos

Depois de participar da inauguração do trecho de número dois do BRT de Salvador, na semana passada, o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), fez questão de fazer uma visita aos aliados emedebistas da Bahia, na sede estadual da legenda. Durante a visita, ele ainda colocou o pai, o ex-governador do Pará e ex-senador Jader Barbalho, que já foi um dos principais caciques nacionais da sigla, para falar com o ex-ministro Geddel Vieira Lima por chamada de vídeo. O papo foi sobre política local e nacional.

Crescimento

O PV registrou crescimento na Bahia após o final do prazo das filiações partidárias. O partido, que não havia conseguido eleger prefeitos em 2020, ficou com dois. O total de vice-prefeitos saltou de dois para oito, enquanto o de vereadores subiu de 13 para 56 e o de comissões provisórias, de 68 para 180. Os números só não foram melhores porque alguns prefeitos que negociavam com o PV ficaram com receio de colocar o projeto eleitoral em risco por conta da federação que os “verdes” formam com PT e PCdoB.

Pitacos

* Ex-eleitor de Bolsonaro, Geraldo Júnior levou cerca de dez horas para criticar o apoio do PL a Bruno Reis. A lentidão foi notada por um aliado petista, para quem o emedebista, às vezes, “nem parece ser candidato”.

* Quem viu a palestra do vereador Sílvio Humberto, do PSB, no evento “Racismo não é mimimi”, organizado quarta-feira (30) pela Assembleia, achou o edil desmotivado. Seriam dois os motivos: Geraldo Júnior não decola e a filiação de Igor Kannário na sigla.

* No ato de apoio do PL a Bruno Reis, o vereador Alexandre Aleluia elogiou a lista de candidatos do partido para a Câmara, da qual faz parte. Citou alguns nomes, incluindo o ex-prefeito João Henrique, mas não mencionou nenhum bolsonarista raiz.

* Há rumores no meio político da Bahia de que a Justiça está no encalço de um quadro local. O caso é antigo.

* Quem entra no gabinete do deputado estadual Marcinho Oliveira (União) encontra um ambiente tão requintado e fora dos padrões de simplicidade da Assembleia que tem a impressão de estar fora da Casa. Só as portas foram mantidas, porque não deixaram trocar.

* O deputado estadual Bobô (PCdoB) apresentou um projeto de lei para tornar Senhor do Bonfim a Capital Estadual do Forró. Às vésperas dos festejos juninos, vai criar confusão com os outros 416 municípios baianos.

* Com olhos de água, o deputado estadual Marquinho Viana (PV) decidiu entrar de vez na briga para ser o primeiro-vice caso Adolfo Menezes decida de fato tentar uma segunda reeleição para o comando da Assembleia.

* O prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), foi na onda dos adversários (e alguns aliados) que o criticam por escolher o tio Eduardo Hagge como sucessor. Batizou de “Rolé do Tiozão” o lançamento da pré-candidatura, neste domingo (05).

* Em Juazeiro, aliados do governo do Estado garantem que o ex-prefeito Isaac Carvalho, do PT, não resolveu todas as pendências jurídicas para ser candidato. “Existem outros processos”, apontou um membro da base.

Radar do Poder: Os votos de Davi, a bala na agulha de Aleluia, as chances de Leo Prates e o governador salvo pelo gongo

radar do poder | 24 abril 2024

Espia só

Os candidatos a uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador que tentam a todo custo “pongar” na popularidade de Davi, campeão do BBB, estão preocupados com a possibilidade de a mãe do ganhador, Elisângela Brito, disputar uma vaga de vereadora em outubro. Ela foi filiada ao DC pelo presidente da legenda na Bahia, Igor Dominguez, assessor especial do prefeito Bruno Reis (União). Um dos mais preocupados é o líder do governo municipal no Legislativo, Kiki Bispo (União).

Outros interessados

Colegas de Kiki costumam dizer, na brincadeira, que o edil praticamente se mudou para a casa da família de Davi, em Cajazeiras, desde que o baiano venceu o reality. Igor Dominguez, interessado na candidatura da matriarca, também é assíduo por lá. Vale frisar que Kiki não é o único preocupado: o vereador Tiago Ferreira (PT), que vai entregar uma medalha a Davi, e o suplente Felipe Lucas (Republicanos) também almejam o apoio do novo famoso do pedaço.

Temor da federação

Um dos temores da federação formada por PT, PCdoB e PV é que o vereador “verde” André Fraga supere a petista Marta Rodrigues e seja reeleito como o mais votado do grupo em outubro. “Esse risco ocorre e seria muito ruim para o governo do Estado em Salvador, uma vez que Fraga, mesmo estando conosco, apoia Bruno Reis”, disse o vereador Arnando Lessa (PT). Lessa admitiu que a federação estará de olho nos movimentos do colega, que não pode fazer campanha aberta para o prefeito.

Protegido “verde”

Apoiado por André Fraga nas eleições de 2022 para a Câmara Federal, o deputado Bacelar (PV) saiu em defesa do correligionário. “Trata-se de um membro orgânico que é importantíssimo para o nosso partido e deve ser respeitado”, declarou à coluna. O presidente do PV da Bahia, Ivanilson Gomes, também já empenhou apoio total e irrestrito ao correligionário.

Corda toda

Com bala na agulha, o vereador Alexandre Aleluia (PL) tem investido alto para conquistar a adesão de cabos eleitorais de colegas da Câmara Municipal para a disputa eleitoral. Já foi para cima de um apoiador do vereador Toinho Carolino (DC) no bairro da Boca do Rio e, embora católico conservador, tem assediado até pastores evangélicos de peso médio ligados ao correligionário de partido Isnard Araújo. A preocupação no Palácio Thomé de Souza é que as lamúrias pontuais se transformem em alarido na base.



Fila emedebista

No MDB, os irmãos Vieira Lima apostam na candidatura a vereador de Salvador do diretor da Central Médica da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Tiago Fialho, que está filiado ao partido. A análise feita por aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Câmara Municipal é que Tiago vai brigar pela segunda cadeira na chapa emedebista com o hoje vereador Joceval Rodrigues. O primeiro da fila deve ser o ex-vereador e ex-deputado David Rios.

Chances sepultadas

A vinda, na sexta (26), do presidente nacional licenciado do PDT a Salvador, Carlos Lupi, atual ministro da Previdência do governo Lula (PT), sepulta de uma vez por todas as chances de o deputado federal Leo Prates, membro do partido, ser indicado para integrar a chapa de Bruno Reis 2024. Lupi chega à capital baiana para reforçar que a vice-prefeita pedetista Ana Paula Matos é a única indicada oficialmente pela sigla para permanecer no posto.

Voos altos

Lupi, no entanto, pretende deixar claro que Leo Prates é o projeto do PDT para as eleições majoritárias de 2028 em Salvador, como deseja o parlamentar. A tensão entre a cúpula pedetista na Bahia e o ex-prefeito ACM Neto (União) por conta da disputa pela filiação da vereadora de Lauro de Freitas Débora Régis (União) reforçou o desejo de parcela importante dos pedetistas baianos de desgrudarem ainda mais do ex-prefeito e alçar voos mais altos. Inclusive já a partir de 2026.

Relação antiga

A relação pessoal da deputada federal Lídice da Mata (PSB) com o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) pesou para que a parlamentar aceitasse a missão de ser coordenadora da campanha dele na capital. O emedebista foi chefe jurídico da antiga Companhia Municipal de Abastecimento (Comasa) quando Lídice era prefeita. Nesta mesma época, o então vereador Super Geraldo, pai do hoje vice-governador, líder do governo na Câmara Municipal.

Desde o PMDB

Outro fator que ajudou a sensibilizar Lídice a aceitar o desafio hercúleo de coordenar a campanha que vai tentar derrotar Bruno Reis nas urnas foi a ligação histórica da deputada com o PMDB (hoje MDB), no qual venceu a primeira eleição, em 1982, como vereadora de Salvador – ela não concorreu pelo PCdoB, onde começou a militância política, porque a legenda estava na clandestinidade. Lídice também teve o apoio da legenda quando prefeita.

Salvo pelo gongo

Quando os deputados estaduais da base aliada começaram a cobrar do governador o pagamento de emendas e a realização de audiências para tratar das eleições de 2024, em café da manhã nesta terça (23), Jerônimo Rodrigues foi salvo pelo gongo. Como havia informado no começo da reunião, tinha que pegar o avião para Brasília e precisou sair rapidamente para o aeroporto. Nem tempo para foto grupal posada houve.

Ausência notada

Causou estranheza a ausência quase total da bancada do PP na Assembleia no café com Jerônimo. Apenas o deputado Hassan marcou presença no evento, cujo objetivo principal foi apresentar aos parlamentares o projeto de reajuste dos servidores públicos estaduais. Foi o suficiente para os parlamentares mais afoitos insinuarem um movimento de insatisfação pepista. Em mais uma viagem internacional, o presidente do Legislativo, Adolfo Menezes (PSD), também não participou.

Projeto de deputados

Por falar em Adolfo Menezes, ele prometeu que em 2024 colocaria ao menos um projeto de deputado para votação na Casa por semana para evitar correrias de final de ano. Abril está prestes a terminar e até agora só dois passaram. Um do próprio Adolfo, que torna Ipirá a capital estadual do couro. E um outro que interessa diretamente ao chefe do Poder: a PEC que permite uma segunda reeleição do presidente, de autoria do deputado Nelson Leal (PP).

Repasse zero

O presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Joaci Góes, ainda aguarda repasse de recursos do Estado para a instituição na gestão de Jerônimo. Nunca pingou um centavo desde que o governo retirou o apoio financeiro à entidade centenária por conta de uma palestra ministrada pelo ex-chanceler bolsonarista Ernesto Araújo, em novembro de 2023. O culpado seria o secretário de Cultura, Bruno Monteiro. Joaci já procurou o governador para reclamar.

Pitacos

* O apresentador Casemiro Neto revoltou os bolsonaristas ao classificar como “coisa de ladrão” a atitude do deputado Leandro de Jesus (PL) de pular o muro de um hospital estadual em Barreiras para fiscalizar. Foi chamado de esquerdista sem audiência.

* A deputada Ivana Bastos (PSD) criticou, na Assembleia, a atitude de Leandro de Jesus de pular o muro. Mas se calou quando o deputado Alan Sanches (União) disse que ela, como pré-candidata a presidente da Casa, deveria defender mais os colegas.

* Aliás, Leandro de Jesus e o deputado Diego Castro (PL), colegas de Assembleia, precisam se entender sobre quem foi escolhido coordenador na Bahia da Frente Parlamentar Federal da Invasão Zero. Os dois divulgaram que receberam a missão.

* Depois de “peitar” o governo para tentar ser candidato ao TCM, o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) voltou ao posto de bajulador de Jerônimo, como ficou evidente nos olhares comunistas apaixonados no café do petista com os parlamentares.

* O deputado Marcelino Galo (PT), que assumiu a cadeira do agora conselheiro do TCM Paulo Rangel na Assembleia, abarrotou o Diário Oficial nos últimos dois dias com projetos de lei. Quer se destacar como o mais propositivo da legislatura.

* Líder do União Brasil na Assembleia, o deputado Robinho ironizou a decisão da Secretaria da Segurança Pública de criar uma medalha para homenagear personalidades. “É a mais nova forma de combater o crime”, comentou.

* O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), celebrou o aniversário, na semana passada, ao lado dos colegas vereadores com um almoço do restaurante A Porteira da Boca do Rio. Bruno Reis fez questão de aparecer.

* Petista histórico, o ex-vereador e ex-deputado estadual Bira Coroa deve assumir esta semana a função de coordenador da campanha de Luiz Caetano (PT) à Prefeitura de Camaçari.

* Filiado recentemente ao PSB por Rodrigo Hita, o cantor e político Igor Kannário declarou apoio ao deputado federal Zé Neto (PT) na disputa ela Prefeitura de Feira. O anúncio aconteceu em plena micareta.

* A médica e professora Adélia Pinheiro (PT) lança oficialmente a pré-candidatura a prefeita de Ilhéus no sábado (27), em evento no Centro de Convenções da cidade. Por conta da divisão da base no município, Jerônimo não deve participar.

Radar do Poder: Lídice coordenadora de Geraldinho, o apoio de Binho Galinha em Feira e a rapidinha de Bruno Reis

radar do poder | 17 abril 2024

Lídice coordenadora

A deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB da Bahia, será a coordenadora da campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ao Palácio Thomé de Souza. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (17) à coluna por fontes ligadas ao Palácio de Ondina. Quem também chegou a ser cotado para a função pelo próprio Geraldinho foi o deputado federal Bacelar (PV), outro profundo conhecedor da política na capital.

Sem sondagem

Embora o nome tenha sido cogitado no PT da Bahia como alternativa para a coordenação da campanha de Geraldo Júnior, o presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, que desembarcou nesta terça-feira (16) em Salvador após um período fora do Estado, sequer foi sondado oficialmente para o posto. Como revelou a coluna na semana passada, a indicação não agradava aos vereadores petistas, pois o único representante do PV na Câmara Municipal, André Fraga, é aliado do prefeito Bruno Reis (União).

Gol de placa

“Não poderia ter escolha melhor. Lídice conhece bem a cidade, é experiente, transita em todas as áreas. Acho que foi um gol de placa”, avaliou à coluna o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) sobre a opção pela presidente do PSB baiano. E sobre a vice de Geraldo Júnior? “Na nossa hora, não na da imprensa”, brincou o cacique emedebista.

Manobra

Em meio às tratativas para a definição do candidato a vice na chapa governista, o aparecimento do nome do vereador Silvio Humberto (PSB) como opção foi apontando como pura arte de Lídice. Os comentários que ganham corpo no governo e na Praça Municipal dizem que seu plano seria empurrar Silvio para fora da duríssima disputa que a legenda travará para eleger um vereador na capital, vaga em tese reservada à reeleição do edil, a fim de favorecer um candidato do coração dela, nome que ganhará agora novo impulso com sua função como coordenadora.

Medo de quê?

Embora não seja propriamente uma novidade, já que a mania de Geraldo Júnior por segurança e militares passou há muito a ser alvo de piadas, chamou a atenção o fato de o emedebista ter circulado no almoço de comemoração da Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (ABAF), na última sexta-feira, com um guarda-costas brutamontes que o acompanhou até na hora em que, no intervalo nos discursos, foi ao banheiro.

Liderança

Antes, o cerimonial de Geraldo Júnior, que foi ao evento representando o governador Jerônimo Rodrigues (PT), já havia deixado de cabelo em pé os organizadores do almoço por conta da mesma obsessão com sua segurança, refletida em exigências descabidas. Por sinal, a presidente da ABAF, Mariana Lisboa, foi um dos destaques, ao fazer um discurso contundente, de autêntica liderança empresarial.

Prima-dona

O comportamento estranho de Geraldo Júnior ganhou ainda mais evidência porque nenhuma das autoridades presentes – e estavam entre elas o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) – se fez acompanhar de seguranças, transitando livremente pelo espaço sem qualquer preocupação, a exemplo das autoridades municipais, deputados e lideranças empresariais. Resta saber se o vice-governador vai, na campanha, descer e subir favelas com o esquema de segurança ostensivo de que não abre mão.

Rapidinha

Bruno Reis passou rapidamente na sala do cafezinho e deixou o Legislativo sem participar da abertura da sessão especial de entrega da Comenda Dois de Julho ao deputado federal Leo Prates (PDT), na semana passada. E ainda atrasou, e muito, o início da sessão.

Animosidade

Quem estava presente na recepção oferecida por Leo Prates após a solenidade na Assembleia garantiu que o clima entre ACM Neto e o presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, não foi dos mais amistosos. O pedetista ainda não engoliu o fato de a vereadora de Lauro de Freitas Débora Régis ter trocado o ninho pedetista pelo União Brasil com as bençãos do ex-prefeito, dentro da estratégia de fortalecer o número 44 na Região Metropolitana de Salvador.

Tabu Galinha

Os principais pré-candidatos à Prefeitura de Feira de Santana estão de olho no capital eleitoral do deputado estadual Binho Galinha (PRD), ou do que restou dele. Apesar das denúncias pesadas contra o parlamentar, investigado pela polícia sob a acusação de liderar uma milícia, a classe política não esquece que ele foi o segundo mais bem votado em 2022 na disputa por uma cadeira na Assembleia, com quase 33 mil votos. Por isso, os postulantes à Princesa do Sertão não vão falar mal de Binho Galinha.

Favorito

As articulações mirando o apoio de Binho Galinha ocorrem nos bastidores, pois uma manifestação pública do denunciado em favor de um dos pré-candidatos teria um efeito reverso. Ao adiar ao máximo a instalação do Conselho de Ética na Assembleia, o líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), deixou o deputado federal Zé Neto (PT), um dos postulantes em Feira, em vantagem nessas movimentações. O fato de Binho Galinha também ser da base de Jerônimo facilita o entendimento.

Sem padrinhos

Não foi à toa o ‘professor’ José Ronaldo (União) ter optado por um evento mais simples para anunciar a pré-candidatura ao quinto mandato como prefeito de Feira de Santana, nesta terça (16). Ao contrário do adversário petista, o deputado federal Zé Neto, que promoveu no domingo (14) um evento pomposo de lançamento, com estrelas do partido do quilate do governador Jerônimo Rodrigues e do senador Jaques Wagner, o experiente Zé quis mandar o recado de que não precisa de padrinho para vencer a disputa.

Capitão fora

Poucas lideranças políticas em Feira de Santana levavam a sério a pré-candidatura do deputado federal Capitão Alden à Prefeitura. Por isso, ninguém se surpreendeu com a notícia de que o PL, partido do parlamentar, vai apoiar José Ronaldo. Estava o tempo todo certo quem apostava que o presidente do PL baiano, João Roma, blefou ao lançar um “estrangeiro” na disputa pela Prefeitura da Princesa do Sertão apenas para negociar o apoio ao ex-prefeito.

Operação tranca-rua

Desesperados por recursos em ano eleitoral, prefeitos da base de Jerônimo passaram a suspeitar de uma operação comandada pela secretaria estadual de Relações Institucionais, sob as bênçãos da Casa Civil da União, para suspender o envio de recursos prometidos para obras que beneficiariam cidades do interior. A medida visaria impedir que alguns prefeitos desafetos do governismo consigam, com o dinheiro, promover uma verdadeira virada eleitoral em seus municípios.

Pitacos

* Aliados de Ronaldo Carletto, presidente do Avante na Bahia, asseguram que o partido alcançou a marca de 68 prefeitos filiados. Mas admitem que é difícil superar o PSD nas eleições municipais.

* Presidente do PP da Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior descartou que o colega Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara, migre para o ninho pepista. Até porque Elmar não arriscaria perder o mandato por infidelidade partidária.

* O PT de Salvador estará de olho nas movimentações do vereador André Fraga nas eleições. Embora seja do PV, Fraga está com Bruno Reis. Os petistas prometem acionar a Justiça Eleitoral caso o “verde” demonstre publicamente o apoio.

* Depois que a sala do cafezinho da Assembleia fechou para a imprensa, os deputados largaram a dieta. Saiu do cardápio a insistente salada de frutas e entrou suculentos hambúrgueres em miniatura, além de salgadinhos.

* Depois de criticar publicamente a filiação de Igor Kannário ao PSB, a deputada estadual Fabíoma Mansur se calou sobre o assunto nesta terça (16). Dizem que tomou um “puxão de orelhas” de Lídice da Mata.

* O deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) decidiu apelar ao velho sorteio no Instagram para ganhar mais seguidores, sob a justificativa da passagem do aniversário. O prêmio é de R$1 mil, o que corresponde a 3% do salário bruto do parlamentar.

* A Assembleia rejeitou, em comissão, lei proposta pelo deputado Pancadinha (Solidariedade) que incluía conceitos básicos de ciência política na grade curricular das escolas na Bahia. Para alguns parlamentares, seria um tiro no próprio pé.

* O deputado estadual Roberto Carlos (PV) promove no sábado (20) uma grande festa em Juazeiro, onde deseja ser prefeito, para comemorar o aniversário. Convidou todos os pré-candidatos ao Executivo municipal para o evento.

* O deputado estadual Robinho desistiu de concorrer à Prefeitura de Mucuri. Alegou fogo amigo dentro do grupo do prefeito Robertinho (União), do qual faz parte.

* O prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT), zoou com os torcedores do Bahia após a vitória sobre o Fluminense. “Calma ‘calabreso’. Domingo tem o leão”, disse num grupo de WhatsApp formado por políticos e jornalistas.