Radar do Poder

Radar do Poder: A chapa Bruno-Isabela, as “coincidências” entre o que Rui fala e acontece na Overclean e os prefeitos fantoches

radar do poder | 16 abril 2025

Chapa “pujante”

Políticos que circulam pelo Palácio Thomé de Souza desenharam, na semana passada, aquela que seria uma chapa “pujante” ao governo da Bahia nas eleições de 2026 se o líder da oposição no Estado, ACM Neto (União), assumir um projeto nacional. A escalação seria: o prefeito Bruno Reis (União) na cabeça, tendo como vice a empresária Isabela Suarez e, na disputa pelas duas vagas ao Senado, o atual senador Angelo Coronel (PSD) e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União).

Densidade eleitoral

Bruno tem repetido com frequência que não será candidato a governador, mas os aliados consideram que ele pode ser convocado, caso ACM Neto concorra a vice-presidente numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A avaliação é que o prefeito se tornou, disparado, o segundo quadro da oposição com mais densidade eleitoral na Bahia, caso a intenção seja vencer a eleição. Se for para fazer figuração, o escolhido pode ser o presidente do PL na Bahia, o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL).

Vencedor, mesmo que perca

Roma disse a correligionários que trabalha com o cenário de ACM Neto disputar a vice-presidência para garantir um lugar na majoritária. Além disso, o ex-ministro acredita que Neto, pela influência do cenário nacional, que se confirmou em 2022, não entrará na disputa a governador se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insistir numa candidatura, peitando a inelegibilidade até o limite. O dirigente do PL também acha que Bruno Reis concluirá o segundo mandato. Para Roma, que saiu enfraquecido do pleito municipal de 2024, concorrer a governador já seria uma grande vitória, mesmo que perca.

Gesto a Coronel

Por falar em chapa majoritária, o senador Jaques Wagner (PT) admitiu pela primeira vez, em entrevista publicada ontem (15) pelo jornal Valor, que pode abrir mão da reeleição em 2026 em prol da unidade da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A hipótese foi levantada pela primeira vez por esta coluna (veja aqui) em dezembro de 2024. Para o galego, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), é o único tem presença garantida na chapa, como concorrente ao Senado. Assim, Wagner faz um gesto a Coronel, que dialoga com a oposição.

Transalvador desbloqueada

Bruno Reis atendeu ao presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), e destravou ontem, terça-feira (15), as nomeações na Transalvador. Combinado com o vereador, o atual superintendente do órgão, Diego Brito, aliado fiel do tucano, emplacou o chefe de gabinete e o gerente administrativo do órgão. Já na Secretaria de Saúde, o titular da pasta, Rodrigo Alves, ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB), segue bloqueado.

 

Suplente empregado

Bruno Reis empregou esta semana mais um derrotado nas eleições de 2024 para a Câmara Municipal: o ex-vereador e agora suplente Binho de Ganso (União Brasil), nomeado como assessor especial da Secretaria de Governo, com salário que pode passar dos R$30 mil, a depender da gratificação. Binho é ligado ao deputado federal Dal Barreto (União), que fechou uma parceria política, na semana passada, com o vereador George Gordinho da Favela, líder do PP no Legislativo municipal. O estadual do edil deve ser o assessor especial do prefeito, Igor Dominguez (DC), forte nome para a Assembleia.

Luz amarela

Acendeu a luz amarela na Secretaria de Relações Institucionais do governo – que tem articulado a adesão de prefeitos de oposição – a sinalização do gestor de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), que encheu o governador de elogios e fez críticas a ACM Neto num périplo recente por Salvador, mas, ao retornar ao município do Oeste baiano, deixou claro que não era da base de Jerônimo. Titular da pasta, Adolpho Loyola ficou chateado com o pepista, que foi aconselhado por assessores a parecer menos petista em meio ao eleitorado conservador que lhe confiou o mandato.

Rivais no palanque

Na agenda de três dias em Jequié, Jerônimo reuniu no mesmo palanque, dessa vez sem brigas, o prefeito Zé Cocá (PP) e o deputado federal Antonio Brito (PSD), cuja rivalidade é quase pessoal. Da última vez que isso aconteceu, em outubro de 2023, durante solenidade oficial, o parlamentar chegou a gritar com o pepista, na época ainda 100% no campo da oposição ao governo. O deputado costuma chamar Cocá de traidor, pelo rompimento com o PT em 2022, enquanto o prefeito diz que o pessedista não destina recursos federais para o município.

Estou aqui

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) pressionou tanto Jerônimo Rodrigues que o governador acabou cedendo e permitindo que agora sejam incluídas nas placas de inauguração também o nome e o cargo do seu substituto oficial. O fato inédito na história da Bahia deixou petistas alarmados, sobretudo depois da derrota sofrida pelo emedebista na disputa pela Prefeitura Salvador e o efeito devastador de sua candidatura sobre a bancada municipal do PT.

Imagem ruim

Aliás, para a maioria dos governistas, incluindo aí petistas e quadros de partidos aliados, é impressionante como Jerônimo ainda não conseguiu perceber que associar sua imagem limpinha à do vice-governador é um péssimo negócio, porque remete diretamente tanto ao fracasso do seu grupo nas eleições de Salvador em 2024 como a uma figura que não inspira confiança, como as pesquisas, tanto da oposição quanto da situação, captaram amplamente durante a campanha.

Medo de Malafaia?

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), eleito na base petista nos planos estadual e federal, tem sido cobrado pelos eleitores nas redes sociais após assinar o pedido de urgência para o PL da Anistia na Câmara. Em tempos de Páscoa, um dos seguidores chamou o parlamentar de “Judas” e afirmou que Isidório tem medo do pastor Silas Malafaia, um dos maiores defensores de Jair Bolsonaro. “Ingratidão tira a afeição, viu deputado?”, complementou o cidadão.

“Coincidências” no Planalto

Auxiliares e interlocutores de Rui Costa têm visto forte “coincidência” entre juízos que o ministro emite e o que sucede, especialmente na Bahia, na Operação Overclean. Não deve ter sido à toa que o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mandou um recado ao petista ao dizer que ele perseguia o partido de olho na política baiana. Em Brasília, onde o ministro é pouco querido,  se diz que ele pratica maldades porque tem a CGU e a PF sob seu controle, mas esquece de que o mundo dá voltas, sobretudo no círculo do poder.

Duas canoas

Enquanto Davi Alcolumbre acusa Rui Costa de perseguir o União Brasil por causa das questões da Bahia, o grupo político do ministro fecha os olhos para o movimento pela indicação ao TRE baiano de figura com ligações íntimas com o partido do presidente do Senado, afilhada de magistrado conhecido pelo dom de encantar serpentes.

Prefeitos fantoches

Deputados estaduais estão preocupados com um fenômeno que aconteceu nas eleições de 2024 em cerca de duas dezenas de municípios da Bahia e que, embora não seja novo, ganhou força para influenciar planos políticos pessoais no próximo pleito. Eles se referem aos ex-prefeitos que emplacaram “fantoches” como sucessores. Ou seja, quem governa de fato são os antecessores, que estariam usando este poder para, de olho numa cadeira na Assembleia Legislativa, comprar apoio político por meio do uso das máquinas públicas municipais, agindo como se a Justiça não existisse.

Candidatura de consenso

A ala chamada de CNB 400 da Corrente Construindo um Novo Brasil, do PT, espera chegar, no próximo dia 26, a um consenso sobre a candidatura de Everaldo Anunciação, ex-presidente do partido na Bahia e atual vice nacional, para o comando da legenda no Estado. Nesta data, acontece um seminário, no auditório da Assembleia, com representantes de toda a corrente, inclusive a ala CNB Renova, à qual pertence Éden Valadares, que preside a sigla atualmente em solo baiano. O evento terá a presença de lideranças petistas de todo o país, como já mostrou o site.

Pitacos

* Desligado oficialmente do cargo de assessor pelo deputado federal Elmar Nascimento (União) após se tornar um dos personagens da Operação Overclean, Amaury Nascimento conhece a fundo o parlamentar baiano.

* Além de ser primo em primeiro grau, Amaury está com Elmar desde que o ex-líder do União Brasil na Câmara era deputado estadual. Em Campo Formoso, principal reduto eleitoral do parlamentar, os dois sempre foram vistos como “unha e carne”.

* Criada informalmente na reforma administrativa, a Secretaria do Mar de Salvador segue funcionando na Doca 1, no Comércio, sem a mínima estrutura. Além de pessoal, falta até computador para a equipe da pedetista Andrea Mendonça trabalhar.

* Em uma reunião recente sobre o projeto do Novo Mané Dendê, que contempla parte do Subúrbio da cidade, o titular da Casa Civil da Prefeitura de Salvador, Luiz Carreira, deixou escapar que Bruno Reis não pretende enviar tão cedo projetos de lei à Câmara.

* Como já havia antecipado esta coluna, a medida tem como objetivo evitar que os vereadores intensifiquem as cobranças pelo atendimento de demandas junto ao Palácio Thomé de Souza.

* No domingo (13), o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), chamou os amigos para um churrasco em comemoração pelo seu aniversário. Jaques Wagner e os deputados estaduais Adolfo Menezes (PSD) e Angelo Coronel Filho (PSD) apareceram.

* Em discurso na Assembleia, Hilton Coelho (PSOL) afirmou que o deputado federal Paulo Magalhães (PSD) não tem “moral” para relatar o processo de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão contra um membro do MBL.

* Hilton lembrou que, em 2001, o próprio parlamentar baiano deu um pontapé no escritor Maneca Muniz, que esteve no Congresso para lançar um livro contra o velho ACM, tio do inclemente. A Câmara nunca cassou ninguém por atitudes como essa.

* Logo depois que foi eleita 1ª vice-presidente da Assembleia, a deputada Fátima Nunes (PT) representou a Casa na entrega do título de cidadão de Salvador ao colega Roberto Carlos (PV), na noite de ontem (15), na Câmara de Vereadores da cidade.

* Aliás, a homenagem a Roberto Carlos reuniu velhos amigos da política, a exemplo do ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) e do ex-prefeito da capital João Henrique Carneiro. Os três foram colegas de Assembleia nos tempos de oposição ao carlismo.

* A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia decidiu solicitar ao governo do Estado a instalação de um gabinete de crise em Irecê por conta da seca que assola a região.

Radar do Poder: Bruno Reis firme na caneta, o federal de Carlos Muniz e a ararinha azul da vice-governadoria

radar do poder | 09 abril 2025

Nomeações travadas

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), mandou o chefe de Gabinete do Palácio Thomé de Souza, Francisco Elde, travar pedidos de nomeações ou colocações solicitados pelos aliados que assumiram cargos de comando no primeiro ou segundo escalões na reforma administrativa. O vereador licenciado e secretário de Inovação e Tecnologia, Alberto Braga (União), por exemplo, tem se queixado de que até hoje não conseguiu empregar na pasta a própria secretária ou o copeiro de confiança.

Perdendo as penas

Os tucanos estão perdendo as penas por impaciência. Eles não conseguem emplacar ninguém na Secretaria da Saúde, nem nos cargos menores. Até agora, o secretário Rodrigo Alves, indicado pelo deputado federal Adolfo Viana (PSDB), só convenceu Bruno a nomear uma diretora, logo no segundo dia em que assumiu o posto, e a subsecretária, que já era funcionária da pasta. Na Transalvador, o novo superintendente Diego Brito, da cota do presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), reclama que mesmo se quisesse trocar alguém da limpeza não conseguiria.

Dedo de Roma

A situação é a mesma em outras estruturas. Novo titular da Secretaria de Ordem Pública, Décio Martins (PDT), ligado ao deputado federal Leo Prates (PDT), segue de mãos atadas no quesito substituições. Segundo uma fonte da Prefeitura, Bruno Reis vai estudar caso a caso os pedidos para avaliar pessoalmente a qualidade das indicações. Um deles diz respeito à troca de comando na inspetoria-geral da Guarda Municipal. O novo diretor de Segurança Urbana, coronel Humberto Sturaro, deve indicar para o cargo Marcelo Ferreira Barbosa, que é próximo do presidente do PL na Bahia, João Roma, no lugar do atual titular Marcelo Silva.

Política hereditária

Bruno Reis aguarda a Polícia Federal liberar oficialmente o agente Anderson Muniz, irmão de Carlos Muniz e que já teve uma rápida passagem como deputado estadual, para nomeá-lo diretor-geral da Codecon, órgão municipal que cuida da defesa do consumidor. O presidente da Câmara não fez outra indicação. Aliás, o comentário no meio político é que o tucano pretende lançar outro parente, desta vez o filho homônimo, um aplicado estudante de medicina, como postulante a uma cadeira na Câmara Federal ou na Assembleia em 2026. Muniz já descartou concorrer.

Janela de oportunidade

Em audiências com vereadores aliados, sobretudo do União Brasil e do PP, Bruno Reis tem dito que a federação entre os dois partidos deve sair do papel até maio, no máximo, caso as conversas sigam evoluindo. E mais: que o “casamento” das duas legendas por quatro anos pode ser uma oportunidade para os edis da base que cogitam concorrer à Assembleia em 2026. Explica-se: em sua avaliação, a tendência é que deputados pepistas insatisfeitos com o movimento, por desejarem apoiar a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), procurem outro destino partidário, abrindo espaço para novas candidaturas.

Promessa de aniversário

Enquanto o União Brasil lançava a candidatura presidencial de Ronaldo Caiado em Salvador, na quinta-feira passada (04), o presidente do PP da Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, recebia Jerônimo na residência do município de Glória, no norte do Estado. Lá, em meio à família Negromonte, o governador, que foi inaugurar obras e anunciar novos investimentos na região, comemorou o próprio aniversário com a promessa do deputado de que vai lutar até o fim para que a federação com o partido de ACM Neto não se torne uma realidade.

Rui na comitiva

Como havia especulado a Radar do Poder da semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), confirmou à coluna que vai acompanhar Jerônimo na agenda de inaugurações, anúncios, visitas e reuniões em Jequié, que começa nesta quinta (10) e só termina no final de semana. Com isso, Rui deve selar a reaproximação com o prefeito do município, Zé Cocá (PP), com quem rompeu de forma ácida em 2022 e que negocia a readesão ao Palácio de Ondina. Resta saber se o deputado federal Antonio Brito (PSD), ferrenho adversário de Cocá, estará na comitiva.

Engrossando as fileiras

Presidente do Solidariedade da Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo convidou o colega de Assembleia Vitor Azevedo (PL) para engrossar as fileiras do partido. O mesmo convite já havia sido feito aos deputados estaduais Paulo Câmara (PSDB), Laerte do Vando (Podemos) e Raimundinho da JR (PL) – este último já aceitou e pretende disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Entretanto, o deputado estadual Pancadinha tem mantido conversas com um desafeto de Luciano, o ex-vereador de Salvador e ex-Solidariedade Adriano Meirelles, para deixar a legenda.

Fazendo as contas

Luciano Araújo acredita que, se os planos derem certo, o Solidariedade pode eleger de três a quatro deputados estaduais e um federal. Para isso, tem se movimentado no interior para formar a lista de postulantes. Mantém conversas com os ex-prefeitos Dr. Pitágoas (PP), de Candeias, Silva Neto (PDT), de Araci, e Dr. Marcelo (PSDB), de Itamaraju. Além disso, estimula candidaturas de filiados que foram bem nas urnas em 2024, mas não tiveram sucesso, a exemplo de Valdemar da Conect, que ficou em segundo lugar na briga pela Prefeitura de Valença, atingindo 11,5 mil votos.

Caixa de whisky

No balcão de apostas da Assembleia, levaram para casa mais caixas de whisky os parlamentares que apostaram na desistência do deputado Júnior Muniz (PT) da disputa pela 1ª vice-presidência da Casa. Aliás, estes foram maioria. Apenas os mais incautos acreditaram que o petista levaria a disputa até o fim, como prometera. Júnior, que é ligado ao prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), já tem um forte histórico de blefar para negociar benesses. O que ninguém descobriu ainda é quais foram os temos do acordo entre ele e o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), para que abrisse o caminho para a deputada petista Fátima Nunes ser eleita à mesa diretora.

Everaldo não!

Por falar no líder, Rosemberg Pinto disse, em conversa com a coluna, preferir que o vice-presidente nacional do PT, Everaldo Anunciação, continue no posto e desista da intenção de concorrer à presidência do partido na Bahia. Rosemberg revelou que tinha simpatia pela reeleição do atual comandante da sigla no Estado, Éden Valadares, mas admitiu que o dirigente se inviabilizou porque “errou na condução do partido”, embora não tenha feito isso sozinho, “porque existe toda uma Executiva por trás”. Para ele, Éden, no entanto, deu uma “projeção nacional” ao diretório baiano.

De Carlos para Carlos

Quem se despediu da Assembleia, após mais de 40 anos de Casa, foi Carlos Rocha Machado, que era o secretário-geral da Mesa Diretora. Admirado por todos, Carlinhos vinha enfrentando problemas de saúde por conta das consequências da diabete e também da psoríase. Para o posto, a presidente Ivana Bastos (PSD) convocou o competente Carlos Cavalcante Neto, o Leleto, que exercia, há dez anos, a função de diretor legislativo da Câmara de Salvador. O curioso é que Leleto chegou a ser motorista do falecido Paulo Jackson na Assembleia, onde também já foi office boy.

Ararinha azul

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB), o líder sem liderados, ficou uma arara azul com as declarações de Everaldo Anunciação, dadas ao PolíticaPod, podcast deste Política Livre, dizendo que o partido cometeu um equívoco ao apoiá-lo à Prefeitura de Salvador, em 2024, disputa em que terminou em terceiro lugar, atrás do candidato do PSOL, Kleber Rosa, causando um vexame para o governo e destruindo a bancada municipal petista. Cheio de ousadia e ‘razão’, disparou telefonemas para o petista e outras lideranças da legenda, dizendo que merecia mais consideração.

Coordenação da bancada

O deputado Gabriel Nunes (PSD), que está no primeiro mandato na Câmara Federal, tem manifestado aos colegas o desejo de ser o sucessor da deputada federal Lídice da Mata (PSB) na coordenação da bancada baiana no Congresso Nacional. Filho do ex-deputado José Nunes (PSD), ele almeja ser o nome de consenso, ou seja, sem disputa. Há, entretanto, outros parlamentares mais experientes de olho na vaga, a exemplo de Daniel Alves (PCdoB) e Cláudio Cajado (PP). Não há data definida para Lídice deixar o posto, que ocupa há dois anos.

Pitaco

* O novo assistente militar de Geraldo Júnior, Coronel Pacheco, não tem tido sossego. O Capitão Tadeu (PSB), ex-deputado estadual,  vem cobrando do PM explicações públicas sobre o uso de diárias.

* Quem abre o sorriso largo (e raro) em Brasília e Salvador a cada nova operação da Overclean é Rui Costa, que completa a alegria com uma frase enigmática na direção dos interlocutores: “Podem esperar que vem mais. Muito mais”.

* Por falar em Overclean, em Brasília, não necessariamente próxima do gabinete de Rui, a mensagem que se dissemina é a de que a operação vai estender-se para o Judiciário baiano, podendo respingar, inclusive, sobre escolhas para o TRE.

* Na contramão do que defendem as principais lideranças petistas, a deputada federal comunista Alice Portugal disse que a Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, deve ser “ampliada e fortalecida”, e não extinta.

* “A continuidade desse casamento entre os três partidos é importante para a reeleição do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues”, disse a parlamentar à coluna. Presidente nacional do PT, o senador Humberto Costa (PE) é a favor do fim da união.

* Três deputados federais da Bahia participaram, no final de semana, da 150ª Assembleia da União Interparlamentar (UIP), que aconteceu no Uzbequistão: Cláudio Cajado (PP), vice-presidente da entidade no Brasil, José Rocha (União) e Jonga Bacelar (PL).

* O deputado Adolfo Menezes (PSD) mantém os mesmos hábitos de quando era presidente da Assembleia. Ao menos uma vez a cada 15 dias, se delicia com o acarajé da baiana do estacionamento da Casa. E faz questão de pagar para todo mundo.

* A deputada Cláudia Oliveira (PSD) apresentou um projeto de resolução, que deve ser votado na semana que vem, para entregar a Comenda Dois de Julho à presidente da Assembleia, Ivana Bastos. Foi mais rápida do que os colegas.

* Já o vereador de Salvador Randerson Leal (Podemos) vai entregar o título de cidadão de Salvador ao próprio pai, o deputado estadual Roberto Carlos (PV), em sessão no próximo dia 15, na Câmara de Salvador. Isso que é legislar em causa familiar.

* O vice-prefeito de Itacaré, professor Zé Washington (PSD), propala que tem mandato meio a meio acertado com o atual prefeito, Nego de Saronga (PT). Segundo Zé Washington, o plano é o petista exercer a chefia do Executivo municipal nos dois primeiros anos e ele, nos dois últimos.

Radar do Poder: O puxão de orelha em ACM Neto, os importados de Jerônimo, a dinastia Hagge e a despedida artificial de Tum

radar do poder | 02 abril 2025

Puxada de orelha

Ao menos uma liderança do interior teve o ímpeto de dizer a ACM Neto (União), olho no olho, aquilo que alguns dos aliados só manifestam na imprensa. Em uma audiência recente, o empresário de Santo Antônio de Jesus Ditinho Lemos, forte pré-candidato a deputado estadual, reclamou que o postulante ao Palácio de Ondina sequer telefona para os prefeitos da oposição. Com cara de quem não gostou da “puxada de orelha”, Neto quis saber para qual prefeito ele não ligou. Ditinho apontou para o lado, onde estava, com a timidez de sempre, o gestor da capital do Recôncavo, Genival Deolino (PSDB).

Telefone mudo

Ditinho disse mais: que ACM Neto também não atende ligações ou responde mensagens. O empresário afirmou que telefonou e enviou felicitações pela passagem do aniversário do ex-prefeito, em fevereiro, e não obteve retorno, nem de agradecimento. Também presente na audiência, o deputado estadual Alan Sanches (União) acalmou os ânimos, afirmando que o líder da oposição participou ativamente da campanha à reeleição de Genival, em 2024.

Gato por lebre?

Quem conhece o homem sabe o quanto Ditinho é do tipo que vai para cima. Lá em Santo Antônio de Jesus, dizem que ele é o prefeito de fato, além de ter a maioria dos vereadores na palma da mão. Resta saber se o empresário, que fez fortuna vendendo frango, sairá mesmo das urnas com os 15 mil votos que Alan Sanches prometeu lhe dar em Salvador. O deputado do União Brasil, que terá o apoio de Ditinho para federal na cidade do Recôncavo, vai “dobrar” na capital com Igor Dominguez (DC), assessor especial do Palácio Thomé de Souza e também postulante a uma cadeira na Assembleia.

Jerônimo, o cordial

Durante a posse da nova diretoria da União dos Municípios da Bahia (UPB), na sexta (28), em Salvador, o assessor de uma Prefeitura do interior disse, numa roda de conversa, que ACM Neto estaria chegando para dar um abraço nos gestores. A gargalhada no grupo veio antes de o cidadão afirmar que era uma piada. Já o governador Jerônimo Rodrigues (PT), chamado esta semana de “puxador de saco de prefeito” por Neto, esteve presente e foi elogiado pelo tratamento dispensado até mesmo a quem não o apoiou em 2022.

Importados do governador

Embora a escolha de um mineiro para chefiar a secretaria de Comunicação do governador tenha ocorrido sob boas expectativas, dado o fato de o cargo ter ficado vago quase cinco meses, dificultando a execução da política do setor para a gestão, governistas faziam ontem (01) piada com a quantidade de “importados” na administração. O último gracejo sugeria que, se forem deixados sozinhos na Ribeira sem acesso ao Waze, o novo titular da Secom, Bruno Monteiro (Cultura) e Maurício Weidgenant (chefe de Gabinete) não conseguem chegar ao Solar do Unhão.

Weid o quê?

A propósito de Weidgenant, cuja maioria dos auxiliares de Jerônimo não sabe nem como se pronuncia, é o oposto do chefe no quesito simpatia e ousadia, tendo por hábito dar “esporro” em secretários e políticos e, sem relações na Bahia, convocar a turma para trabalhar até nos domingos.

Perdão para os fortes

Será no próximo dia 11 a visita de Jerônimo a Jequié, quando o governador fará inaugurações e anúncios ao lado do prefeito Zé Cocá (PP), que negocia a adesão à base aliada. A agenda ocorreria em março, mas obras que serão entregues não ficaram prontas. Cocá deve convidar o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Os dois se abraçaram na posse da nova diretoria da UPB, na sexta (28). Eles brigaram feio em 2022, quando o pepista foi para o lado de ACM Neto. Resta saber se a esposa de Rui, a conselheira do TCM Aline Peixoto, que é de Jequié e era amiga do gestor, já o perdoou.

Cacique popular

Por falar no ministro, não foi à toa que ele acompanhou Jerônimo no final de semana durante uma série de entregas e ações em Salvador, marcando o aniversário da capital. Durante o périplo, o governador deixou claro, segundo auxiliares do Palácio de Ondina, que não abre mão de ter Rui como candidato ao Senado. “Com a popularidade em baixa, para Jerônimo é fundamental ter Rui na chapa. O ministro é hoje o mais popular entre os três caciques do PT, embora não seja índio como o governador”, afirmou um importante quadro petista da gestão, se referindo também ao senador Jaques Wagner.

Ciúme de primo

Ex-prefeito de Itapetinga e agora um dos articuladores do escritório de ACM Neto, Rodrigo Hagge (MDB) anda enciumado com a atenção dispensada ao primo Dudu Hagge pelo governador. Nesta terça (01), Jerônimo fez questão de posar para uma foto ao lado do garoto de 16 anos, convidado para uma audiência em Salvador junto com o pai, o atual gestor do município, Eduardo Hagge (MDB), que já aderiu ao Palácio de Ondina. Rodrigo, que será candidato a deputado estadual, teme que Dudu, que já tem pinta de político, seja alçado à condição de herdeiro político da família.

Dedo na ferida

Conhecedor do cenário político em Itapetinga, onde a família Hagge está dividida entre ser oposição ou governo, Jerônimo chegou a enviar, antes da audiência de ontem, um vídeo parabenizando Dudu pela passagem do aniversário, no início de março. No fundo, o governador busca agradar a mãe do garoto, Maria Hagge, que é a secretária de Desenvolvimento Social do município. Ela exerce forte influência sobre o marido Eduardo e não se bate com Rodrigo. Aliás, partiu da primeira-dama a ordem para que a esposa do ex-prefeito, Yasmin Lima, secretária municipal de Planejamento, não tivesse liberdade para nomear ninguém na pasta.

Papelão de Marchesini

O ex-comandante do Corpo de Bombeiros Adson Marchesini não fez um papelão apenas por conta do discurso no qual questionou a própria exoneração, na solenidade de transmissão de cargo, nesta segunda (31). O militar fez questão de falar por quase 50 minutos. Citou nominalmente todos os presentes. Chegou mesmo a rasgar elogios ao governador antes de reclamar da demissão, num ato de insubordinação criticado por todos. Ao ouvir as críticas, Jerônimo passou e encarar firmemente a tropa. Para não ser questionado pela imprensa, deixou a solenidade antes do final.

Bola fora

Especialista em dar “bola fora”, o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), provocou a ira dos colegas ao compartilhar, nas redes sociais, um vídeo no qual duas jornalistas insinuam que a deputada Fátima Nunes (PT) pode não ser eleita 1ª vice-presidente por machismo dos parlamentares, que preferem o deputado Júnior Muniz (PT) no posto. Tudo indica que “Rosinha” vai perder pela segunda vez a disputa ao cargo, desta vez sem cogitar ser postulante, já que a presidência não está mais em jogo.

IA

Antes de deixar a secretaria de Agricultura do Estado, Tum enviou uma mensagem de agradecimento, acompanhada de um vinho do Vale do São Francisco – ele é natural de Petrolina (PE) –, a dirigentes, parlamentares, gestores municipais e lideranças políticas. Um deputado agraciado com o mimo brincou que, por ser tão bem escrito, sem erros, o texto do cartão teria sido redigido por inteligência artificial. “Para alguém que não sabe diferenciar sisal de abacaxi, isso não é o normal”, disse o maldoso parlamentar.

Por amor

A deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD) utilizou a tribuna da Assembleia – algo raro – para fazer um discurso raivoso contra o deputado federal Neto Carletto (PP). Afirmou que o pepista é um “menino” que vive grudado nas barras do tio, o presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, e que “nem a voz engrossou”. A fala foi uma reação às críticas feitas pelo congressista ao prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira (PSD), marido da parlamentar. “Acho que ela levou para o pessoal por amor e eu não vou responder porque acredito no amor”, brincou o sobrinho, com muito bom humor, com a coluna.

Medalhas aos Maia

O deputado federal Arthur Maia (União) e seu pai, Roberto Maia, de 87 anos, que serviu ao Exército como soldado no Quartel de Amaralina nos anos 1950, foram homenageados pelo Comandante Geral da corporação, general Tomás Paiva, com as medalhas, respectivamente, do Pacificador e do Exército Brasileiro, em solenidade em Salvador, na semana passada. Depois do evento, a família ofereceu um almoço no restaurante Amado para familiares e amigos, e que contou com a presença da cúpula militar e de autoridades políticas e civis.

Afoitos da reforma

Tem muita gente afoita na reforma de Bruno Reis nas subsecretarias. O sub da Ordem Pública (Semop), Paulo Alves, ligado ao deputado federal Paulo Azi (União), andou se apresentando como futuro número dois da Reparação (Semur) sem ter sido nomeado. O detalhe é que o atual ocupante do posto, Jairo João, que é remanescente da gestão de ACM Neto, está de férias e nem sabia da novidade. Já o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), João Xavier, está doidinho para se livrar do seu sub, Daniel Gabrielli, que adora aparecer.

Pitacos

* Everaldo Anunciação disse à coluna que o fato de ser hoje vice-presidente do PT no país não o impede de ser candidato a presidente do partido na Bahia, se decidir entrar na disputa. Ele lembrou que haverá, também em junho, eleição para a Executiva nacional.

* Ivana Bastos afirmou aos deputados, durante reunião da Mesa Diretora, nesta segunda (01), que encomendou orçamentos antes de lançar a licitação para a renovação da frota de veículos alugados pela Assembleia e colocados à disposição dos parlamentares.

* A previsão é que a licitação seja lançada até junho. Atualmente, os 63 deputados estaduais contam com modelos Corola Cross. Os parlamentares querem trocar por um SUV ou camionete.

* O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), foi o único, com exceção do prefeito Ednaldo Ribeiro (Republicanos), que teve direito a discursar no lançamento do São João de Cruz das Almas, na semana passada, em Salvador.

* Quem não gostou nada disso foi a deputada federal Roberta Roma (PL), que também subiu no palanque da festa, mas não teve direito a fala. Ednaldo, que está negociando a adesão ao governo, não permitiu.

* Líder do prefeito na Câmara de Salvador, Kiki Bispo (União) fez um discurso esta semana na Câmara afirmando que o governo do Estado derrubou inúmeras árvores para construir a ligação viária entre a Avenida 29 de Março e Cajazeiras.

* Kiki disse que não viu ninguém do PT ou de entidades ambientalistas protestar contra isso. Já na época das obras do BRT, ACM Neto foi constantemente atacado “pelos prejuízos ambientais” da intervenção. Dois pesos e duas medidas.

* Apesar da viagem ter sido custeada pelo Banco Mundial, o secretário de Mobilidade de Salvador, Pablo Souza, que está apenas há dois meses no cargo, recebeu quase R$15 mil em diárias da Prefeitura participar de um fórum nos EUA, em março.

* Quem se deu bem na reforma administrativa de Bruno Reis foi Jean Sacramento, que, ao ser deslocado da Ouvidoria para a Arsal, trocou o prédio antigo no Comércio, onde o elevador não funcionava, pelo Empresarial Thomé de Souza, na ACM.

* Justiça seja feita, antes de sair Jean tentou mudar a sede da Ouvidoria para um local térreo, visando atender melhor a população. A tarefa agora caberá a Zilton Netto, que assumiu o comando do órgão com a mesma vontade com que já chefiou a Codecon.

* Bruno Reis sancionou nesta segunda (01) 12 leis de autoria dos vereadores, entre elas a que obriga as empresas de formatura a ofertar capelos para cabelos crespos e volumosos nessas solenidades. A ideia foi da vereadora Marta Rodrigues (PT).

* O vereador de Salvador Randerson Leal (Podemos) apresentou projeto de lei para obrigar a Prefeitura a realizar audiência pública antes de alterar o limite de velocidade em vias da cidade. A proposta surgiu após a redução de 70 para 60km/h no Bonocô.

Radar do Poder: A ambiguidade do PP, o plano de Roma para 2026, o apoio de Rui a Júlio Pinheiro e o conselho a Flávio Matos

radar do poder | 26 março 2025

Prêmio de consolação

O levantamento divulgado esta semana pelo instituto Paraná Pesquisas, que aponta a liderança folgada de ACM Neto (União) na disputa pelo Palácio de Ondina e a queda na popularidade do governador Jerônimo Rodrigues (PT), deu uma injeção de ânimo em prefeitos do PP no interior baiano diante do avanço das tratativas para a formação de uma federação entre o partido e a sigla que tem o ex-gestor de Salvador como vice-presidente nacional.

Em cima do muro

Explica-se: mesmo querendo estar na base do governo Jerônimo, de olho nos investimentos do Estado nos seus municípios, a maioria dos prefeitos do PP considera que, ao contrário dos deputados da sigla que já estão na base aliada, não precisam provar lealdade deixando a legenda caso a federação se concretize, sobretudo diante da possibilidade revelada pelas pesquisas de ACM Neto ser eleito em 2026. “Nessa situação, fica até confortável dizer que é governo, seja ele qual for a partir de 2027”, comentou à coluna um influente deputado pepista.

Rompendo o cordão

Principal prefeito do PP na Bahia, Zé Cocá, de Jequié, se reuniu no início desta semana com o presidente do partido na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior. Aliado do gestor, o deputado estadual Hassan, da mesma sigla, também participou da conversa. Os três definiram que terão um posicionamento alinhado sobre a federação, a adesão institucional ao governo e as eleições de 2026. Com isso, Cocá deixou claro que, ao contrário do pleito de 2022, não irá seguir cegamente o deputado federal pepista João Leão, que deseja manter a aliança com ACM Neto.

Ponta do lápis

Com a possibilidade da federação, muitos políticos que pretendem concorrer a deputado federal e estadual nas eleições de 2026 que são filiados ao PP ou ao União Brasil estão fazendo as contas na ponta do lápis. Caso se unam de fato, as duas siglas atuarão como uma só, inclusive na composição das listas de candidatos, o que deve aumentar a competitividade e a chamada “linha de corte”. De olho na Câmara Federal, o deputado estadual Alan Sanches (União) e o ex-prefeito de Candeias Dr. Pitágoras (PP) intensificaram a procura por outras alternativas.

Bom marido

Presidente do PL da Bahia, João Roma quer emplacar a esposa, a deputada federal Roberta Roma, do mesmo partido, como vice na chapa encabeçada por ACM Neto nas eleições para o governo em 2026. Quer repetir o movimento feito pelo deputado estadual e atual presidente do PSDB baiano, Tiago Correia, cuja esposa, a empresária Ana Coelho (Republicanos), foi a companheira de chapa do ex-prefeito da capital na corrida pelo Palácio de Ondina. O resultado todo mundo viu no que deu.

Candidato a deputado

Roma acha que o PL tem tamanho para reivindicar a vice na chapa da oposição. O ex-ministro já disse a correligionários que só tem intenção de disputar o governo da Bahia em 2026 se ACM Neto não for candidato e apoiá-lo, cenário considerado improvável. Ele sinalizou a lideranças do interior, com quem mantém conversas toda segunda-feira, que será postulante a deputado federal no lugar da esposa. Se Roberta Roma não for a vice, a ideia é articular para ela um cargo na estrutura do PL nacional a partir de 2027.

Amigo fiel

Em tempos de vacas magras após o desempenho desastroso do PL no pleito de 2024 na Bahia, João Roma hoje só tem o apoio de um prefeito para concorrer a deputado. Trata-se do gestor de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos). Os dois estiveram juntos no domingo (23), quando, a convite, o ex-ministro esteve no município para a inauguração de uma creche. Ednaldo garantiu ao aliado que, mesmo se aderir à base de Jerônimo, trabalhará pela eleição do amigo a uma cadeira na Câmara.

Resultado imprevisível

É considerado imprevisível o resultado de um eventual bate-chapa entre a deputada Fátima Nunes (PT) e o deputado Júnior Muniz (PT) pela 1ª vice-presidência da Assembleia. Alguns deputados do chamado “centrão” da Casa apostam que, mesmo com o apoio do governo, a petista será derrotada em pleno mês das mulheres. Há quem diga que, mesmo se fosse candidata única, ela não alcançaria o número mínimo de 32 votos para ser eleita. “O problema de Fátima não é Júnior, é ela mesma. Ela nunca se relacionou bem com os deputados”, disse um parlamentar governista à coluna.

Estranho no ninho

Embora não admita à imprensa que é candidato na eleição marcada para a tarde de hoje (26), Júnior Muniz tem feito campanha junto aos colegas, como revelou com exclusividade o site (LINK). O movimento tem o apoio de lideranças importantes do PT, a exemplo do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, a quem o parlamentar é ligado. Além disso, é mais um gesto de insatisfação de Júnior com a forma como é tratado pelo líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), já que nunca ocupou um espaço de relevância na Assembleia, mesmo quando lhe foi prometido.

Casal Caetano

Por falar em Luiz Caetano, o prefeito e a esposa, a deputada federal petista Ivoneide Caetano, iniciaram uma articulação para que o vereador de Camaçari Tagner Cerqueira seja candidato à presidência do PT da Bahia. O casal também disse “não” ao movimento, já naufragado, do atual presidente do PT baiano, Éden Valadares, de lançar como sucessor o companheiro Sandro Magalhães. Aliás, nenhum deputado estadual ou federal do partido embarcou na ideia. Padrinho político de Éden, o senador Jaques Wagner também se recusou e entrar na “roubada”.

Apoio ministerial

Ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa costuma dizer que sua prioridade é sempre a gestão, mas tem acompanhado de perto a sucessão no PT estadual. Júlio Pinheiro, ex-prefeito de Amargosa, nome encampado de bom grado pelo governador e o grupo do deputado federal Jorge Solla, conta com apoio expresso dele para suceder o atual presidente da sigla na Bahia, Éden Valadares. Até agora, no entanto, Júlio tem se recusado a entrar na disputa.

Novo emprego?

Ganha força o movimento para que o ex-vereador Tiago Ferreira dispute a presidência do PT em Salvador. A articulação tem o apoio do deputado estadual Robinson Almeida e do deputado federal Valmir Assunção, que integram as correntes petistas DS e EPS, respectivamente. O movimento também tem a simpatia da corrente CNB, que é majoritária. Tiago dialoga, inclusive, com o agora vice-presidente nacional do PT, Everaldo Anunciação, que já comandou a sigla na Bahia e é cotado para retornar ao posto na disputa interna do dia 6 de julho.

Vice em pó

Ao tomarem conhecimento do festival de policiais e carros da PM e do Corpo de Bombeiros de que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e sua família se serviam, políticos do governo Jerônimo disseram que o chefe do Executivo estadual tem sido excessivamente tolerante com o emedebista. “Se o titular fosse Rui (Costa), Geraldo já teria virado pó”, disse um deles.

Flor da pele

O deputado federal Zé Neto (PT) reclamou junto a pessoas próximas do governador que tem sido deixado de fora das articulações conduzidas por Jerônimo e pelo secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), visando atrair o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, para a base aliada. O parlamentar, que tem na Princesa do Sertão o principal reduto eleitoral, anda com os nervos à flor da pele, se sentindo traído pelos companheiros.

Convidado a se retirar

Derrotado na eleição para a prefeitura de Camaçari, o ex-vereador Flávio Matos tem sido aconselhado por correligionários do União Brasil a desistir da ideia de concorrer a deputado federal em 2026. Caso mantenha a decisão de entrar na disputa, ele será convidado a se retirar do partido. Uma candidatura de Flávio atrapalharia os planos do ex-prefeito do município Antonio Elinaldo (União), que já tem o compromisso de apoiar a reeleição do deputado federal Paulo Azi (União) e a candidatura do deputado estadual Manuel Rocha (União) a uma cadeira na Câmara.

Pitacos

* Enquanto não se define o novo secretário de Comunicação do governo Jerônimo, um dos cotados já tomou outro rumo. O publicitário Cid Andrade vai encarar um desafio além-mar. Aceitou o convite para trabalhar nas eleições para 1º ministro de Portugal.

* Segundo pessoas próximas ao ministro, Rui Costa teria ficado chateado pelo fato de não ter sido chamado pelo presidente Lula para a viagem oficial ao Japão e ao Vietnã. Até porque Jaques Wagner foi um dos três senadores convidados.

* O deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) deve anunciar na semana que vem a adesão à base do governo. É mais um que vai abandonar o grupo de ACM Neto. Sai da oposição se queixando de compromissos não honrados.

* Pancadinha já é tratado como aliado. Já se reuniu com Adolpho Loyola e esteve na Conder. A reeleição dele, no entanto, é considerada difícil diante da decisão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro, de lançar a candidatura da esposa Andréa Castro.

* O deputado Euclides Fernandes, do PT, não conseguiu esconder ontem (25), nos corredores da Assembleia, a preferência pelo colega Júnior Muniz na disputa pela vice-presidente da Casa.

* Já o deputado Roberto Carlos (PV) brincou sobre a possibilidade de um bate-chapa na disputa pelo cargo. “Como o voto é secreto, a mão de muita gente coça e dá vontade de trair”.

* Embora publicamente defenda a candidatura de Fátima Nunes para a vice, a presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD), não deve se intrometer na disputa interna dentro do PT.

* Isso porque Ivana também tem boa relação com Júnior Muniz. Há quem diga, inclusive, que a presidente prefere ter o parlamentar ao lado do que uma deputada que é muito próxima de Rosemberg Pinto.

* Ivana comandou, na semana passada, uma reunião com a bancada do partido dela, o PSD. Na ocasião, os deputados cobraram uma maior interlocução entre a presidente e o governo do Estado para o tratamento das demandas dos colegas.

* O policial federal Anderson Muniz, irmão do presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), passou a ser cotado para comandar a Codecon. Ele chegou a ser cogitado para a Arsal, mas o posto deve ser ocupado mesmo por Jean Sacramento.

Radar do Poder: Bruno e a lista de desejo dos vereadores, os possíveis sucessores de Otto e o brilho mais reluzente do PDT

radar do poder | 19 março 2025

Férias à Câmara

Não pegou bem na Câmara Municipal de Salvador uma piada atribuída ao prefeito Bruno Reis (União) de que os vereadores deveriam tirar férias ao longo do ano de 2025. A brincadeira foi feita como uma resposta bem-humorada às queixas de que o chefe do Executivo municipal não estaria priorizando o atendimento aos aliados do Legislativo. Alguns edis da base consideram, inclusive, que o prefeito não deve estar pensando em mandar nenhum projeto para a Casa no momento com receio de enfrentar obstáculos na tramitação. Há quem duvide até da chegada do novo PDDU em 2025.

Primeira chamada

Um vereador de um dos maiores partidos da base chegou a dizer à coluna que o prefeito não enviou um projeto para oficializar a criação da Secretaria do Mar, instituída para contemplar o PDT, porque não queria dialogar com os aliados, muitos com listas de solicitações de empregos, obras e apoio a eventos ou entidades. Desde que foi reeleito, Bruno Reis só começou a despachar com os vereadores na semana passada. Ele optou por iniciar com os novatos, aqueles que estão construindo agora a relação mais direta com a Prefeitura e que, em tese, não têm as mesmas cobranças de fatura política.

Novato guloso

Um dos poucos já atendidos por Bruno Reis, o vereador Marcelo Guimarães Neto (União), embora no primeiro mandato, não ficou satisfeito com o encontro. Ele teria considerado irrisória a promessa de 15 cargos terceirizados para empregar cabos eleitorais. Aliás, do partido de Marcelinho, apenas Kiki Bispo, líder do governo, Palhinha, que conquistou a cadeira na Câmara com a ida do colega Alberto Braga para a Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit), e Paulo Magalhães Júnior não teriam do que se queixar do prefeito. Ao menos é que se fala nos corredores da Câmara.

Ciumeira do vizinho

Além da alegada ‘demora’ no atendimento por parte do prefeito, diversos vereadores ouvidos pela coluna afirmaram que alguns colegas têm sido privilegiados pelo Executivo desde a campanha eleitoral, a exemplo de Omar Gordilho (PDT) e Roberta Caíres (PDT). Até mesmo integrantes de partidos contemplados de forma generosa na reforma administrativa de Bruno Reis têm reclamado. No PSDB, por exemplo, a lamúria ocorre porque o secretário indicado pela sigla, Rodrigo Alves, não teria carta branca para nomear ninguém na pasta.

Despacho do presidente

A questão dos cargos na Saúde será um dos temas da audiência entre Bruno Reis e o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), marcada para segunda (24). Na mesma reunião, o prefeito deve bater o martelo sobre as indicações do tucano para o segundo escalão. O vereador pretende abrir mão de emplacar o irmão Anderson Muniz na Arsal visando contemplar Jean Sacramento, que é o atual Ouvidor do município e que chegou a ser cotado como subsecretário de Saúde – a coluna da semana passada revelou que os dois disputavam o posto. Dessa forma, Jean permanece no PSDB.

Dosimetria dos espaços

Vale lembrar que, das sete mudanças oficializadas por Bruno Reis no primeiro escalão por meio da reforma administrativa, cinco foram feitas sob medida para acomodar aliados políticos. Isso contribuiu, inclusive, para aumentar os rumores de que o prefeito poderia ser candidato ao governo ou ao Senado em 2026. “O problema é que poucos ficaram com muito e muitos ficaram com pouco ou nada, tanto no atacado quanto no varejo. Isso somado à falta de atendimento do prefeito motiva as insatisfações da base aliada na Câmara”, resumiu um vereador.

Herdeiro de Otto

Com o desejo de mandar o deputado federal Otto Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), como já revelou o site, o senador Otto Alencar (PSD) estuda lançar outro filho para disputar as eleições de 2026 para a Câmara. Ele estaria na dúvida entre Isadora Alencar, que já trabalhou no próprio TCE como assessora, ou Daniel Alencar, que é médico igual ao pai. Qualquer um dos dois teria mais talento para a política do que o irmão parlamentar, na visão de aliados.

Injeção de ânimo

O secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), almoçou nesta terça (18), na Assembleia, com a presidente da Casa, Ivana Bastos (PSD), e líderes partidários. A visita teria sido motivada pelos rumores, revelados pelo site, de que a líder da bancada do PT, Fátima Nunes, não contaria com a simpatia de parte dos aliados na eleição para a 1ª vice-presidência. O encontro injetou ânimo nos governistas para trabalharem em prol da petista, eleita em fevereiro suplente da Mesa Diretora com 47 dos 63 votos, a menor votação entre os demais integrantes do colegiado.

Protagonismo feminino

Ivana Bastos acabou assumindo o protagonismo da sessão especial da Assembleia que entregou, na semana passada, os títulos de cidadão baiano ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em discurso, ela afirmou ser um marco o fato de uma mulher estar presidindo a Casa num momento tão importante. Chegou a ler uma carta enviada pelo senador Angelo Coronel (PSD) a parabenizando pela ascensão ao posto de chefe do Poder, o que teria deixado os senadores Otto e Jaques Wagner (PT) enfezados.

Forcinha da oposição

Mesmo com mais de 50 parlamentares presentes na Assembleia por conta da posse definitiva de Ivana Bastos como presidente da Casa, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) precisou de uma “forcinha” da oposição para conseguir aprovar, ontem (18), o projeto de reajuste dos professores indígenas e o que cria cargos na Casa Civil. Após a oposição tentar derrubar a sessão, o quórum mínimo de 32 deputados só foi alcançado porque Manuel Rocha (União) marcou presença a pedido de Marcinho Oliveira (União), que praticamente já é governista.

Painel alcaguete

O detalhe curioso é que houve uma tentativa do líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), de esconder o leve apoio de Manuel Rocha ao Executivo na sessão de ontem, talvez combinado com o próprio colega oposicionista, que, ao contrário de Marcinho, tem boa relação com o ex-prefeito ACM Neto (União). O petista pediu aos técnicos que cuidam do painel eletrônico que mudassem rapidamente a tela quando o quórum de 32 fosse alcançado. Isso, no entanto, não aconteceu, e todos puderam notar que coube a Manuel garantir a continuidade da votação a favor do governo.

Mudança de planos

O gesto de Manuel Rocha em favor do governo aconteceu um dia após um dos principais aliados do deputado na região oeste, o prefeito de Santa Maria da Vitória, Tonho de Zé (União), declarar apoio a Jerônimo, após audiência com o governador. O gestor vai manter o compromisso de seguir ao lado do parlamentar, candidato a uma cadeira na Câmara Federal. Entretanto, as conversas sobre o apoio ao ex-prefeito de Camaçari Antonio Elinaldo (União) para a Assembleia podem minguar, pois Tonho estuda lançar a irmã Bete Santos, secretária municipal de Saúde, como candidata.

Malas prontas

Já Marcinho Oliveira deve deixar o União Brasil na janela partidária. Ele, que garante ser postulante à reeleição, tem convites do PP, do MDB e do Avante. Deve optar pelo último, segundo apurou a coluna. Com atuação forte principalmente no interior, Marcinho também quer aumentar a votação na capital em 2026. Quem tem frequentado o gabinete dele é o vereador Maurício Trindade (PP) e o ex-vereador Adriano Meireles (PSDB). Ambos declararam apoio ao deputado.

Efeito colateral

A possibilidade cada vez mais real de o PP formar uma federação com o União Brasil no plano nacional deve fazer Jerônimo Rodrigues intensificar as conversas para atrair o PDT para a base aliada, revelou uma fonte ligada ao Palácio de Ondina. “O governador vai precisar de partidos para acomodar o exército de candidatos a deputado que terá em 2026, incluindo ex-prefeitos. Já há uma preocupação, por sinal, em acomodar os próprios quadros do PP que não querem ficar numa federação liderada por ACM Neto (União)”, avaliou uma fonte ligada ao Executivo.

Adesão a caminho

Por sinal, o ex-prefeito de Araci Silva Neto, que coordena o movimento municipalista do PDT da Bahia e é primeiro suplente do partido na Assembleia, terá, na sexta (21), uma reunião com Adolpho Loyola para tratar da adesão da sigla ao governo. O encontro tem o aval do presidente da legenda na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior. Na ocasião, Silva pretende agendar uma reunião entre prefeitos pedetistas e o governador.

Insegurança francesa

No Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, se sucedem os problemas com a francesa Indigo, empresa escolhida, pelo visto pelo critério de nacionalidade, pela também francesa Vinci para operar o estacionamento. Sem preparo, a Indigo já obrigou os usuários a aguardarem horas em filas para pagar pelo serviço e agora convive com o vexame de ter permitido que um carro fosse roubado em plena luz do dia e ainda colocado em dúvida que o proprietário de fato houvesse deixado o veículo estacionado no local enquanto fazia uma viagem rápida a BH.

Pitacos

* Famoso supermercadista estaria há noites sem dormir do outro lado do Atlântico depois de tomar conhecimento de que a Polícia Federal teria achado fortes ligações dele – por meio do recebimento de milhões – com um investigado de uma operação em curso.

* Já há quem diga que o retorno do supermercadista ao Brasil deve ser antecipado por motivo de ‘força maior’.

* Jerônimo finalmente tirou a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, a desembargadora Cyntia Resende, do freezer em que a manteve por meses, o que, como mostra a foto, a deixou exultante.

* Quem abriu as portas do governo para receber a magistrada foi o secretário estadual de Justiça, Felipe Freitas.

* Ao participar da abertura de um evento sobre a agroindústria familiar da Bahia, em Feira de Santana, na semana passada, o prefeito da cidade, José Ronaldo (União), brincou na presença de Jerônimo.

* Ele afirmou que aquela era a primeira vez em que subia num palanque do Estado em 18 anos de governo. Ou seja, mesmo tendo sido prefeito nos governos de Rui Costa e do hoje senador Jaques Wagner (PT), nunca recebeu a mesma deferência.

* O deputado Hilton Coelho (PSOL) afirmou à coluna que não pretende adotar nenhuma medida judicial contra a posse de Ivana Bastos como presidente da Assembleia sem novas eleições.

* “No meu entendimento, o certo seria uma nova eleição de toda a Mesa Diretora. Seria muito melhor para a Casa que Ivana fosse eleita de fato. Ela sairia do processo mais fortalecida. Mas acho que não cabe mais (recurso judicial)”, disse o parlamentar.

* Agradou ao ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa, a decisão do presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, de não disputar a reeleição para o comando da legenda, em julho.

* Em um congresso do partido ocorrido em Brasília, em dezembro de 2024, Rui disse a correligionários que estava disposto a apoiar um nome que concorresse contra o atual dirigente, que é liderado de Jaques Wagner.

Radar do Poder: O dilema kafkiano de Ivana Bastos, a tese de Nelson Leal, um cargo para Carlos Muniz e a ameaça do capitão

radar do poder | 12 março 2025

Verdade provisória

“Em tempos de incerteza, até a verdade parece provisória”. A frase do escritor tcheco Franz Kafka resume bem a volatilidade dos últimos acontecimentos na Assembleia. Em menos de 24 horas, a atual presidente Ivana Bastas (PSD), tão cheia de dúvidas quanto de conselheiros, mudou de posição ao menos três vezes sobre o caminho a percorrer para ser confirmada no comando da Casa após o afastamento do colega Adolfo Menezes (PSD). E ninguém sabe ao certo ainda qual será a solução final.

Giro de 360º

Na segunda (10), Ivana apoiou um parecer da Procuradoria Jurídica da Casa, aprovado na reunião da Mesa Diretora, sustentando que a deputada poderia ficar na presidência em definitivo sem disputa, posição defendida antes por ela e por outros parlamentares. Na terça (11), após ouvir juristas próximos, comprou a ideia de que o certo seria fazer uma eleição, mesmo que “simbólica”, seja lá o que isso signifique. Ao final do mesmo dia, a tese da efetivação automática retomou força depois que a presidente consultou desembargadores e políticos, entre eles o senador Jaques Wagner (PT).

Torre de Babel

Por quase três horas, o tema foi debatido por Ivana com colegas em uma reunião na tarde de ontem, na sala da presidência. O encontro deveria contar apenas com as presenças da presidente e dos líderes, mas a sala ficou lotada de deputados dando as próprias opiniões. Parecia uma Torre de Babel, onde ninguém se entendia. Prevaleceu a tese de que a deputada do PSD precisa aguardar o arquivamento do processo contra Adolfo no STF antes da efetivação e de ser substituída na 1ª vice pela deputada Fátima Nunes (PT).

Tese aloprada

Ex-presidente da Assembleia, o deputado Nelson Leal (PP) disse, na reunião, que uma nova eleição para oficializar Ivana na presidência caracterizaria um segundo mandato consecutivo da parlamentar no comando da Casa. A tese virou motivo de piada. Um outro ponto, no entanto, é levado mais a sério: se Ivana for efetivada automaticamente, na condição de substituta imediata do titular, ela poderia, teoricamente, ficar por mais dois biênios sem infringir a jurisprudência do STF, situação semelhante à do presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB).

Como uma nuvem

Já o entendimento sobre a ocupação da 1ª vice mudou. Na segunda (10), a Mesa Diretora havia aprovado, no mesmo parecer da Procuradoria Jurídica, que não havia necessidade de nova eleição, com a ascensão da suplente Fátima Nunes. Agora, vai ocorrer justamente o oposto, embora ninguém garanta que tudo não possa mudar novamente – é como uma nuvem, brincou o deputado Robinho (União). Foi justamente essa mudança que gerou a confusão sobre a presidência.

Altruísmo tardio

Durante a citada reunião no gabinete de Ivana, deputados chegaram a sondar se uma eventual renúncia de Adolfo à presidência da Assembleia poderia acelerar os trâmites internos para resolver o imbróglio legal. Mas o setor jurídico da Casa disse que não. O ‘altruísmo’ ajudaria se o pessedista, responsável pela  confusão ao tentar a sorte na roleta russa do STF quando insistiu na reeleição, tivesse aberto mão do cargo antes de o ministro Gilmar Mendes afastá-lo em definitivo. Como se trata do julgamento de uma reclamação sobre um tema com jurisprudência consolidada, o entendimento do Supremo é que essa decisão final pode ser monocrática.

Renovação da frota

O fato é que, na prática, Ivana já assumiu em definitivo a presidência. Ontem (11), ela comandou a primeira reunião com líderes partidários de todas as bancadas e blocos. Prometeu que fará um encontro do tipo por mês. A atitude agradou, pois Adolfo só costumava fazer isso com os “cabeças” do governo e da oposição. Na quinta (14), em outra reunião da Mesa Diretora, Ivana deve sinalizar que vai atender a outros pleitos dos colegas, incluindo a renovação da frota de veículos alugados para os parlamentares – o Corolla Cross, modelo atual, deve dar lugar a algum tipo de caminhonete ou SUV.

Diárias para assessores

Os deputados também querem que Ivana autorize a Assembleia a pagar diárias para assessores e motoristas durante as viagens de trabalho. Hoje, apenas os parlamentares têm direito ao valor de R$ 900 por dia. A ideia é que motoristas e assessores possam receber cerca de R$ 400 nessas situações, assumindo os próprios custos com hospedagem e alimentação, por exemplo. Além disso, a nova presidente tem planos de fazer uma renovação em quadros de comando do Legislativo, para dar uma “oxigenada”.

Cota familiar

O prefeito Bruno Reis (União) quer concluir até esta sexta (14) a reforma administrativa no segundo escalão. Carlos Muniz pretende indicar aliados para comandar dois órgãos: a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos (Arsal) e a Coordenadoria de Defesa do Consumidor (Codecon). Para o primeiro, o nome mais forte é o do policial federal Anderson Muniz, irmão do edil tucano e que já foi, por um breve período, deputado estadual, em 2019.

Visita ao palácio

Quem também estaria cotado para a Arsal é o chefe da Ouvidoria Geral do Município (OGM), Jean Sacramento. De acordo com vereadores da base, ele se reuniu nesta terça (11) com Bruno Reis para tratar do futuro. A possibilidade de permanecer onde está é remota, uma vez que o cargo deve ser ocupado pelo ex-diretor da Codecon e suplente de vereador Zilton Netto (PDT), ligado ao deputado federal Leo Prates (PDT). Outra alternativa para Jean seria ocupar a chefia de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Debandada tucana

Jean, que coordenou a campanha do PSDB à Câmara Municipal nas eleições de 2024 em Salvador, chegou a ser cotado para a sub da saúde, mas não vingou. Carlos Muniz garante que a decisão foi de Bruno Reis, mas o ouvidor, segundo pessoas próximas, acredita que o presidente da Câmara optou por indicar ao posto Edriene Teixeira, que foi nomeada. Ela é ligada ao vereador Maurício Trindade (PP), aliado de Muniz. O climão desgastou o ouvidor, que está de malas prontas para deixar o partido, levando junto suplentes e lideranças.

Acordo com os bispos

No Diário Oficial desta quarta (12), Bruno Reis deu andamento ao acordo firmado com o Republicanos de entregar ao partido, com “porteira fechada”, as secretarias de Infraestrutura (Seinfra) e Manutenção (Seman), por meio da nomeação de diretores do alto escalão. Na Diretoria de Manutenção e Infraestrutura, a mais importante da segunda pasta, saiu Luciano Sandes e entrou José Monteiro, da cota da legenda liderada pelo deputado federal Márcio Marinho e pelo titular da Seinfra, o vereador licenciado Luiz Carlos. Monteiro já passou por diversos cargos nas duas secretarias.

Secretaria fortalecida

Nesta quinta-feira (13), Bruno Reis deve concluir as conversas para colocar sob o guarda-chuva da Seinfra a reforma e construção de quadras e campos. Hoje, a responsabilidade é da Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), que, apesar de ser subordinada à secretaria de Luiz Carlos, atua de forma independente. Vale lembrar que o Republicanos tentou assumir o controle da Sucop, mas o atual chefe do órgão, Orlando Castro, é tido como intocável – ele foi indicado pelo ex-ministro e então aliado Geddel Vieira Lima (MDB) e se tornou próximo do prefeito.

Dedicação exclusiva

Luciano Sandes, que deixou a diretoria de Manutenção e Infraestrutura da Seman, terá agora dedicação exclusiva – antes ele acumulava as duas funções – ao cargo de secretário de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro. A pasta, que já existia na prática, foi formalizada por meio de lei aprovada no final do ano passado pelos vereadores, e passa pelos últimos trâmites para ter equipe e orçamento próprio para atuar de forma executiva. A sub de Luciano será Cláudia Cavalcanti – os dois trabalham juntos desde a gestão de ACM Neto (União).

Saída comemorada

A mudança de Alexandre Tinôco da Secretaria de Ordem Pública (Semop) para a Secretaria de Gestão (Semge) foi recebida com certo alívio por parte da classe política. Reservadamente, vereadores relataram à coluna que enfrentavam dificuldade de acesso à Semop. A insatisfação era tamanha que os comentários sobre a saída de Tinôco beiravam a uma espécie de comemoração. Agora na Semge, o desafio dele é lidar com os servidores públicos, um grupo que também sabe fazer pressão quando necessário.

Anúncio de rompimento

Quem está insatisfeito com Bruno Reis é o deputado federal Capitão Alden (PL). Nesta terça (11), o parlamentar recebeu indicações de que Maurício Lima, amigo pessoal de ACM Neto, será mantido na Diretoria de Segurança Urbana e Prevenção à Violência. Ou seja, a indicação feita por Alden para que o coronel Humberto Sturaro assumisse a vaga minguou. O deputado já teria, inclusive, preparado o anúncio do rompimento. Agentes da Guarda Civil Municipal também esperavam a mudança.

Cadê o compliance?

O superintendente de um dos principais shoppings de Salvador tem se exaltado em reuniões com lojistas, principalmente, “por coincidência”, quando são mulheres. A mensagem que os superiores precisam passar ao superintendente é de que, além de educação, ele precisa ter cuidado porque shopping vive de moda e se a moda Maria da Penha pega, não sobrarão “Josés” nem muito menos “Luízes” para contar a história.

Pitacos

* Desde o Carnaval, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) já falou ao menos duas vezes com a imprensa sobre convidar Bruno Reis para uma audiência, com o objetivo de tratar dos investimentos do Estado na capital.

* Porém, como contou Bruno Reis à coluna na segunda, até agora nada foi agendado. “Eu solicitei (o encontro) em fevereiro de 2023, e estou no aguardo. Converso com todo mundo, principalmente sobre os interesses da cidade”.

* Líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT) aconselhou o prefeito da capital a parar de criticar Jerônimo se quer mesmo a audiência. “Parece até que o prefeito é candidato a governador”, brincou.

* Carlos Muniz retorna ao trabalho na próxima semana. Ele andou ausente por conta de uma cirurgia de hérnia abdominal, mas marcou presença na posse do pupilo e agora ex-chefe de gabinete Diego Brito para o comando da Transalvador, na segunda (10).

* Muniz revelou à coluna que Diego não queria assumir o cargo, por ser reservado e preferir o bastidor, mas foi convencido. “E toda missão que ele aceita ele cumpre com louvor. Não será diferente na Transalvador”.

* Durante os anúncios feitos na segunda (10) por Bruno Reis da reforma administrativa, o vereador Paulo Magalhães Júnior (União) e o assessor especial do prefeito Igor Dominguez (DC) demonstraram a maior afinidade.

* Resta saber se o clima entre os dois vai continuar assim à medida em que a eleição de 2026 se aproxima. É que eles serão candidatos a deputado estadual e duelarão por votos em Salvador.

* O presidente do PDT da Bahia, deputado Félix Mendonça Júnior, não ficou tão animado com a nomeação da irmã, Andréa Mendonça, na nova Secretaria do Mar. O parlamentar sabe que a tal pasta é, na verdade, uma assessoria da Secretaria de Governo.

* Na terça (11), no saguão da Assembleia, o deputado Diego Castro (PL) mostrou o maior entrosamento com sindicalistas que pleiteavam melhorias para os servidores públicos. Mas ele se recusou a tirar fotos com a turma. Todo mundo usava vermelho.

* Esposa de Adolfo Menezes, Denise Menezes deixou o comando do projeto social Assembleia com Carinho, cargo que ocupava de forma voluntária. Ivana Bastos ainda deve escolher uma outra pessoa para a função.

* Mal assumiu o cargo de secretário de Mobilidade de Salvador, Pablo Souza já embarcou para a capital dos EUA com o objetivo de participar de um fórum organizado pelo Banco Mundial. A Prefeitura garante que quem pagou a consta foi o banco.

* No primeiro mandato, o prefeito de Encruzilhada, Dr. Pedrinho (PCdoB), espalhou outdoors pela cidade com um balanço das contas municipais. A publicidade tem, ainda, um QR Code que direciona o cidadão à página da Prefeitura TCM. Ótimo exemplo!

Radar do Poder: O “passe” em Cairu, a queixa de Éden, a mudança de Ivana e o partido do candidato de Bruno

radar do poder | 05 março 2025

Preço da adesão

O prefeito de Cairu, Hildécio Meireles (União), está mesmo disposto a deixar o grupo de ACM Neto (União) e migrar rumo à base do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Para isso, o petista precisa cumprir com tudo que prometeu durante a visita que fez ao município, na segunda (03) de Carnaval. O pacote de obras anunciado para Morro de São Paulo, que envolve a construção de um novo aeroporto, um atracadouro para carga e descarga e pavimentação de quase 20 quilômetros de vias, além de outras ações em prol de Boipeba, vai custar quase R$ 90 milhões.

Sabor amargo

No início de fevereiro, Jerônimo recebeu Hildécio em Salvador, quando tiveram a primeira conversa em busca de uma aproximação política, apesar de tratarem basicamente de gestão. Logo depois desse encontro, o prefeito de Cairu se reuniu com ACM Neto, também na capital. Contou ao ainda aliado sobre as intervenções prometidas pelo governador no arquipélago. Embora nenhum dos dois tenha usado a palavra rompimento, o encontro teve um sabor amargo de adesismo para o líder da oposição.

Veto a Meireles

Quem está aborrecido com ACM Neto é o primo de Hildécio, o ex-vereador de Salvador Adriano Meireles (PSDB). No Carnaval, ele disse em um grupo de WhatsApp que, embora aliado do prefeito Bruno Reis (União), não vota no antecessor para governador. Recentemente, Adriano teria conversado com deputado estadual Sandro Régis (União) de olho em encabeçar um projeto de articulação partidária visando fortalecer o nome de ACM Neto na capital e no interior mirando 2026. Entretanto, a iniciativa não foi para frente. Segundo o ex-vereador, por falta de vontade do herdeiro do carlismo.

Desconfiança mútua

Segundo Adriano Meireles, o ex-prefeito sinalizou que preferiria um nome mais próximo, do próprio círculo de convivência, para cumprir a missão. Mas ficou de marcar uma agenda com o primo de Hildécio, o que nuca ocorreu. “Você acha que uma pessoa que está sem mandato hoje vai me incluir em alguma coisa se um dia virar governador? É claro que não”, disse Adriano à coluna. Ele garante que o fato de estar trabalhando com o deputado estadual Marcinho Oliveira (União) não é o motivo da desconfiança.

Queixa de Éden

A incorporação de Hildécio Meireles à base governista foi um dos motivos da nota queixosa enviada nesta terça (04) pelo presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, na qual critica as tratativas envolvendo adesões de membros da oposição sem diálogo com o partido. No dia 6 de fevereiro, houve um encontro entre o dirigente, outros quadros do comando da sigla, o secretário estadual de Relações Institucionais, Adopho Loyola, e a bancada petista na Assembleia para fazer justamente esse alinhamento, que não tem ocorrido na prática, o que irrita principalmente os diretórios municipais.

Respeito à militância

“A articulação política do governo deve trabalhar para ampliar a base. Zero problema. Mas se não dialogar antes com o PT, erra. Por exemplo, mais de 70 prefeitos nos procuraram e só filiamos 16 ou 17 (antes das eleições). Porque definimos na Executiva e não ao sabor do governo ou do presidente de então, quem deveria se filiar. Aprovamos critérios e um deles era ter a aprovação dos diretórios locais do PT. A regra não deve valer para o governo? Não. Mas serve de parâmetro. Pelo menos no que tange o respeito à militância”, disse Éden Valadares à coluna.

Deixou escapar

Durante o Carnaval, Jerônimo deixou escapar, em uma entrevista, que coube a ele pedir ao líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), que retirasse a candidatura a 1º vice-presidente Casa, evitando, assim, um confronto com o deputado Angelo Coronel Filho (PSD) e um racha na base que antecipasse 2026. O parlamentar petista costuma dizer que essa decisão coube a ele, numa articulação para acomodar o PSD e unificar o grupo aliado.

Mudança ao topo

Com a confirmação do afastamento do deputado Adolfo Menezes (PSD) do comando da Assembleia pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada Ivana Bastos (PSD) se muda nesta quinta-feira (06) para a sala da presidência. A parlamentar vai levar toda a equipe de gabinete – mais de 90% dos assessores estão com ela desde o primeiro mandato, conquistado nas urnas em 2010, quando era do MDB. Um dos primeiros atos de Ivana será nomear o novo diretor administrativo da Casa.

Bola dividida

Angelo Coronel Filho não quis comentar se é a favor da permanência de Ivana Bastos na presidência da Assembleia sem novas eleições, posição consolidada no Legislativo. Apesar de ter apoiado a correligionária para a 1ª vice-presidência, cargo que cobiçou prevendo a queda de Adolfo, o pessedista sabe que, na “bola dividida” sobre a chapa de 2026, a colega de partido fica ao lado do governo e não do senador Angelo Coronel (PSD), apesar de torcer pelo aliado. Logo depois das eleições de 2010, Ivana deixou o MDB e mudou-se para a atual legenda justamente para não ser oposição.

Digital de Elmar

Políticos próximos de Adolfo Menezes acreditam que há digital do deputado federal Elmar Nascimento (União) no afastamento do pessedista da presidência da Assembleia. Por isso, avaliam, a decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes, do STF, teria ocorrido enquanto o magistrado estava no Rio de Janeiro (RJ) e apenas sete dias após a eleição de Adolfo ao comando do Legislativo baiano. Por outro lado, teria faltado empenho do senador Jaques Wagner (PT) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), no sentido de atuar junto ao STF para garantir um processo mais lento.

Fileiras pedetistas

O possível retorno do PDT à base do governo o Estado tem movimentado os gabinetes da Assembleia. Há, pelo menos, três deputados que estariam sendo sondados ou que cogitam ingressar nas fileiras pedetistas se a adesão a Jerônimo ocorrer. Dois já foram da agremiação: Roberto Carlos (PV) e Euclides Fernandes (PT). O outro é Vitor Azevedo, que, embora esteja no PL, é aliado fiel do chefe do Executivo estadual. Hoje, além da reeleição do deputado Emerson Penalva, as principais apostas do PDT para concorrer ao Legislativo baiano são os ex-prefeitos de Euclides da Cunha e de Araci, Luciano Pinheiro e Silva Neto, respectivamente.

Reforma administrativa

Passado o Carnaval, Bruno Reis deve anunciar na segunda (10) novas mudanças no primeiro e segundo escalões do governo. Ele pretende confirmar o remanejamento de Décio Martins da Transalvador para o comando da Secretaria de Ordem Pública (Semop). Já o atual titular da Semop, Alexandre Tinôco, assume a Secretaria de Gestão (Semge), cujo interino, Daniel Ribeiro, que também é sub da Fazenda (Sefaz), retorna à superintendência de Previdência. Outra mudança que deve ser anunciada na segunda é Zilton Netto (PDT) na chefia da Ouvidoria Geral do Município (OGM).

Saldo positivo

Décio se despede da Transalvador com excelentes números no Carnaval. Houve, por exemplo, uma redução de 80% no número de acidentes de trânsito, apesar do aumento do fluxo de veículos pelos 15 portais montados pela Prefeitura – subiu de 229 mil ano passado para 410 mil em 2025. Outro grande acerto foi a criação de um espaço para embarque e desembarque de motos na Avenida Centenário. Antes de deixar o órgão de trânsito, Décio ainda deseja inaugurar a motofaixa na Avenida Bonocô.

Escolha do partido

Candidato número um de Bruno Reis nas eleições para uma cadeira na Assembleia em 2026, Igor Domingues pode não disputar o pleito pelo DC. Segundo apurou a coluna com pessoas próximas ao assessor especial do Palácio Thomé de Souza, ele ainda vai conversar com o prefeito e com ACM Neto sobre qual o melhor caminho partidário. A legenda, que era presidida na Bahia pelo próprio Igor até o final de janeiro deste ano (o comando retornou para Antonio Albino, em decisão consensuada), não tem deputados no Estado e precisa ser montada para disputar o pleito.

Cacá fica

Na disputa por uma cadeira na Câmara Federal, o preferido de Bruno Reis, o secretário de Governo e presidente municipal do PP, Cacá Leão, não cogita deixar o partido mesmo diante da possível adesão institucional da sigla à base de Jerônimo. A avaliação de Cacá é que, mesmo a legenda passando a ocupar cargos no Estado, isso não significa apoio automático ao petista em 2026. O secretário também tem feito duas apostas: a de que a adesão ao governador pode ser inviabilizada pela direção nacional do PP e, caso isso não aconteça, de que terá liberdade para apoiar ACM Neto.

Pitacos

* Aliados e até opositores sentiram falta da presença de ACM Neto no Carnaval deste ano em Salvador. Ele só compareceu na abertura oficial da folia, na quinta-feira (27), e no Furdunço, na chamada pré-folia, criado quando era gestor. O ex-prefeito optou por aproveitar o período para descansar em Portugal.

* Quem foi mais comedido na festa deste ano foi Bruno Reis. Apesar da correria durante o dia, à noite ele frequentou menos camarotes do que nas folias anteriores. Além disso, desfilou o tempo inteiro ao lado da primeira-dama Rebeca Cardoso.

* Nomeada recentemente como sub da Secretaria de Saúde de Salvador, Edriene Teixeira espera ser mantida no posto diante do “olho gordo” de setores do PSDB na cadeira dela.

* Quando Décio Martins deixou o comando da Saúde e foi para a Transalvador, em 2023, Edriene deu o maior chilique quando foi exonerada da mesma função. Ela confidenciou a colaboradores na secretaria que não deseja passar pelo mesmo trauma.

* Subiu no telhado a ida do chefe da Casa Civil do governo estadual, o deputado federal licenciado Afonso Florence (PT), à cadeira do falecido conselheiro Pedro Lino no TCE. Isso por conta das vitórias obtidas na Justiça pelos auditores, que pleiteiam a vaga.

* Aliás, sobre essa vaga, Adolfo Menezes brincou: “É a maior enrascada e ainda teve gente na imprensa que quis me botar nessa”. O deputado disse também que não tem interesse em assumir a cadeira de Antônio Honorato, que se aposenta em julho do TCE.

* Adolfo pensa em virar conselheiro em 2026, pois sabe que, como revelou em primeira mão o Política Livre, o lugar de Honorato deverá ser preenchido pelo deputado federal Otto Filho (PSD). 

* Reservadamente, um influente petista baiano ouvido pela coluna avaliou como ruim a decisão do presidente Lula de nomear a deputada federal e atual presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria das Relações Institucionais.

* Segundo ele, a escolha acaba limitando o poder de articulação do Palácio do Planalto junto ao Congresso e pode até criar novas fissuras no relacionamento com os parlamentares, diante das posições mais radicais de Gleisi.

* Alheio às críticas do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ao governo Lula, o deputado federal Cláudio Cajado, da mesma sigla, segue cada vez mais próximo de Jerônimo. Na segunda (03), acompanhou o governador na agenda em Cairu.

Radar do Poder: O espólio de Elmar, o reforço em Neto, a turbinada de Loyola e o ‘Éden Bam Bam’

radar do poder | 26 fevereiro 2025

Espólio eleitoral

Temendo as consequências da Operação Overclean, o deputado federal Elmar Nascimento (União) não descarta entrar na briga com o PT pela cadeira do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, também baiano e que se aposenta de forma compulsória em fevereiro de 2026. Diante dessa possibilidade, já há uma disputa interna entre aliados para decidir quem herdaria o espólio eleitoral do parlamentar. Os principais interessados são os deputados estaduais Júnior Nascimento (União) e Marcinho Oliveira (União).

Divisão dos votos

Uma das possibilidades cogitadas é que os dois deputados estaduais concorram simultaneamente à Câmara Federal em 2026, dividindo geograficamente os votos de Elmar. Júnior, que é primo, ficaria com os prefeitos e lideranças do norte do Estado, enquanto Marcinho teria o restante. Vale lembrar que Elmar foi eleito em 2022 com pouco mais de 175,4 mil votos, ficando atrás apenas de Otto Filho (PSD), que obteve quase 201 mil.

Segue o líder

Aliás, seguindo o líder Elmar Nascimento, que defende o apoio do União Brasil à reeleição do presidente Lula (PT), Marcinho Oliveira e Júnior Nascimento não devem participar do evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é do mesmo partido, ao Palácio do Planalto, que acontece no dia 4 de abril, no Centro de Convenções de Salvador. O evento é organizado pelo time do ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional da legenda, ACM Neto.

Reforço de peso

ACM Neto vai ganhar um reforço de peso na equipe depois do Carnaval. Ele vai se juntar aos também ex-prefeitos Reinaldo Braga Filho (MDB), de Xique-Xique, e Luciano Ribeiro, de Caculé, que já despacham no endereço fazendo articulação política, e de Governador Mangabeira, Marcelo Pedreira (PP), outro que chega depois da folia. O objetivo fortalecer Neto mirando as eleições de 2026 para o governo da Bahia. Reinaldinho e Rodrigo devem concorrer a deputado estadual.

Geddel retou

Questionado pela coluna sobre o papel desempenhado por Reinaldinho e Rodrigo ao lao de ACM Neto, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, cacique do MDB, afirmou que os dois terão que sair do partido ou serão “saídos”. “Não há qualquer possibilidade de permitirmos que filiados nossos estejam com o adversário. Em 2022, fomos lenientes com algumas situações porque tínhamos acabado de mudar para a base do governo, mas em 2022 é outro ciclo, será totalmente diferente”, declarou. Em 2022, os dois ex-prefeitos apoiaram a candidatura de Neto ao Palácio de Ondina.

Turbinada de Loyola

Conforme acordado com o Jerônimo Rodrigues (PT) antes de assumir a função, o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), vai turbinar a pasta com a criação de 63 novos funções de livre nomeação política, como revelou em primeira mão o Política Livre. A medida, que ainda depende da autorização da Assembleia, visa acomodar ex-prefeitos, ex-vereadores e outras lideranças. O filé mignon são os seis cargos DAS-2A, cuja remuneração pode chegar, com as gratificações, a pouco mais de R$20 mil mensais.

Ex-vereadores de olho

Há outros 12 cargos com salários que podem ultrapassar a casa dos R$17 mil e 14 com faixa salarial acima de R$14 mil, sempre levando em consideração o percentual de gratificação máxima e outros benefícios. O menor vencimento é de cerca de R$3,5 mil (15 vagas). Sem conseguir a reeleição em 2022, os ex-vereadores petistas de Salvador Tiago Ferreira, Luiz Carlos Suíca e Arnando Lessa acreditam que podem ser contemplados nessa estrutura dentro da estratégia de Jerônimo de se fortalecer na capital.

Missão ingrata

Por falar nele, Adolpho Loyola (PT) vai aproveitar a viagem de Jerônimo a Jequié, que deve ocorrer provavelmente em 20 de março, para tentar reaproximar o prefeito Zé Cocá (PP) e o deputado estadual Euclides Fernandes (PT), que tem no município o principal reduto eleitoral. O afastamento ocorreu antes das eleições de 2024, quando o parlamentar, mesmo tendo cargos na gestão do pepista, optou por apoiar a candidatura derrotada de Alexandre Iossef (PSD), seguindo o governador.

Nada de perdão

O fato é que Ze Cocá está mais disposto a perdoar o governador pelo apoio à candidatura do adversário, pois admite aderir à base do Palácio de Ondina, do que em fazer o mesmo em relação a Euclides Fernandes, que sonha em fazer do filho, o vereador Ramon Fernandes (PT), o próximo prefeito de Jequié. O deputado, acusado pelo prefeito de usar a rádio da qual é dono na cidade para atacar diariamente a gestão municipal, também não demonstra interesse no perdão. Disse à coluna que não pensa em fazer as pazes com o ex-aliado. “Isso não passa pela minha cabeça no momento”.

Ciumeira na bancada

A entrega de viaturas da Polícia Civil pelo governador, na segunda (24), provocou a maior ciumeira na bancada baiana no Congresso. Isso porque circulou a informação de que os veículos, 265 no total, teriam sido adquiridos pelo Estado com recursos asegurados por emenda coletiva da bancada baiana, sem que isso fosse anunciado. Alguns parlamentares da oposição protestaram por não terem sido chamados, inclusive junto à coordenadora da bancada, deputada Lídice da Mata (PSB), que estava presente no ato e chegou a entregar uma viatura ao prefeito de Andaraí, Wilson Cardosos (PSB).

Tratamento diferenciado

“De fato eu fui procurada por alguns deputados de oposição, mas eu expliquei que as viaturas entregues foram compradas com recursos exclusivos do tesouro do governo da Bahia. O governador Jerônimo Rodrigues nunca agiria dessa forma. Ele tem convidado a oposição para esse tipo de solenidade, tanto deputados estaduais quanto federais”, disse Lídice à coluna. Ao saber da resposta da coordenadora da bancada, um outro deputado oposicionista emendou. “De fato, quem ignorava a oposição nesses tipos de evento era o ex-governador Rui Costa (PT)”.

Clima de despedida

Lídice, por sinal, deve deixar a função de coordenadora da bancada da Bahia no Congresso depois do Carnaval. Ela sinalizou que, apesar da importância e do peso político do cargo, pretende dedicar mais tempo ao próprio mandado e à organização do PSB, partido do qual é presidente estadual, para as eleições de 2022. O cargo deve ser ocupado por outro parlamentar da base do governo Lula.

Éden Bam Bam

Virtual candidato à reeleição à presidência do PT, Éden Valadares saiu correndo de uma acalorada reunião do partido no município de Esplanada onde o tema era tratado, no último fim de semana, para poder curtir o pré-Carnaval no Pelourinho no bloco do amigo Rodrigo Hita (PSB). Desfilou fantasiado de Fred Flinstone prometendo meter o porrete em quem tentar atropelá-lo na corrida pelo comando do partido na Bahia. Ele é apoiado pelo senador Jaques Wagner (PT).

Caso de polícia

Virou assunto policial a polêmica envolvendo a suposta troca de mensagens entre mulheres que ocupam cargos na Prefeitura de Salvador, o que incluiria uma secretária municipal, em um grupo de WhatsApp intitulado “Empoderadas PMS”. Segundo fontes do Palácio Thomé de Souza, apesar de o tal grupo existir de fato, tudo não passou de uma armação, que já está sendo investigada pela Polícia Civil. A apuração indica que alguém, por motivação política ou vingança pessoal, simulou conversas para tentar derrubar a titular da pasta de Promoção para as Mulheres, Fernanda Lordelo.

Plumas e paetês

Na fofocada que se seguiu ao incêndio no prédio secular da Câmara Municipal de Salvador, na última segunda-feira (24), uma tese para o sinistro ganhou mais relevo do que as demais. Dava conta de que o fogaréu começou numa fantasia com que um membro da Casa pretendia sair de madrugada neste Carnaval. Só não se comentava se o dono dos paetês era representante popular ou assessor.

Pitacos

* A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) está fazendo um levantamento sobre os prejuízos causados pelos ataques de cachorros à produtores da caprinocultura. Os dados devem apontar, ainda, a quantidade de animais mortos.

* O assunto tem sido debatido na Assembleia pelo deputado Luciano Araújo (Solidariedade), que já conversou sobre o assunto com o governador Jerônimo Rodrigues, também preocupado com a questão.

* Durante a entrega de viaturas da Polícia Civil, na segunda (24), em Salvador, Jerônimo aconselhou o deputado estadual Antonio Henrique Júnior (PP) a ser mais presente no oeste da Bahia, reduto eleitoral do parlamentar.

* Com bom humor, o governador disse ao pepista que outros deputados estão crescendo na mesma região, a exemplo de Eduardo Salles (PP) e Manuel Rocha (União), este último da oposição. A conversa virou motivo de resenha na Assembleia.

* Bruno Reis decidiu homenagear a equipe da Secom após a página oficial da Prefeitura alcançar a marca de um milhão de seguidores no Instagram. Fez uma publicação nas redes sociais enaltecendo o trabalho da equipe de comunicação.

* O prefeito não esperava, no entanto, que dois “papagaios de pirata” aparecessem na foto da postagem: o secretário municipal de Governo, Cacá Leão (PP), e o assessor especial Igor Dominguez. Esses políticos não perdem um flash.

* A Prefeitura não enviou representantes para a audiência promovida na semana passada pela Câmara Municipal para tratar do Carnaval. O fato deixou vereadores da maioria e da minoria irritados. O governo do Estado, por sua vez, participou da reunião.

* “Nunca nenhum membro da prefeitura participou de nossas audiências. Eles ignoram totalmente a Câmara. Isso é fruto dessa péssima organização do Carnaval”, protestou o vereador Maurício Trindade (PP).

* A vereadora de Salvador Isabela Souza (Cidadania) apresentou um projeto de indicação sugerindo à Prefeitura que a Guarda Municipal crie uma ronda especial para a proteção da população LGBTQIAP+.

* Resta saber se a medida será apoiada pelo deputado federal bolsonarista Capitão Alden (PL), que deve emplacar, depois do Carnaval, o coronel da reserva Humberto Sturaro para o comando da diretoria responsável pela Guarda.

* Também novato, o vereador Marcelo Guimarães Neto (União), eleito ano passado, deu entrada no primeiro projeto de lei: o que cria o Dia do Futevôlei em Salvador.

Radar do Poder: Bruno tenta segurar Félix, Quinho ruge mais que morde, Wagner se irrita e ACM Neto reage no extremo-sul

radar do poder | 19 fevereiro 2025

Gesto simbólico

Durante o anúncio que confirmou a vice-prefeita Ana Paula Matos como secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), nesta quarta-feira (19), o prefeito Bruno Reis (União) fez questão de sinalizar que a escolha, para ele, contemplava todo o PDT, partido da aliada e cuja cúpula estadual ameaça retornar à base do governo do Estado. Num gesto simbólico, Bruno pediu que os vereadores pedetistas Omar Gordilho, Roberta Caires e Anderson Ninho ocupassem lugar de destaque na mesa da sala de reuniões do Palácio Thomé de Souza, onde ocorreu a coletiva.

Deixa disso

Bruno Reis e seus emissários atuam para acalmar o presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que tem dialogado com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sobre o apoio à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026 em troca do fortalecimento dos pedetistas no pleito proporcional do ano que vem. O prefeito sabe que a insatisfação do parlamentar não é com ele, mas sim com o antecessor ACM Neto (União) e com o deputado federal Leo Prates (PDT), que estariam tentando assumir o controle da sigla liderada por Félix.

Feliz coincidência

Pode até ter sido coincidência, mas depois que Félix voltou a dialogar sobre política com Rui Costa, o governo do Estado lançou a licitação para a construção do Hospital do Sisal, em Serrinha (obra que atende a região considerada principal reduto eleitoral do parlamentar e custeada com recursos do PAC, programa tocado pelo ministério do ex-governador), e confirmou o patrocínio para o Carnaval de Santa Cruz Cabrália, cidade gerida pelo prefeito pedetista Girlei Lage, aliado do presidente do PDT baiano.

Projeto comum

Durante a solenidade de lançamento da licitação do Hospital do Sisal, os ex-prefeitos de Araci, Silva Neto, e de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, ambos do PDT e pré-candidatos a uma cadeira na Assembleia, esqueceram as divergências recentes e gravaram um vídeo ao lado de Jerônimo defendendo o retorno do partido deles à base governista. Nas eleições de 2024, Silva acusou Luciano de trair o ninho pedetista ao fazer campanha contra a prefeita reeleita de Araci, Keinha Jesus (PDT), apoiando a candidatura derrotada de Zelito Maia (MDB).

Narcisismo eleitoral

O presidente da União dos Municípios da Bahia, Quinho Tigre (PSD), foi diagnosticado esta semana por prefeitos filiados à instituição com a síndrome do “narcisismo eleitoral”. Isso ocorreu após o pessedista, que se despede do comando da entidade no final de março, se lançar, de uma só vez, como candidato a deputado estadual, em 2026, e a prefeito de Vitória da Conquista, em 2028. Quinho, que também passou a se “vender” como porta-voz dos gestores da região sul, também não descartou concorrer a vice na chapa de Jerônimo. Para quem foi prefeito da modesta cidade de Belo Campo, está parecendo que o Tigre é mais de rugir do que de morder.

Boquinha municipalista

Sem conseguir um cargo na reforma administrativa de Jerônimo, até porque será candidato a deputado estadual em 2026, o ex-prefeito de Castro Alves Thiancle Araújo (PSD) ganhou uma “boquinha” na UPB. Ele será o superintendente da entidade municipalista na presidência de Wilson Cardsoso (PSB), gestor de Andaraí, que toma posse no final de março. Ao contrário de outros cargos ocupados por prefeitos na instituição, a função é remunerada com a bagatela de cerca de R$15 mil).

Irritado com Coronel

O senador Jaques Wagner (PT) ficou irritado ao ver um vídeo publicado nas redes sociais por Angelo Coronel (PSD) em que o senador aparece dizendo que torceu muito pela vitória da prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União), em 2024. A postagem foi enviada ao “bruxo” pela antecessora de Débora, a petista Moema Gramacho. No vídeo, Coronel ainda fez coro à tese da gestora do União Brasil de que foi injustiça após perder temporariamente o mandato de vereadora por meio de uma perseguição no Judiciário baiano, segundo ela, patrocinada por Moema.

Vai sozinho

Wagner já andava aborrecido com Coronel desde que o senador do PSD recusou o pedido do petista, que é líder do governo Lula no Senado, para que aceitasse colocar em votação o Orçamento Geral da União (OGU), do qual é relator, no final do ano passado. “Esse pessoal do PT acha que ser aliado é o mesmo que ser subordinado. Nunca serei”, teria comentado Coronel a um deputado baiano, na ocasião. Para outras lideranças petistas, o pessedista flerta com a oposição, em especial com ACM Neto, mas, se mudar de lado, não terá a companhia do senador Otto Alencar, que manda no PSD baiano.

Tentativa frustrada

Nos últimos dias, o deputado federal Dal Barreto (União) suou a camisa para tentar assumir, por via federal, o comando do Solidariedade na Bahia, mas o pleito foi negado pelo presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, que optou por manter na liderança da sigla em solo baiano o deputado estadual Luciano Araújo. Em 2022, Dal tinha feito o mesmo movimento,  também sem êxito. O sonho do parlamentar, como de cada 10 entre nove políticos, é o de ter um partido para chamar de seu.

Reação imediata

ACM Neto decidiu tirar o controle do União Brasil, partido do qual é vice-presidente nacional, da alçada do prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo, reeleito em 2024 pela sigla. O movimento é uma reação à adesão do gestor à base do governo Jerônimo Rodrigues, o que foi formalizado no final do mês passado, após articulação do secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), e do deputado federal Gabriel Nunes (PSD). O irmão do secretário, David Loyola, foi, inclusive, nomeado para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo da cidade.

Planos para 2028

Após se encontrar com Jerônimo, Marcelo Belitardo teria ignorado todas as ligações de ACM Neto, que entregou, na segunda (17), o comando do União Brasil em Teixeira de Freitas ao vereador Jonatas dos Santos (MDB), presidente da Câmara Municipal. Além disso, o edil terá o controle do DC e do PRB, siglas nanicas ligadas ao ex-prefeito de Salvador. Jonatas, que deve ser candidato a prefeito em 2028, não conseguiu a benção do MDB para mudar rumo à legenda de Neto, mas a direção estadual emedebista assegurou a ele autonomia para fazer oposição a Belitardo.

Sem perdão

Procurado pela coluna, o presidente de honra do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, confirmou que a sigla não vai aderir à base de Belitardo em Teixeira de Freitas, mesmo com o gestor apoiando Jerônimo. “O fato de o prefeito resolver virar governo no plano estadual não quer dizer que ele apagou o passado e foi perdoado. Não é assim que funciona”, declarou o emedebista. Em 2024, o MDB lançou como candidato à Prefeitura do município o ex-deputado Uldurico Júnior (MDB), que teve como vice a petista Erlita Freitas – a chapa acabou na segunda colocação.

Fogo de casa

A prefeita de Cansanção, Vilma Gomes (MDB), que apoiou ACM Neto em 2022, deve ter uma audiência com Jerônimo nos próximos dias para formalizar a adesão ao grupo do governo. Na semana passada, ela se reuniu com Adolpho Loyola. O encontro contou com a participação do deputado estadual Marcinho Oliveira, que, embora seja do União Brasil, está cada vez mais próximo do Palácio de Ondina. O curioso é que, apesar de o vice-prefeito de Cansanção ser do PT – Rodrigo Pau D’arco -, Jerônimo apoiou outra candidatura no município, a da médica Thaynara França (Avante).

Amigo multifacetado

Amigo pessoal de Bruno Reis desde os tempos de juventude em Juazeiro, Daniel Ribeiro se tornou uma espécie de coringa do prefeito na gestão municipal. Na semana passada, ele assumiu interinamente a Secretaria Municipal de Gestão (Semge), chegando a acumular o cargo com o de subsecretário da pasta da Fazenda (Sefaz) e o de diretor de Previdência da própria Semge, mas se afastou temporariamente desta última atribuição. Formado em direito, também já chefiou interinamente, por nove meses, a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semge). É o que se chama de rapaz multifacetado.

Depois da queda…

Durante evento em que um radialista lançou seu programa, na semana passada, com uma entrevista com o governador, o desembargador Abelardo da Matta, presidente do TRE, sentou de mal jeito numa cadeira destinada à assistência e acabou espatifado no chão. Na hora, houve quem dissesse que era um péssimo presságio para a eleição de que participaria por sua recondução ao Tribunal dias depois. Mas a previsão deu chabu. Ontem, ele foi mantido no órgão eleitoral por 45 desembargadores.

Pitacos

* A secretária de Políticas para Mulheres de Salvador, Fernanda Lordelo, é alvo de críticas dos vereadores da base. Ela estaria criando problemas com funcionários indicados pelos edis com a intenção de substituí-los por nomes da própria confiança.

* Apesar de o vereador Luiz Carlos (Republicanos) ainda não ter sido oficializado secretário de Infraestrutura de Salvador, o que acontece só na segunda (24), o suplente Beca, ansioso, esteve terça (18) na Câmara para tentar adiantar os procedimentos de posse.

* Beca quis saber do RH se seria possível antecipar a entrega dos documentos para entrar na folha salarial ainda este mês. Mas a resposta foi negativa. Com a demora nas negociações do prefeito com o Republicanos, vai ficar dois meses sem contracheque.

* Aliás, Bruno Reis pretendia anunciar o retorno de Luiz Carlos ao secretariado nesta segunda (18), mas o vereador pediu um tempo para resolver pendências na Câmara. Isso deixou Beca ainda mais angustiado.

* Líder do PSDB na Câmara de Salvador, Daniel Alves convidou os vereadores Sidninho (PP), Maurício Trindade (PP) e Ricardo Almeida (DC) para ingressarem no ninho tucano. Os três andam insatisfeitos com os próprios partidos.

* Além de precisarem do aval das próprias siglas para saírem sem o risco de perda de mandato por ‘transfugismo’ partidário, houve uma condição colocada por Daniel: os três precisariam apoiar candidatos do PSDB a deputado federal e estadual.

* O deputado federal Valmir Assunção (PT) e o advogado Murilo Mattos, assessor jurídico do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), foram até La Paz, na Bolívia, para assistir no Estádio Hernando Siles à partida entre o The Strongest e o Bahia.

* No meio político, houve quem brincasse ao ver uma foto da dupla de torcedores do tricolor baiano. “Literalmente, a Bahia invadiu a Bolívia”, comentou um parlamentar. Vale lembrar que Valmir é uma das principais lideranças políticas do MST.

* Os deputados Sandro Régis (União) e Euclides Fernandes (PT) foram mantidos, respectivamente, nos cargos de corregedor e procurador da Assembleia, funções que já ocupavam na legislatura passada.

* O PP mudou a indicação para o cargo de ouvidor da Assembleia. Hassan, eleito recentemente 3ª vice-presidente da Casa, cedeu o lugar para Antônio Henrique Júnior. Os três foram nomeados hoje (19) por Ivana Bastos (PSD).

Radar do Poder: A armadilha desmontada do União contra Adolfo, os espaços de Leo na reforma de Bruno e a irritação contra Cacá

radar do poder | 12 fevereiro 2025

Artilharia pesada

A direção nacional do União Brasil cogitou, no final da semana passada, em ingressar com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a reeleição de presidentes de assembleias legislativas do país que estão em desacordo com o entendimento da Corte proibindo a segunda recondução. Um dos “alvos” da iniciativa seria o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), afastado na segunda (10) da presidência da Assembleia baiana por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes.

Alvoroço na Bahia

O movimento em Brasília, estimulado pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, provocou um alvoroço na Bahia na sexta (07), pois os deputados estaduais do partido votaram integralmente na reeleição de Adolfo, no último dia 3, inclusive a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento, que é adversário do pessedista em Campo formoso e apoiou a ADPF. Outro deputado federal baiano que se posicionou a favor da ADPF junto à direção partidária foi Dal Barreto, que é um crítico da gestão de Adolfo no Legislativo, da qual o empresário nunca obteve vantagens.

Reação pró-Adolfo

Entre os deputados federais da bancada baiana do União Brasil, se posicionaram contra a ADPF Paulo Azi e Leur Lomanto Júnior. Os demais não teriam se manifestado. Amigo pessoal de Adolfo e membro da Executiva nacional da legenda, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, também foi contra. Já o antecessor ACM Neto silenciou, para evitar confrontar um dos lados. Da Assembleia, quem atuou junto às lideranças do partido na Bahia em prol de Adolfo foi o deputado Sandro Régis (União).

Falta de ressonância

Além da Bahia, a ADPF defendida por Rueda atingiria as reeleições de presidentes de Assembleia em ao menos outros cinco estados. Há casos, como o do Rio Grande do Norte, em que ocorreu a quinta recondução. A estratégia seria uma reação à ação movida pelo partido Novo no STF contra o terceiro mandato do deputado Roberto Cidade, que é do União Brasil, para o comando do Legislativo do Amazonas. Entretanto, a medida não prosperou por não encontrar ressonância interna.

Válvula de escape

Elmar não estimulou, entre os aliados na Assembleia, um posicionamento contra Adolfo na eleição da Mesa Diretora porque sempre apostou na queda do adversário por via judicial e em utilizar isso como arma política para desgastar a imagem do deputado do PSD em Campo Formoso, onde saiu vitorioso das eleições municipais. Além disso, seria uma forma de Elmar tentar aliviar as pressões que sofre no município por conta dos ataques de aliados do pessedista diante da Operação Overclean, que prendeu o vereador Francisco Nascimento, primo do deputado federal.

Almoço estratégico

Presidente interina da Assembleia, a deputada Ivana Bastos (PSD) almoçou ontem (11) com a bancada do PT e com o presidente do partido na Bahia, Éden Valadares. Na ocasião, ela ressaltou que só vai assumir o gabinete da presidência após uma decisão de mérito do STF contra Adolfo, conforme antecipou o site, e que até lá irá agir com cautela. Caso haja a convocação de uma nova eleição para o comando da Casa por determinação do Supremo, os petistas disseram estar dispostos a apoiar Ivana, mas desejam voltar para a 1ª vice-presidência da Mesa Diretora.

Cala a boca, Matheus

Tem tirado o sono do deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), a prioridade da cúpula emedebista com a eleição da atual secretária de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Larissa Moraes, para uma cadeira na Assembleia, em 2026. Esta semana, o parlamentar, que reclama do não atendimento de demandas na pasta da “queridinha”, inventou de tirar satisfações com o presidente de honra da legenda, Lúcio Vieira Lima, e a resposta foi um “cala a boca” tão duro que o jovem deputado se contorceu todo.

Futuro emprego

Presente nesta terça (11) no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para tratar da conciliação do contrato da ponte Salvador-Itaparica, o secretário da Casa Civil e deputado federal licenciado, Afonso Florence (PT), foi indagado por conselheiros e servidores se de fato será indicado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para a vaga de Pedro Lino, conforme revelou o site. Apesar de negar, ele deixou escapar que até aceitaria, mas tem receio de deixar a política e perder a cadeira no tribunal por decisão judicial, já que, pela Constituição, a vaga pertence aos auditores.

Ouvidor do prefeito

Após se entender com o PSDB, Bruno Reis avançou nas conversas com outros aliados sobre a reforma administrativa. Depois do Carnaval, ele vai indicar Zilton Netto (PDT), afilhado político do deputado federal Leo Prates (PDT), para a chefia da Ouvidoria Geral do Município (OGM). Zilton, que foi candidato a vereador e ficou na primeira suplência, ocupou, antes do pleito, o comando da Codecon, órgão municipal de defesa do consumidor. Na Ouvidoria, ele estará mais próximo do prefeito, pois a estrutura é subordinada diretamente ao gabinete, e terá mais espaço para fazer política.

Esposa indicada

Com a demora de Bruno Reis em definir o espaço de Zilton, o pedetista chegou a receber sondagens de emissários do governo do Estado para assumir a presidência do Procon, mas recusou a oferta por lealdade a Leo Prates e ao grupo do prefeito da capital. Quem também deve ocupar um espaço na gestão municipal é Ana Paula Pitanga Prates, esposa de Leo. Bruno pretende indicá-la para presidir o Serviço Social Autônomo Municipal, entidade criada no final do ano passado por meio de projeto de lei para desenvolver ações e prestar serviços de assistência a pessoas com deficiência.

A ver navios

Vereadores do PP de Salvador ficaram indignados ao ler o Diário Oficial do Município desta quarta (12) e encontrar as nomeações, na Secretaria de Governo (Segov), liderada por Cacá Leão, presidente da legenda na capital, de duas lideranças de Camaçari: Otaviano Neto, ex-edil, e Sineide Lopes, eterna candidata derrotada à Câmara Municipal. Enquanto isso, os pepistas da capital seguem a ver navios nas cobranças feitas a Cacá por espaços na gestão para suplentes e ex-vereadores. Dizem que o secretário só pensa em uma coisa: na própria eleição para deputado federal em 2026.

Cabide de emprego

“A tal Segov virou cabide de emprego para pessoas do interior, enquanto as lideranças do partido em Salvador sequer são atendidas”, protestou o vereador Maurício Trindade (PP) à coluna. Outro que segue insatisfeito é o vereador Sidninho (PP), que almeja migrar para o PL. Embora a sigla capitaneada na Bahia pelo ex-ministro João Roma também não deva ser contemplada com uma secretaria, ao menos já teve um representante, o ex-vereador Isnard Araújo, que não conseguiu a reeleição, empregado com uma assessoria na pasta de Cacá.

Tucanos desconfiados

Setores do PSDB não gostaram da nomeação de Mariana Trocoli para a chefia da Diretoria Estratégica de Gestão de Pessoas e Processos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo informações que chegaram à coluna, a escolha foi decidida de forma unilateral pelo novo titular da pasta, Rodrigo Alves, indicado pelo deputado federal tucano Adolfo Viana. Para os insatisfeitos, Mariana não goza da confiança do partido para exercer a função.

Velhinho esquecido

Por falar em PSDB de Salvador, o vereador tucano Téo Senna disse à coluna que ficou muito triste ao ser preterido pelo partido e pelo presidente da Câmara, Carlos Muniz, que também é da sigla, das presidências das comissões permanentes da Casa. “Eu sou um vereador de sexto mandato e, com a minha experiência, poderia participar mais. Mas o partido e o presidente não me beneficiaram. Não entendo isso”, afirmou Téo, que já protestou por ter ficado de fora da Mesa Diretora e também da liderança da legenda.

Ruído na mensagem

Téo Senna lamentou que, ao rifá-lo desses espaços, o PSDB o prejudicou na pontuação necessária para a contratação de assessores, conforme as regras da Câmara. Questionado pela coluna se o motivo seria o fato de ele não ter apoiado o pleito do partido para ficar com o comando da Secretaria Municipal da Educação (Smed), o edil afirmou que isso foi um “ruído”. “Falaram isso porque tive o apoio de uma diretora que defendeu na Câmara a permanência de Thiago Dantas na Smed. Mas eu sempre defendi o nome de Rodrigo Alves para a pasta”, garantiu.

Pitaco

* Se não fosse a turma do “deixa disso”, a vereadora Roberta Caires (PDT) teria dificuldades em ser eleita presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Salvador, na semana passada.

* Isso porque o vereador Jorge Araújo (PP), o mais bem votado nas eleições do ano passado, embora novato, ameaçou ir para o bate-chapa. Nas contas de bastidor, teria quatro dos sete votos do colegiado e venceria a pedetista.

* Jorge Araújo mudou de ideia e topou ser vice da comissão após ouvir apelos do líder do governo, Kiki Bispo (União), e perceber que desagradaria o presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), que havia prometido a Roberta Caíres a presidência.

* É bom lembrar que existe na Câmara uma certa cisma com Roberta Caires por conta da ciumeira provocada ano passado pelo apoio que ela recebeu do secretário municipal de Educação, Thiago Dantas, a pedido de ACM Neto.

* Antes de confirmar o vereador Sidninho (PP) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Carlos Muniz teve uma conversa reservada com o vereador Duda Sanches (União), que queria a cadeira.

* Na época, em meio às indefinições sobre o espaço do PSDB na Prefeitura, o tucano disse que seria ruim para o colega ficar à frente do colegiado mais importante da Casa se houvesse um tensionamento nas relações com Bruno Reis. Duda entendeu.

* O vereador de Salvador Hamilton Assis (PSOL) quer que a Câmara crie uma comissão especial para tratar de tarifa zero no transporte público.

* O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ganhou um defensor na Esplanada. Trata-se do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Quem falar mal do baiano perto do colega corre o risco de apanhar.

* Adolfo Menezes exonerou, no último dia 5, Julio Eloy Passos Neto da função de diretor administrativo da Assembleia. O objetivo seria dar uma “oxigenada” no setor. Entretanto, o substituto ainda não foi escolhido, o que deve caber a Ivana Bastos,

* A deputada Maria del Carmen (PT) apresentou um projeto propondo a criação da 11ª comissão permanente da Assembleia: a de Desenvolvimento Urbano, com o objetivo de tratar das políticas urbanas. A iniciativa tem a assinatura de diversos parlamentares.

Radar do Poder: O cachorro louco da Câmara de Salvador, a rainha do Mar, o peso dos votos de Adolfo e o líder desgastado

radar do poder | 05 fevereiro 2025

Tônus muscular

A possibilidade de o PSD incorporar o PSDB num processo de fusão, discutida nacionalmente, fortalece o presidente da Câmara de Salvador, o tucano Carlos Muniz, que anda insatisfeito com o prefeito Bruno Reis (União) nas negociações da reforma administrativa. A tendência é que o edil e o deputado federal Adolfo Viana (PSDB) controlem a sigla em Salvador, onde lideram uma bancada de cinco vereadores, enquanto o senador Otto Alencar (PSD) seguiria no comando no plano estadual. A equação fortalece a interlocução de Muniz com o governo Jerônimo Rodrigues (PT).

Pitbulls soltos

Vale lembrar que, em janeiro, Carlos Muniz chegou a dizer, em entrevista, que votaria em Jerônimo novamente, como fez em 2022. Principal aliado de ACM Neto (União), Bruno Reis até hoje não teria perdoado a declaração. Na semana passada, diante da resistência do prefeito em entregar a Secretaria de Educação ao PSDB, conforme acordado antes da eleição, os “pitbulls” do tucano na Câmara – Sidninho (PP) e Maurício Trindade (PP) – obtiveram autorização para criticar publicamente o prefeito, acusado de não atender os vereadores.

Cachorro louco

Sidninho, o “cachorro louco” da Câmara, chegou a dizer que se reuniu com o presidente do PP na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, e que o dirigente convidou os vereadores de Salvador a ingressarem na ala da sigla que dialoga sobre a adesão ao governo do Estado. Na verdade, a tal “reunião” não passou de um encontro casual num restaurante da cidade, na quinta (31), após Mário Júnior retornar de uma viagem dos EUA. Políticos que estavam no mesmo local relataram à coluna que o deputado não deu ousadia a Sidninho, apesar do “assédio” do vereador.

Relação de respeito

Segundou apurou a coluna, Sidninho garantiu a Mário Júnior, com quem pediu até para tirar uma foto, que três vereadores do PP de Salvador estariam dispostos a aderir a Jerônimo se fossem prestigiados: ele próprio, Maurício Trindade e George Gordinho da Favela, o líder da bancada na Câmara. O dirigente pepista respondeu que quem cuida do diretório em Salvador é o presidente municipal e secretário de Governo da Prefeitura, Cacá Leão, com quem Mário Júnior tem uma relação de amizade e respeito resistente a qualquer tipo de interferência desse tipo.

Garoto problema

O curioso é que, depois de toda essa cena e das conversas com a imprensa falando em rebelião no PP na capital e adesão a Jerônimo, Sidninho utilizou o plenário da Câmara, nesta quarta (04), para fazer juras de amor a Bruno Reis e condenar qualquer tipo de movimento do partido visando a aproximação com o governo do Estado. A coluna recebeu ao menos seis telefonemas de vereadores que se divertiram com o discurso. Alguns lembraram que, por essas e outras, o vereador teve dificuldade para encontrar partido ao sair do Podemos e disputar a reeleição. Ironicamente, só quem aceitou foi Cacá, hoje apedrejado pelo “garoto problema”.

Nova casa

Sidninho, que evitou cumprimentar o prefeito na reabertura dos trabalhos na Câmara, e Maurício Trindade querem trocar o PP pelo PL ou o PSDB. Para isso, esperam que Cacá Leão os libere sem risco de processo por infidelidade partidária. Carlos Muniz deve apoiar o movimento dos dois aliados junto ao secretário. Procurado pela coluna, o presidente do PL na Bahia, João Roma, afirmou que o partido está disposto a crescer na capital, mas ressaltou que não foi procurado oficialmente por nenhum dos vereadores.

Culpa de Neto

A insatisfação de Maurício Trindade com a Prefeitura é pontual. Ele apoia entidades que tratam de autistas e não tem obtido sucesso para viabilizar convênios entre essas instituições e o Executivo. O edil, que é médico, tem dito a correligionários que, por interferência de ACM Neto (União), Bruno Reis prioriza outras organizações ligadas a pessoas próximas do ex-prefeito. O vereador também está chateado com Igor Dominguez, assessor especial do Palácio Thomé de Souza, que vetou o pedido feito por ele de apoio para a montagem do palco e camarote da Câmara na Festa de Yemanjá.

“Arraaaaaaasou”

Sentindo-se ofuscado na Festa de Yemanjá do ano passado, o secretário estadual Bruno Monteiro (Cultura) foi à forra no evento do último domingo em que a Rainha do Mar foi reverenciada no Rio Vermelho. Com antecedência, mandou confeccionar em sisal puro uma pequena cesta que preencheu com rosas brancas, com a qual desfilou na comitiva do governador Jerônimo Rodrigues (PT) hora com o objeto na cabeça, hora na cintura, chamando a atenção de todos. Segundo um assessor, Bruno “arraaaaaaasou”.

Faraó, ó

Mas quem conhece Bruno diz que ele estava na verdade endiabrado. A uma sinalização da ministra Margareth Menezes (Cultura) de que queria falar com ele, reagiu de forma dura. “É bom mesmo, para você conhecer os programas culturais da Bahia”, disse o secretário. Sem acusar o golpe, Margareth insistiu. “Mas tenho notícias boas para dar”. E Bruno repetiu: “Você precisa conhecer os programas que o Estado da Bahia tem feito na cultura”. Logo, alguém gritou “faraó, ó” e a ministra, requebrando, sumiu na confusão.

Conselho ao governador

Presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Quinho Tigre (PSD) aconselhou Jerônimo, em conversa com a coluna, sobre a reforma administrativa, que está paralisada. “Se cerque de pessoas boas, que tenham qualificação técnica e voto. É necessário que as pessoas que queiram o bem da Bahia estejam ao lado do governador”. O pessedista afirmou que, embora seja pré-candidato a deputado em 2026 e a prefeito de Vitória da Conquista em 2028 – o que, nesse último caso, desagrada o PT –, aceitaria assumir uma secretaria no Executivo estadual, se for convidado. Ele deixa a UPB no final de março.

Peso do voto

Aliados do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, acreditam que o fato de o parlamentar ter sido reeleito com os votos de 61 dos 63 integrantes da Casa pode ter um peso quando o Supremo julgar a ação do PSOL que pede a anulação da recondução do chefe do Legislativo baiano – se de fato o partido ingressar com a peça. A torcida dos amigos sinceros de Adolfo é que o julgador seja o ministro Flávio Dino, com quem o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), têm interlocução. Sem um petista na vice, acredita-se que os dois atuarão politicamente no Judiciário em favor do pessedista.

Fora da Mesa

Adolfo teria 62 votos se o deputado Matheus Ferreira (MDB), filho do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), não tivesse perdido um voo e se ausentado. Na eleição, dois deputados que tinham acento garantido na Mesa Diretora acabaram ficando de fora. Olívia Santana (PCdoB) seria a 4ª secretaria, mas cedeu a vaga para Fabrício Falcão (PCdoB) porque prefere ser mantida na presidência da Comissão de Educação. Já Júnior Muniz (PT), que seria um dos suplentes, não estava no plenário no momento da oficialização da candidatura e foi substituído por José Raimundo (PT).

Peixe morre pela boca

O líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), que abriu mão de disputar a 1ª vice por falta de apoio de Jerônimo para enfrentar no voto a família Coronel – o governador deixou claro que a presidência da Casa deveria ser do PSD, mesmo se Adolfo caísse por decisão judicial –, mudou o discurso na imprensa depois que a deputada Ivana Bastos (PSD) foi indicada a posto. Antes, dizia que o vice era obrigado a convocar uma nova eleição em caso de vacância da presidência. Agora, diz que não é necessário. Será que isso não revela qual era o plano original do petista?

Liderança incerta

Deputados da base aliada acreditam que Rosemberg não será mantido na liderança do governo. A relação com Jerônimo e com a bancada do PT teria se desgastado durante as negociações para a eleição da Mesa Diretora. Quem está de olho no cargo é o deputado Vitor Bonfim (PV), que era o nome mais forte para suceder o petista se ele assumisse a vice-presidência da Assembleia. Apesar de não ser do agrado de parte da bancada, Vitor seria melhor do que Robinson Almeda (PT), considerado petista demais.

Dissidência aberta

Durante a eleição da Mesa Diretora da Assembleia, o deputado Sandro Régis (União), que secretariou a sessão, não percebeu que o microfone estava e, brincando com um colega da base governista, chamou o cantor Gusttavo Lima de “nosso candidato a presidente (da República)”, ao citar a pesquisa divulgada na segunda (03) pela Quaest. O candidato ao Palácio do Planalto do partido do parlamentar, e do líder político dele, ACM Neto, é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Pitacos

* Depois da experiência traumática com Leonardo Góes, tudo de que os funcionários da Embasa precisavam é de um pouco de estabilidade. O fato de Jerônimo ter assumido a liderança do processo de substituição melhorou infinitamente o clima na organização.

* Na terça (03), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) se encontrou, em Brasília, com o senador Otto Alencar (PSD). O emedebista garante que não tratou de 2026. “Sempre converso com ele. Nada extraordinário”, assegurou.

* O presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz, vai ficar de “castigo” até segunda-feira (10). Ele foi diagnosticado ontem (04) com Covid-19. Mas, mesmo assim, as comissões permanentes do Legislativo municipal serão instaladas nesta quinta (06).

* Durante a reabertura dos trabalhos na Câmara, Carlos Muniz brincou com Bruno Reis sobre a insistência do vereador Paulo Magalhães Júnior (União) em seguir na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

* Muniz afirmou ao prefeito que não aguentava mais receber ligações de Paulinho, e que nem estava mais atendendo.

* Ainda no tom de brincadeira, Muniz disse a Bruno que quem estava tranquilo era o vereador Cláudio Tinoco (União), que, por assumir a 1ª secretaria da Câmara, este ano não estava brigando com Paulinho por nenhuma comissão.

* A nova 1ª vice da Assembleia, Ivana Bastos, é uma mulher que não desiste fácil. Antes de assumir o primeiro dos quatro mandatos, foi suplente por três vezes. Com essa mesma resiliência, há quem aposta que ela chegará ao posto máximo da Casa.

* A deputada Fátima Nunes, líder do PT e com 18 anos de Assembleia, foi quem recebeu menos votos na eleição da Mesa Diretora: 47. Adolfo Menezes foi reeleito presidente com 61.

* O deputado Roberto Carlos (PV) pode pedir música no Fantástico. Ao desistir da 2ª vice da Assembleia, acumulou o terceiro recuo por ser “um homem de consenso”. Antes, havia retirado candidaturas ao TCM e, em 2024, à prefeitura de Juazeiro.

* Com pressa para retornar ao interior, o deputado Robinho (União) só votou na eleição da Mesa da Assembleia para o cargo de presidente. Ele já está em ritmo de campanha para a Câmara Federal.

* Depois de limitar o acesso dos jornalistas à sala do cafezinho dos deputados, a Assembleia também decidiu, e ninguém sabe por ordem de quem, diminuir o número de vagas destinadas aos profissionais de imprensa no estacionamento.

Radar do Poder: A insatisfação dos deputados com os rumos da sucessão na Assembleia, a sede dos bispos do Republicanos e o vereador apressadinho

radar do poder | 29 janeiro 2025

De cima para baixo

A posição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de defender que a presidência da Assembleia fique com o PSD mesmo que o Supremo derrube a reeleição do atual comandante da Casa, Adolfo Menezes, filiado ao partido, desagrada deputados da base aliada. A avaliação é que, por se tratar de uma nova eleição, as negociações são zeradas. “Isso não pode ser decidido de cima para baixo. A candidatura à presidência da Assembleia se constrói também nas relações entre os pares”, disse um dos líderes da base governista à coluna.

Projeto de grupo

Os deputados seriam mais simpáticos ao posicionamento de Jerônimo se houver um acordo entre o governador e o senador Angelo Coronel (PSD) para que o deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD) assuma a presidência em caso de queda de Adolfo. Assim, o senador abriria mão de disputar a reeleição em 2026, cedendo, sem brigas, a vaga para o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “Em nome de um projeto maior, de grupo, aí aceitaríamos, até porque Angelo Filho tem boa relação com os colegas. Mas teria que haver alguma negociação”, afirmou o mesmo líder.

Acordo negado

Procurado pela coluna, Angelo Coronel afirmou, no entanto, que nunca conversou sobre o assunto com o governador e que deseja disputar a reeleição ao Senado. Fontes ligadas a Jerônimo garantiram o mesmo e informaram que o chefe do Executivo estadual está preocupado em “pacificar” a Assembleia e evitar um bate-chapa entre o filho do senador e o deputado Rosemberg Pinto (PT) pela 1ª vice-presidência. Isso se Rosemberg, que ficou numa posição delicada diante da postura do governador até para seguir na liderança da maioria, se mantiver no páreo.

Lições do passado

Rosemberg tem dito à imprensa que Angelo Filho não pode ser candidato à 1º vice alegando que, pela proporcionalidade, a cadeira pertence ao PT. Ele sabe, no entanto, que em 2009, no final do primeiro governo de Jaques Wagner, o deputado Rogério Andrade, então no PFL (que virou União Brasil) e atualmente no MDB, derrotou o hoje senador Angelo Coronel, que ocupava acento na Assembleia, justamente numa disputa pela mesma cadeira.

Trato pessoal

Naquele ano, Coronel disputava a reeleição para a 1ª vice-presidência com todo o apoio do governo, que tinha uma bancada de 48 parlamentares. Rogério, que hoje é um aliado fiel do PT, pertencia à oposição, ao lado de outros 14 deputados, mas, no trato pessoal e na base da discrição, derrotou no voto secreto o candidato oficial do Executivo. Houve bate-chapa ainda pela presidência e pela 1ª secretaria da Mesa Diretora, mas com vitórias dos governistas – Marcelo Nilo derrotou Elmar Nascimento e Roberto Carlos desbancou Leur Lomanto Júnior, respectivamente.

Joias da coroa

Jerônimo segue atraindo para a base aliada prefeitos que apoiaram ACM Neto em 2022, numa articulação revelada pela coluna na semana passada. Mas as “joias da coroa” da oposição que o governador quer atrair são os gestores de Jequié, Zé Cocá (PP), e de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos). O secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), já foi encarregado de intensificar as conversas com os dois.

Atuação conjunta

Para atrair os dois prefeitos, Loyola conta com o apoio de dois deputados estaduais: Vitor Azevedo (PL), que é ligado a Ednaldo, e Hassan Iossef (PP), próximo de Cocá, que atuam em parceria com o governo. Foi Vitor, inclusive, quem negociou para que o Executivo não interferisse na disputa pela presidência do Consórcio Territorial do Recôncavo, vencida por Ednaldo. O parlamentar já levou para a base governista os prefeitos de Muritiba, Varzedo, São Félix, Serra Preta e, por último, Tanhaçu.

Prova de fidelidade

A decisão do MDB de apoiar o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), para a presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB) foi mais um gesto dos irmãos Vieira Lima para demonstrar fidelidade a Jerônimo mirando a permanência do partido na chapa em 2026. O anúncio foi feito no último dia 14, ou seja, 15 dias antes de Wilson se tornar o nome de consenso, com a desistência, ocorrida hoje, do prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), numa articulação do próprio governador. O gestor de Medeiros Neto, o emedebista Beto Pinto, será candidato a vice da UPB.

Destino de Alberto

O prefeito Bruno Reis (União) sinalizou a aliados que não fará mudanças no comando da Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit). Não só porque o atual secretário Samuel Araújo é considerado um técnico qualificado, mas também pelo fato de ser filho do ex-deputado federal José Carlos Araújo (PDT). Com isso, cresceram as especulações de que o vereador Alberto Braga (União) pode assumir o comando da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), hoje com Alexandre Tinôco, primo do vereador Claudio Tinoco (União).

Querendo mais

O Republicanos ainda não aceitou o convite de Bruno Reis para indicar o vereador Luiz Carlos ao comando da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) porque tentar negociar a ampliação de espaços na gestão municipal. O partido pleiteia a chefia da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), subordinada à pasta, e de diretorias na Secretaria de Manutenção (Seman), capitaneada atualmente por Lázaro Jezler Filho, outro quadro ligado à legenda e que permanece no posto na reforma administrativa.

Último emedebista

A Sucop é o braço operacional da Seinfra, daí a cobiça do Republicanos. O órgão é hoje chefiado pelo engenheiro e empresário Orlando Castro, indicado para o cargo pelo MDB ainda na gestão do ex-prefeito ACM Neto (União). Orlando sempre foi apadrinhado de Geddel Vieira Lima. Chegou a presidir a Codevasf quando o emedebista era ministro da Integração Nacional, no segundo governo do presidente Lula (PT). Quando o MDB rompeu com o grupo de Neto, Orlando optou por permanecer onde está.

Porteira fechada

O Republicanos está de olho ainda nas diretorias de Manutenção e Infraestrutura e de Equipamentos e Espaços Públicos da Seman. A primeira, que cuida de asfalto, é capitaneada por Luciano Sandes, que acumula desde 2023 a função com a de titular da Secretaria de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (Sacpb), onde deve permanecer. A segunda, que trata de contratos, é liderada por José Monteiro, outro nome da confiança de Bruno Reis. Como o prefeito não é adepto de entregar secretaria com “porteira fechada”, não vai ceder a todos os pedidos.

Densidade eleitoral

Apesar de a Câmara ter aprovado a criação oficial da Sacpb (que na prática já existia), toda a estrutura da pasta segue dentro da Secretaria Municipal de Governo (Segov). Havia a promessa de que os cargos seriam extintos na secretaria de Cacá Leão (PP), mas o prefeito aguarda a conclusão das negociações sobre a reforma administrativa para fazê-lo. É preciso, ainda, garantir a autonomia orçamentária da Sacpb, já que a Seman é hoje responsável por atender boa parte das demandas das Prefeituras-Bairro, justamente aquelas com densidade eleitoral.

Sem contracheque

Quem está ansioso para que Bruno Reis resolva logo a situação com o Republicanos é o primeiro suplente do partido, Beca, que anda reclamando de chegar ao final de janeiro sem contracheque de vereador. Ele esperava já estar sentado na cadeira diante da boa relação que tem com o prefeito e com a primeira-dama, Rebeca Cardoso. É justamente por isso que o partido ligado à Igreja Universal tensiona as conversas com chefe do Palácio Thomé de Souza.

Novato apressadinho

A proposta do novato vereador Sandro Filho (PP) de criar uma comissão especial na Câmara Municipal de Salvador para discutir a atualização do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) não vai para lugar algum. Primeiro, porque o edil sequer consultou o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), antes de divulgar a ideia à imprensa, sendo que o tucano lidera os debates sobre o tema. Além disso, já há na Câmara a Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, que trata do mesmo assunto e da qual, depois do movimento, Sandro Filho ficou ainda mais distante de integrar.

Pitacos

* Conforme havia antecipado a coluna da semana passada (Clique aqui para ler), Jusmari Oliveira (PSD) só oficializou a licença do mandato de deputada estadual após fazer nomeações no gabinete da Assembleia. No último dia 24, ela empregou oito pessoas.

* Embora o anúncio do governador do retorno de Jusmari ao comando da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) tenha ocorrido na semana passada, a licença dela da Assembleia só foi publicada hoje. Assume o suplente Marcone Amaral (PSD).

* Em uma audiência recente com a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), não poupou o sobrinho e antecessor Rodrigo Hagge (MDB) de críticas.

* Eduardo disse à secretária que encontrou uma situação caótica na saúde do município e pediu ajuda ao Estado. Condenou o sobrinho por nunca ter dialogado com o governo. O prefeito deve ser mais um aliado de ACM Neto a aderir a Jerônimo.

* O PT inicia no dia 7 de fevereiro, em Itacaré, os encontros territoriais do partido em 2025. O objetivo é debater o resultado das eleições passadas, fazer uma espécie de workshop com os vereadores e organizar a legenda já pensando em 2026.

* O último encontro territorial do PT acontece no dia 18 de maio, em Itaberaba. O da Região Metropolitana de Salvador será realizado em Camaçari, no dia 23 de fevereiro. Serão, no total, 29.

* O senador Otto Alencar garantiu que a sigla e número do partido dele, o PSD, será mantido caso haja fusão com o PSDB. Resta saber como ficará a situação dos tucanos na Bahia, que integram o grupo de ACM Neto.

* Para o líder do PSDB na Câmara Municipal de Salvador, vereador Daniel Alves, a fusão não altera o posicionamento dos tucanos na capital. “Somos majoritários na cidade e seguiremos na base de Bruno Reis”, assegurou.

* Suplentes do PSD e PSB em Riachão do Jacuípe ingressaram na Justiça Eleitoral acusando o União Brasil e o PDT de não terem cumprido a cota de 30% destinada às candidaturas femininas no pleito de 2024.

* A denúncia requer também que sejam investigadas supostas candidaturas fictícias de algumas mulheres que tiveram votações pífias e prestações de contas zeradas. Uma delas não recebeu nenhum voto na própria seção eleitoral.

Radar do Poder: O senso de oportunidade de Jerônimo, Wagner “emparedado” por Coronel, o “contragolpe” de Rosemberg e a trapalhada francesa

radar do poder | 22 janeiro 2025

Tempo de recomeçar

Ao contrário dos dois primeiros anos de mandato, quando costumava ser criticado reservadamente por relutar em fazer atendimentos políticos no gabinete e preferir bater recordes de viagens ao interior, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) iniciou 2025 a todo vapor nas agendas em Salvador com prefeitos acompanhados de deputados. O que explica a mudança de postura do petista é que a próxima eleição é a dele. Para tentar compensar o tempo em que ignorou aliados, Jerônimo acelera para correr atrás do prejuízo.

Vosso reino

Segundo divulgou a própria comunicação do governo, Jerônimo recebeu 31 prefeitos em Salvador apenas nos primeiros 18 dias de janeiro. Alguns foram tratados como adversários no pleito de 2024 pelo governador, mesmo estando em partidos da base, a exemplo dos de Coaraci, Brumado e Guanambi. Como justificativa, o petista alegou que os três apoiaram ACM Neto (União) em 2022. Não os viu como aliados na hora de apoiar, mas deles quer – e já recebeu como promessa – o apoio para 2026.

Jogo de sedução

Os prefeitos de Brumado, Fabrício Abrantes (Avante), e de Guanambi, Nal Azevedo (Avante), tiveram as campanhas do ano passado financiadas pelo partido de ACM Neto, mas como gratidão e política nem sempre caminham lado a lado, pularam de galho rapidinho. O jogo de sedução tem sido o mesmo: Jerônimo recebe os gestores e os respectivos deputados com secretários e promete atender pedidos para obras e entregas nos municípios, ou seja, tudo que foi acusado de não fazer antes da eleição de 2024.

Dedo de Adolpho

A mudança de postura de Jerônimo também é atribuída ao novo secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), que tem se empenhado nas articulações no interior para reeleger o chefe. Além de abrir a agenda do governador, ele tem orientado a comunicação a divulgar principalmente os encontros com prefeitos que são ou foram da oposição, num tom mais político – de apoio ou aproximação. Fez isso, inclusive, após a audiência de Jerônimo com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), nesta terça (21), apesar de o encontro ter sido ‘técnico’.

Portas escancaradas

Tratado como adversário pelo PT após romper com o partido em 2022, Zé Cocá aguardava há mais de dois anos uma audiência com o governador. Os dois alinharam que tratariam de política num segundo momento, mas Jerônimo deixou as “portas” abertas para o pepista ingressar na base. Nem o apoio integral do PP foi assunto, mesmo o prefeito sendo da Executiva estadual da sigla. Cocá deve aderir se o governo atender aos pleitos do município e da região, embora saiba que, nesse caso, reduzirá as chances de compor uma chapa majoritária em 2026. Ele tem dito que ACM Neto o abandonou.

Quem administra?

A ideia de Jerônimo de determinar aos secretários que atendam, com ele, os prefeitos precisa ser melhor administrada pelo governo. Os auxiliares passaram a ficar o dia inteiro fora das secretarias, incluindo os finais de semana, o que transforma a vida deles num verdadeiro inferno, já que precisam cuidar dos demais afazeres cotidianos. Aliás, existem queixas de gestores municipais e de deputados que alegam dificuldades em encontrar as secretárias de Saúde, Roberta Santana, e da Educação, Rowenna Brito, que estão sempre com Jerônimo.

Wagner emparedado

Ninguém ficou mais fortalecido com a crise instalada na base do governo do Estado com a possibilidade de um bate-chapa pela 1ª vice-presidência da Assembleia do que o senador Angelo Coronel (PSD). Ao colocar agressivamente a candidatura do filho homônimo para o posto, ensaiando um bate-chapa com o deputado Rosemberg Pinto (PT), líder de Jerônimo, o pessedista impôs uma derrota ao senador Jaques Wagner (PT), que, nos bastidores, trabalhava para alçar o aliado petista à presidência pensando numa eventual derrubada do novo mandato do presidente Adolfo Menezes (PSD) pelo Supremo.

Alerta de risco

O próprio Adolfo Menezes alertou Adolpho Loyola sobre o risco de Angelo Coronel Filho (PSD) derrotar Rosemberg em um bate-chapa, com o apoio da oposição, e virar o chefe do Legislativo – se o Supremo for provocado a se intrometer -, liderando um orçamento anual de R$ 1 bilhão e com poder para frear as pautas do Executivo. Para o governo e para o PT, seria o pior cenário, num momento em que Wagner defende a chapa dos “governadores” em 2026. Por isso, os petistas se apressaram em aceitar o acordo idealizado por Coronel, o pai, para a mudança no regimento da Assembleia visando assegurar a convocação imediata de uma nova eleição, se o presidente cair.

Relações pessoais

A avaliação na base governista é que, em caso de disputa pela 1ª vice, mesmo que o governo faça uma articulação pesada a favor do petista, Coronel ainda pode levar a melhor porque já foi presidente e conhece em detalhes o funcionamento da Casa. “Ele sabe onde está cada cargo, os terceirizados e até os carros. Tem a própria bancada. E não é como a eleição para o TCM, onde o governo resolve oferecendo cargos e emendas, como no caso de Aline Peixoto. Na eleição da Mesa, pesa muito também os espaços internos e o relacionamento pessoal”, diz um deputado governista.

Tentativa de contragolpe

Rosemberg Pinto quer convencer os colegas a aceitarem que a mudança no regimento acordada entre a família Coronel, Adolfo Menezes, Wagner e o governo estabeleça um prazo não de 24 ou 48 horas, mas de até 60 dias para que o 1º vice convoque uma nova eleição caso a presidência fique vaga. Com isso, o petista quer ganhar tempo para concorrer, no cargo, como sucessor do próprio Adolfo. Para que haja a convocação extraordinária, que deve ocorrer antes da eleição da Mesa Diretora, em 3 de fevereiro, o petista precisa concordar oficialmente, por ser líder do governo.

Caneta na mão

Rosemberg, que antes da articulação de Coronel tinha o apoio de Adolfo Menezes para não mudar o regimento, defende o prazo de 60 dias, mas estaria disposto a aceitar até 30. Acredita que, com a caneta na mão e se tiver a sustentação do governo, pode se viabilizar nos acordos e quebrar as resistências da maioria dos deputados a uma presidência do PT, já que o partido comandaria o Executivo e o Legislativo. Ele desembarca em Salvador na noite desta quarta (22), ao retornar de uma viagem a Fernando de Noronha. Deve se encontrar com Adoloho Loyola amanhã (23).

Bate-chapa na Mesa

Se não tiver bate-chapa pelo posto de substituto imediato do presidente na eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia, tudo indica que vai ocorrer disputa pela 2ª vice-presidência. O PV, que ocupa o posto hoje, pretende indicar o deputado Roberto Carlos. Já o atual titular da cadeira, Marquinho Viana, já avisou que vai para a reeleição, a exemplo de Adolfo Menezes. Além de um gabinete extra, membros do colegiado também têm direito a mais cargos e outras regalias, além de influência na Casa.

Diretor da Guarda

O deputado federal Capitão Alden (PL) fechou um acordo com o coronel Humberto Sturaro (PSDB) para indicá-lo ao comando da Diretoria de Prevenção à Violência da Prefeitura de Salvador. A estrutura lidera a Guarda Civil Municipal. Em troca da indicação, Sturaro assumiu o compromisso de não disputar as eleições de 2026, apoiando Alden e um candidato a deputado estadual indicado pelo parlamentar. O deputado preferia para o posto o ex-inspetor João Gomes de Souza Neto, mas o nome enfrenta resistências na Guarda.

Negociações duras

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), ainda não bateu o martelo com o PSDB sobre o retorno do partido ao comando da Secretaria de Educação (Smed). Fontes tucanas informaram à coluna que as conversas chegaram a regredir nas últimas horas. A última oferta feita por emissários de Bruno ao partido foi a entrega da Secretaria de Saúde (SMS) junto com a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos (Arsal), que foi recusada. Para não brigar pela Educação, o PSDB aceitaria duas pastas de peso, a exemplo da de Saúde e da do Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur)

Regresso ao tucanato?

A visita que o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) recebeu, em casa, no final de semana, do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, alimentou especulações sobre o retorno do baiano de Antas ao tucanato. Resta só combinar com o deputado federal Adolfo Viana, que dirige a sigla na Bahia de modo a garantir apenas a reeleição dele. Nilo será candidato à Câmara e goza da simpatia do dirigente nacional. Ao contrário de Viana, um dos articuladores da permanência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na presidência do PSDB em 2023, movimento derrotado por Perillo.

Trapalhada francesa

Não é a primeira vez que se diz que a concessionária do aeroporto de Salvador, a francesa Vinci, visa mais os próprios interesses do que os da população da Bahia. Agora, em pleno Verão, promoveu, sem o menor planejamento, a substituição da operadora do estacionamento que sempre lhe prestou serviços sem registro de queixas por outra, de nome Índigo, que sequer instalou novos equipamentos de vigilância, segurança e cobrança, retomando um processo de controle manual que gera filas quilométricas aos usuários do estacionamento. Ótimo momento para a Infraero e o Ministério Público darem uma blitz na área.

Pitacos

* Deputados novatos na Assembleia ficaram tristes ao saber que não receberão nenhum centavo a mais no contracheque se houver de fato convocação extraordinária da Casa para a mudança do regimento.

* Desde o começo de 2022, a remuneração extra dos parlamentares caso sejam chamados a trabalhar no recesso acabou, graças a uma emenda constitucional do deputado Victor Bonfim (PV). Mais um motivo para não gostarem dele…

* Jusmari Oliveira (PSD) ainda não pediu oficialmente licença do mandato de deputada estadual para retornar ao comando da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado. Decidiu aguardar para fazer as nomeações a que tem direito na Assembleia.

* Ela poderia ter solicitado ao suplente, o ex-prefeito de Itajuípe Marcone Amaral (PSD), que fizesse as nomeações, já que os dois chegaram a um acordo sobre a divisão dos cargos no gabinete. Mas parece que não confiou!

* As negociações entre Jerônimo e o PP devem se intensificar na próxima semana, já que o presidente do partido na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior, retorna nesta sexta (24) de uma viagem ao exterior com a família iniciada em dezembro.

* Jerônimo vai aproveitar o encontro de prefeitos organizado pela UPB no próximo dia 29, no Centro de Convenções de Salvador, para entregar ambulâncias e ônibus escolares a diversos municípios. Alguns veículos são fruto de emendas dos deputados estaduais.

* De saída da Secretaria de Mobilidade de Salvador para atuar como consultor na iniciativa privada, Fabrizzio Muller recebeu até convite de empresa chinesa para deixar a pasta.

* Enquanto Bruno Reis já nomeou como assessores três ex-vereadores derrotados nas eleições passadas – Isnard Araújo (PL), Sandro Bahiense (PP) e Sabá (DC) –, o governador ainda não moveu uma palha para ajudar os petistas derrotados em outubro.

* Seguem a ver navios os ex-vereadores Arnando Lessa (PT), Tiago Ferreira (PT) e Luiz Carlos Suíca (PT), que não conseguiram renovar os mandatos por causa da malfadada candidatura de Geraldo Jr. (MDB) à Prefeitura de Salvador, imposta a eles pelo PT.

* O vereador de Salvador Téo Senna segue de birra com o próprio partido, o PSDB. Depois de tentar ser indicado para a Mesa Diretora da Câmara Municipal e, ao mesmo tempo, para a liderança do partido, tem reclamado de que é mal tratado, mas não sai.

Radar do Poder: O apoio de Bruno aos Coronel, a sinuca de bico de Otto, o risco do Geraldinho 2 e as secretárias-candidatas

radar do poder | 15 janeiro 2025

Apoio hipotecado

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), já hipotecou o apoio da bancada de oposição à candidatura do deputado Angelo Coronel Filho (PSD) para a 1ª vice-presidência da Assembleia. O aceno foi feito ao pai do parlamentar, o senador Angelo Coronel (PSD), a quem o grupo de ACM Neto (União) quer atrair no próximo pleito, apostando no racha da base governista na composição da chapa majoritária à sucessão estadual e no balão de ensaio para 2026 que se tornou a eleição para a mesa diretora do Legislativo baiano.

Dissidência de Elmar

Mas a bancada da minoria, que tem poder para decidir a eleição na Assembleia se houver divisão na base governista, não fecha 100% com Angelo Coronel Filho, segundo o PT. Nas contas do partido, ao menos três parlamentares – Marcinho Oliveira (Uniã), Júnior Nascimento (União) e Pancadinha (Solidariedade), todos ligados ao deputado federal Elmar Nascimento (União) – tendem a votar no deputado petista Rosemberg Pinto, que deve ser oficializado nesta quarta (15) como postulante à vaga.

Vantagem de Coronel

Incentivado pelo pai, que mira 2026 – a disputa à Mesa Diretora da Assembleia é hoje a única forma de o senador ganhar musculatura para pressionar o governo a apoiá-lo à reeleição na chapa dentro da base –, o filho de Coronel ainda não se coloca como candidato a 1º vice, mas ressalta sempre que é aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), apesar dos apoios na oposição. Segundo contas feitas por parlamentares mais experientes, Angelo leva vantagem sobre Rosemberg se houver bate-chapa. Mas isso pode mudar se o Executivo interferir em favor do petista, o que ainda não ocorreu.

Sinuca de bico

Quem está numa situação delicada em função da disputa pela 1º vice da Assembleia é o senador Otto Alencar, presidente do PSD na Bahia. Não interessa a ele que o PT assuma o comando da Assembleia, caso a reeleição do atual presidente Adolfo Menezes (PSD) seja derrubada no Supremo, mas, ao mesmo tempo, não fecha com Coronel. Não quer confrontar nem o correligionário de partido e nem os petistas. Otto tem influência direta sobre o voto da maioria da bancada do PSD no Legislativo baiano e entre parlamentares de outras legendas, a exemplo de Ludmilla Fiscina (PV) e Soane Galvão (PSB).

Fila não andou

O melhor cenário para Otto seria a desistência de Adolfo – o que não deve ocorrer pois o presidente tem apoio quase unânime – para que a deputada Ivana Bastos (PSD) dispute a presidência com o apoio do PT. Isso garantiria a permanência do PSD no comando da Assembleia e evitaria a disputa pela 1º vice. Otto acredita que pode quebrar as resistências ao nome da deputada, que não é tão bem relacionada entre os pares quanto Angelo Filho. O senador quer manter viva na sigla a “fila”,  que foi desconsiderada pelo desejo de Adolfo de concorrer à reeleição. Por ela, a vez seria de Ivana, seguida pelo deputado Alex da Piatã.

O novo Geraldinho I

A determinação com que o senador Jaques Wagner tem defendido a candidatura de Rosemberg Pinto à 1ª vice-presidência da Assembleia tem assustado seus correligionários mais experientes. Especialmente, porque a maioria considera difícil, pelos mais diversos motivos, que Rosinha se viabilize. Como se sabe, a estratégia é eleger Rosemberg à 1ª vice para que ele assuma a presidência numa eventual queda de Adolfo por decisão judicial.

O novo Geraldinho II

Mas aliados do senador acham que o plano pode acabar produzindo um novo Geraldo Júnior (MDB). É uma referência à fracassada candidatura do vice-governador do Estado à Prefeitura de Salvador em 2024, cujo lançamento, apoiado pelo senador, foi desaconselhado pelos políticos mais experientes que o cercam, e acabou levando a uma derrota retumbante até hoje depositada na conta exclusiva de Wagner.

Na fogueira

Na base aliada de Jerônimo, há quem defenda a tese de que as declarações de Jaques Wagner em favor da candidatura do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) ao Senado, foram, na verdade, uma forma de tentar “queimar” o ex-governador. De acordo com essa avaliação, o “bruxo” queria mesmo era criar a confusão que se instalou na base para mostrar o tamanho do imbróglio que este desenho da chapa provoca – e que pode ficar maior se Angelo Filho eventualmente assumir o comando do Legislativo baiano.

Conselho ao bruxo

Em uma análise feita para a coluna, o ex-ministro emedebista Geddel Vieira Lima lembrou que o PT sempre ganhou as eleições para o governo da Bahia com uma chapa plural, seja compondo com o MDB, o PP, o PSB ou o PSD. “Nunca fizeram uma eleição solitária para disputar o mesmo voto. Acredito que seria um erro fazer em 2026, num momento em que a direita está fortalecida e o PT pode não ter a mesma força de antes”, disse o emedebista. O conselho foi, obviamente, para Jaques Wagner.

Lição no tempo

O ex-ministro lembrou que, em 2006, quando o MDB indicou o vice de Wagner (o ex-deputado Edmundo Pereira) na disputa pelo Palácio de Ondina, o então governador Paulo Souto (União), postulante à reeleição, queria Geddel concorrendo ao Senado como aliado. A articulação foi vetada pelo falecido ACM, ferrenho adversário do emedebista, que optou mais uma vez pela chapa puro sangue. “Nossos adversários sofreram com a fadiga de material e, com uma chapa plural, tivemos sucesso”.

Estreia em 2026

Quatro secretários de Jerônimo que nunca disputaram uma eleição estão na mira do PT para concorrer a uma vaga de deputado federal em 2026: Roberta Santana (Saúde), Rowenna Brito (Educação), Bruno Monteiro (Cultura) e Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos). O que se diz é que, por serem mulheres e ocuparem pastas de maior visibilidade, Roberta e Rowenna são favoritas. A primeira é a que mais demonstra interesse na disputa, o que é mais um motivo para permanecer na Saúde.

Destino de Adélia

A ex-secretária estadual de Educação Adélia Pinheiro (PT), que foi derrotada em outubro do ano passado na disputa pela Prefeitura de Ilhéus, deve ser nomeada por Jerônimo para um cargo no sul do Estado. Sem espaço no primeiro escalão, ela manifestou o desejo de ficar na região, pois tem planos de ser candidata a deputada federal em 2026. Para isso, vai tentar colocar em sua conta grandes investimentos do governo programados para os municípios da localidade.

Solução caseira

Jusmari Oliveira (PSD), que foi exonerada nesta quarta (15) do comando da Secretaria de Desenvolvimento Urbano para tomar posse como deputada estadual na vaga deixada por Eures Ribeiro (PSD), que assumiu em janeiro a Prefeitura de Bom Jesus da Lapa, tenta emplacar o próprio marido, Oziel Oliveira (PSD), ex-prefeito de Luis Eduardo Magalhães e ex-deputado federal, como substituto. A indicação para o posto será feita por Otto Alencar.

Redução de custos

Aliás, diante da indefinição sobre a secretaria, Adolfo Menezes brincou em conversas com colegas sobre a demora de Jusmari para tomar posse, uma vez que Eures Ribeiro renunciou ao mandato no dia 27 de dezembro de 2024. O presidente afirmou que o lado bom de a Assembleia ficar com 62 deputados, e não 63, é que isso representa um gabinete a menos, ou seja, redução de custos. Ele afirmou, ainda, que não haverá retroatividade ao início de janeiro nas nomeações da aliada.

Municipalista vaidoso

O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Quinho Tigre (PSD), decidiu marcar para o dia 13 de março a eleição para a escolha do sucessor, ao invés de antecipar o pleito para janeiro. Com isso, mesmo tendo deixado a prefeitura de Belo Campo após o término do mandato, ganhou mais de dois meses à frente da entidade. O gesto não foi interpretado como uma estratégia em busca do consenso sobre a eleição, mas como de pura vaidade. Quinho ainda tem esperanças de virar secretário no governo Jerônimo.

Pitacos

* No discurso de posse como novo presidente do Consórcio do Recôncavo, na semana passada, o prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), mandou várias indiretas ao antecessor, Thiancle Araújo (PSD), ex-gestor de Castro Alves.

* Ednaldo insinuou que Thiancle mantinha o maquinário agrícola da instituição à disposição apenas da Prefeitura de Castro Alves e não de todos os 18 municípios consorciados à época.

* Vale lembrar que a candidata do ex-presidente à sucessão era a prefeita de Conceição do Almeida, Renata Nogueira (PSD), que teve o apoio de Otto Alencar. Com a derrota, Thiancle viu enfraquecer o projeto de ser candidato a deputado estadual em 2026.

* O prefeito de Santo Antonio de Jesus, Genival Deolino (PSDB), disse à Radar do Poder que o principal candidato dele a deputado federal em 2026 será novamente Adolfo Viana (PSDB), postulante à reeleição.

* “Adolfo é do PSDB, meu partido. Ele será o primeiro, mas iremos ajudar outros parceiros para a Câmara”, afirmou Genival, citando Alan Sanches (União), que atualmente é deputado estadual, e o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT).

* Também do Recôncavo, o novo prefeito de Santo Amaro, Flaviano Bomfim (União), disse à coluna que aguarda uma orientação de ACM Neto para definir quem irá apoiar na disputa pela presidência da UPB.

* O deputado estadual Raimundinho da JR (PL) confirmou esta semana que será candidato a federal no pleito de 2026. Falta só escolher o novo partido.

* A oposição também foi prestigiar a posse do novo ministro de Comunicação do governo Lula (PT), Sidônio Palmeira. O deputado federal José Rocha (União) apareceu no Planalto para “tietar” o publicitário baiano.

* Convicto de que Jerônimo não terá coragem de demiti-lo da Casa Civil na reforma administrativa, Afonso Florente (PT) já está com o planejamento da pasta organizado até 2026.

* Secretária da Fazenda de Salvador, Giovanna Victer aproveitou a viagem até o Benin na comitiva de Bruno Reis para fazer um pouco de turismo. Afinal, ninguém é de ferro.

Radar do Poder: Bruno acalma o tucanato, os suplentes animados, o vereador atacadista e o silêncio de Coronel

radar do poder | 08 janeiro 2025

Equação tucana

Após momentos de tensão, avançaram esta semana as tratativas entre o prefeito Bruno Reis (União) e o PSDB sobre o espaço do partido na reforma administrativa. Conforme o que teria sido combinado antes da campanha de 2024, os tucanos devem mesmo ficar com a Secretaria Municipal da Educação. O indicado, como já antecipou a coluna, é o atual titular da Secretaria Municipal de Gestão, Rodrigo Alves, nome ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB).

Propostas na mesa

Para manter o atual secretário da Smed, Thiago Dantas, que é próximo ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto, Bruno Reis chegou a oferecer ao PSDB a Secretaria Municipal de Saúde, como revelou o Política Livre. Os tucanos só aceitariam mudar o acordo se fosse entregue, além da Saúde, mais uma pasta, como forma de compensação. As conversas chegaram a ser interrompidas diante do impasse, mas foram retomadas no sentido de contemplar o antigo desejo dos tucanos pela Educação.

Peso Muniz

O que pesa a favor do PSDB nas negociações é o fato de o partido ter o atual presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz. Caso contrário, dificilmente a sigla teria chances de ficar com a Educação. Muniz já disse em diversas ocasiões, em entrevistas à imprensa, que os tucanos precisam de um tratamento melhor por parte do prefeito depois do resultado das urnas em outubro, quando tiveram um desempenho melhor do que o Republicanos, que tem duas secretarias de peso político (Obras e Manutenção).

Corda esticada

O Republicanos ainda não respondeu oficialmente ao convite de Bruno Reis para que o vereador Luiz Carlos, presidente municipal da legenda, volte a ser o titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinfra). A avaliação é que a cúpula partidária estica a corda para ter outras benesses na gestão sabendo que o prefeito tem interesse particular na “subida” do ex-vereador e suplente Beca, de quem é muito próximo. Bruno avisou que aceita também a indicação do vereador Júlio Santos, da mesma sigla e que já comandou a pasta.

De Beca para Beca

Para que Beca se torne vereador, Bruno é pressionado até dentro de casa. A esposa do prefeito, Rebeca Cardoso, entrou de cabeça na campanha do suplente, representante da região de Luis Anselmo. A amizade entre eles foi ilustrada diversas vezes em eventos de campanha divulgados nas redes sociais do então candidato, que recebeu pouco mais de 7,6 mil votos – desse total, ao menos mil são atribuídos ao trabalho da primeira-dama da capital.

Suplente animado

Outro suplente que está animado com a possibilidade de assumir o mandato na Câmara de Salvador é o ex-vereador Orlando Palhinha (União). Com a certeza de quem vai sentar na cadeira, ele tem participado praticamente de todos os eventos da Prefeitura ao lado de Bruno. Como já antecipou a Radar do Poder, a expectativa é que o prefeito convide o vereador Alberto Braga (União) para a Secretaria de Inovação e Tecnologia ou mesmo a Companhia de Governança Eletrônica (Cogel). O edil topa qualquer parada para ir ao Executivo.

Mais autonomia

Aliados de Bruno Reis na Câmara esperam que o secretário de Governo da Prefeitura, Cacá Leão (PP), que confirmou nesta quarta (8) a pré-candidatura a deputado federal, tenha mais autonomia neste segundo mandato. A avaliação é que, embora todos elogiem o atendimento prestado por Cacá aos vereadores, faltaria a ele poder de decisão. Quem tem se queixado mais do secretário são os vereadores pepistas, sob a alegação de que faltou empenho para que o partido conquistasse um espaço maior na reforma administrativa.

Vereador atacadista

O vereador de Salvador Alexandre Aleluia (PL) decidiu sair em defesa dos empresários do setor atacadista e apresentou um projeto de lei que acaba com a obrigatoriedade de o segmento fornecer gratuitamente sacolas plásticas recicláveis aos clientes. Na justificativa, o edil afirmou que a legislação, de autoria de Carlos Muniz, é impraticável para o segmento em função dos custos. O texto não deve passar na Câmara.

Ônus da teimosia

Ao optar por lançar a candidatura do vereador Hamilton Assis próprio à presidência da Câmara de Salvador, o PSOL perdeu a chance de ocupar espaços relevantes na estrutura da Casa. Ficou fora da Mesa Diretora e também não deve comandar ou mesmo participar de comissões importantes. Nos tempos de Laina Crisóstomo, na legislatura passada, e de Marcos Mendes, na anterior, o partido optou por negociar, ao invés de entrar numa malfadada disputa apenas para marcar posição – ela foi procuradora da Mulher e ele vice-presidente da Comissão de Educação.

Senador submerso

O senador Angelo Coronel (PSD) submergiu após a entrevista do senador Jaques Wagner (PT), publicada esta semana no jornal A Tarde, na qual disse que seria “natural” uma chapa formada por três petistas nas eleições de 2026 – o governador Jerônimo Rodrigues e o próprio “bruxo” concorrendo à reeleição e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disputando o Senado. Sobraria a Coronel aceitar a vice, limando o MDB. O senador do PSD certamente se arrependeu de convidar Wagner para a confraternização que organizou tão caprichosamente em Praia do Forte no final do ano.

Reação ao “bruxo”

Por sinal, a entrevista de Jaques Wagner mexeu com os brios de alguns deputados do PSD. Segundo um desses parlamentares, a tendência agora é que o partido atue mais fortemente na Assembleia para impedir que o PT assuma o comando da Casa, mesmo que temporariamente, em caso de impedimento do atual presidente, Adolfo Menezes (PSD), postulante à reeleição. Além disso, a ordem é trabalhar em dobro para eleger o prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito, do partido, para a presidência da UPB.

Primos problemáticos

Há outro primo do deputado federal Elmar Nascimento (União) que já foi encarcerado pela Polícia Federal (PF) que aparece na foto de uma reunião entre amigos na qual está presente, usando tornozeleira eletrônica, o vereador de Campo Formoso Francisco Nascimento (União), um dos alvos da temida Operação Overclean. Trata-se de Thiago Nascimento (de camisa preta e bermuda clara), que, em 2023, foi preso pela PF por participar de um esquema de desvio de recursos na Codevasf, órgão controlado politicamente por Elmar.

Controle total

Aliás, Elmar Nascimento emplacou um outro primo, Murilo Nascimento (PSDB), na presidência da Câmara de Campo Formoso, o que representou uma derrota para o grupo liderado pelo principal adversário no município, Adolfo Menezes. Vale lembrar que o prefeito reeleito, Elmo Nascimento (União), é irmão do deputado federal. A família agora controla tanto o Executivo quanto o Legislativo da cidade.

Duelo antecipado

Mal esperaram o novo ano começar, os deputados Alan Sanches (União), estadual, e Félix Mendonça Júnior (PDT), federal, deram a largada para a campanha de 2026 em Santo Antônio de Jesus. Os dois espalharam outdoors pela capital do Recôncavo para se promover. Alan, postulante a uma cadeira na Câmara Federal, apostou em “colar” a imagem nas do prefeito reeleito Genival Deolino (PSDB) e do empresário Ditinho Lemos, que almeja uma vaga na Assembleia. Félix, que também é próximo do tucano, destacou os mais de R$25 milhões em emendas ao município.

Dor de cotovelo

O ex-prefeito de Castro Alves Thiancle Araújo (PSD) ainda não assimilou a derrota sofrida na disputa pela presidência do Consórcio Territorial do Recôncavo (CTR) e passa o tempo colocando a culpa em terceiros. A candidata dele, a prefeita de Conceição do Almeida, Renata Nogueira (PSD), perdeu a disputa para o colega de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), que contou com o apoio do deputado estadual Vitor Azevedo (PL), político com influência na região. Ednaldo toma posse no posto nesta quinta (9).

Pitacos

* O PP ainda não aderiu institucionalmente à base do governo do Estado, mas o deputado federal Cláudio Cajado, membro destacado do partido, se sentiu em casa ao ser recebido por Jerônimo na segunda (2).

* Ao lado do deputado estadual Eduardo Alencar (PSD), Cajado levou ao governador a prefeita eleita de Mundo Novo, Ana Paula de Oliveira (PSD), e pediu obras emergenciais para o município.

* Antes resistente a uma adesão ao governo, Cajado mudou de posição após a esposa dele, Andréia Xavier, ex-prefeita de Diás D’Ávila, ser cogitada para a Secretaria de Planejamento como parte do acordo para atrair o PP à base, com revelou o site.

* Jerônimo tem aberto a agenda nos últimos dias para receber, em Salvador, prefeitos eleitos que se queixam de terem recebido os municípios em situação calamitosa. Só que, ao menos até aqui, todos são da base do governo.

* Nesta terça (7), por exemplo, o governador recebeu o novo prefeito de Nazaré, Benon Cardoso (PSD), que alega ter herdado uma herança maldita da antecessora Eunice Peixoto (União), aliada de ACM Neto.

* O secretário da Casa Civil de Salvador, Luiz Carreira, disse a amigos mais próximos, em tom de brincadeira, que pretende ficar na gestão por mais dois anos apenas. Ele está na Prefeitura desde o primeiro governo de ACM Neto (União).

* Um dos amigos de Carreira respondeu que ele não só vai ficar os quatro anos como também deve ser lembrado novamente para compor a chapa majoritária na sucessão de Bruno Reis. Isso ocorreu em 2016, na reeleição de Neto.

* O novo prefeito de Alagoinhas, Gustavo Carmo (PSD), criou mais 100 cargos por meio de uma reforma administrativa aprovada pelos vereadores. Segundo a oposição, isso representa um custo de R$10 milhões anuais a mais no orçamento do município.

* Com poucos dias que deixou o cargo de prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT) já começou a “correr trecho” visando a eleição de deputado estadual. A prioridade é reforçar os acordos firmados no pleito de outubro.