Radar do Poder

Radar do Poder: O futuro de Geraldo Júnior, a joia da coroa de ACM Neto, a “crise” no PL e o ativo do PP em Jequié

radar do poder | 09 outubro 2024

Destino incerto

Depois da derrota humilhante de domingo (06) em Salvador, qual será o destino do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que segue desaparecido? A avaliação entre lideranças da base governista e do ninho emedebista é que o “Rolando Lero” da política baiana será candidato a uma cadeira na Assembleia, impedindo que o próprio filho, o deputado Matheus Ferreira (MDB), dispute a reeleição. A avaliação é que o vice não ganhou musculatura para concorrer à Câmara Federal, como seria o projeto original.

Patinho feio

Geraldo Júnior não conseguiu sequer eleger um vereador para chamar de seu em Salvador e perdeu todo o espólio político que conquistou quando era do grupo do prefeito Bruno Reis (União) e chegou à presidência da Câmara. O único eleito pelo MDB foi David Rios, outrora ligado a Bruno. E mais: como nunca fez política no interior, se decidir concorrer ao Legislativo federal vai enfrentar a concorrência de outros emedebistas de peso, a exemplo do deputado Ricardo Maia e do advogado Jayme Vieira Lima, candidato dos irmãos Geddel e Lúcio.

Vice descartada

A hipótese de permanecer na chapa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) arrodeado de seguranças é algo totalmente descartado para o futuro de Geraldo. Além do pífio desempenho em Salvador, a briga por espaço na majoritária é intensa, sobretudo porque o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), deseja concorrer ao Senado. E se a vice seguir com o MDB, que cresceu nas eleições de 2024 e teve a maior vitória entre os aliados no primeiro turno (em Juazeiro), os Vieira Lima pretendem indicar outro quadro.

Vexame acumulado

A derrota acachapante de Geraldo Júnior em Salvador não foi a única que caiu na conta de Jerônimo. O governador sofreu outro revés com o resultado da eleição para vereador. Além de ter perdido três das quatro cadeiras que tem atualmente, o PT não conseguiu fazer da irmã do governador e única reeleita, Marta Rodrigues, a mais votada da oposição ao prefeito, como era esperado. Ela foi ultrapassada por André Fraga (PV), que, por sinal, é aliado de Bruno Reis. Outro vexame!

Liderança emergente

Segundo colocado na disputa em Salvador, Kleber Rosa também foi o segundo mais bem votado candidato do PSOL a uma Prefeitura de capital, ficando atrás apenas de Guilherme Boulos, que vai ao segundo turno em São Paulo. Enfrentando dificuldades relacionadas à dimensão do partido, à baixa disponibilidade de recursos e à concorrência das máquinas estadual e municipal, Kleber saiu da disputa não só na condição de player respeitável no campo municipal, mas também como uma liderança nacional de esquerda com poder de influência sobre um partido em franco crescimento.

Operação de guerra

ACM Neto (União) montou uma verdadeira operação de guerra para que Flávio Matos (União) vença a eleição em Camaçari no segundo turno, derrotando o petista Luiz Caetano. Neto já fez uma reunião na segunda (07) com aliados e marcou uma outra para esta quinta (09), convocando parlamentares, prefeitos e eleitos da oposição, sobretudo na Região Metropolitana de Salvador. A ideia é alinhar estratégias e ações que possam se transformar em votos.

Joia da coroa

A vitória em Camaçari, se ocorrer, vai coroar a estratégia de ACM Neto de implementar o chamado “cinturão 44” em Salvador e Região Metropolitana, impondo mais uma derrota a Jerônimo. Além da capital, o União Brasil venceu em Lauro de Freitas, Simões Filho e Mata de São João. E mais: outros prefeitos de oposição ligados a Neto venceram em Candeias e Dias D’Ávila. Uma verdadeira “lapada”.

Petista arrependido

Ainda sobre Camaçari, Luiz Caetano deve estar profundamente arrependido de não ter trabalhado para obter, no primeiro turno, o apoio do candidato do MDB, o comunicador Oswaldinho. O petista só não venceu no domingo (06) por 0,48% dos votos e o emedebista recebeu 0,71%. Caetano queria que Oswaldinho o apoiasse apenas na base da fé, sem negociar espaços em uma eventual gestão. Agora, o dote subiu. E Flávio Matos também está de olho na “noiva” do pedaço.

Adolfo fortalecido

Apesar da derrota calculada em Campo Formoso, o presidente da Assembleia, deputado Adolfo Menezes (PSD), ficou mais forte após a abertura das urnas no domingo (06). Prefeitos aliados do parlamentar venceram a disputa em cidades importantes, com destaque para Paulo Afonso, Bom Jesus da Lapa e Rio Real. Adolfo, por sinal, deve iniciar na próxima semana as sondagens sobre a sucessão no Legislativo estadual. Jerônimo já sinalizou à base que deseja ver o aliado seguir na presidência.

Voos mais altos

Outro que saiu fortalecido foi o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), reeleito com o maior percentual de votos do país: 91,97%, O resultado o credencia a pensar em voos mais altos a partir de 2026, ou seja, concorrer a uma cadeira de vice-governador ou senador como ativo do PP. Em 2022, Cocá apoiou ACM Neto e, embora tenha como vice um quadro do União Brasil (o sobrinho Flávio Santana), não descarta dialogar com Jerônimo, que em Jequié apoiou timidamente Alexandre da Saúde (PSD), candidato derrotado ligado ao deputado Antonio Brito (PSD).

Decepções do líder

Líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) passou por decepções nas eleições deste ano, mas também teve vitórias importantes. A maior derrota foi em Ilhéus, com Adélia Pinheiro (PT). Mas perdeu também em Itapetinga, com Cida Moura (PSD), e na terra natal, Itororó, com Luciana Pedreira (PT) – esta tinha até o o apoio do União Brasil. Rosemberg venceu, no entanto, em São Francisco do Conde, com Antonio Calmon (PP), e em Coaraci, onde ficou contra o próprio partido e ao lado de Miltinho do Axé (PSD).

Duelo no sertão

No duelo particular travado nas eleições deste ano entre os deputados federais Ricardo Maia (MDB) e Gabriel Nunes (PSD), ambos da região nordeste do Estado, o segundo levou a melhor. Nunes ganhou quatro prefeitos novos em Andorinha, Queimadas, Rio Real e Ribeirão do Largo e os aliados que disputaram a reeleição ou indicaram sucessor venceram, com exceção de Inhambupe. O deputado do PSD, no entanto, não conseguiu acabar com a hegemonia do grupo do prefeito Luciano Pinheiro (PDT) em Euclides da Cunha, terra natal.

Apostas na “banda b”

Já Ricardo Maia, que investiu alto nos candidatos da chamada “band b” do governo, sofreu derrotas em quase todos os municípios nos quais ficou contra os nomes de Jerônimo, a exemplo de Cícero Dantas, Banzaê e Araci – nesta última cidade, lançou na disputa o próprio irmão, Zelito Maia (MDB), que nunca morou lá e perdeu para a prefeita Keinha Jesus (PDT). Entretanto, Maia emplacou a nova prefeita de Ribeira do Amparo e manteve os dois principais município que tem sob seu domínio: Ribeira do Pombal e Tucano – neste último, o filho homônimo do parlamentar foi reeleito.

Grupo encerrado

Após a suplente de deputada estadual do PL Kátia Bacelar detonar o presidente do partido na Bahia, João Roma, em entrevista a este Politica Livre, o comando da sigla decidiu encerrar, na tarde desta terça (08), o grupo de WhatsApp formado por parlamentares, lideranças e membros da direção da agremiação. Kátia, que é irmã do deputado federal Jonga Bacelar, outro filiado, havia detonado Roma no mesmo grupo. Tudo por conta do desempenho eleitoral pífio do PL baiano.

Meu cercado

Procurado pela coluna, Jonga evitou polemizar sobre a posição da irmã. “Deixa eu ficar no meu cercado”, brincou. O deputado frisou, no entanto, que o único prefeito do PL que venceu as eleições domingo (06) é ligado a ele: Jânio Natal, reeleito. “Outro que eu esperava que tivesse um desempenho melhor no partido era o deputado (estadual) Raimundinho da JR (candidato derrotado em Dias ‘Ávila), mas acabou não acontecendo”. Raimundinho é aliado do PT no plano estadual, enquanto Jonga, que diálogo com todos os campos, o é em nível federal.

Remodelagem bolsonarista

Os candidatos a vereador da chamada ala ideológica do PL que conseguiram se eleger em Salvador e até mesmo no interior foram aqueles que, em geral, fizeram uma remodelagem no discurso e nas redes sociais, deixando de lado a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. É só observar, por exemplo, o Instagram dos dois eleitos do partido em Salvador, Alexandre Aleluia e Cézar Leite, que optaram por “colar” em Bruno Reis. Aleluia, por sinal, mudou de estratégia bem antes de a campanha começar para poder ter acesso a bairros periféricos da cidade onde o bolsonarismo não é bem visto.

Pitacos

* Candidato do senador Jaques Wagner (PT) a deputado federal em 2026, Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do parlamentar, sofreu derrotas importantes nas eleições. Não conseguiu eleger os candidatos a prefeito aliados em Bom Jesus da Lapa e Barreiras.

* Lucas, por sinal, tenta agora “tirar uma lasquinha” da vitória de Andrei Gonçalves (MDB), prefeito eleito de Juazeiro, mesmo tendo trabalhado o tempo inteiro para viabilizar a candidatura do inelegível Isaac Carvalho (PT).

* Quem também não foi bem na eleição foi o PSB da deputada federal Lídice da Mata. Viu o número de prefeitos reduzir de 30 para 24. E não conseguiu eleger Rodrigo Hita, vice-presidente da sigla na Bahia, como vereador de Salvador.

* Um dos maiores derrotados na eleição foi o deputado estadual Vitor Bonfim (PV), que dava como certa a vitória do irmão, Guilherme Bonfim (PT), na disputa pela Prefeitura de Brumado. O vencedor foi Fabrício Abrantes (Avante).

* Já um dos maiores vencedores foi o prefeito de Muritiba, Danilo de Babão (PSD). Fez a sucessora (Rose Reis, do PSD) e ainda todos os 11 vereadores da Câmara Municipal. Ou seja, o próximo governo não terá nem oposição.

* O deputado estadual Raimundinho da JR (PL) sofreu uma derrota dupla nessas eleições. Não conseguiu se eleger prefeito de Dias D’Ávila e ainda viu a mulher, Norma Queiroz (MDB), derrotada na disputa majoritária em Itapebi.

* Em Buerarema, uma das duas cidades baianas em que Jair Bolsonaro venceu a eleição de 2022, o PL não elegeu sequer um vereador. Em Luiz Eduardo Magalhães, onde Bolsonaro também foi vencedor, emplacou uma cadeira.

* O deputado federal Elmar Nascimento (União) comemorou nas redes sociais a reeleição do prefeito de Alcobaça, Zico de Baiato, que é do PT. O parlamentar participou da campanha do petista, de quem é aliado.

* Quem se deu bem com a vitória de Valderico Júnior (União) em Ilhéus foi o deputado estadual Pedro Tavares (União), que ganhou um aliado de peso para renovar o mandato em 2026.

* Dos oito candidatos do PDT que venceram as eleições para prefeito no domingo (06), apenas a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo, que foi reeleita, não integra oficialmente a base de Jerônimo.

Radar do Poder: Os candidatos sem limite de Porto Seguro, o fogo amigo contra Jerônimo em Itabuna e o vereador-secretário de Bruno Reis

radar do poder | 02 outubro 2024

Furou o teto

Em Porto Seguro, o prefeito Jânio Natal (PL), que tenta a reeleição, já torrou na campanha R$ 360.728,59 a mais do que o limite de gastos permitido pela Justiça Eleitoral para o município. Ele, que já contratou três escritórios de advocacia, declarou despesas de R$ 745.535,50, mas o teto lá é de R$ 384.806,91.

O crime compensa

Vale lembrar que Jânio enfrentou, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), um pedido de impugnação da candidatura porque, segundo a acusação da chapa da principal adversária, a deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), poderá ser diplomado prefeito pela 3ª vez consecutiva. Antes, em 2016, concorreu ao Executivo em Belmonte, venceu, foi diplomado, mas não tomou posse para dar lugar ao vice, que era seu irmão, Janival Borges. Valeu o investimento nos advogados de defesa, pois a tese não prosperou.

Exemplo seguido

O curioso em Porto Seguro é que Cláudia Oliveira também já gastou na campanha acima do teto. No caso dela, as despesas declaradas já somam R$ 473.326,00. Os dois candidatos contaram principalmente com verbas públicas para bancar as candidaturas, por meio do fundo eleitoral. Com acesso à maior fatia do bolo destinado aos partidos, o PL doou R$ 720 mil para Jânio, único prefeito da legenda no Estado. Já o PSD enviou R$ 380 mil para Cláudia.

Os dois enrascados

Mas o que pode acontecer com Jânio Natal e com Cláudia Oliveira ao desrespeitarem a regra do limite de gastos? Segundo advogados da área eleitoral consultados pela coluna, os dois podem pagar multa de 100% da quantia que ultrapassa o teto fixado, além de poderem ser alvos de ações por abuso de poder econômico, o que, vez ou outra, resulta em cassação e inelegibilidade pelo prazo de oito anos. Uma verdadeira enrascada.

Cinturão 44

O grupo de Jerônimo saiu na frente da oposição no que se refere a investimentos em candidatos na Região Metropolitana de Salvador, apesar da estratégia de ACM Neto (União) de criar o chamado “Cinturão 44” em volta da capital. Apenas em Camaçari e Mata de São João, candidatos do União Brasil receberam mais recursos do fundo eleitoral de partidos do que os concorrentes do PT ou legendas ligadas ao Palácio de Ondina. Em Lauro de Freitas, Simões Filho e Madre de Deus, receberam menos.

Menor fatia

Por falar em União Brasil, o deputado estadual da sigla que recebeu menos recursos para distribuir entre os candidatos foi Marcinho Oliveira, braço direito do deputado federal Elmar Nascimento. Isso porque ACM Neto não aceitou o envio de verbas para concorrentes próximos do PT, como foi o caso da maioria da lista de Marcinho, que assegurou menos de R$ 50 mil até segunda (30). Os colegas abocanharam entre R$ 350 e R$ 600 mil. Já os federais do União Brasil tiveram direito a distribuir R$ 4 milhões cada.

Longe do vermelho

Em pelo menos cinco cidades da Bahia, Jerônimo está contra o PT local nas eleições de domingo (06): Ituaçu, Muritiba, Jeremoabo, Lajedão e Coaraci. Nas quatro primeiras, o partido tem candidato próprio, mas o governador optou por caminhar com nomes de outras siglas, sobretudo por conta das articulações de Lucas Reis, chefe de gabinete do senador Jaques Wagner, mirando a eleição para deputado federal em 2026. Em Coaraci, as lideranças locais do PT é que ficaram contra o candidato petista apoiado por Jerônimo.

Conselho político

Em Ituaçu, o PT estadual cumpriu o prometido de só enviar R$ 10 mil para a campanha do candidato do partido, professor Diego Machado. A estratégia, como já revelou o Política Livre (Clique aqui para ler), foi sufocar o filiado, tentando fazê-lo desistir, uma vez que Lucas Reis decidiu apoiar a reeleição do prefeito Phellipe Brito (PSD). Aliás, durante a campanha foi formado o novo conselho político de Jerônimo, composto pelo assessor de Wagner, pelo chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, e pelo presidente do PT baiano, Éden Valadares.

Óleo de peroba

Pegou mal entre os aliados a participação do governador em eventos da campanha de Zé Neto (PT) em Feira de Santana ao lado do deputado estadual Binho Galinha, acusado pela Polícia Federal de liderar uma milícia. Recentemente, em uma carreata, o parlamentar estava no mesmo veículo de Jerônimo, com total desenvoltura. “Isso pode até virar notícia nacional”, comentou um político próximo do chefe do Executivo estadual à coluna.

Ataque amigo

O blogueiro e ex-vereador Val Cabral, membro do staff do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), enviou um áudio em um grupo de WhatsApp no qual ataca o coordenador da campanha, Aldo Rebouças (ouça abaixo). Val chamou a coordenação de “aquela merda” por apostar que a presença do governador na cidade seria positiva para Augusto. “Jerônimo tira é voto, é do PT”, disse, exaltado, antes de se desculpar. Jerônimo esteve em Itabuna na semana passada e deve retornar na sexta (04) para uma carreata ao lado do prefeito.

Ecos de Brasília

Após confirmar presença, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), faltou a um comício da candidata Denise Menezes (PSD) em Campo Formoso, no domingo (29). Rui também havia prometido participar da convenção e não foi. Jerônimo, por sua vez, esteve nos dois atos. A ausência repetida do ministro decepcionou o esposo de Denise, o aliado e presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), e satisfez Elmar Nascimento (União), cujo irmão, o prefeito Elmo Nascimento (União), concorre à reeleição. Ecos de Brasília!

Futuro secretário

Cotado para ser um dos mais votados do União Brasil em Salvador no domingo (06), o vereador Duda Sanches deve ser lembrado por Bruno Reis para a equipe de primeiro escalão da Prefeitura, segundo fontes do próprio Palácio Thomé de Souza. O edil não esconde o desejo de ter uma função no Executivo. Caso isso ocorra, ao menos um dos suplentes da legenda, que pode ficar com até oito cadeiras na Câmara, poderá assumir o mandato. Duda já foi cogitado para a pasta da Cultura e Turismo em 2023.

Duelo da juventude

Ao menos no quesito investimento partidário, Lucas Moreno, aposta jovem do União Brasil para a Câmara de Salvador, saiu na frente do concorrente da juventude do PSDB, Dudu Magalhães. O primeiro recebeu R$ 200 mil da campanha de Bruno Reis, enquanto o segundo ficou com R$ 90 mil do tucanato. Os dois têm padrinhos fortes: Lucas é ligado a ACM Neto, ao deputado estadual Manuel Rocha (União) e ao prefeito de Camaçari, Antonio Elinado (União). Duda é sobrinho do ex-deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB) e tem o respaldo do deputado federal Adolfo Viana (PSDB).

Sem fogo na Bahia

Enquanto no resto do país o ministério do Meio Ambiente queima literalmente as pestanas no enfrentamento às queimadas que devastam áreas imensas, com prejuízos incalculáveis, em solo baiano, diferentemente do que já ocorreu no passado, o tema não deverá fazer parte do noticiário. Isso graças a um programa pioneiro intitulado Bahia Sem Fogo, que, além de ter intensificado as ações de prevenção, vem consolidando estratégias de educação ambiental.

População sensibilizada

A iniciativa também sensibiliza a população sobre o impacto das queimadas, por meio da articulação de vários órgãos, inclusive o Corpo de Bombeiros. Quem está por trás do Bahia sem Fogo é o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Sodré, que, apesar de muito discreto, já mostrou que não é do tipo que fica vendo a banda passar, granjeando respeito até na oposição.

Pitaco

* O ministro do Trabalho, Renan Filho (MDB), desmarcou a agenda em Juazeiro nesta quinta (03). Ao lado do candidato Andrei Gonçalves (MDB), ele iria reafirmar o compromisso do governo federal de concluir a duplicação da “ponte picolé”.

* A ponte, oficialmente chamada de Presidente Dutra, virou alvo de disputa eleitoral. A prefeita Suzana Ramos (PSDB), candidata à reeleição, tem dito que a iniciativa é fruto da atuação dela com o apoio de lideranças como o deputado Adolfo Viana (PSDB).

* Por outro lado, quem deve desembarcar na campanha de Andrei em Juazeiro na sexta (04) é Rui Costa. Jerônimo já esteve lá três vezes, a última esta semana. Na base do governador, o sentimento é de “virada”.

* Mais animado, Elmar Nascimento marcou presença, no final de semana, na Helvécia Fest, que acontece em Nova Viçosa, cidade que tem como prefeita Luciana Machado (União), esposa do deputado estadual Robinho (União). Marcinho também foi.

* Depois de criticar duramente Jerônimo por ter abandonado a candidatura à reeleição do prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) ficou um doce ao lado do governador numa solenidade em Várzea do Poço.

* Em Muritiba, o Republicanos, partido da Igreja Universal, tem como candidata à Prefeitura a ialorixá Mãe Maria. Ela é aliada do deputado federal e pastor Márcio Marinho. Na cidade, o comentário é que a política também faz milagres.

* Ainda sobre Muritiba, a cidade é a única com cinco candidaturas femininas à Prefeitura. É considerada favorita Rose Reis (PSD), que tem o apoio do prefeito Danilo de Babão (PSD) e do governador.

* Em Araci, enquanto o ex-prefeito Silva Neto (PDT) costuma se referir ao deputado federal Ricardo Maia (MDB) como “Dick Vigarista”, o emedebista frequentemente chama o pedetista de “Al Capone”. Os dois são adversários políticos.

* Aliás, Silva Neto anda muito mais “amigo” de Jerônimo do que do que Ricardo Maia. Além de receber o governador em Araci, no domingo (29), em ato de campanha da prefeita Keinha Jesus (PDT), esteve com o petista no mesmo dia na vizinha Teofilândia.

* Tentando retornar à Câmara Municipal de Salvador, Pedro Godinho (União) recebeu o apoio oficial do presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota. Agora é ficar na torcida para que o rubro-negro não chegue no dia da eleição na zona de rebaixamento.

Radar do Poder: Geraldo Júnior fora das ruas, o apoio de Jerônimo a Adélia, o Carletto “Zagallo” e os petistas engajados

radar do poder | 25 setembro 2024

Fora das ruas

Quando se diz que ninguém vê nas ruas a campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à Prefeitura de Salvador, isso pode ser explicado em números. Enquanto o prefeito Bruno Reis (União), que disputa a reeleição, já gastou mais de R$ 1,1 milhão em atividades de militância e mobilização, o emedebista sequer discriminou esse tipo de despesa na prestação de contas. Além disso, Bruno já aplicou mais de R$ 2,7 milhões na confecção de materiais impressos, contra apenas R$ 320,8 mil de Geraldo.

Torneira fechada

Geraldo Júnior, por sinal, não deve receber doações de mais partidos aliados da base aliada. O PSD, presidido pelo senador Otto Alencar, confirmou à coluna que não pretende destinar recursos do fundo eleitoral para a campanha do emedebista. O mesmo disseram o PSB e o PCdoB. As três legendas informaram que a prioridade é garantir verbas para os candidatos próprios e, no caso de Salvador, da chapa proporcional. Além do partido dele, o MDB, quem morreu na conta foi o PT. Dos dois, recebeu quase R$ 3,3 milhões.

Ganhou a confiança

A campanha de Bruno Reis contratou a AtlasIntel para fazer pesquisas de consumo interno visando monitorar o processo eleitoral na capital. O gasto declarado para este serviço é de R$ 270 mil. O detalhe é que o instituto foi bastante criticado na eleição de 2022 por ACM Neto (União) e aliados, incluindo Bruno, embora tenha sido o único a acertar o resultado da eleição no primeiro turno, quando apontou a vitória do hoje governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Desvantagem pepista

Vereadores e candidatos do PP em Salvador ficaram insatisfeitos com o atraso na liberação de recursos do fundo eleitoral para a campanha. O partido foi o último da base de Bruno a disponibilizar as verbas, colocando alguns postulantes em desvantagem – houve até desistências. Há críticas também à discrepância entre valores destinados, inclusive entre os concorrentes à reeleição. O vereador Maurício Trindade recebeu R$ 280 mil, montante bem superior aos demais. Sidninho, por exemplo, só teve direito a R$ 80 mil, razão porque diz cobras e lagartos do colega cheio de prestígio.

Fogo no PSB

Está gerando revolta entre lideranças do partido a postura da presidente do PSB na Bahia, deputada federal Lídice da Mata, de pedir votos de forma escancarada para o afilhado e vice-presidente da legenda, Rodrigo Hita, que disputa uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador. Nas plenárias de bairros, Lídice nem tenta mais esconder que Hita é o seu favorito. Um aliado da parlamentar disse que falta a ela “isenção de presidente”. A sigla tem hoje um vereador: Sílvio Humberto.

Campanha digital

Concorrendo à Prefeitura de Feira de Santana, o deputado federal licenciado Zé Neto (PT) é, até agora, o candidato na Bahia que mais gastou com impulsionamento nas redes sociais. Ele destinou R$ 200 mil para este propósito, ocupando a posição de número 19 entre os postulantes de todo o país. Logo depois, aparecem na lista Luiz Caetano (PT), que tenta voltar a ser prefeito de Camaçari, e a vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União), que disputa a reeleição. Ambos gastaram R$ 117 mil.

Apoio a Adélia

Jerônimo vai oficializar o apoio à candidatura de Adélia Pinheiro (PT) em Ilhéus na próxima sexta-feira (27), segundo informou à coluna o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT). Na ocasião, haverá uma caminhada no bairro Teotônio Vilela, o mais populoso da cidade. Lançado pelo prefeito Mário Alexandre (PSD), que é da base governista, o ex-secretário municipal de Gestão Bento Lima (PSD) não aceitou os apelos para abandonar a disputa.

Pulou do barco

Nesta quinta (25), Jerônimo vai a Jacobina para participar do primeiro ato de campanha da candidata do PSB, Mariana Oliveira, a quem declarou apoio após abandonar o projeto de reeleição do prefeito Tiago Dias (PCdoB). Já era esperado que Mariana passasse de “banda b” para candidata do governador, diante da rejeição de Tiago, que só não é maior do que a de Geraldo Jr. candidato do governo em Salvador. Questionado se o PT baiano também abandonará o barco comunista, o presidente estadual da sigla, Éden Valadares, silenciou. O PT local já pulou.

Panos quentes

Presidente do PSB da Bahia, a deputada federal Lídice da Mata, que articulou a filiação da ex-petista Mariana para viabilizar a aliada na disputa, colocou panos quentes na divisão da base de Jerônimo em Jacobina. Em nota à coluna, a parlamentar reconheceu a fidelidade de Tiago Dias ao governador e ao presidente Lula e também que o prefeito não é tratado como inimigo. Lídice afirmou ainda que Mariana surge com possibilidade real de vitória e que vai buscar a unidade do grupo governista em Jacobina.

Me telefona-na-na

Em Mucugê, a prefeita Ana Medrado, que trocou o União Brasil pelo PSB para disputar a reeleição, parece ainda não se sentir à vontade na base de Jerônimo. Ana ignora o governador e o presidente Lula nas peças de campanha, mesmo tendo o PT na coligação. O burburinho no meio político da cidade é que a prefeita pode ainda retornar ao grupo de ACM Neto, bastando aquela ligação de agradecimento que nunca ocorreu depois do empenho no pleito de 2022. Neto ganhou de Jerônimo em Mucugê.

Líder inconteste

Para fortalecer a federação PSDB/Cidadania, o vereador tucano Carlos Muniz, presidente da Câmara Municipal de Salvador, estimulou candidaturas de cabos eleitorais e apoiadores. Com isso, pode acabar não sendo o mais bem votado na eleição proporcional, embora esteja na disputa pelo posto, mas reforçou a condição de líder do próprio grupo. Isso aconteceu, por exemplo, com o coronel Humberto Sturaro (PSDB), que apoiaria Muniz, mas foi convencido pelo próprio a entrar na disputa.

Vai ter que engolir

Virou meme na internet o discurso feito no final de semana pelo presidente estadual do Avante, Ronaldo Carletto, desafiando Jerônimo sobre o resultado da eleição em Brumado (ver video abaixo). Lá, o candidato do governador é Guilherme Bonfim (PT), irmão do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), enquanto o do Avante é Fabrício Abrantes, também apoiado pelo União Brasil. Começou a circular um vídeo na internet no qual Carletto é comparado a Zagallo, uma referência ao velho estilo “vocês vão ter que me engolir”.

Cantando de galo

No governo Jair Bolsonaro (PL), o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), hoje governador de São Paulo, cantou de galo sobre a ViaBahia. Em diversas entrevistas, assegurou que iria encerrar a concessão alegando que a empresa não cumpria o contrato com a União. Não deu em nada. Agora, o discurso é adotado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Parece que dessa vez, no entanto, vai acontecer, como já admitiu a própria concessionária. E Rui vai capitalizar politicamente.

Gasoduto

O ex-deputado Davidson Magalhães, que controla há anos a Bahiagás com mão de ferro, entrou na mira de setores do governo por causa da construção de um gasoduto na região sudoeste. Conquanto tente discretamente atribuir alguns movimentos em torno do projeto que despertaram muita atenção no grupo governista ao presidente da empresa, Luiz Gavazza, no governo ninguém tem dúvidas de que a responsabilidade pelo que está acontecendo é única e exclusivamente do todo poderoso Davidson Magalhães.

Candidato de Centro

O deputado Daniel Almeida (PCdoB) não descarta o apoio do partido dele, o PCdoB, à candidatura do deputado Elmar Nascimento (União) à presidência da Câmara. “A federação que formamos com o PT e o PV pode apoiar tanto Elmar quanto o outro baiano, Antonio Brito (PSD), ou Hugo Motta (Republicanos-PB). Até porque sabemos que não há espaço para um candidato da esquerda. Além disso, temos a missão de garantir a estabilidade do governo Lula (PT) na Casa”, declarou o comunista à coluna.

Lira perde fôlego

Para Daniel Almeida, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), perdeu fôlego na condução da própria sucessão. “Por outro lado, quem ganhou espaço foi o governo, que tem evitado se meter, mas pode ser o definidor. O controle mudou de mão. Estava muito na mão do Lira, agora todos esperam o resultado de uma nova construção”, avaliou. Para o parlamentar do PCdoB, o pacto feito entre Elmar e Brito – quem estiver mais viabilidade será o candidato – pode ainda colocar um baiano no comando da Câmara.

Pitaco

* Rui Costa vai dar continuidade ao périplo eleitoral pelo interior no próximo final de semana, passando longe de Salvador. Na sexta-feira (27), por exemplo, estará ao lado da candidata do PSD à Prefeitura de Porto Seguro, a deputada estadual Cláudia Oliveira.

* O deputado federal Elmar Nascimento (União) marcou presença, na noite desta terça (24), de um evento de campanha do vereador de Salvador Sabá (DC), candidato à reeleição. Bruno Reis também estava presente.

* Criticando a medida, o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) tentou capitalizar politicamente a decisão da Justiça Eleitoral de mandar remover um cartaz com propaganda do candidato a vereador de Salvador William Farias (PL), apoiado pelo parlamentar.

* “Por qual motivo essas situações só acontecem na direita e com candidatos abençoados por Jair Bolsonaro?”, disse Leandro nas redes sociais. O cartaz, que tinha as imagens do candidato, do deputado e do ex-presidente, estava fora dos padrões técnicos.

* Aliados do vereador Flávio Matos (União) admitem que o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) está na frente na disputa em Camaçari. Entretanto, a avaliação é que dá para tirar a diferença e virar o jogo na reta final.

* Além de Jerônimo, quem também gravou vídeo em apoio à candidatura de Mariana Oliveira (PSB) em Jacobina foi a ex-primeira-dama da Bahia Fátima Mendonca. Ela é amiga-irmã do ex-secretário estadual Cícero Monteiro (Avante), escolhido vice na chapa.

* Discutindo com adversários num grupo de WhatsApp, Adriano Castro, irmão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), culpou o domingo e o “cansaço do povo” pelo fracasso de público de uma caminhada organizada pelo candidato no domingo (22).

* Diretor de Habilitação do Detran, Max Passos (PP) tirou férias para se dedicar à campanha de Orlandinho (PT) em Cruz das Almas. Ele diz que a presença de Jerônimo na campanha animou a turma na briga contra o prefeito Ednado Ribeiro (Republicanos).

* O PRD está confiante de que elege ao menos dois prefeitos na Bahia: Di Cardoso, que disputa a reeleição em João Dourado, e André Maia, candidato em Filadélfia.

* Adversários do prefeito de Tucano e candidato à reeleição, Ricardo Maia Filho (MDB), pedem a cassação da candidatura do emedebista por autopromoção. Isso porque o gestor mandou pintar com as cores da campanha prédios públicos da cidade.

Radar do Poder: A digital de Neto no Avante, o prefeito “fujão”, o assédio de Tiago “Caíres” e o pioneirismo no tribunal

radar do poder | 18 setembro 2024

Queixas do Avante

A coluna foi procurada por dois candidatos a prefeito do Avante queixosos de que não receberam qualquer doação do partido nas eleições na Bahia. Apuramos junto ao site Divulgacand, do TSE, e descobrimos que, dos 132 concorrentes da legenda, apenas 46 receberam até esta terça (17) recursos do fundo eleitoral da sigla comandada pelo ex-deputado Ronaldo Carletto. Não pingou nada nem mesmo na conta do postulante na terceira maior cidade do Estado, Vitória da Conquista, onde há propaganda de TV.

Risco calculado

O Avante possui apenas sete deputados federais, e, por isso, ocupa apenas a posição de número 14 entre os 29 partidos na distribuição do fundo eleitoral. Conta com R$72,5 milhões para ratear no Brasil inteiro. Ou seja, ao optarem por se filiar à sigla, que saltou de quatro prefeitos eleitos em 2020 na Bahia para 61, numa articulação que mira 2026 e que envolveu Carletto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), esses candidatos sabiam do risco da escassez.

Esmola de doação

Para se ter uma ideia, o Avante destinou até agora pouco mais de R$5,2 milhões a candidatos a prefeito na Bahia, enquanto o União Brasil, que tem acesso a um fundo nacional de R$536,6 milhões, garantiu R$14 milhões somente para a campanha do prefeito de Salvador, Bruno Reis. Houve postulantes na majoritária do partido de Carletto, em cidades com limite de gasto superior a R$150 mil, que receberam apenas R$20 mil ou R$30 mil, como foi o caso de Pintadas e Jucuruçu, respectivamente. Verdadeiras esmolas.

Mistério eleitoral

Entre os “prefeituráveis” do Avante sem recursos do fundo, 17 disputam a reeleição. Muitos estão com a conta zerada e é um mistério como estão fazendo campanha. Já os mais privilegiados concorrem em Gandu (R$487 mil) e Eunápolis (R$300 mil), e não é coincidência que apoiam o deputado federal Neto Carletto, sobrinho de Ronaldo, que pretende trocar o PP pelo Avante antes da eleição de 2026. Em média, os 46 postulantes que tiveram doações da sigla receberam entre R$100 e R$150 mil.

Mágoas esquecidas

Mas houve candidatos do Avante beneficiados com doações de outros partidos, mesmo de siglas desfalcadas no número de prefeitos por assédio de Carletto. São os casos do PP e até o União Brasil de ACM Neto. Numa articulação feita por deputados, de olho no pleito legislativo de 2026, o primeiro doou para dez “prefeituráveis” do Avante. Já o segundo, para 15. O fato de ter deixado o União não impediu, por exemplo, que o gestor de Guanambi, Nal Azevedo, que tenta a reeleição, recebesse R$625,9 mil da sigla comandada por Neto.

Almoço de graça?

Como não existe almoço grátis na política, aliados de Jerônimo desconfiam desse suporte financeiro do União Brasil. Buscando sair grande da eleição, Carletto prometeu que atrairia prefeitos da oposição para fortalecer Jerônimo. Com isso, o ex-deputado tem a esperança de galgar um espaço na chapa majoritária em 2026. Mas seria ao lado do governador ou, como em 2022, do ex-prefeito de Salvador? E o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), se filiaria a uma sigla com essa digital com o mesmo objetivo?

Sentindo-se em casa

Presidente de honra do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima ficou bem à vontade ao lado do deputado federal Elmar Nascimento (União) e do deputado estadual Marcinho Oliveira (União) em um ato de campanha do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) em Itabuna, no final de semana. “Aqui não somos adversários. Eu até andaria ao lado de ACM Neto sem problema algum. Não estamos tratando de 2026, mas sim de derrotar o prefeito Augusto Castro (PSD)”, afirmou o cacique emedebista à coluna. O ex-prefeito Geraldo Simões (PT) também estava junto.

Augusto fujão

Por falar em Itabuna, Augusto Castro faltou ao debate promovido pela TVI, na segunda (16), e foi chamado de “fujão” e “covarde” por Pancadinha e pelos outros candidatos presentes: Isaac Nery (PDT), Chico França (PL) e Cleonice Monteiro (Rede). Hoje, há outro confronto promovido pela Rádio Boa FM, a partir das 19h. Liderando as pesquisas, o prefeito também não deve participar, já que o compromisso não aparece na agenda de campanha.

Colbert do PT

O deputado estadual Rosemberg Pinto, do PT, admite que a candidata do partido em Ilhéus, Adélia Pinheiro, pode enfrentar um dilema semelhante ao do ex-prefeito José Ronaldo (União) em Feira de Santana se receber o apoio do concorrente Bento Lima (PSD), cuja rejeição é altíssima. “Eu respeito o prefeito Mário Alexandre (PSD), que indicou Bento e é nosso aliado, mas a situação pode se repetir. Zé Ronaldo quer o bônus do apoio do prefeito Colbert Martins (MDB), que é mal avaliado, mas não o ônus”. Rosemberg diz que é preciso avaliar o impacto do apoio.

Thiago “Caíres”

De tanto extrapolar na dose para reeleger a vereadora Roberta Caíres (PDT), a preferida de ACM Neto, o secretário da Educação em Salvador, Thiago Dantas, estaria promovendo assédio eleitoral na pasta e nas escolas da capital. A denúncia foi feita à coluna por aliados de peso de Bruno Reis. Além disso, o secretário, que passou a ser chamado na Câmara Municipal de “Thiago Caíres”, andou distribuindo centenas de cargos da pasta a indicados da pedetista. Alguns estavam na cota de outros vereadores.

Promessa de vingança

Existem indícios de que as movimentações de Thiago Dantas já tenham sido denunciadas por profissionais da educação ao Ministério Público. Vereadores governistas prometem dar o troco no secretário assim que houver oportunidade. Eles apontam que o titular da pasta da Promoção Social, Júnior Magalhães, que também apoia abertamente Roberta Caíres a pedido de Neto e de Bruno, atua de forma completamente diferente. “Júnior respeita o espaço dos outros vereadores”, comentou um deles à coluna.

Reforço de caixa

O União Brasil assumiu o compromisso de doar R$200 mil para os vereadores de Salvador candidatos à reeleição. Quem receber mais do que isso, como aconteceu com Duda Sanches, conforme mostrou a coluna passada, é por articulação de deputados estaduais e federais, que também tiveram uma cota para indicar. No caso de Duda, o reforço partiu do pai do edil, o deputado estadual Alan Sanches (União). Binho de Ganso, que mesmo sem mandato assegurou R$293,4 mil da sigla, foi ajudado pelo deputado federal Dal Barreto (União).

Amizades ocultas

Vice-governador e candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior (MDB) não anda respeitando nem os velhos amigos na colagem de cartazes com propaganda eleitoral nas ruas da cidade. Esta semana, na Avenida Cardeal da Silva, a equipe do emedebista fixou cartazes de propaganda em espaços antes ocupados pelo presidente de Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), a quem trata como melhor amigo. Imagina se não fosse!

Pioneirismo no Brasil

Autor do livro “Atividade do juiz eleitoral e fake news: uma revisão da literatura e percepção sobre a prática”, que será lançado hoje, às 17h, na universidade corporativa do Tribunal de Justiça (Unicorp), o desembargador Jatahy Fonseca teve a iniciativa pioneira no país de lançar por meio da entidade, da qual é diretor-geral, o Fórum de Comunicação e Justiça, com o objetivo de cultivar o diálogo entre o jornalismo e Judiciário, dois pilares da democracia alvos de ataques constantes nos últimos anos.

Comunicar direito

O Fórum de Comunicação foi lançado nesta terça-feira (17) com o curso “Comunicar direito – mídia e Justiça em busca do diálogo”, ministrado pelo jornalista Flávio Novaes, mestre por Coimbra com tese sobre o tema, e a presença do escritor e professor da universidade portuguesa João Figueira, que discorreu de forma simples e brilhante sobre o assunto.

Pitacos

* Jerônimo fez um périplo pelo sul da Bahia no final de semana em agenda eleitoral. Passou por pelo menos 11 municípios, inclusive Itororó, onde a candidata do PT, Luciana Rocha, tem o apoio informal do União Brasil, como já revelou o site (Leia aqui).

* Para evitar polêmica, o presidente do União Brasil em Itororó, Jonatas Lisboa, aliado de Luciana, não subiu no palanque de Jerônimo, embora tenha acompanhado a visita do governador. A situação lá incomoda o presidente do PT baiano, Éden Valadares.

* Numa carreata em Ibicuí, parecia até que Jerônimo estava num evento de campanha de Bruno Reis, pois a cor usada pelo candidato Salomão Cerqueira (PSD), que tem o apoio do governador, é azul.

* Rui Costa desagradou Rosemberg Pinto ao gravar um vídeo em apoio ao candidato do PT em Coaraci, Célio do Asfalto. O deputado apoia o outro concorrente, Miltinho do Axé (PSD). Esta semana, inclusive, Rosemberg acusou Célio de crime eleitoral (Leia aqui).

* Por falar em Rui Costa, ele disse, durante uma agenda de campanha em Ilhéus, ao lado de Adélia Pinheiro, que via participar das eleições em mais de 20 municípios da Bahia. Salvador, por enquanto, não aparece na lista.

* Ainda desolado pela traição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o deputado Elmar Nascimento (União), agora com remotas chances de suceder o ex-amigo, foi consolado na terça (17) pelos deputados estaduais Robinho (União) e Penalva (PDT).

* Principal prefeito do PP na Bahia, Zé Cocá, de Jequié, ainda não registrou doação do partido na reeleição. Mas o candidato pepista em Paulo Afonso, Marcondes Francisco, ligado ao presidente da sigla, deputado Mário Negromonte Júnior, recebeu R$423 mil.

* Candidatos a vereador da federação PSDB/Cidadania em Salvador se queixam da demora da chapa majoritária em enviar material de campanha da proporcional. Com os atrasos, o grupo tem produzido parte das peças gráficas para alguns concorrentes.

* Jerônimo terá que ter muito jogo de cintura se quiser, de fato, fazer o próximo conselheiro do TCE na vaga do falecido Pedro Lino. A Associação Nacional de Auditores está disposta a influir na substituição. Em tese, a vaga é da categoria.

* Em conversa sobre a substituição de Pedro Lino com a coluna, o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), afirmou que o tema só será tratado após as eleições municipais. “Os deputados hoje estão com a cabeça voltada para as eleições”.

Radar do Poder: Elmar sai da entoca, a má vontade de Rui com Geraldinho, o fundo do União Brasil e a juíza grosseira

radar do poder | 11 setembro 2024

Saiu da toca

Diante do desespero de ver o “doce” escapulir das mãos, o deputado Elmar Nascimento (União) foi obrigado a mudar totalmente de estratégia na disputa pela presidência da Câmara. Ao perder o apoio do atual ocupante do cargo, o ex-amigo Arthur Lira (PP-AL), Elmar, que antes atuava em silêncio nas articulações, apesar das festas de arromba, agora divulga os movimentos nas redes sociais e na imprensa. A estratégia é para mostrar, inclusive a Lira, que está vivo na briga, dialogando com as diversas forças.

Mesma legenda

Entre segunda (09) e terça (10), Elmar publicou três fotos no Instagram para revelar reuniões com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com lideranças nacionais do PSDB, do Cidadania, do PDT e do Avante e com o deputado Antonio Brito (PSD), outro postulante à presidência da Câmara. Aliás, para mostrar a “união pelo Brasil” entre os baianos – será candidato quem se mostrar o mais competitivo – os dois publicaram exatamente a mesma legenda sobre o encontro de segunda.

Proposta antiga

Justiça seja feita, no dia 25 de março deste ano, em entrevista exclusiva ao Política Livre, Elmar, que deve se reunir nesta quarta (11) com o presidente Lula (PT) para tratar da sucessão na Câmara, já defendia o mesmo pacto com Brito (clique aqui para ler). “Eu acho que, no momento certo, podemos sentar com Antonio Brito e discutir que deve ser candidato aquele que reunir o maior número de apoiadores. Quem tiver melhor colocado apoia o outro. Vamos tratar disso mais adiante”, afirmou, na ocasião.

Champagne na Vitória

Líder do MDB baiano, Geddel Vieira Lima não deixou de provocar Elmar Nascimento pela reviravolta na sucessão da Câmara. Ele insinuou que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, estaria, no fundo, comemorando a derrocada do aliado. “Hoje é dia de muito Champagne no Corredor da Vitória”, escreveu o cacique emedebista nas redes sociais. Geddel também já descartou, no cenário atual, depois da candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), o apoio do MDB a Elmar.

Má vontade ministerial

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sempre disse que não teria tempo de participar presencialmente da campanha de Geraldo Júnior (MDB) em Salvador, por conta da agenda em Brasília. Porém, encontrou uma brecha para “correr trecho” no interior. Na semana passada, esteve em atos de aliados em Camaçari, com Luiz Caetano (PT), e Valença, com Marcos Medrado (PV). Ao menos, para animar o “azarão” emedebista, o PT doou mais de R$1 milhão à sua campanha, o que não estava previsto.

Fila da regulação

Quem também participou do mesmo ato de campanha em Valença foi a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, que foi criticada até por parlamentares da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Assembleia. “Enquanto a secretária só pensa agora em eleição, a fila da regulação aumenta e as demandas dos deputados não são atendidas”, afirmou à coluna um indignado aliado do Palácio de Ondina.

Matar a saudade

Por falar em Geraldo Júnior, chegou à coluna a informação de que o vice-governador anda telefonando para antigos aliados em Salvador tentando forçar encontros cordiais para colocar a conversa em dia. Em alguns casos, o emedebista tem até insistido, apesar das negativas. Um desses ex-aliados do emedebista, que apoia a reeleição do prefeito Bruno Reis (União), afirmou que até topa “matar a saudade”, mas, claro, depois da eleição, para não confundir as coisas.

Encanto de Fabya

Quanto mais a campanha municipal em Salvador avança, mais o marketing se encanta com a candidata a vice-prefeita Fabya Reis (PT) e desencanta com o cabeça da chapa, Geraldo Júnior. Preparada, autêntica e, acima de tudo, disciplinada, a petista tem prestado apoio inestimável à equipe encarregada de fazer os programas, levando a um questionamento simples: por que ela não foi escolhida prefeiturável?

Cadê o fundo?

Dos seis vereadores do União Brasil na Câmara Municipal, até agora apenas dois – Duda Sanches e Kiki Bispo – haviam recebido recursos do partido para a campanha, o que é motivo de queixa na sigla. Duda, que é apontado como possível campeão de votos da legenda, foi contemplado com generosos R$ 371,6 mil, enquanto Kiki, líder de Bruno Reis na Câmara, com apenas R$ 48,9 mil. Por outro lado, há candidatos sem mandato que já foram beneficiados, a exemplo de Binho de Ganso, que abocanhou R$ 293,4 mil.

Rápido no gatilho

Por falar em fundo eleitoral, o PSD superou todos os demais partidos na Bahia quando o assunto foi a rápida distribuição dos recursos para os candidatos. Até dirigentes de outras agremiações reconhecem o mérito da legenda comandada no Estado pelo senador Otto Alencar. Reside aí, inclusive, parte do sucesso eleitoral do PSD, hoje a maior sigla da Bahia. E Otto ainda se gaba de que o diretório estadual não deve uma multa à Justiça Eleitoral, nem por descumprimento de cotas.

Sob medida

Foi feita sob medida para o deputado Pablo Roberto (PSDB) a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentado pelo deputado Manoel Rocha (União) na Assembleia que permite aos parlamentares tirarem licença para assumir secretarias em municípios do interior. Hoje, isso é permitido apenas no Estado e na capital. Assim, o tucano não precisaria tomar posse como vice-prefeito de Feira caso seja eleito na chapa de José Ronaldo (União). O plano é cogitado, conforme revelou a coluna na semana passada (clique aqui para entender).

Planos municipais

Outros dois deputados estaduais podem ser beneficiados com a PEC de Manoel Rocha, que será aprovada após as eleições municipais: Tiago Correia (PSDB) e Jordáveio Ramos (PSDB). O primeiro cogita ser o sucessor da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), que disputa a reeleição. O outro teria interesse em ajudar mais de perto a gestão da mãe, Suzana Ramos (PSDB), em Juazeiro. Assim, ambos estariam liberados para serem secretários municipais sem perder o mandato.

Estranha e grosseira

Quem tem levado estresse ao ambiente do Tribunal de Justiça da Bahia, desagradando os próprios colegas e servidores, os quais invariavelmente destrata, é uma juíza escolhida para substituir desembargadores. O clima está tão ruim que servidores e até magistrados já pensam em fazer um apelo para que a juíza saia da lista de substituições, uma vez que queixas contra ela não faltam, indo da grosseria até a prática de procedimentos considerados esdrúxulos em suas decisões.

Tapar o nariz

Depois de ter traído Luiz Viana na eleição passada da OAB, o advogado André Godinho, cuja vitória num processo milionário contra a Petrobras ainda repercute nacionalmente, volta a se aproximar do grupo do ex-presidente, oferecendo apoio à chapa à reeleição de Daniela Borges. No time de Viana, a ordem é tapar o nariz e acolhê-lo, porque, afinal, apoio não se rejeita.

Traição no sangue

Nos meios jurídicos, o que se conta é que Godinho rompeu com Viana, de quem sempre fora aliado, e se engajou na campanha da chapa adversária na sucessão passada com o único objetivo de obter apoio para concorrer a uma vaga no STJ dos segmentos da OAB nacional que pretendiam destruir politicamente o ex-presidente local. No dia seguinte à eleição na Bahia, com a traição no sangue, seu grupo já abria oposição à candidatura que apoiou.

Pitaco

* O ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, que fez diversas doações a candidatos e partidos nas eleições na Bahia, como mostrou a coluna na semana passada, contribuiu com R$100 mil para a direção nacional do MDB.

* Ao doar R$200 mil para a campanha do vereador de Salvador André Fraga, a direção nacional do PV deixou claro que a reeleição do edil, aliado de Bruno Reis, é mais importante do que a vitória de qualquer um dos sete candidatos a prefeito do partido.

* Para comparar, o PV nacional doou R$ 50 mil para a candidatura do velho conhecido Marcos Medrado à Prefeitura de Valença. O presidente da sigla na Bahia, Ivanilson Gomes, já havia revelado à coluna que este seria o valor para os “prefeituráveis”.

* O PCdoB também tem prioridades em Salvador. Ao mesmo tempo em que colocou R$ 500 mil para a candidata Aladilce, que tenta retornar à Câmara, destinou, individualmente, R$ 370 mil para os vereadores Augusto Vasconcelos e Hélio Ferreira.

* Vale lembrar que Aladilce tem uma madrinha federal forte no PCdoB: a deputada Alice Portugal.

* No MDB, o mandato também não parece importante para a distribuição do fundo eleitoral em Salvador. O vereador Joceval Rodrigues só ganhou, até aqui, R$ 15 mil, enquanto a candidata e ex-vereadora Ana Rita Tavares ficou com o dobro.

* A direção nacional do PL começou a liberar recursos do fundo eleitoral para seus candidatos na Bahia. Garantiu R$ 403 mil para Coronel França, em Teixeira de Freitas, e R$ 345 mil para o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, que tenta a reeleição.

* Entretanto, o PL foi muito mais generoso com outro candidato que não é do partido: Flávio Matos, candidato a prefeito de Camaçari pelo União Brasil. Ele recebeu R$ 900 mil da legenda capitaneada na Bahia por João Roma.

* Por falar em Camaçari, o deputado estadual Júnior Muniz (PT) anda apostando que o aliado Luiz Caetano (PT) vence a eleição com 15 a 20 mil votos de frente em relação a vereador Flávio Matos (União).

* Otto Alencar esteve em Juazeiro nesta terça (10) para um ato de campanha do candidato do PSD, Celso Carvalho, filho do ex-prefeito Isaac Carvalho. O senador reafirmou que a divisão local na base de Jerônimo não afeta a aliança estadual.

Radar do Poder: O retorno do banqueiro, a carta na manga de Jerônimo em Conquista e o candidato que ganhou na loteria

radar do poder | 04 setembro 2024

Volta do banqueiro

O ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, do extinto Banco Econômico, ensaia um retorno aos holofotes da política por meio de doações a candidatos na Bahia. Ele já destinou R$ 320 mil para campanhas no Estado, distribuídos entre concorrentes aos cargos de prefeito e vereador e para o diretório municipal de um partido, o DC de Salvador, comandado por Igor Domingues, assessor do Palácio Thomé de Souza, que recebeu R$100 mil. Tudo de forma legal.

Rico e generoso

Calmon de Sá contribuiu ainda com generosos R$ 100 mil para a candidatura à reeleição do prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Deu uma forcinha também para as campanhas das prefeitas Sheila Lemos (União), em Vitória da Conquista, e Suzana Ramos (PSDB), em Juazeiro, com R$40 mil para cada uma. Elas disputam o segundo mandato consecutivo.

Forcinha à delegada

Outra beneficiada com doação do ex-banqueiro foi a delegada, ex-secretária de Segurança Pública da Bahia e ex-vereadora Kátia Alves (União), que tenta retornar à Câmara Municipal de Salvador. Ela recebeu um valor mais modesto: R$ 20 mil. Vale lembrar que Ângelo Calmon de Sá, que não curte político de esquerda, foi ministro da Indústria e Comércio no governo de Ernesto Geisel, na ditadura militar, e secretário de Desenvolvimento Regional durante a presidência de Fernando Collor.

Competitividade e “QI”

O PSD do senador Otto Alencar investe alto nos candidatos a prefeito do partido, levando em conta a competitividade e o “QI”, ou seja, “Quem Indicou”. Em Campo Formoso, apostou R$ 820 mil em Denise Menezes, esposa de Adolfo Menezes, liderança da sigla e presidente da Assembleia Legislativa. Em Itabuna, garantiu R$ 760 mil para a reeleição do prefeito Augusto Castro, favorito. Na vizinha Ilhéus, o prefeito Mário Alexandre (PSD) convenceu Otto a viabilizar R$ 360 mil para o sucessor Bento Lima, tido como “azarão”.

Espera do milagre

Otto, no entanto, tem sido mais duro com os postulantes do PSD tidos como virtuais derrotados nas urnas em outubro. Em Jequié, por exemplo, nada foi destinado para a campanha de Alexandre Iosseff, que tem a tarefa hercúlea de tentar derrotar o prefeito Zé Cocá (PP), que briga pela reeleição. Em Juazeiro, nenhum real do fundo eleitoral do PSD foi depositado até aqui na conta de campanha de Celso Carvalho, mesmo o sendo sobrinho do ex-prefeito Isaac Carvalho (sem partido), o mais novo “melhor amigo” do senador.

O sapo e a língua

Por falar em Juazeiro, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) estará ao lado candidato do MDB, o empresário Andrei Gonçalves, pela segunda vez, em duas semanas. O petista confirmou que vai participar do tradicional desfile da Independência, no sábado (07), na cidade. No dia 24 de agosto, Jerônimo foi a uma caminhada eleitoral com Andrei. Não é à toa que Isaac Carvalho tem falado mal do governador em todo canto. Já disse a aliados que o único compromisso que tem em 2026 é com o presidente Lula (PT).

Carta na manga

Diante do crescimento da prefeita Sheila Lemos nas pesquisas e a possibilidade de vitória no primeiro turno, Jerônimo planeja tirar uma última carta da manga ainda em setembro na disputa eleitoral em Vitória da Conquista, terceiro maior colégio eleitoral da Bahia. Caso o cenário atual se mantenha, ele pretende convencer o deputado federal Waldenor Pereira (PT) a abrir mão da candidatura para apoiar a vereadora Lúcia Rocha (MDB), também da base aliada.

Fato novo

A avaliação de correligionários de Jerônimo é que somente este movimento, ou o inverso – Lúcia sair do páreo para apoiar Waldenor, caso o petista passe ao segundo lugar nas pesquisas -, poderia criar um fato novo forte o suficiente para virar a eleição na Suíça baiana, considerada estratégica pelo Palácio de Ondina. O governador já avisou que enquanto não houver uma candidatura única em Conquista, seja no primeiro ou num eventual segundo turno, ele não pisa os pés na cidade durante o pleito.

Poder de barganha

Crescem os rumores de que o deputado Pablo Roberto (PSDB), companheiro de chapa de José Ronaldo (União) em Feira de Santana não pretende renunciar ao mandato na Assembleia para ser vice, em caso de vitória. A estratégia do tucano seria assumir uma secretaria na gestão, mantendo o mandato parlamentar. Assim, teria maior poder de barganha para negociar a “divisão” do gabinete com o suplente Paulo Câmara (PSDB). Vale lembrar que, se tomar posse como vice, Pablo não pode retomar o mandato de deputado. Como secretário, sim.

Sorte grande

Em 2020, Ricardo Maia Filho (MDB) foi eleito em Tucano, então como o mais jovem prefeito da Bahia. Na época, declarou à Justiça Eleitoral não ter patrimônio. Agora, como candidato à reeleição, informou possuir bens móveis e imóveis que chegam a quase R$  780 mil. O enriquecimento do emedebista, que é filho do deputado federal Ricardo Maia (MDB), virou resenha na cidade. Dizem até que ele ganhou na loteria, pois a Prefeitura deu sorte. Entre os bens está uma fazenda de R$ 240 mil.

Ciúme eleitoral

Aliados do governador andam irritados com as manobras judiciais do PT para retirar Jerônimo e Lula da propaganda de candidatos a prefeito de partidos da base onde há bate-chapa. Em Lamarão, na região sisaleira, a prefeita petista Pró Ninha, que disputa a reeleição, conseguiu impedir na Justiça Eleitoral que o adversário Dival de Memel (PSD) usasse na campanha as imagens das duas estrelas do 13. Dival, que apoiou o governador em 2022, chegou a pedir autorização ao próprio Jerônimo, mas foi negada.

Convite pelo X

Com o bom humor de sempre, o deputado Samuel Júnior (Republicanos) não perdeu a piada quando o comandante da bancada de oposição na Assembleia, deputado Alan Sanches (União), disse em plenário, nesta terça (03), não saber da reunião de líderes em que foi definido que os parlamentares poderão votar remotamente durante o período eleitoral, notícia revelada em primeira mão pelo Política Livre. “É que o convite ao senhor deve ter sido enviado pelo X, o antigo Twitter”, disse Samuel. A rede social foi suspensa no Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

O terror do TJ

O novo corregedor do Tribunal de Justiça da Bahia, Roberto Frank, está criando fama de terror contra os maus juízes baianos. Sob sua gestão, tem detonado vários casos que estavam encobertos, apesar de provas de monta contra os magistrados. Corajoso, é do tipo que não se intimida nem diante de colegas desembargadores. Logo que começou no cargo, enfrentou a presidente Cyntia Resende, eleita em sua mesma chapa, num episódio que teria servido para marcar posição no TJ. Não é preciso dizer que advogados queixosos de juízes problemáticos estão adorando a atuação de Frank.

Estreia de Rui

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), estreou, na noite desta terça (03), na propaganda eleitoral em bloco do candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior. No comercial, o petista destaca as obras que realizou na cidade quando foi governador. Ele garantiu que o emedebista, se eleito, poderá fazer muito tendo Jerônimo e Lula ao lado. Na semana passada, em Brasília, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) cobrou a presença física de Rui na campanha na capital.

Pesadelo soteropolitano

Já na última propaganda em bloco do atual ocupante do Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis (União), que concorre à reeleição, Geraldo Júnior foi comparado ao ex-prefeito João Henrique. Com imagens de uma capital sofrida, o recado foi que o 15, número do MDB, virou o “pesadelo” que Salvador não quer viver mais. O detalhe é que João Henrique já deixou o MDB há muito tempo e hoje é candidato a vereador pelo PL, partido da base de Bruno – que, por sinal, também já foi 15.

Pauta rubro-negra

Com pouco trabalho no plenário da Câmara Municipal de Salvador, por conta das eleições, o tema da rápida sessão de segunda (02) entre os vereadores foi a vexatória situação do Esporte Clube Vitória no Campeonato Brasileiro. O vereador Átila do Congo (PMB) responsabilizou o presidente rubro-negro, Fábio Mota, chamado de “arrogante” pelo “rebaixamento inevitável”. Outro torcedor ilustre, Carlos Muniz, emendou: “De luto ainda não estou, mas triste”.

Pitacos

* A vereadora de Salvador Marcelle Moraes aparece no topo da lista dos candidatos na Bahia que mais gastaram com impulsionamento nas redes sociais durante a campanha. Ela já gastou R$ 45 mil para aumentar o próprio engajamento.

* A segunda da lista é Suzana Ramos, prefeita de Juazeiro e candidata à reeleição, que gastou R$ 20 mil com impulsionamento.

* Líder do PSDB na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Daniel Alves foi o primeiro beneficiado com recursos do fundo eleitoral do partido. Pingou na conta da campanha R$ 140 mil. Nem o presidente da Casa, o tucano Carlos Muniz,  recebeu ainda.

* Já no PDT, a vereadora Roberta Caíres, candidata de ACM Neto (União), foi a que recebeu até aqui a maior fatia entre os que concorrem à reeleição: R$150 mil. Logo depois, aparece Débora Santana, com R$ 100 mil. Anderson Ninho só teve R$50 mil.

* Aliás, Ninho, que é ligado ao deputado Elmar Nascimento (União), recebeu doação menor do que pedetistas sem mandato. Omar Gordilho e Zilton Netto, preferidos dos deputados Félix Mendonça (PDT) e Leo Prates (PDT), ficaram com R$ 100 mil cada.

* O PV vai destinar, em média, R$ 50 mil do fundo eleitoral para os sete candidatos a prefeito do partido na Bahia.

* O vereador Tiago Ferreira (PT), que já foi um crítico da escolha de Geraldo Júnior como candidato do governo em Salvador, abraçou o emedebista no sábado (31), em evento de lançamento de sua campanha, no Subúrbio. Dizem que foi obrigado a convidar o candidato a prefeito.

* Na falta de coisa mais importante a fazer, o deputado estadual Marquinho Viana (PV) apresentou um projeto de lei propondo que o prédio da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), passe a se chamar Palácio Todos os Santos.

* A deputada Lucinha do MST (PT), empossada na Assembleia após a licença médica da titular da cadeira, deputada Maria Del Carmen, pediu ao presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), a criação da Comissão Especial da Promoção da Igualdade.

* Por outro lado, tem comissão já criada e instalada na Assembleia que segue sem funcionar. É o caso do Conselho de Ética. Adolfo admitiu que, se o colegiado já não andava, pior ainda em período eleitoral.

Radar do Poder: O rejeição dos candidatos a vereadora a Geraldo Jr., o fortalecimento de Elmar Nascimento, a aposta de Leo Prates e os planos de Zé Cocá

radar do poder | 28 agosto 2024

Marasmo de Geraldinho

O marasmo da campanha de rua do candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, incomoda os aliados. O emedebista só participou, por exemplo, de três eventos de vereadores dos partidos da coligação, enquanto o prefeito Bruno Reis (União), que tenta a reeleição, já esteve em 34. Mas Geraldo Júnior não é o único culpado, visto que há concorrentes à Câmara Municipal do grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) acreditando que o emedebista tira votos e, por este motivo, querem ficar a boa distância dele.

Tamanho dos “exércitos”

Entre os poucos candidatos proporcionais que convidaram Geraldo Júnior até aqui para um lançamento de campanha está a vereadora Marta Rodrigues (PT), que tenta renovar o mandato. Ela é irmã de Jerônimo. Já Bruno Reis tem participado diariamente de atos organizados pelo seu “exército”, inclusive de novatos nas eleições. Na semana passada, teve um dia que foi a nove eventos do tipo.

Agenda de rua

Quando a agenda é visita a bairros de Salvador, Bruno Reis leva uma pequena vantagem em relação a Geraldo Júnior. Desde o dia 16 de agosto, quando começou oficialmente a campanha, o prefeito já esteve em nove localidades. O vice-governador, por sua vez, participou de atos de rua em sete. Segundo pessoas próximas ao emedebista, a estratégia é focar na campanha de TV, que começa nesta sexta (30).

Ajuda de custo

A coluna descobriu, junto a fontes próximas do Palácio de Ondina, que Geraldo Júnior será contemplado com R$ 2 milhões do fundo eleitoral, recursos que deve ser encaminhado nos próximos dias pelo diretório nacional do MDB. O valor é bem inferior ao que a direção do União Brasil já encaminhou a Bruno Reis: R$ 10 milhões. O MDB também vai ajudar os postulantes do partido em Vitória da Conquista, a vereadora Lúcia Rocha, e em Juazeiro, o empresário Andrei da Caixa. Ambos devem receber R$ 500 mil.

Prioridades petistas

Levando em conta apenas os dez maiores colégios eleitorais da Bahia, os primeiros candidatos a prefeito do PT que receberam recursos do fundo eleitoral por parte da direção nacional legenda foram Zé Neto (Feira de Santana) e Tito (Barreiras). O primeiro já arrecadou pouco mais de R$ 1,3 milhão, enquanto o segundo foi contemplado até aqui com quase R$ 260 mil. Isso demonstra o quanto vencer em Feira, maior município do interior baiano, é uma prioridade absoluta para a cúpula petista.

Saldo devedor

Em Vitória da Conquista, segundo maior município do interior do Estado, não pingou ainda recursos do fundo eleitoral para o candidato petista, o deputado federal Waldenor Pereira. O parlamentar, por sinal, fez a primeira doação à campanha, no valor de R$ 10 mil, mas já acumula gastos de campanha de quase R$ 900 mil. Em Camaçari e Ilhéus, os postulantes do PT, Luiz Caetano e Adélia Pinheiro, respectivamente, contribuíram do próprio bolso, o primeiro, com R$20 mil, e ela, com R$ 5 mil.

Tombo no líder

Ou o ex-vereador de Salvador Gilberto José tem um irmão gêmeo e ninguém sabia ou anda, como diz o ditado, vendendo gato por lebre. Num intervalo de cinco dias, ele apareceu em fotografias declarando apoio a dois candidatos diferentes ao Legislativo municipal e que concorrem à reeleição. Primeiro, com Kiki Bispo (União). Depois, com Alexandre Aleluia (PL). Será que Aleluia, que tem agido com agressividade na busca pelo apoio de lideranças, deu um “tombo” no líder de Bruno Reis?

Síndico queimado

O vereador de Salvador Sabá (DC) pode ter dado um tiro no pé ao fazer uma parceria política com o síndico de um condomínio com 800 apartamentos na Estrada Velha do Aeroporto. O cabo eleitoral pode perder o cargo a qualquer momento por decisão judicial, em ação movida por moradores. O síndico enfrenta acusações de irregularidades na prestação de contas e vive tentando aumentar a taxa condominial, mas sem sucesso. A mais nova dele é limitar a fala dos moradores na próxima assembleia.

Aposta de Leo

Correligionários de Bruno Reis detectaram o crescimento do candidato a vereador Zilton Netto (PDT), que tem como padrinho político o deputado federal Leo Prates (PDT). Antes visto com poucas chances, até por disputar a primeira eleição, Zilton, que foi coordenador da Codecon, passou a figurar na lista dos três que devem ser eleitos no ninho pedetista. “Leo, que quer ser prefeito e teve quase 90 mil votos em Salvador, não iria dar um tiro no escuro”, disse uma importante fonte do Paço municipal.

Matando a saudade

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) confirmou a realização, no feriado de 7 de setembro, de mais um ato “patriótico” que promete unir a direita de Salvador. O evento, marcado para começar às 9h, no Farol da Barra, deve juntar uma turma conservadora que não se “bica”, sobretudo em ano eleitoral. Candidatos do PL à Câmara Municipal confirmaram presença, a exemplo de Alexandre Aleluia, que tenta a reeleição, e o ex-vereador Cézar Leite, querido por poucos na sigla bolsonarista.

Elmar fortalecido

O deputado Elmar Nascimento (União) acredita que pode receber ainda essa semana apoio formal do presidente da Câmara , Arthur Lira (PP-AL), na disputa pelo comando da Casa, na eleição que acontece em fevereiro de 2025. Segundo aliados do parlamentar na Bahia, a posição do presidente Lula (PT) na reunião com líderes, na segunda (26), favoreceu Elmar, enfraquecendo o outro baiano na disputa, Antônio Brito. Na ocasião, Lula disse que não vai interferir no processo.

Gesto de lealdade

Titular da Secretaria Municipal de Promoção Social de Salvador, Júnior Magalhães chegou a colocar o cargo à disposição quando informou a Bruno Reis e ao antecessor ACM Neto (União) que a mãe, Tonha Magalhães (Avante), iria compor a chapa da candidata do PT em Candeias, Marivalda da Silva. O gesto de lealdade de Júnior pesou a favor dele e a demissão sequer foi cogitada. O entendimento de Bruno é que quem aproximou Tonha do PT foi o atual prefeito de Candeias, Pitágoras Ibiapina (PP).

Planos adiados

O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), assegurou a aliados próximos que, se reeleito em outubro, vai concluir inteiramente o segundo mandato. Com isso, descarta ser candidato a deputado estadual ou federal em 2026. Existe a especulação de que Cocá almeja uma cadeira na Câmara Federal, mas os planos podem ser adiados para 2030. Por isso, ele escolheu como companheiro de chapa o sobrinho Flávio Santana (União), visando prepará-lo como sucessor natural.

Viabilidade eleitoral

Líder do governo estadual na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) acredita que Jerônimo vai anunciar em breve o apoio à candidatura de Adélia Pinheiro em Ilhéus, mesmo contrariando o prefeito Mário Alexandre (PSD), que é da base, mas lançou como sucessor Bento Lima (PSD). Segundo Rosemberg, o governador vai esperar até o próximo dia 31 por uma pesquisa que aponte a viabilidade eleitoral de Bento. Caso isso não fique demonstrado, fará a declaração pública em favor de Adélia.

Prefeito caloteiro

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e outros órgãos de controle estão recebendo inúmeras denúncias contra um prefeito baiano acusado de não pagar a ninguém e que gosta de viver, como se diz no interior, entre Rios. O cidadão está repleto de dívidas, inclusive com um conhecido empreiteiro baiano que realizou obras no município do gestor. A suspeita é que o tal prefeito busca extrair dividendos eleitorais de obras que não são pagas.

Pitaco

* O PSD decidiu destinar R$100 mil de fundo eleitoral para os vereadores que são candidatos à reeleição em Salvador. Os que são postulantes e não têm mandato vão receber entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, a depender do potencial.

* Candidato a vereador pela Rede, Humberto Neto, ex-chefe de Gabinete da Conder, decidiu adotar o roxo na campanha. O problema é que a cor também é a mesma utilizada pela vereadora Roberta Caires (PDT), o que tem confundido lideranças.

* “Quando chega a turma das bandeiras de roxo, a gente primeiro pergunta se é do homem ou da mulher, porque a gente nunca sabe. Isso tem confundido os apoiadores dos dois”, contou um líder comunitário ligado a Humberto.

* Presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça ironizou a ação movida por Henrique Carballal, que é pedetista, embora aliado de Jerônimo, contra o comandante do PV baiano, Ivanilson Gomes, acusado de cometer difamação (clique aqui para entender).

* “Se depender da campanha de Geraldo Júnior, não vai ter bate-chapa em Salvador, mas sim bate-cabeça”, afirmou Félix à coluna. Tanto Henrique quanto Ivanilson são coordenadores da campanha do emedebista. O “verde” acusou o pedetista de racismo.

* Em Juazeiro, o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) disse que o sobrinho, Celso Carvalho (PSD), candidato a prefeito, pode desistir da disputa e apoiar o empresário Andrei da Caixa (MDB) se houver um pacto baseado em quem aparece melhor nas pesquisas.

* Por falar em Juazeiro, o deputado estadual Roberto Carlos (PV) admitiu que estava disposto a apoiar a esposa de Isaac, Ellen Carvalho, se a mesma fosse viabilizada candidata no PT. “Mas essa tese não prevaleceu na federação e nem na base”, disse.

* O candidato do União Brasil à Prefeitura de Alagoinhas, Paulo Cezar, denunciou ao Ministério Público Eleitoral que foi alvo de ameaças de morte veiculadas em grupos de WhatsApp.

* O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) apresentou um projeto de lei que torna dispensável o registro no Conselho Regional de Educação Física para o exercício da docência na Bahia

* Outro projeto que passou a tramitar na Assembleia, enviado por Jerônimo, é o que cria o Fundo Permanente para a Defesa Civil.

Radar do Poder: A alegria de Fatinha, o recado de Jerônimo para Otto, o fundo do PT e o batom na cueca de Bruno Reis

radar do poder | 21 agosto 2024

Alegria, alegria

Para alegria da galera, a ex-primeira-dama Fátima Mendonça voltou a participar de eventos ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e da primeira-dama, Tatiana Velloso, sua amiga, algo que não fez durante praticamente os oito anos da gestão Rui Costa (PT). O primeiro casal e os governistas, de maneira geral, agradecem. Divertidíssima, Fatinha é simplesmente uma festa!

Candidato “Fantástico”

Jerônimo tem emitido sinais fortes de que a candidatura do aliado Luiz Caetano (PT) em Camaçari é prioridade máxima para o governo. No domingo, o governo investiu alto em um comercial no intervalo do programa Fantástico, da Rede Globo, destacando as ações do Executivo estadual apenas no município da Região Metropolitana. O mesmo deve ocorrer em Feira de Santana, onde o governador pretende se esforçar pela vitória do deputado federal Zé Neto (PT).

Aviso a Isaac

Sobre Juazeiro, Jerônimo conversou nesta terça (20) com o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) e avisou que o candidato do governo é Andrei da Caixa (MDB). O governador desprezou o movimento feito por Isaac e pelo senador Otto Alencar (PSD) para lançar o sobrinho do ex-prefeito, Celso Carvalho (PSD). Jerônimo, inclusive, anunciou que estará em Juazeiro no sábado (23) para participar de um ato de campanha de Andrei. Quer, com isso, também mandar um recado (de insatisfação) para o senador.

Rebeldes do PSD

Ontem (20), Jerônimo recebeu, em Salvador, Andrei da Caixa e uma comitiva formada por lideranças políticas e partidárias que respaldaram o nome do emedebista, incluindo o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, a deputada federal Elisângela Araújo (PT) e os deputados estaduais Zó do Sertão (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), que eram pré-candidatos a prefeito de Juazeiro. Já Isaac e Celso estiveram com os “rebeldes” do PSD: Otto e o senador Ângelo Coronel (PSD).

Fundo eleitoral

O presidente do PT baiano, Éden Valadares, se reuniu nesta terça (20) com a bancada de deputados estaduais do partido para tratar do fundo eleitoral aos candidatos a prefeito da legenda. Está definido que receberão mais verbas os candidatos à reeleição, os que indicaram sucessor e vereadores que são postulantes ao Executivo – todos classificados numa primeira categoria. Aqueles que não possuem mandato receberão um valor menor, mas que pode variar a depender das chances de vitória demonstradas em pesquisas.

Sem fatia do bolo

Em Salvador, mesmo tendo a candidata a vice, Fabya Reis, o PT não deve destinar recursos do fundo eleitoral para a campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB). A cúpula petista pretende priorizar os filiados que estão na disputa por cadeiras na Câmara Municipal. A coluna apurou que os vereadores que disputam a reeleição receberão R$ 240 mil em duas parcelas. Caberá ao MDB ajudar Geraldo, que também não é uma prioridade para a direção nacional legenda.

Voto bolsonarista

O prefeito Bruno Reis (União) participou, no final de semana, dos eventos de lançamento de candidatos bolsonaristas a vereador de Salvador. A estratégia é se aproximar do eleitor conservador. Esteve ao lado, por exemplo, do ex-vereador Cézar Leite (PL), que tenta retornar à Câmara Municipal, e dos postulantes William Farias (PL) e Alexandre Moreira (PL), ligados, respectivamente, aos deputados estaduais Leandro de Jesus (PL) e Diego Castro (PL).

Convite recusado

Presidente do PL na Bahia, João Roma participou, ao lado de Bruno Reis, dos eventos de Willian Farias e de Cézar Leite. No lançamento de Alexandre Moreira, o prefeito ficou no mesmo palanque da médica Raissa Soares, bolsonarista que foi candidata ao Senado pela Bahia em 2022. Por conta da presença dela, Roma, mesmo convidado, optou por não ir ao lançamento da candidatura a vereador do aliado de Diego Castro, que também tem o respaldo do deputado federal Capitão Alden (PL).

Rusga com Raissa

A rusga entre Raissa Soares e João Roma tem como motivo as declarações públicas da médica, que solicitou autorização do ex-presidente Jair Bolsonaro para deixar o PL visando ser candidata a deputada federal em 2026. Ela esta insatisfeita com a condução de Roma, por conta da permanência, no partido, dos deputados estaduais que apoiam o PT na Bahia: Vitor Azevedo e Raimundinho da JR. Raissa e Capitão Alden defendem a expulsão dos dois.

Batom da cueca

Presidente do MDB de Salvador, Lúcio Vieira Lima não perdeu a oportunidade de provocar Bruno Reis pela presença em eventos de lançamento de candidatos a vereador bolsonaristas. “Fica comprovado o que o prefeito quer jogar para debaixo do tapete, mas a digital está no batom da cueca. Ele quer ficar só com o bônus dos votos dos eleitores do ex-presidente e não com o ônus. Mas o eleitor sabe das coisas”, disse o emedebista à coluna.

Fugindo do naufrágio

O deputado estadual Júnior Muniz, que é petista mas controla também o Agir na Bahia, disse a aliados na Assembleia, segundo apurou a coluna, que o partido nanico teria 32 candidatos a vereador em Salvador se apoiasse Bruno Reis. Como foi pressionado pelo governador Jerônimo Rodrigues a fazer a coligação com Geraldo Júnior, os 32 pularam fora do barco para não afundarem juntos.

Prestígio em alta

Presidente da Assembleia, o deputado Adolfo Menezes (PSD) se reuniu longamente com Jerônimo Rodrigues nesta terça (20), na sede do governo baiano, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Por mais de duas horas, os dois trataram de novas ações em Campo Formoso, reduto do parlamentar, e em outras cidades do interior onde Adolfo tem base política. Além disso, se reuniram com empresários que têm interesse em fazer investimentos na área logística na Bahia, sobretudo em portos.

Linha de frente

O deputado federal Cláudio Cajado (PP) sinalizou nas redes sociais que pretende apoiar a candidatura do colega Antonio Brito (PSD) à presidência da Câmara Federal. Ele publicou uma foto ao lado de Brito, do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e do comandante do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o texto: “A Bahia na linha de frente da política nacional”. Vale lembrar que o outro candidato na disputa, o também baiano Elmar Nascimento (União), já foi convidado a ingressar no PP de Cajado.

Campanha monitorada

Em Itabuna, o MDB deixou claro ao deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), candidato a prefeito apoiado pelos Vieira Lima, que a campanha não pode fazer críticas ao governo Jerônimo. Caso contrário, a sigla pode abandonar o barco. A cúpula emedebista vai monitorar de perto a disputa na cidade, sobretudo porque ACM Neto (União), principal adversário de Jerônimo, está também no palanque de Pancadinha.

Chapa branca

Temeroso do efeito do lançamento de três candidatos de oposição à sucessão na OAB baiana, o grupo que controla hoje a entidade decidiu formalizar a candidatura à reeleição da atual presidente, Daniela Borges, trocando, no entanto, sua vice, Cristiane Gurgel, por um homem, Hermes Hilarião, de olho no eleitorado jovem. Mas o que não passou mesmo despercebido dos adversários foi a chamada “branquitude” da chapa.

 

Pitacos

* Vereadores do PT em Salvador estão recebendo ligações da coordenação da campanha de Geraldo Júnior para que marquem presença nos eventos da chapa majoritária. A queixa é que os edis estão preocupados apenas com as próprias reeleições.

* Do lado de Bruno Reis, o problema é o excesso de vereadores e candidatos nos atos de campanha. A queixa de aliados é que tem postulante sem trabalho prestado no bairro visitado pelo prefeito que mesmo assim aparece nas caminhadas para sair na foto.

* Vereadores da turma de Bruno andam se queixando do candidato a vereador Tiago Queiroz (PP), que participa dos eventos da chapa majoritária cercado por apoiadores “fortões” e “truculentos”.

* Líder de Bruno Reis na Câmara Municipal, o vereador Kiki Bispo (União) tem usado e abusado do bom humor nas redes sociais durante a campanha eleitoral. Em um dos vídeos, virou até Thor, deus da mitologia nórdica.

* Candidata à reeleição, a vice-prefeita de Salvador Ana Paula Matos se reuniu nesta quarta (21) com candidatas à Câmara Municipal do partido dela, o PDT. Deu uma injeção de ânimo na mulherada pedetista.

* Candidatos em Lauro de Freitas, Antonio Rosalvo (PT) e Débora Régis (União) se declararam como pardos. Ou seja, um não pode acusar o outro de tentar tirar proveito dos recursos garantidos no fundo eleitoral para quem não se diz branco.

* Candidato a prefeito em Dário Meira, Neilson de Caetano (PDT) quase foi acionado por crime eleitoral pelos adversários por publicar uma “foto” do número dele no letreiro da cidade. Mas descobriu-se a tempo que a imagem era, na realidade, uma montagem.

* O prefeito de Laje, Binho de Mota (PSD), é acusado pelos professores do município de não pagar os valores referentes ao repasse ao INSS do funcionalismo. A acusação já foi parar no Ministério Público da Bahia.

* Prefeito de Jequié e candidato à reeleição, Zé Cocá (PP) tem o apoio das lideranças mais expressivas do PSD, partido que lançou como postulante o administrador Alexandre Iosseff. Um dos vereadores do partido, inclusive, vai marchar com o pepista.

* Vale lembrar que, embora oficialmente a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) esteja com Iosseff em Jequié, os “verdes” declararam apoio a Zé Cocá. O próprio presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes, referendou o posicionamento.

Radar do Poder: O deputado-candidato mais rico, o patrimônio dos vereadores, o novo Vieira Lima e o impasse na OAB-BA

radar do poder | 14 agosto 2024

Cheio da grana

Entre os deputados baianos que são candidatos a prefeito ou a vice nas eleições deste ano, sejam da Assembleia Legislativa ou da Câmara Federal, aquele que declarou maior patrimônio à Justiça Eleitoral foi o deputado estadual Raimundinho da JR (PL), que está na disputa em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Ele informou bens que somam mais de R$12,1 milhões, sendo a maior parte, cerca de R$7,1 milhões, oriundos de 95% das cotas da empresa JR Empreendimentos Ltda.

Segue a lista

A lista é seguida pelo deputado federal Zé Neto (PT), que é candidato em Feira de Santana e declarou mais de R$ 3,9 milhões, e pelo deputado estadual Eures Ribeiro (PSD), postulante em Bom Jesus da Lapa e que informou um montante superior a R$ 1,2 milhão. O quarto mais “rico” é o deputado federal Waldenor Pereira (PT), concorrente em Vitória da Conquista, com pouco mais de R$ 1 milhão em patrimônio.

Mais pobres

Entre os mais “pobres” está a deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), candidata em Porto Seguro, que declarou R$ 344 mil, curiosamente um valor pouco abaixo do que o prefeito do município, Jânio Natal (PL), postulante à reeleição, informou ter guardado em espécie. A lista é fechada pelos deputados estaduais Pablo Roberto (PSDB), candidato a vice-prefeito em Feira com declaração de R$ 281 mil arredondados, e Pancadinha (Solidariedade), que garantiu ter apenas R$ 21 mil numa conta-salário.

Prejuízo da vereança

No jogo de ilusões da declaração de bens à Justiça Eleitoral, dos 42 vereadores de Salvador que são candidatos à reeleição, 13 informaram ter ficado mais “pobres” entre o pleito de 2020 e o de outubro próximo. Outros 26 disseram ter elevado o patrimônio e outros e três repetiram não ter qualquer tipo de bem no próprio nome: Roberta Caíres (PDT), Átila do Congo (PMB) e Sandro Bahiense (PP).

Perde e ganha

Como já divulgou a imprensa, o vereador com mais bens declarados é Alfredo Mangueira (Republicanos). Só que, em números arredondados, o patrimônio dele caiu de R$ 7,3 milhões para R$ 5,1 milhões entre 2020 e 2024. Outros três edis registraram crescimento patrimonial partindo do R$0: Marcelo Maia (DC), hoje com R$ 906 mil; André Fraga (PV), agora com R$ 448 mil; e George Gordinho da Favela (PP), atualmente com R$ 42,2 mil.

Bateu o desespero

Preocupado com a reeleição da esposa, a vereadora Débora Santana (PDT), o comunicador Uziel Bueno anda atirando para todo lado. Esta semana, partiu para cima do presidente da Associação Comunitária do Marback e Imbuí, Ricardo Justo, que é candidato a uma cadeira na Câmara Municipal pelo mesmo partido de Débora. Em um programa de rádio, Uziel afirmou que Ricardo se comporta como “dono” da entidade. Gerou mal estar no ninho pedetista.

Bruxo em ação

O senador Jaques Wagner (PT) articula para atrair novamente o PP para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Wagner tem mantido conversas até com o secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, uma das principais lideranças do partido no Estado e com influência junto ao presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira (PI). Embora esteja rompido com o pai do secretário, o deputado federal João Leão (PP), Wagner tem uma boa relação com Cacá.

Como nuvem

Apesar das especulações, ainda não há negociação concreta entre Jerônimo e o PP, que na Bahia é comandado pelo deputado federal Mário Negromonte Júnior. As conversas objetivas só devem ocorrer depois das eleições de outubro. Embora Cacá hoje defenda que os pepistas sigam na oposição e ao lado do grupo do prefeito Bruno Reis (União) e do antecessor ACM Neto (União), Wagner sabe que isso pode mudar. Até porque o secretário de Governo da Prefeitura será candidato a deputado federal em 2026 no lugar do pai.

Fazendo conta

No final da semana passada, jantaram na Casa Vidal, restaurante português de Salvador, os deputados Antonio Brito, Gabriel Nunes e Diego Coronel, todos do PSD. A pauta do encontro foi a eleição à presidência da Câmara Federal. Nas contas do trio, o apoio dos evangélicos pode ser decisivo. Por isso, Brito deve se aproximar mais do presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), que também é candidato. Quem sair da disputa ou não avançar a um eventual segundo turno, apoiaria o outro.

Olho gordo

Os irmãos Vieira Lima estão decididos a lançar, em 2026, um candidato a deputado federal próximo da família. Geddel prefere o nome de Lúcio, mas a tendência é que o escolhido seja o primo Jayme Vieira Lima Filho, que assumiu o comando do MDB na Bahia e a chefia da Cerb. Os Vieira Lima tentam convencer Jayme, que é advogado, a aceitar o desafio. A candidatura é estratégica até para afastar o “olho gordo” do deputado federal Ricardo Maia, único representante do MDB na Câmara pela Bahia, sobre o comando da legenda.

Agressor de mulheres

Em discurso nesta terça (13), o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), cobrou uma reação da sociedade contra os casos de violência às mulheres. Ele citou a morte da delegada Patrícia Aires e lamentou que existam candidatos a prefeito com histórico de agredir as companheiras, citando Coaraci, no sul. Indiretamente, ele se referiu ao empresário Célio Passos, que, embora seja do PT, é adversário de Rosemberg. “O que um cidadão como esse não vai fazer com outras pessoas da cidade?”, provocou.

Montando a equipe

Ligado ao deputado federal Otto Alencar Filho (PSD), o ex-vereador de Paulo Afonso Mário Galinho (PSD), que é candidato a prefeito na cidade este ano, tem sido alvo de críticas, inclusive de aliados, porque teria deixado as decisões importantes da campanha a cargo do ex-prefeito Raimundo Caires, a quem se acusa de ter firmado parceria com um grupo empresarial “estrangeiro” com interesse em prestar serviços no município. O ex-prefeito, que foi responsável pela extinção da Ceasa e do Parque de Exposições de Paulo Afonso, já é apresentado por Galinho como seu futuro secretário da Fazenda.

Queda e coice

A decisão do TSE de impugnar nesta terça (13), por unanimidade, a candidatura do advogado Leandro Gesteira à vaga de desembargador do TRE baiano colocou a OAB-BA num impasse: abrir ou não uma investigação contra o profissional, acusado na ação que resultou na sua impugnação de inidoneidade. Teria, no entanto, a instituição peito para enfrentar o grupo de desembargadores que bancou a candidatura de Gesteira, ainda mais depois dos boatos de que estiveram por trás da artilharia contra o advogado setores da própria Ordem baiana?

Na mira

Na noite de ontem (13), juristas disseram à coluna que, mais do que uma lição pública sobre a importância da conduta pessoal de quadros que planejam concorrer à magistratura, a decisão do TSE contra Gesteira foi um duro recado ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) quanto à necessidade de observar os mesmos requisitos na hora de escolher novos membros para o Judiciário. Um deles, baiano radicado em Brasília, chegou a relatar perceber o crescimento, de novo, de um sentimento contra o tribunal baiano em órgãos federais.

“Ur Grace!”

Foi motivo de toda sorte de piadas, dentro e fora do TJ-BA, um decreto recente exigindo que desembargadores e juízes sejam tratados por “Sua Excelência”. O autor da ideia seria o novo secretário-geral da Presidência, Pedro Vieira da Silva Filho. Nos corredores do Tribunal, depois da iniciativa, ele passou a ser chamado de “Ur Grace”, deferência com que se referem aos Duques, segundo posto mais importante na nobreza depois do dos príncipes.

Pitacos

* A direção estadual da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) se reuniu nesta terça (13) em Salvador e mais uma vez não conseguiu chegar a um entendimento sobre qual será o candidato das três siglas em Juazeiro. Um novo encontro ocorre hoje.

* Houve, no entanto, uma mudança no PV, que decidiu agora retirar a candidatura do deputado estadual Roberto Carlos para apoiar o nome do MDB, Andrei Gonçalves. Pesou na posição do ex-deputado federal da legenda Edson Duarte, que é de Juazeiro.

* O deputado federal Ricardo Maia (MDB) deve romper, ao menos em Tucano, a parceria política com o deputado estadual Rogério Andrade (MDB). Maia avalia que a “dobradinha” favoreceu muito mais o aliado de partido e que ganhou pouco com isso.

* A vereadora de Salvador Laina Crisóstomo (PSOL) demonstrou toda ousadia numa publicação no Instagram com o objetivo de encorajar outras mulheres a “romper o que as prendem, as encarceram, as limitam”.

* Ex-secretária de Segurança da Bahia, Kátia Alves, candidata a vereadora pelo União Brasil, tem sido implacável nas críticas ao governo baiano por conta do aumento da violência na capital. Mas também não deixa de apresentar propostas ao setor.

* Para o presidente do PV em Candeias, Toni Gleidson, foi um “gol de placa” da candidata a prefeita Marivalda da Silva (PT) a escolha da ex-adversária e ex-prefeita Tonha Magalhães (Avante) como companheira de chapa. “Somam forças”, disse.

* Prefeito de Jequié e candidato à reeleição, Zé Cocá (PP) decidiu lançar uma enquete na internet para que os seguidores o ajudem a escolher a foto da urna. Uma das opções, a do “loiro pivete”, tem dado o que falar.

* Assessor parlamentar na Assembleia Legislativa, Célio Machado foi agraciado na semana passada com o título de cidadão de Muritiba, em função dos serviços prestados ao município.

Radar do Poder: Os alertas a Jerônimo, a reconciliação entre Neto e Roma e os temores dos marqueteiros de Geraldinho

radar do poder | 07 agosto 2024

Alertas ao governador

Além das três ressalvas contidas no relatório, ao aprovar a contabilidade do primeiro ano de gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), nesta terça (06), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também fez seis alertas ao petista, aos quais a coluna teve acesso. Um deles cita a existência de “despesas inelegíveis no cálculo do Índice de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), no montante de R$113,2 milhões”. Outro aborda problemas nos registros de execução dos processos de precatórios.

Distorções e subavaliação

Os auditores do TCE alertaram, ainda, para distorções causadas pelo uso indevido do registro de Despesas de Exercícios Anteriores (DEA); assunção de obrigações diretas superiores aos créditos orçamentários em quatro secretarias; e subavaliação dos restos a pagar, no valor de R$214 milhões. O Tribunal apontou também fragilidade nos procedimentos de planejamento, monitoramento e avaliação das ações de políticas públicas.

Matando a saudade

Parte do G10, bloco informal de dez parlamentares da Assembleia, se reuniu em um almoço nesta terça-feira (06), quando os trabalhos na Casa foram de fato iniciados após o período das convenções partidárias. Colocaram o papo em dia os deputados Ângelo Coronel Filho (PSD), Raimundinho da JR (PL), Luciano Araújo (Solidariedade), Vitor Azevedo (PL), Felipe Duarte (PP) e Hassan (PP). Ausentes os deputados Niltinho (PP), Laerte do Vando (Podemos), Nelson Leal (PP) e Antonio Henrique Júnior (PP).

Adesão do PP

Por falar em Felipe Duarte, ele não acredita numa adesão integral do PP ao governo Jerônimo Rodrigues logo depois das eleições municipais, como defende a maior parte da legenda. “Eu acho difícil que haja um caminho só ainda este ano, embora seja governista. Não tenho essa perspectiva de que haja uma harmonização com o grupo de João Leão (deputado federal) e Cacá Leão (secretário de Governo da Prefeitura de Salvador), que querem seguir na oposição”, declarou o parlamentar, que deve migrar para o Avante em 2026.

Abraço e dancinha

A convenção que confirmou a candidatura à reeleição do prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), no sábado (03), foi marcada pela reaproximação entre ACM Neto (União) e o ex-ministro João Roma (PL). Além de dividirem o palanque, os dois se abraçaram e Neto chegou a insinuar um convite para que Roma fizesse uma dancinha ao lado dele e de Ednaldo no palco. Apoiado pelo prefeito, o deputado estadual Niltinho (PP) não foi para não se misturar aos líderes oposicionistas.

Quem avisa…

A turma do marketing que perdeu a sugestão para que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) usasse um ponto eletrônico ao invés dos prompters (letreiros) que acabaram colocados no palco em que discursou na convenção do último domingo (04) comemorou discretamente os percalços do candidato do governo estadual à Prefeitura de Salvador durante o evento. Aos risos, alguns fizeram alusão ao ditado segundo o qual “quem avisa, amigo é”.

Sombra de Bruno

O principal temor daqueles que não queriam de jeito nenhum ver o candidato com um ponto eletrônico era de que os adversários usassem a imagem para alegar que se Geraldo não tem condição de discursar com espontaneidade num evento público sobre a cidade, apesar de anos na vida pública, não teria também capacidade para ser prefeito. O emedebista foi ao próprio evento sob a sombra do prefeito Bruno Reis (União Brasil), cuja performance na convenção do União Brasil havia sido elogiada pelos aliados.

Fugindo da polêmica

Parte dos vereadores de Salvador defendem que a Câmara não vote, durante o período eleitoral, projeto de autoria dos próprios edis. Com isso, esperam evitar polêmicas que gerem desgastes aos “representantes do povo” até o fechamento das urnas. A ideia é que sejam apreciadas apenas iniciativas de menor risco, como resoluções e indicações. Há, ainda, quem defenda que projetos polêmicos do Executivo também tenham a apreciação adiada, sobretudo na área ambiental.

Chá de sumiço

Vereadores da base de Bruno Reis se queixam da dificuldade em conseguir uma audiência com o chefe de Gabinete da Prefeitura, Francisco Elde. Um dos edis disse à coluna não acreditar que o “sumiço” se deva aos compromissos de Elde como presidente estadual do PRD, função que exerce desde fevereiro. Afinal, Igor Dominguez, outro assessor de Bruno e que preside o DC no Estado, segue recebendo normalmente os aliados do prefeito para tratar de obras demandadas pelos vereadores.

Briga de foice

A avaliação nos corredores da Câmara de Salvador é que o vereador Sidninho (PP) terá dificuldades para se reeleger. A concorrência é alta no ninho pepista, que deve ficar com até quatro vagas. É apontado como primeiro da fila o vereador Maurício Trindade, seguido do comunicador Jorge Araújo, que tenta o primeiro mandato e recebeu mais de 23 mil votos só na capital na eleição de 2022 para deputado federal. A briga de foice se dá entre os vereadores George Gordinho da Favela, Sandro Bahiense e Sidninho.

Custo André Fraga

Como mostrou o Política Livre (clique aqui para ler), dentro da Federação Brasil da Esperança em Salvador, ficou com o PV a tarefa de inscrever o maior número de candidatos a vereador (17, contra 16 do PT e 11 do PCdoB). Ou seja, coube aos “verdes”, que não têm candidaturas tão competitivas quanto os petistas, fazer a chamada “rabada” do grupo para ajudar os outros dois partidos a eleger representantes. A operação foi chamada de “custo André Fraga”, em referência ao vereador do PV, que apoia Bruno Reis (União Brasil).

Casa de apostas

Há quem aposte as fichas de que o ex-deputado e ex-vereador David Rios, que está no MDB, será o candidato mais bem votado na disputa por uma cadeira na Câmara de Salvador este ano. Em 2022, ele teve quase 50 mil votos apenas na capital na corrida malograda pela reeleição na Assembleia. Os contrários a essa tese argumentam, no entanto, que a eleição municipal é diferente, e mais: parte das lideranças que apoiavam David agora concorre contra ele no pleito.

Intervenção divina

Durante convenção do MDB em Araci, o deputado federal Ricardo Maia (MDB) afirmou, no palanque, que o grupo que lidera irá, em caso de vitória, demitir todos os nomeados pela Prefeitura e substituir os ocupantes dos cargos de confiança por aqueles presentes no evento e que apoiavam a candidatura do irmão dele, o emedebista Zelito Maia. A fala pegou tão mal que Zelito, acusado de ser um “estranho no ninho” no município, uma vez que sempre viveu em Ribeira do Pombal, se ajoelhou e pediu intervenção divina. Assista abaixo!

Drama infinito

Presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes acredita que a definição sobre quem será o candidato da Federação Brasil da Esperança à Prefeitura de Juazeiro ficará a cargo da direção nacional. “Na estadual, vai acontecer a mesma coisa, cada partido defendendo sua posição. Então, isso será nacionalizado. Na nacional, posso adiantar que o PV vai manter a mesma posição em favor de que o candidato seja o deputado estadual Roberto Carlos, do partido”, avisou.

Pendenga do norte

Ainda sobre Juazeiro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) revelou à coluna que conversou esta semana com o governador sobre a pendenga da base aliada no município. O emedebista afirmou que estava disposto a apoiar o candidato do PT, o ex-prefeito Isaac Carvalho, se o mesmo resolvesse as pendências na Justiça e se tornasse elegível, o que não ocorreu. Geddel declarou que é impossível para o MDB retirar do páreo o empresário Andrei Gonçalves, filiado à sigla e cuja candidatura ganha musculatura, para apoiar um competidor sub judice.

Pitacos

* Em entrevista a uma rádio esta semana, Geraldo Júnior disse que votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2018 a mando de ACM Neto. O irônico é que uma das principais críticas do emedebista a Bruno Reis é de que o prefeito só faz o que Neto manda.

* Por falar em Geraldo Júnior, o vereador Duda Sanches (União) provocou o adversário em conversa com a coluna. “Não vejo a campanha do vice-governador nas ruas da cidade. Não sinto essa presença, o que não incomoda ninguém”.

* Já o vereador Tiago Ferreira (PT), que já foi um dos petistas mais críticos à escolha do nome de Geraldo Júnior como candidato do governo, rebateu. “A militância se engajou na campanha em Salvador e esse movimento vai crescer. As pesquisas já mostram”.

* Pai de Geraldo Júnior, o ex-vereador Super Geraldo insistiu até o último instante junto ao filho e aos Vieira Lima para ser candidato a uma cadeira na Câmara Municipal este ano pelo MDB. Para evitar ciumeiras e por motivos de saúde, o pedido foi negado.

* Seguem fortes as queixas entre os vereadores da base de Bruno Reis de que atores da Prefeitura priorizam eleger o ex-presidente da Limpub Omar Gordilho (PDT) e reeleger os edis Roberta Caires (PDT) e Kiki Bispo (União).

* Além de cuidar da organização da campanha da federação PSDB/Cidadania em Salvador e de ser o Ouvidor-geral do município, Jean Sacramento, homem da confiança do vereador tucano Carlos Muniz, ainda arruma tempo para cursar medicina.

* Aliás, dos 44 candidatos a vereador da federação encabeçada pelos tucanos, nove são do Cidadania. Do total geral, apenas três nomes nunca foram testados nas urnas. A expectativa mais realista é que o grupo eleja de cinco a seis representantes.

* Quem pode pagar o preço por ter apostado as fichas em montar o próprio partido para disputar a reeleição é o vereador Átila do Congo, presidente do PMB na Bahia. Colegas de Câmara avaliam que a sigla pode não eleger ninguém. E tem gente vibrando.

* Causou estranheza a ausência de ACM Neto na convenção que confirmou a candidatura do vereador Otoniel Teixeira (União) à Prefeitura de Barreiras, principal município do oeste do Estado. Neto participou de eventos do tipo em diversas cidades.

* Do União Brasil, o deputado estadual Marcinho Oliveira subiu no mesmo palanque de Jerônimo durante a convenção que confirmou a candidatura de Zé Filho (PSD) a prefeito de Riachão do Jacuípe. Mas isso não é mais novidade!

Radar do Poder: Os jurados do PL, a gratidão do ministro, os intrigados de Guanambi e a “causa” da OAB

radar do poder | 31 julho 2024

Roma e o tribunal

Presidente do PL na Bahia, João Roma não tem a menor intenção de levar adiante o pedido do deputado federal Capitão Alden de expulsar da legenda parlamentares aliados ao PT (clique aqui para ler). Em entrevista recente, Roma afirmou que, embora se apegue às bandeiras bolsonaristas, “partido não é tribunal”. E tem mais: o dirigente sabe que a expulsão agradaria os deputados estaduais Vitor Azevedo e Raimundinho da JR, que ficariam livres para entrar numa sigla mais próxima do governo.

Olho nos suplentes

Raimundinho da JR é pré-candidato visto como competitivo à Prefeitura de Dias D’Ávila. Caso vença, o PL se livra de um aliado do PT na Assembleia e pode emplacar mais um bolsonarista convicto na Casa, o suplente Coronel França. Só que o coronel é candidato a prefeito de Teixeira de Freitas. Caso vença, nada muda na Assembleia, uma vez que assumiria Kátia Bacelar (PL), irmã do deputado federal Jonga Bacelar (PL), que já aderiu ao governo Lula (PT) e não dá a mínima para as queixas de Capitão Alden.

Aumento da concorrência

Aliás, o que se diz nos corredores da Assembleia é que, para os representantes legítimos do bolsonarismo, Diego Castro (PL) e Leandro de Jesus (PL), a pior hipótese é que Coronel França assuma a cadeira de deputado. Isso aumentaria a vaidosa disputa pelo protagonismo do discurso conservador na Casa, que já existe entre os dois parlamentares, embora publicamente de forma civilizada. Mas nos bastidores…

 

No ‘ponto’

A equipe de marketing de Geraldo Júnior (MDB) está fortemente tentada a usar um ponto eletrônico no emedebista durante a convenção que vai homologar a candidatura dele, neste domingo (4), na Arena Fonte Nova. O grupo teme que, apesar do ‘esforço’ do postulante e daqueles que tentam prepará-lo para discursar no evento, o vice-governador descambe, como é de costume, para o “lero, lero” se ficar solto, virando com isso alvo de mais críticas. Uma avaliação de custo-benefício precederá a decisão que for tomada.

Disputa em casa

Como já revelou a coluna, há uma disputa petista antecipada entre a agora deputada federal Elisângela Araújo e o chefe de gabinete Lucas Reis pela preferência do senador Jaques Wagner (PT) na corrida por uma cadeira na Câmara em 2026. O segundo é apontado como nova aposta de renovação do senador e tem, inclusive, comandado o direcionamento das emendas do chefe. Elisângela terá dificuldades até para receber novamente o voto do presidente do PT baiano, Éden Valadares, que articula em favor de Lucas, embora o chefe de gabinete negue qualquer divergência com a deputada.

Força de Adolfo

Presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD) mostrou força na convenção da esposa, Denise Menezes (PSD), no domingo (28), em Campo Formoso. Além de garantir as presenças do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do senador Jaques Wagner (PT), exibiu um vídeo do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmando que estará presente fisicamente na campanha a favor de Denise e contra o prefeito Elmo Nascimento (União), irmão do deputado federal Elmar Nascimento (União).

Gesto de gratidão

Rui havia confirmado presença na convenção de Denise, que comanda voluntariamente o projeto Assembleia de Carinho, no Legislativo baiano. Ele justificou a ausência alegando problemas de agenda. Ao garantir que participará fisicamente da campanha em Campo Formoso, o que não fará nem em Salvador, o ministro faz um gesto de gratidão ao apoio que sempre teve de Adolfo, inclusive para que a ex-primeira-dama Aline Peitoxo se tornasse conselheira no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

Queda de altura

Foi publicada no Diário do Legislativo desta quarta (31) a licença médica, por 180 dias, da deputada Maria Del Carmen (PT). O atestado de saúde aponta para uma doença grave que atinge a coluna da petista, provocando fortes dores e “múltiplas quedas da própria altura” nos últimos anos. A suplente Lucinha do MST (PT) foi convocada a assumir o mandato pelo período. Oficialmente, a Assembleia reabre após o recesso nesta quinta (01), mas as sessões só começam efetivamente semana que vem.

Intrigados de Guanambi

Não coloquem na mesma mesa o deputado federal Charles Fernandes (PSD) e a deputada estadual Ivana Bastos (PSD). Além de questões locais em Guanambi, os dois começaram a se desentender quando Ivana cravou que vai concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2026, se chocando com os interesses do antigo aliado. Os dois, inclusive, nem se cumprimentam mais. Presidente do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar deve tratar da questão depois das eleições municipais.

Especulação de Elmar

O deputado federal Leur Lomanto Júnior não acredita no apoio do partido dele, o União Brasil, à reeleição do presidente Lula, em 2026, ainda que os petistas apoiem a candidatura de Elmar Nascimento, líder da legenda, à presidência da Câmara, em fevereiro de 2025. “Defendo a candidatura à Presidência do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é do partido”, pontuou à coluna. Ele considerou que a hipótese de apoio a Lula, levantada pelo próprio Elmar, não passa de especulação.

Mudança de lado

Embora o símbolo do partido estivesse estampado no convite da convenção de José Ronaldo (União) em Feira, realizada nesta terça (30), o PDT não marcou presença no evento e caminha mesmo para mudar de lado e fechar apoio à candidatura do deputado federal Zé Neto (PT). Os pedetistas ficaram insatisfeitos com a escolha do deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) para a vice, pois havia a promessa de que fariam a indicação.

Neutralidade esquecida

O PT em Coité, região sisaleira, não gostou nada do vídeo gravado esta semana por Jerônimo Rodrigues ao lado da pré-candidata do PSD à Prefeitura, Val. O governador afirmou que estava na torcida pela vitória da aliada, sendo que o PT tem postulante em Coité, o ex-prefeito Assis – por isso, Jerônimo havia prometido ficar neutro na disputa. Também participaram da gravação o vereador Betão, candidato a vice na chapa e expulso do PT por não acompanhar Assis, e o deputado estadual Alex da Piatã (PSD), esposo de Val.

Contramão sisaleira

Em São Domingos, também na região sisaleira, o PT decidiu apoiar a candidatura do ex-prefeito Izaque Rios (MDB) ao Executivo municipal. Em 2022, Izaque caminhou com ACM Neto (União) para governador e chegou a publicar nas redes sociais que “a Bahia não suportava mais tanto descaso” e que “era hora de mudar”. O adversário no município é o atual prefeito Ilário Carneiro (PSD), que tentará a reeleição e, em 2022, marchou com Jerônimo.

Boicote político

Em conversa com a coluna, Ilário afirmou não entender a escolha do PT em “apoiar um adversário do governador, que votou em ACM Neto e Jair Bolsonaro (PL)”. E ainda acusou Izaque, que controla a maioria da Câmara de Vereadores da cidade, de articular para impedir a aprovação de crédito orçamentário especial visando colocar uma escola municipal que custou R$ 8,8 milhões para funcionar. “Tudo isso para tentar me prejudicar, com a ajuda do PT”, declarou o aliado de Otto Alencar.

A “causa” da OAB

A OAB baiana aproveitou o Mês da Advocacia, agora em agosto, para surpreender com o lançamento de uma campanha de outdoor no Estado. Embora não tenha ficado claro quem é a “causa” da instituição – se o cidadão ou o advogado -, está evidente que o grupo que atualmente a comanda se movimenta para tentar se manter no poder nas eleições de novembro, não importa quem seja o seu candidato, que ainda não foi claramente definido.

Pitacos

* A exemplo de ACM Neto em 2022, o prefeito Bruno Reis (União) também se declarou como pardo no registro da candidatura junto à Justiça Eleitoral.

* O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) homenageou o falecido Herzem Gusmão, ex-deputado e ex-prefeito de Vitória da Conquista, com uma foto antiga em um palanque ao lado de ACM Neto. Os maldosos disseram que bateu a saudade.

* Entre os deputados federais do PP, João Leão é o único que não aceita dialogar com Jerônimo Rodrigues visando a adesão total do partido ao governo do Estado. Embora próximo de Bruno Reis, Cláudio Cajado também já sinalizou que conversa com o petista.

* Ao mesmo tempo em que acusa de autoritárias as manobras do inelegível Isaac Carvalho (PT) para ser candidato em Juazeiro, Davison Magalhães, ex-presidente do PCdoB e secretário de Jerônimo, parabeniza o ditador Nicolas Maduro pela “vitória” no domingo.

* Durante a convenção de Bruno Reis, o ainda magoado deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) tomou cuidado para não aparecer em nenhuma foto ao lado da vereadora Débora Régis (União), candidata em Lauro de Freitas.

* A prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo (PDT), acha que merece medalha olímpica pagar o salário dos servidores em dia. Para anunciar a notícia, tentou ‘mitar’ nas redes parodiando Gabriel Medina. É pouco para quem busca o segundo mandato.

* O MDB trabalha com três nomes para a vice do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) em Itabuna: o do presidente municipal da sigla, Diego Pitanga; o do ex-secretário Coronel Serpa e o da ex-vereadora Charliane Souza.

* O prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL), tenta atrair a todo custo para o palanque Raissa Soares (PL), principal liderança bolsonarista no Estado. Ele acredita que assim pode vencer a reeleição em outubro. Os dois romperam após Jânio flertar com o PT.

* O PSDB aposta na eleição de Dudu Magalhães, sobrinho do ex-deputado Jutahy Magalhães, para uma cadeira na Câmara Municipal. Esta semana, Dudu e Jutahy trataram do pleito com Bruno Reis e o antecessor ACM Neto (União).

* Nas contas do deputado federal bolsonarista Capitão Alden, o PL vai eleger de três a quatro vereadores em Salvador. Todos conservadores, assegura. Na lista do partido, entrou até o polêmico Capitão André Porciuncula.

Radar do Poder: O dilema familiar da vereadora, o prefeito-alvo, a enrascada da primeira-dama e a luz amarela do PSD na capital

radar do poder | 24 julho 2024

Dilema familiar

Candidata predileta de ACM Neto (União) na disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Roberta Caíres (PDT) provocou um certo mal-estar entre aliados na capital ao tentar explicar o apoio da mãe, a missionária Gorete Caires, à pré-candidatura da deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD) à Prefeitura de Porto Seguro. Gorete, tida como uma liderança evangélica no município da Costa do Descobrimento, estará no mesmo palanque do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Palanques opostos

Na maior cidade do Extremo-Sul, onde Roberta morou por anos e chegou a ser candidata a prefeita, ACM Neto pretende apoiar a reeleição do prefeito Jânio Natal (PL) ou o postulante do PSDB, o empresário Luigi Rotunno. Ou seja, num município estratégico para a oposição a Jerônimo, a vereadora não assegurou a fidelidade da própria família ao grupo do principal padrinho político na capital, que ainda é visto como o único que pode garantir a reeleição da pedetista.

Munição aos ínvidos

O dilema familiar de Roberta Caíres virou munição entre os vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União), já enciumados com o apoio velado de secretários e dirigentes do Executivo municipal à vereadora do PDT em áreas como educação e assistência social. “Ao longo de quase quatro anos, ela, sempre ausente, nunca cuidou das próprias bases. Agora, precisa mais do que nunca da ajuda para se eleger, enquanto a maioria de nós nem sempre é atendida como deveria”, protestou um ínvido edil.

Alvo no Subúrbio

Outro que tem sido alvo da ira dos vereadores da base de Bruno Reis é o prefeito-bairro do Subúrbio, Afonso Rocha. Ele é acusado de trabalhar exclusivamente para favorecer a pré-candidatura de Marcelinho Guimarães (União), que investe alto na disputa proporcional. Os edis dizem que é normal os prefeitos-bairro trabalharem para eleger alguém, mas articular para “roubar” liderança ou prejudicar aliado não pode. Afonso estaria agindo, inclusive, pelas costas do prefeito.

Trator civilizado

Embora seja considerado um “trator” nas comunidades onde atua, o presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), tem sido elogiado por membros do bloco de sustentação de Bruno Reis no Legislativo pelo comportamento pré-eleitoral. Ao contrário do hoje vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que não considerou ninguém em 2020, quando concorreu à reeleição como chefe do Poder, Muniz evita a todo custo entrar nas bases de aliados. Com isso, marca pontos para se reeleger presidente.

Sou a Universal

Por outro lado, o vereador Luiz Carlos (Republicanos), que sonha em ser o próximo presidente da Câmara Municipal de Salvador, perdeu influência com os colegas ao utilizar a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Serin), quando ocupava o posto de chefe, até abril, para priorizar a si próprio e aos edis e pré-candidatos ligados à Igreja Universal. O resultado que é Luiz Carlos pode, sim, ser novamente o vereador mais votado, como foi em 2020, mas o plano de se eleger presidente ficou pelo caminho. Vale lembrar que a Serin segue sob a influência do evangélico.

Luz amarela

Como havia antecipado o Política Livre, o vereador Edvaldo Brito (PSD) não vai disputar a reeleição. Ele e o filho, o deputado Antonio Brito (PSD), irão apoiar a candidatura de Carlos Kleber (PSD), ex-secretário de Habitação da Conder. O sinal amarelo, no entanto, foi ligado. Os Brito identificaram que ao menos cinco pré-candidatos do PSD, na faixa dos mil votos, cogitam desistir da disputa para apoiar aliados de Bruno Reis. Isso pode atrapalhar os planos da sigla de eleger um, pois, sem o carisma de Edvaldo, cai o voto de opinião da legenda.

Mão na massa

Vereadores e dirigentes partidários que apoiam a candidatura de Geraldo Júnior disseram à coluna, ao longo desta semana, que o presidente da Conder, José Trindade (PSB), entrou de vez na campanha para ajudar os candidatos da chapa proporcional com intervenções pontuais em comunidades da cidade. Antes, para quem não lembra, a queixa era de que o órgão estaria fazendo corpo mole. A mudança deu uma injeção de ânimo nas bases de Jerônimo na capital e pode favorecer o emedebista.

Elo vinculante

Por falar em José Trindade, ele apoia a candidatura do ex-chefe de Gabinete da Conder, Humberto Neto, a vereador. O detalhe é que Humberto trocou o PSB pela Rede no prazo de filiações, para facilitar o caminho rumo à Câmara. E a Rede forma uma federação com o Psol, que tem como postulante ao Palácio Thomé de Souza o cientista social Kleber Rosa. Ou seja, Trindade também é visto com excepcional carinho na chapa que diz representar, de fato, a esquerda na capital baiana.

Briga socialista

No PSB, a avaliação é que cinco nomes brigam por duas vagas na Câmara Municipal: o vereador Sílvio Humberto; o vice-presidente estadual da sigla, Rodrigo Hita; o presidente do Sindicado dos Servidores da Prefeitura, Bruno Carinhanha; a liderança de Boa Vista do São Caetano Samuel Nonato; e o cantor, ex-vereador e ex-deputado Igor Kannário, cuja candidatura será confirmada na convenção de Geraldo Júnior. A deputada federal Lídice da Mata, presidente da sigla na Bahia, torce muito por Hita.

Endinheirados e incautos

Embora a Justiça Eleitoral tenha definido o limite de pouco mais de R$ 586 mil para os vereadores gastarem na campanha de Salvador, tem pré-candidatos que estimam torrar até R$ 3 milhões. Há novatos, e gente que tenta retornar ao Legislativo sem ter feito um bom trabalho de base, esbanjando com lideranças pelos bairros da capital e prometendo fazer um esforço gigantesco na reta final. Nesses tempos, o mercado da enganação também opera em alta entre as lideranças, montando armadilhas aos incautos.

Lugar ao sol

Membros da base do governador apontam que Jerônimo finalmente intensificou as articulações visando as eleições de outubro. Até parlamentares do PSD, que andavam criticando o petista, passaram a elogiá-lo. Jerônimo foi decisivo, por exemplo, na articulação para que o deputado federal petista Zé Neto se licenciasse do mandato, resolvendo entraves com o PT e o PSD. Como ninguém é perfeito, o grupo dos chamados novos aliados, formado por deputados do PP, Solidariedade, Podemos e PL, ainda aguarda um lugar ao sol no primeiro escalão.

Regresso de Augustão

Em Ilhéus, por exemplo, uma articulação conduzida por Jerônimo pode tirar o atual vice-prefeito Bebeto (PSB) da chapa liderada pela pré-candidata do PT, Adélia Pinheiro. O governador trabalha para que o vereador Augustão, lançado como pretendente à Prefeitura pelo PDT, seja o vice da petista, se retirando da disputa. Em troca, o governo se empenharia para eleger Bebeto deputado federal ou estadual em 2026. O acordo, se selado, pode tornar Adélia favorita a vencer o pleito. Augustão já foi do PT.

Dormindo com o inimigo

Ainda sobre Ilhéus, a deputada estadual Soane Galvão ficou numa situação delicada com o rompimento do partido dela, o PSB, com o prefeito Mário Alexandre (PSD), com quem é casada. A primeira-dama quer deixar a legenda, mas já soube que, se o fizer, o partido pode pedir o mandato dela na Justiça Eleitoral por infidelidade. Ela já enfrenta um processo na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico, referente ao pleito de 2022, que pode tirar-lhe o mandato. O prefeito lançou a pré-candidatura do ex-secretário Bento Lima (PSD).

Candidata do coração

Com uma gestão mal avaliada, o prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), não se ajuda na tarefa de tentar viabilizar a reeleição. No início deste mês, ele se ausentou de uma agenda de Jerônimo na cidade vizinha, Capim Grosso. Chateado com o comunista, o governador se sentiu livre para seguir o coração e fazer um afago na pré-candidata do PSB em Jacobina, a dentista Mariana Oliveira, que deixou o PT para poder concorrer em outubro. Jerônimo chamou a ex-petista para ficar pertinho dele, na frente do palanque.

Previdente

A “Operação Ceres”, do MP baiano, que desbaratou um esquema de corrupção existente no Inema envolvendo funcionários, mostrou que o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Sodré, estava certíssimo ao ter dado uma boa mexida no órgão subordinado à pasta assim que a assumiu. Iniciativa de quem tem um pendor especial para a gestão e fareja problemas à distância.

Pitacos

* A federação PSDB/Cidadania realizou, nesta quarta (24), uma convenção em Salvador para adiantar a documentação dos postulantes a vereador. A festa mesmo dos tucanos acontece nesta quinta (25), na oficialização de Bruno Reis como candidato.

* Por falar em PSDB, o agora tucano Adriano Meirelles, ex-vereador e pré-candidato a retornar à Câmara em outubro, promove um evento político no sábado (27), no Subúrbio, com as presenças de Bruno Reis e do secretário de Governo, Cacá Leão (PP).

* Com a desistência de Sérgio Kabrocha (PSD) em concorrer a uma cadeira na Câmara de Salvador este ano, o ex-deputado e ex-vereador Paulo Câmara (PSDB) vai apoiar a candidatura do empresário Rodrigo Amaral (PSDB).

* Aliado de Bruno Reis, embora esteja no PV, partido que fechou com Geraldo Júnior, o vereador André Fraga decidiu: não vai nem à convenção do prefeito e nem na do vice-governador. Quer evitar problemas de ordem legal e política.

* Além de Juazeiro, a federação formada por PT, PCdoB e PV tem que resolver, na reunião desta quinta (25), impasses para a definição de candidaturas em cerca de 20 outros municípios de menor porte.

* O deputado estadual Eures Ribeiro vai colocar no mesmo palanque na eleição para a Prefeitura de Bom Jesus da Lapa o PSD, partido dele, o União Brasil, o Republicanos, o PSB e o PP. Aliança heterogênea para tentar retomar a Prefeitura.

* Pré-candidato do PDT em Itabuna, o médico Isaac Nery disse nesta quarta (24) a aliados que se mantém na disputa, ou seja, não vai aceitar ser vice do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade), como quer ACM Neto.

* Em Feira, a aliança do PDT com o União Brasil pode dar xabu. Com a relação azedada por conta de desacertos em grandes cidades, a exemplo de Itabuna, os pedetistas podem deixar José Ronaldo e apoiar Zé Neto.

* Para tentar atrair o MDB, o pré-candidato do PT em Barreiras, Tito Cordeiro, ofereceu entregar, caso eleito, o comando da Secretaria Municipal de Saúde à ex-vereadora Karlúcia Macedo, postulante do MDB. Karlúcia recusou.

* Pré-candidata do MDB em Conceição do Coité, Val divulgou o convite da convenção com Jerônimo e o presidente Lula na foto. O detalhe é que lá o governador ficará neutro, uma vez que o PT também lançou candidato: o ex-prefeito Assis.

Radar do Poder: A armadura de Lucas Reis, o vigor de Otto Alencar e os candidatos de Bruno Reis e ACM Neto

radar do poder | 17 julho 2024

Amigo do senador

A insistência do dirigente petista Éden Valadares em manter a pré-candidatura do ex-prefeito Isaac Carvalho em Juazeiro, mesmo diante da inelegibilidade do aliado, passa também pela eleição de 2026. O projeto é fortalecer o nome de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), para a disputa de deputado federal. Isaac, que tem grande potencial eleitoral no quinto maior município do Estado, já teria assegurado apoio a Lucas. Com a caneta na mão, poderia, naturalmente, transferir muito mais votos.

Tônus muscular

O PT baiano busca, a pedido de Wagner, que aposta em seu plano de renovação da agremiação praticamente todas as fichas no assessor, dar musculatura a Lucas Reis em grandes municípios do Estado, o que envolve articulações já em 2024. Em Barreiras, maior cidade do Oeste, o pré-candidato petista Tito, ex-deputado federal, já assegurou apoio ao candidato em 2026 se for eleito prefeito. Essa estratégia em favor do pupilo do senador desagrada aliados de outras siglas, que se queixam que Wagner concentra suas atenções eleitorais apenas em Lucas.

Peça de ficção

Uma das queixas é que o conselho político, que se reuniu pela última vez em dezembro de 2023, virou peça de ficção, apesar das promessas do governador Jerônimo Rodrigues de que dialogaria com os aliados sobre a política no interior. “O tal conselho agora se limita ao governador, a Wagner e a Éden e só serve para discutir como favorecer os candidatos petistas de 2024 e de 2026”, comenta, sem disfaçar a inveja, um importante membro da base. No domingo (14), inclusive, os três se reuniram no CAB e trataram também das eleições.

Política hereditária

Voltando a Barreiras, depois de escolher um até outro dia adversário de Jerônimo como vice, deixando fora da chapa partidos aliados como o MDB e o PSD, Tito irritou ainda mais parcela significativa da base do governador no município ao sinalizar que pretende apoiar o próprio filho, o advogado Ayrton Cordeiro, na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, em 2026. No governo, dizem que a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD), só não rompeu para não perder a ‘boquinha’.

Fila andou

Como já revelou a coluna, as articulações de Tito, além de afastarem Jusmari, que quer retornar à Assembleia, colocam a pré-candidata do MDB em Barreiras, ex-vereadora Karlúcia Macedo, como virtual vice na chapa do pré-candidato a prefeito do PP, Danilo Henrique. O petista escolheu como companheiro de chapa o atual vice-prefeito, Emerson Cardoso, que era do União Brasil e se filiou ao Avante por articulação do secretário-geral da sigla na Bahia, Pablo Barrozo, outro que deseja voltar à Assembleia.

Animal político

Se já costumava receber cerca de 25 pré-candidatos a Prefeituras no escritório de Salvador durante a semana, o senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, vai  intensificar ainda mais a agenda durante o recesso de meio de ano do Congresso. Somente entre segunda (15) e terça (17), ele recebeu 46, de diversos partidos. O ritmo deve explicar, quando nada em parte, o que leva o PSD a ter hoje 125 prefeitos na Bahia. A dificuldade de Otto agora é escolher em quais convenções ir no interior.

Osso do MDB

O MDB busca estender a tese defendida por Otto Alencar e Jaques Wagner, relativa a titulares de postos executivos, de que a reeleição em 2026 é um direito de quem está no cargo. Ou seja, dentro dessa lógica, caso o vice-governador Geraldo Júnior, que é emedebista, perca a disputa pelo Palácio Thomé de Souza, também teria automaticamente a prerrogativa de ser mantido na chapa governista. Caso ganhe, no que pouca gente acredita, valeria uma nova discussão, disse à coluna um político próximo aos Vieira Lima, que não estão dispostos a largar o osso de Jerônimo.

Fora da rabada

Dentro da federação, o PT deve lançar 20 candidatos a vereador em Salvador, o PV 13 e o PCdoB 11. A conta revela que os comunistas seguem adeptos da velha tática, aplicada desde as coligações, de apostar mais na qualidade do que na quantidade. Os petistas não gostam nada disso e acusam os comunistas, que deveriam, em tese, apresentar mais postulantes do que os “verdes”, de mais uma vez não contribuírem com a chamada “rabada” (lista de postulantes de menos votos), embora se favoreçam com ela.

Contas da federação

O PCdoB acredita que pode fazer até três vereadores (hoje tem dois). O PV, que tem um – André Fraga, aliado do prefeito Bruno Reis (União) – acha que tem condições de eleger dois – são cotados pela legenda como possíveis surpresas os pré-candidatos Irmã Day e Arthur Portela, lideranças comunitárias que apoiam Geraldo Jr. Essas contas são formuladas com base numa redução do número de edis do PT, hoje com quatro, uma vez que a federação não elege nove. Os mais otimistas apostam em sete.

Candidatos do coração

O PDT tem os dois candidatos a vereador prediletos de Bruno Reis e do antecessor ACM Neto (União). Bruno quer ver o ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho eleito. Já Neto mexe os pauzinhos em favor da reeleição da vereadora Roberta Caires. A conta é que os pedetistas elegem de três a quatro vereadores. Estão na briga ainda os vereadores Anderson Ninho e Débora Santana e o ex-diretor da Codecon, Zilton Neto, que tem o apoio do deputado Leo Prates (PDT) e ficou com parte das lideranças que apoiavam Roberta, como já revelou a coluna.

Guerra santa

Dizem que quem deve perder a cadeira nessa briga é Débora Santana. O apresentador Uziel Bueno, de quem a edil é esposa, andaria, inclusive, irritado com Bruno Reis, sob a suspeita de que o prefeito não estaria preocupado como deveria com a reeleição da companheira. Uma das ameaças a Débora é a pré-candidata Tia Jove, do PSDB, que vem forte para ficar com uma vaga – ambas disputam votos no segmento evangélico da cidade.

Língua grande

Está no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a decisão sobre se a BYD vai herdar os benefícios fiscais da Ford em Camaçari. Segundo fontes da bancada baiana, a decisão deve ser favorável à montadora chinesa, mesmo o ministério não tendo gostado nada de declarações recentes do representante da empresa no Brasil, Alexandre Baldy, de que a pasta comandada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) era retrógrada no estímulo à produção de carros com baixa pegada de carbono.

Sinal de fumaça

Membros da bancada baiana na Câmara Federal acreditam que a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), na festa de aniversário organizada pelo deputado Elmar Nascimento, em Brasília, na semana passada, serviu para o petista sinalizar aos aliados na Bahia de que pode construir caminhos alternativos visando o próprio futuro político. Dias antes, Rui deixou de comparecer ao evento organizado pelo deputado Antonio Brito, do PSD, que trabalha pela reeleição do senador Ângelo Coronel, em 2026.

Diálogo aberto

Liderança no sul da Bahia, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) já abriu conversas com o PP buscando apoio da sigla à candidatura da ex-secretária de Educação Adélia Pinheiro (PT) em Ilhéus. Diante da desistência do ex-prefeito Jabes Ribeiro, que era o postulante pepista, o parlamentar estabeleceu um diálogo com o secretário de Governo de Salvador, Cacá Leão (PP). Jabes ficou irritado com o União Brasil, que manteve a pré-candidatura menos competitiva, do empresário Valderico Júnior.

Nunca beberei

“Para mim foi uma surpresa a desistência de Jabes porque ele aparecia, nas pesquisas internas que vi, com uma performance melhor do que a de Valderico. Gostaria muito de ter o apoio de Jabes, que tem história na cidade. Vou conversar pessoalmente com ele, assim como com outros aliados de Adélia”, disse Rosemberg à Radar do Poder. Questionado sobre se aceitaria ser vice de Valderico, como é o desejo do União Brasil, Jabes respondeu taxativo: “Jamais”.

Pitacos

* Ainda sobre Ilhéus, difícil mesmo vai ser Rosemberg conversar com Bento Lima (PSD), pré-candidato lançado pelo prefeito Mário Alexandre (PSD). Bento acionou o petista na Justiça por divulgação irregular de pesquisa eleitoral.

* Tudo porque, numa entrevista a uma rádio local, o deputado do PT afirmou que Adélia estava crescendo, enquanto a rejeição a Bento aumentava, o que já foi constatado por outras legendas do governo e da oposição. Rosemberg não citou nenhuma pesquisa.

* A articulação do secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso (PT), que convenceu Jerônimo Rodrigues a apoiar a pré-candidatura de Cyro Novais (MDB) em Serrinha, desagradou parte da militância petista na cidade, que queria a cabeça de chapa.

* Além do ex-deputado Gika Lopes (PT), que tinha o apoio quase solitário de Osni, de quem é liderado, o presidente municipal da legenda, Sandro Magalhães, também estava no páreo. Ele confirmou à coluna a desistência.

* Os deputados federais Ricardo Maia (MDB) e Gabriel Nunes (PSD) vivem uma intensa disputa pela hegemonia política na região nordeste da Bahia. Em 90% das cidades por lá, estão em palanques opostos, mesmo sendo da base de Jerônimo.

* Prefeito de Barreiras, Zito Barbosa (União) assumiu o papel de coordenador da campanha do sucessor, o vereador Otoniel Teixeira (União). Coube também ao gestor escolher o vice na chapa, o ex-procurador-geral do município Túlio Viana (União).

* Presidente do Solidariedade na Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo garante que não há possibilidade de o colega de Assembleia e de partido Pancadinha desistir da pré-candidatura em Itabuna.

* Alguns políticos dizem que uma pesquisa vai decidir o candidato da oposição em Itabuna, insinuando que Pancadinha poderia ceder em favor de Capitão Azevedo (União) ou Isaac Nery (PDT). “Isso não vai acontecer”, garante, taxativo, Luciano Araújo.

* Após a especulação de que vai desistir da pré-candidatura em Feira de Santana, que começou a circular ontem, o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) tomou um “chá de sumiço”. Desligou o telefone.

*Adversários de Bruno Reis ficaram incomodados com a foto publicada pelo prefeito, ao lado da vice Ana Paula Matos (PDT), na qual os dois formam o número 44 com as pernas. Enquanto eles se divertiam, chamaram de “sem graça”.

Radar do Poder: A resenha dos vaqueiros, a inveja contra o assessor de Wagner, o mensageiro de Ilhéus e Geddel fora da campanha

radar do poder | 10 julho 2024

Encontro marcado

O encontro casual entre o prefeito Bruno Reis (União) e o presidente do PP baiano, Mário Negromonte Júnior (PP), em Curaçá, durante a Festa do Vaqueiro, no sábado (06), gerou especulações, muitas “plantadas” por aliados do próprio governo estadual, de que a cúpula pepista estaria se afastando do Palácio de Ondina. A realidade, no entanto, é que, a pedido dos deputados estaduais e de prefeitos da sigla, o comando do PP pretende afinar o diálogo com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) logo após as eleições.

Origens no couro

Bruno, por sinal, costuma marcar presença na Festa do Vaqueiro, que é da região norte do Estado – ele só nasceu em Petrolina (PE), do lado de Juazeiro, que fica a 90 quilômetros de Curaçá. Nas redes sociais, escreveu que foi renovar as energias onde tudo começou. Jerônimo também esteve presente, mas não se encontrou com o prefeito de Salvador. O governador lembrou que é filho de vaqueiro. Para os dois, o PP lembra do ditado: “do couro sai a correia”.

Aliança bolsonarista

Quem faltou à festa, mesmo com a presença do governador, foi o ex-prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PT), pré-candidato este ano. Dois motivos são apontados como justificativa da ausência: jogou a toalha sobre o pleito de 2024 diante da inelegibilidade ou, o que é mais provável, ficou com vergonha de Jerônimo pelo apoio ao bolsonarista Adriano Araújo (Podemos) na disputa pela Prefeitura de Curaçá. Lá, o PT lançou Murilo Bomfim (PT), considerado por Isaac um político sem palavra.

Autointitulado vaqueiro

O candidato apoiado por Isaac em Curaçá é o mesmo do atual prefeito Pedro Oliveira (Podemos), de quem o petista é aliado e que já presentou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com um gibão de couro. Todos os demais postulantes em Juazeiro da base de Jerônimo – os deputados Zó do Sertão (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), o empresário Andrei Gonçalves (MDB), o ex-prefeito Joseph Bandeira (PP) e o advogado Márcio Jandir (PP) – estiveram na festa. Faltou só aquele que se autointitula vaqueiro.

Fiador do norte

Mas manter Isaac na disputa segue como prioridade absoluta para o presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, segundo quem os problemas do aliado na Justiça Eleitoral serão resolvidos a tempo. A determinação é tanta que o dirigente chegou a pedir ao deputado federal Mário Negromonte Júnior que o PP não embolasse ainda mais a sucessão lançando Márcio Jandir, que já foi petista, para apoiar o ex-prefeito. Como já lembrou a coluna anteriormente, Jandir saiu do PT justamente para poder ser candidato.

Questão de honra

Para o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), se tornou uma questão de honra manter o Agir entre os partidos aliados na disputa pela Prefeitura de Salvador. A sigla é comandada indiretamente pelo deputado estadual Júnior Muniz, que é petista, mas defende o apoio à reeleição de Bruno Reis. Internamente, o candidato do MDB abriu guerra contra Muniz. Para ele, caso o partido, como é a tendência, fique com o prefeito, vai reforçar o discurso de que ele não agregou toda a esquerda, embora de esquerda, como todo mundo sabe, o Agir não tenha nada.

Apoio evangélico

A tese sobre o Agir é tão verdadeira que o candidato a vereador de Júnior Muniz em Salvador será o evangélico e conservador Ricardo Almeida (DC), postulante à reeleição e fiel aliado do Palácio Thomé de Souza. O Agir, que não montou chapa competitiva, deve ficar de fora da Câmara Municipal em 2025. A legenda é comandada pela filha do deputado do PT, Társsila Muniz, que, a exemplo do que foi Alex Futuca no comando do MDB, onde quem manda mesmo são os Vieira Lima, é figurante na política com função burocrática.

Mensageiro errado

Em Ilhéus, a pré-candidata do PT, Adélia Pinheiro, pediu ao líder do governo na Assembleia, o petista Rosemberg Pinto, que converse com Júnior Muniz para ter o apoio do Agir. O gesto demonstrou a pouca habilidade política da petista, que vai disputar a primeira eleição. Ela não sabia que Muniz não gosta de Rosemberg e a reciproca também é verdadeira. Ou seja, no “leilão” pelo Agir, a sigla avança nas conversas com a oposição no município.

Dois pesos

Correligionários de Geraldo Júnior ficaram animados com a pesquisa divulgada esta semana pela Record. Eles acreditam que duas pessoas podem mudar o jogo a favor do emedebista: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Conder, José Trindade (PSB). O primeiro precisa reforçar e explicitar o apoio político e o outro entrar na campanha com a força da caneta para a realização de intervenções que rendam votos nos bairros de Salvador.

Pecado capital

É motivo de inveja entre aliados do governo baiano a desenvoltura aérea de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), que tem percorrido o interior baiano de avião top de linha visando arregimentar apoios já de olho na eleição para deputado federal em 2026. Recentemente, Reis provocou alvoroço ao desembarcar em Mundo Novo para o lançamento da candidatura de um empresário à Prefeitura.

Preço da fidelidade

Em Ipirá, Jerônimo irritou os emedebistas locais ao declarar, em entrevista de rádio, apoio à pré-candidatura de Thiago do Vale (PSD), nome lançado pelo prefeito Dudy (PSD) à sucessão municipal. Isso porque havia um entendimento de que o governador marcharia com Nina Gomes (MDB), esposa do ex-deputado estadual Jurandy Oliveira (MDB), que, quando estava no PP, em 2022, se manteve fiel ao petista mesmo com a sigla indo para a oposição.

Ruim de jogo

Insatisfeitos com a postura do ex-deputado federal Tito, pré-candidato petista em Barreiras, os emedebistas devem compor com o concorrente do PP, o jovem Danilo Henrique. Com isso, a companheira de chapa do pepista deve ser Karlúcia Macedo (MDB), que era pré-candidata, já foi vereadora, vice-prefeita e secretária municipal. Sem negociar os interesses dos aliados, Tito ofereceu a segunda posição na chapa ao outrora adversário Emerson Cardoso (Avante), que é o atual vice-prefeito.

Presença digital

Não é só o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que vai ficar de fora, ao menos presencialmente, da campanha eleitoral deste ano, inclusive em Salvador. Outro cacique da política local cuja participação será restrita é o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). Ele fará, nos próximos dias, ao menos três novas cirurgias no joelho por conta de uma infecção na prótese que colocou. Mas Geddel seguirá ativo nas redes sociais, onde costuma fazer barulho.

Inversão de tendência

Bastou começar a dar visibilidade ao seu trabalho na cidade para as pesquisas inverterem a tendência de derrota do prefeito de Santo Antônio de Jesus, Genival Deolino (PSDB). Ele teria passado à frente dos adversários, começando a abrir vantagem. Um dado interessante: atualmente a aprovação dele no município seria superior às do governador Jerônimo e do presidente Lula (PT).

Não fazendo e morrendo

“Wedo”. Separando as palavras em inglês “We do” e, traduzindo, seria “a gente faz”. Não é bem isso que a empresa que carrega o nome descolado vem fazendo no mercado. Responsável por revestimentos em pisos, paredes e madeira, vem levando seus clientes ao desespero com atrasos e não cumprimento de prazos. E, para piorar, tem prestado um péssimo atendimento, com um misto de arrogância e falta de educação. Do jeito que vai, logo, logo vai mudar de nome para “Wedied”, ou seja, “nós morremos”.

Pitacos

* Vereadores de peso da base de Bruno Reis começam a se queixar de que o prefeito deu uma desacelerada nas obras, sobretudo de menor porte, mas de peso eleitoral, realizadas em bairros da cidade.

* “Eu já disse ao prefeito que ele tem que continuar acelerado”, comentou à Radar do Poder um dos edis próximos ao Palácio Thomé de Souza.

* Para aliados de Geraldo Júnior, a intensificação das críticas de Bruno Reis ao emedebista é um fator positivo. “Isso demonstra que o prefeito sabe que vai ter eleição, ou seja, disputa”, comentou o presidente do MDB de Salvador, Lúcio Vieira Lima.

* O senador Otto Alencar (PSD) mudou de estratégia e resolveu defender de forma mais veemente a renovação do mandato do senador Ângelo Coronel (PSD) no pleito de 2026. Em entrevista esta semana, disse que a reeleição é um “direito intocável”.

* Segundo apurou a coluna, a fala, antes de ser dita, teve o respaldo de Jaques Wagner, que também não desejaria ter Rui Costa pleiteando a cadeira de senador ou do governador. Para Wagner, isso prejudicaria a aliança com os demais partidos.

* Comentário de um importante aliado do Palácio de Ondina à coluna sobre a fala de Otto: “Agora imagina o que a deputada federal Lídice da Mata (PSB), alijada da reeleição ao Senado em 2018 pelo PT e PSD, pensa sobre isso”.

* Aliados de Jerônimo pediram a ele que não fique se ‘metendo’ em “bola dividida” no interior do Estado. “O governador não pode ficar dando palpite em território onde a disputa acontece fortemente entre lideranças que o apoiaram”, aconselhou um deputado.

* Pré-candidatos em Ilhéus, Jabes Ribeiro (PP) e Valderico Júnior (União) pretendem definir ainda esta semana qual será o candidato da oposição a prefeito do município. Eles fizeram um acordo de que o mais competitivo lidera a chapa.

* Candidata à reeleição, a prefeita de Araci, Keinha de Jesus (PDT), deu início a uma campanha digital reforçando simplesmente que nasceu no município. O objetivo é atingir o principal adversário, o empresário Zelito Maia (MDB), que é de Ribeira do Pombal.

* Em Feira, José Ronaldo (União) só deve revelar o vice na chapa entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, prazo das convenções partidárias. Magoado até hoje, a aliados próximos tem prometido ser mais ‘justo’ do que ACM Neto foi com ele em 2022.

Radar do Poder: ACM Neto quase barrado, a luz própria de Bruno Reis, a satisfação de Geraldo Júnior e o recado para Isaac Carvalho

radar do poder | 03 julho 2024

Quase barrado

Controlado pelo governo do Estado, por meio da Polícia Militar, mais uma vez houve confusão no acesso ao setor reservado a autoridades na Lapinha, no início da festa da Independência. Desta vez, ACM Neto (União) só não foi barrado pelos militares porque o prefeito Bruno Reis (União) o resgatou. Mas não tiveram a mesma sorte o deputado federal Valmir Assunção (PT) e a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), que ficaram do lado de fora do cercadinho.

Cerco a Lula

Mas parlamentares da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) ficaram ainda mais irritados com o cordão de isolamento feito por militares em torno do presidente Lula antes e durante o 2 de Julho. Um dos deputados federais da Bahia, de tão irritado, se negou a receber a pulseira que daria acesso ao espaço em que Lula estava concentrado antes do desfile relâmpago em carro aberto. “Estão tentando militarizar uma festa que é essencialmente popular”, protestou à coluna.

Resenha matinal

Antes do início desfile cívico, houve uma concentração política de peso na casa de Bruno Reis, na Avenida Contorno. Estavam lá ACM Neto, o deputado federal Leo Prates (PDT) e os deputados estaduais Alan Sanches (União), Pedro Tavares (União) e Luciano Simões (União), entre outros políticos e parte da bancada de vereadores da base do Palácio Thomé de Souza. De lá, a turma seguiu unida, em vans, até a Lapinha.

Empate técnico

Aliados de Bruno Reis avaliam que o desfile do 2 de Julho demonstrou que o atual chefe do Executivo municipal se comparou ao antecessor ACM Neto quando o assunto é popularidade nas ruas de Salvador. Antes, Neto costumava ser alvo de um assédio muito maior, porém na festa deste ano já houve um empate, dizem lideranças próximas aos dois. Os mesmos aliados garantem que o ex-prefeito, que se ausentou no ano passado para dar o protagonismo ao sucessor,  vibrou com isso.

Fortões de Kiki

O assédio ao prefeito também foi intenso por parte dos vereadores e pré-candidatos na disputa proporcional. Na briga por espaço, alguns exageraram na dose e houve até briga entre apoiadores, muitos se comportando como verdadeiros seguranças brutamontes. Na altura da Soledade, por exemplo, “fortões” do vereador Kiki Bispo (União) arrumaram confusão com a fanfarra de Bruno Reis. Foi preciso chamar a Polícia Militar para acalmar os ânimos.

Marombados de Duda

Mas não foi só Kiki que foi ao 2 de Julho acompanhado de apoiadores valentões. O mesmo fez o vereador Duda Sanches (União), cuja turma se desentendeu com os brigões do pré-candidato Tiago Queiroz (PP), uma das apostas do deputado federal Elmar Nascimento (União) na eleição em Salvador. Depois, o mesmo time de Duda se desentendeu com os marombados do ex-presidente da Limpurb Omar Gordilho (PDT), que também mira uma cadeira na Câmara.

Nas alturas

Divertido foi ver a disputa entre os competidores a cadeiras na Câmara Municipal para tirar a melhor foto com Bruno Reis. Alguns chegaram a pedir aos apoiadores que levantassem o prefeito no ar, como foi o caso da edil Débora Santana e da ex-vereadora Léo Kret, ambas do PDT. Aliás, no âmbito do PDT, para o qual se estima a eleição de três a quatro vagas, estão na briga os vereadores Anderson Ninho e Roberta Caíres, além de Omar Gordilho e do ex-diretor da Codecon, Zilton Neto.

Ponto alto

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) ficou extremamente satisfeito com o resultado da visita de Lula a Salvador e a participação do presidente no 2 de Julho. Para o emedebista, um dos momentos positivos da agenda foi quando o petista declarou, na Rádio Sociedade, apoio à pré-candidatura do aliado, de forma mais explícita. Em conversa com a coluna, Geraldo disse que o presidente, com quem desfilou em carro aberto no 2 de Julho, fará gestos ainda mais incisivos de apoio na campanha.

Jogo duplo

“A manifestação do presidente Lula, mais do que uma resposta aos adversários que fazem um jogo aqui e outro em Brasília, tem um significado especial para Salvador. O presidente deixou claro a importância de um prefeito aliado com o governo estadual e o governo federal”, disse Geraldo à coluna, apostando mais uma vez no discurso da nacionalização da campanha na disputa contra Bruno Reis.

Sem amarras

Na avaliação de aliados como a deputada federal Lídice da Mata (PSB), coordenadora política da campanha de Geraldo Júnior, Lula teria liberdade para explicitar o apoio ao emedebista sem colocar em risco a aliança com o União Brasil no Congresso por conta do que acusam de “comportamento beligerante” de ACM Neto contra o PT. Além disso, o ex-prefeito já deixou claro que o candidato dele à Presidência em 2026 é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

Ex-Lero, Lero

Conhecido como “Lero, Lero” por demonstrar falta de profundidade na análise de qualquer assunto, Geraldo Júnior, justiça se faça, tem se esmerado para assimilar o conhecimento que a equipe de marketing lhe passa sobre a cidade para não fazer feio em entrevistas e debates agora que a campanha praticamente vai começar. O receio de um vexame o tirou da sabatina do UOL, o que o contrange até hoje. Este seria o motivo porque agora quando fala o candidato do MDB dá detalhes de números e cifrões sobre tudo.

Recado a Juazeiro

No 2 de Julho, Jerônimo Rodrigues e o chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, sinalizaram, em entrevistas, que o PT deve procurar uma alternativa para a candidatura do ex-prefeito Isaac Carvalho em Juazeiro. Ou seja, parece que a cúpula governista caiu na real quanto à inelegibilidade do petista, ao contrário do presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, que segue, como diz o ditado popular, tentando “dar nó em pingo d’água” para limar candidaturas aliadas no município.

Assombração no Ipac

Resta saber se a alternativa a Isaac será a esposa do ex-prefeito, Ellen Carvalho (PT), como aconteceu em 2022, quando ele substituiu a própria candidatura a deputado federal pela da mulher, que foi derrotada. Aliás, o meio político em Juazeiro foi pego de surpresa esta semana ao saber que Ellen tinha um cargo no Ipac, do qual foi exonerada em maio, ou seja, dentro do prazo de desincompatibilização para concorrer no pleito deste ano. No órgão, por sinal, ninguém sabia também do vínculo.

Avanços no sul

A oposição ao governo baiano promete avançar, até a próxima semana, em torno da unidade nas disputas municipais em Itabuna e Ilhéus. Em cada um dos dois municípios, o grupo ligado a ACM Neto possui até três pré-candidatos. Em Itabuna, por exemplo, estão no páreo o ex-prefeito Capitão Azevedo (União), o médico Isaac Nery (PDT) e Pancadinha (Solidariedade). Pesquisas foram encomendadas para buscar o consenso.

Torcedor fiel

Enquanto a Câmara dos Deputados debate temas importantes esta semana, como a regulamentação da reforma tributária, o deputado federal Paulo Azi, presidente do União Brasil na Bahia, foi flagrado acompanhando, diretamente do estádio na Califórnia, nos EUA, a partida entre Brasil x Colômbia, realizada nesta terça-feira (02). A própria Rede Globo tratou de dar o flagra. Azi estava acompanhado do senador Efraim Moraes Filho (União-PB).

Pitacos

* Pré-candidata em Campo Formoso, Denise Menezes (PSD), esposa do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), foi uma das aliadas do governador que tiraram uma “lasquinha” de Lula durante a agenda do presidente em Salvador.

* Outro que também pongou na popularidade do presidente entre os baianos foi o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB), filho de Geraldo Júnior.

* Pré-candidato em Feira, o deputado federal Zé Neto (PT), que fez de tudo para capitalizar politicamente a visita institucional de Lula, vai reunir aliados e apoiadores num forró em uma chácara da cidade, na sexta (05).

* Quem testemunhou garante que foi frio (e rápido) o cumprimento de Bruno Reis e Geraldo Júnior no início do desfile do 2 de Julho. O prefeito foi mais caloroso com Jerônimo, colocando visivelmente o ex-aliado de escanteio.

* Antes do início do desfile do 2 de Julho, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), conversou por um bom tempo com ACM Neto e com a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT).

* “Trocamos uma ideia sobre a organização do desfile e a cidade. Nada demais. ACM Neto, acredito, terá um papel importante na eleição de Bruno”, disse Muniz, que nunca foi muito próximo do ex-prefeito.

* Quem fez claro bom uso político do 2 de Julho foi o vereador Arnando Lessa (PT), que andou sem os figurões da legenda, mas acompanhado de uma multidão de apoiadores com camisas vermelhas.

* O ex-ministro João Roma (PL) montou na garupa do deputado estadual Leandro de Jesus (PL) durante a Motociata da Independência, organizada pelos bolsonaristas na Barra. Dizem que o deputado estadual Diego Castro (PL) ficou vermelho de ciúmes.

* Em Itabuna, ganha força o nome de Sandra Neilma, que se filiou ao Avante, para a vice do prefeito Augusto Castro (PSD), que disputa a reeleição. Ela é viúva do ex-prefeito Fernando Gomes.

* O governador Jerônimo, por sinal, visita Itabuna na sexta-feira (05), quando deve autorizar obras viárias de integração da zona rural do município à BA-649, além da nova ligação com Ilhéu.