Radar do Poder

Radar do Poder: O pavor da delação, a satisfação de Adolfo, o coração de Moema, a licitação suspeita e a “pilha” de Roma

radar do poder | 11 dezembro 2024

Delação premiada

A Operação Overclean, deflagrada nesta terça (10) pela Polícia Federal (PF) para combater desvio de recursos públicos, ainda está longe de alcançar todo o seu potencial devastador. As expectativas são altas sobre o que mais vai surgir a partir dos aparelhos e documentos retidos e dos depoimentos dos presos. Já há no meio político apostas sobre quem fará o primeiro acordo de delação premiada com o Ministério Público. O sentimento é de que a “limpeza excessiva”, traduzindo o nome operação, vai atingir outros palácios e mansões de exibidinhos pela Bahia.

Tchau, sobrinho!

Em Itapetinga, a operação da PF pode servir de pá de cal na azeda convivência entre o prefeito eleito Eduardo Hagge (MDB) e o atual, Rodrigo Hagge (MDB). Tio e sobrinho, os dois vinham se desentendendo desde a campanha e o clima ficou ainda pior quando Eduardo decidiu que vai aderir ao governo Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto Rodrigo prefere seguir com ACM Neto (União) – ele quer ser candidato a deputado na oposição. Com a prisão do secretário de Governo, Orlando Ribeiro, a “criatura” tem a justificativa perfeita para abandonar o “criador”. E ainda posar de moralista.

Tensão máxima

Aliás, a tensão entre os aliados de Rodrigo Hagge é grande por conta da prisão de Orlando, que tem 82 anos. O receio é de que o secretário de Governo, que já comandou a pasta da Fazenda e sabe tudo da gestão, opte por uma delação. Outro preso na operação em Itapetinga foi o vereador eleito Diego Queiroz, o Diga (PSD), que hoje faz oposição ao prefeito. Dono de um site na cidade, sobre ele pesa a suspeita de que recebia dinheiro dos empresários investigados para não fuçar os contratos da Prefeitura.

Patrimônio real

Em Campo Formoso, o vereador eleito Francisquinho Nascimento (União), primo do deputado federal Elmar Nascimento (União) e preso na operação de ontem, ficou conhecido na cidade, segundo os conterrâneos, pelos crescentes ‘sinais exteriores de riqueza’ nos últimos quatro anos. Embora tenha declarado apenas R$213,1 mil em bens à Justiça Eleitoral, o patrimônio visível dele é bem maior. Tanto que a PF encontrou R$220,1 mil em dinheiro com o acusado no ato da prisão.

Tudo em família

Francisquinho também era conhecido no meio político em Campo Formoso por fazer a “ponte” entre o prefeito Elmo Nascimento (União), irmão de Elmar, com as empresas contratadas para prestar serviços ao município. Com o apoio dos primos, saiu das urnas como o quarto vereador mais bem votado em Campo Formoso e, se continuar até janeiro preso, pode nem tomar posse. De qualquer forma, Elmar e Elmo elegeram outro primo vereador na cidade: Murilo Nascimento (PSDB), o mais bem votado.

Satisfação estampada

Principal oponente de Elmar em Campo Formoso e na Bahia, o presidente da Assembleia, deputado Adolfo Menezes (PSDB), evitou a imprensa esta semana para não ser questionado sobre a Operação Overclean e, assim, não se meter em polêmicas enquanto o assunto está “quente”. Deixou até mesmo de receber pessoalmente o prêmio de Destaque Parlamentar conferido pelos jornalistas. Mas não escondeu a satisfação em conversas com os parlamentares. Só lamentou que a operação não tenha ocorrido antes ou durante as eleições.

Triplamente rifado

Outro alvo da Operação Overclean, o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos), perdeu definitivamente as chances de ocupar algum espaço na administração da prefeita eleita Débora Régis (União), plano que motivou sua adesão a ela. Na campanha, ele mudou de lado por não ter sido escolhido pela atual gestora Moema Gramacho (PT) candidato à sucessão. Por sinal, Vidigal já foi desconvidado pelo primo, o desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro, para a solenidade na qual o magistrado receberá a Comenda Dois de Julho, nesta sexta (13), na Assembleia.

Muita coragem

Apesar de não dar mais a mínima para o vice, Moema sentiu no coração os efeitos da operação da PF com a prisão de Ailton Figueiredo Souza Júnior, com quem tinha, segundo relatos de pessoas próximas, uma relação afetiva. Eleito vereador em Nazaré pelo PSDB, Ailton tinha, de acordo com as investigações, “amplo e irrestrito” acesso a todos os setores dentro da Prefeitura de Lauro, sendo, também na avaliação dos investigadores, peça-chave no esquema. É muita coragem!

“Confra” mantida

ACM Neto tem programada uma confraternização para o início da noite desta quinta-feira (12), no Comércio. O evento, por sinal, promete ser concorrido, com a presença de políticos de diversos partidos, tanto da capital quanto do interior. A expectativa é quanto ao aparecimento no evento de Elmar Nascimento, sobre o qual se fala que disputa internamente com Neto os rumos do União Brasil no plano federal.

“Pilha” de Roma

Presidente do PL da Bahia, João Roma passou os últimos dias elevando a pressão sobre o prefeito Bruno Reis (União) para indicar o próximo secretário da Saúde de Salvador. Em diversas entrevistas agendadas, bateu na tecla de que é pré-candidato a governador em 2026 e até demonstrou o desejo de dialogar e se reconciliar com ACM Neto. Como já revelou o Política Livre, Roma sinalizou que só não entrará na disputa, apoiando Neto, se tiver a influência sobre a pasta ou outra estrutura relevante.

Cadeira na Câmara

A estratégia do dirigente do PL é usar a estrutura da Prefeitura para fazer política e assegurar ao menos um mandato familiar de deputado federal em 2026, para ele ou o para a esposa, Roberta Roma, o que não será fácil, diante do desempenho desastroso do partido nas eleições deste ano. Com o maior tempo de TV e o fundo eleitoral mais gordo do PL, ACM Neto sabe que ter (ou não) o apoio da sigla pode ser um fator determinante para enfrentar o PT na próxima disputa eleitoral.

Excluído pelo Bope

Mais do que as posições que começa a perder na Câmara Municipal de Salvador – onde deixou como presidente uma herança maldita que vem sendo transformada com habilidade pelo sucessor Carlos Muniz (PSDB) – o que mais indignou o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) foi o fato de ter sido excluído da solenidade em que o Bope comemorou seus dez anos de criação na Bahia, esta semana. Para quem tem tara por militares, a ponto de ter à sua disposição 80 fardados na Vice-governadoria, o esquecimento está sendo uma frustração difícil de superar.

Emergencial?

Está chamando a atenção um processo de dispensa de licitação levado a cabo pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) para a contratação, em caráter emergencial, de uma empresa de logística com o objetivo de administrar estoques de medicamentos e insumos pelo período de seis meses, atividade que era executada até agora sem o menor problema pela EGBA. A bagatela do serviço vai sair por cerca de R$ 8,3 milhões aos cofres estaduais. Será por isso que a secretária Roberta Santana começou a balançar?

Enquete da liderança

Dos 20 integrantes da oposição na Assembleia, ao menos nove já declaram aberta ou reservadamente apoio ao deputado Tiago Correia (PSDB) para ser o novo líder da bancada. Outros seis fizeram o mesmo em relação a Samuel Júnior (Republicanos). Os demais ficam em cima do muro, na enquete feita por esta Radar do Poder. A tendência, no entanto, é que não haja disputa ou necessidade de interferência externa. Tiago e Samuel devem chegar a um consenso até a semana que vem.

Clima leve

Aliás, o clima entre os candidatos à sucessão do deputado Alan Sanches (União) na liderança oposicionista, apesar da disputa interna de momento, é leve. Na sessão desta terça (10), ao flagrar Tiago Correia conversando com o deputado Zó do Sertão (PCdoB), que é da base do governo, Samuel Júnior brincou: “Está pedindo voto até para ele?”.

Pitacos

* Empoderado pela relatoria do Orçamento, o senador Angelo Coronel é assediado por barões da política em todo o Brasil. Foi até convidado pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), para assistir, no Maracanã, ao jogo entre Flamengo e Vitória.

* Tudo indica que outro baiano será o relator do orçamento da União em 2025: Elmar Nascimento. Seria um prêmio de consolação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por ter abandonado o ‘ex-amigo’ na disputa pela sucessão.

* Jerônimo ainda não confirmou data e nem local da confraternização de final de ano com os deputados estaduais, federais e dirigentes partidários da base aliada. Tem gente aguardando apenas o convite para programar a viagem de férias.

* Em um dos momentos da reunião com a bancada baiana no Congresso, na semana passada, o governador demonstrou sintonia fina com o deputado federal Léo Prates (PDT), que fez solicitações para a área da saúde de Salvador.

* Jerônimo sinalizou positivamente ao pedido do pedetista de construir uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na Cidade Baixa. O equipamento, após entregue, será gerido pela Prefeitura da capital.

* Aliado de Bruno Reis, o vereador evangélico Ricardo Almeida (DC) sentou entre o governador e o chefe da Defesa Civil do Estado, Heber Santana (Podemos), em um evento da Primeira Igreja Batista do Brasil, no final de semana, em Salvador.

* Ricardo Almeida, que também é muito próximo do deputado estadual petista Júnior Muniz, garantiu que o encontro foi meramente social e pela fé, sem interesses políticos.

* O deputado estadual Diego Castro descartou, em conversa com a coluna, a possibilidade de ser expulso do PL. Ele disse que conversou com João Roma na semana passada e que tudo não passou de “um mal entendido”.

* Reeleito prefeito de Teixeira de Freitas, Marcelo Belitardo (União) nem esperou tomar posse no segundo mandato para exonerar apoiadores no pleito de outubro. É acusado de trair correligionários para fechar as contas de final de ano.

* O IAF Sindical realiza na segunda (16), na Casa do Comércio, em Salvador, a entrega do prêmio anual que reconhece as melhores iniciativas de educação fiscal na Bahia. A secretária estadual de Educação, Rowenna Brito, participa do evento.

Radar do Poder: Rui torce por altruísmo de Wagner, Geraldo Jr. e o quarteto fantástico e a conversa de Neto com Elmar

radar do poder | 04 dezembro 2024

O esperado altruísmo do “bruxo”

Aliados do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), avaliam que o senador Jaques Wagner (PT) pode fazer um gesto altruísta para evitar o racha no grupo político do qual é líder na Bahia nas eleições de 2026: desistir da reeleição. Com isso, harmonizaria a montagem de uma chapa tendo o próprio Rui concorrendo a uma cadeira na Alta Casa do Congresso e o senador Angelo Coronel (PSD) disputando a reeleição. Pessoas próximas a Wagner também não descartam, reservadamente, essa hipótese.

Encalço de Jerônimo

Em 2022, Wagner abriu mão de concorrer ao governo da Bahia, tendo como plano inicial colocar o senador Otto Alencar (PSD) para ser candidato ao Palácio de Ondina e abrindo mão de ter um petista na cabeça de chapa, o que desagradava o PT. Como se sabe, não vingou. Se abrir mão da reeleição, o senador também tira Rui do encalço do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que almeja renovar o mandato – o ministro não admite publicamente, mas também tem o desejo de voltar a morar no Palácio de Ondina.

Harmonização da base

A operação, segundo coligados do ministro da Casa Civil defensores da tese, acomodaria também o MDB, que manteria a cadeira de vice na chapa em 2026, e o Avante, que indicaria o presidente do partido no Estado, Ronaldo Carletto, para a suplência de Rui no Senado. No entanto, Wagner, hoje com 73 anos, já disse em alto e bom som que tentará a reeleição em 2026.

Paquera da oposição

Angelo Coronel, que demonstra disposição de ser candidato à reeleição mesmo fora da chapa de Jerônimo Rodrigues, disse à Radar do Poder que se sente lisonjeado com a “paquera” recebida da oposição, inclusive do prefeito Bruno Reis (União) e do antecessor ACM Neto (União), que demonstraram o desejo de ter o senador como aliado em 2026. “São lideranças expressivas que reconhecem o nosso trabalho e que eu tenho algum peso na Bahia”, analisa.

Fidelidade de Otto

Coronel, no entanto, garantiu que é um “homem de partido”, ou seja, só migra para a oposição se o PSD também for junto – o que seria o céu para ACM Neto. O senador Otto Alencar, que preside a sigla na Bahia, voltou a dizer que só vai tratar das próximas eleições em 2026. Mas descartou mudar de lado. “Meu foco é ajudar o governador e o presidente Lula (PT) a continuarem governando para resolver as dificuldades sociais do nosso povo”, declarou à coluna.

Quarteto fantástico

Secretários de Estado, dirigentes de empresas estaduais e até fornecedores do governo já começaram a se incomodar com o assédio que alegam ter passado a sofrer depois das eleições municipais da parte do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que lhes apresenta e reapresenta insistentemente um corretor de seguros e dois advogados, ambos, por sinal, lotados em seu gabinete. Um deles confessou à coluna que se for novamente abordado pelo quarteto inconveniente vai levar o assunto diretamente ao governador.

Conversa 

ACM Neto se reuniu na quarta da semana passada com o deputado federal Elmar Nascimento (União), em Brasília. O ex-prefeito quis saber se o parlamentar de fato tem planos de deixar o partido e migrar para a base de Jerônimo. Elmar negou, reafirmando, no entanto, que, no plano nacional, vai trabalhar para que o União Brasil integre de vez a base de Lula e apoie a reeleição do presidente em 2026. No encontro, Neto teria dito novamente que o União Brasil vai ter candidato à presidência da República – Ronaldo Caiado, governador de Goiás.

As pontes de Elmar

Elmar já disse a Lula e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), com quem se encontrou novamente ontem (03), que tem condições de construir o apoio do União Brasil à reeleição do presidente. Para isso, precisa manter a influência sobre a Codevasf, ter emendas e cargos para contemplar a bancada. Na avaliação do parlamentar e de seus aliados na Bahia, é perfeitamente possível que a legenda apoie Lula e tenha ACM Neto como candidato a governador. Algo semelhante ao que aconteceu com o MDB em 2010.

Briga interna

Não é à toa que ACM Neto convidou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), para lançar a pré-candidatura a presidente da República no Carnaval de Salvador, em 2025. Trata-se de mais um recado direto a Elmar na disputa entre os dois por influência partidária. Neto também monitora de perto o comportamento dos deputados estaduais da “bancada” de Elmar, a bancada do “BEN”, sobretudo Marcinho Oliveira, o mais petista de todos.

Atendimento privilegiado

Aliás, Marcinho recebeu, esta semana, mais três ambulâncias do governo Jerônimo Rodrigues para enviar aos redutos eleitorais – uma delas para a cidade de Santaluz, onde o parlamentar nasceu e já foi vice-prefeito. Enquanto isso, os demais deputados da oposição reclamam do não pagamento das emendas. Líder da bancada, Alan Sanches (União) tratou do assunto em encontro recente com Adolpho Loyola (PT), chefe de Gabinete do governador. A promessa é que os demais integrantes da minoria sejam contemplados no final de janeiro.

Líder inconveniente

No encontro promovido pelo MDB com os eleitos de outubro, realizado na sexta (29), o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), apareceu sem ser convidado. E o pior: assediou lideranças e até prefeitos emedebistas, convidando-os a ingressar nas fileiras petistas ou para fazer parcerias políticas. O fato irritou os Vieira Lima, que já não se dão tão bem com o parlamentar por conta das disputas municipais. Aliás, Geddel fez questão de receber Jerônimo, este sim convidado ilustre, na chegada ao evento.

Medo de avião

Aliás, durante almoço de confraternização com jornalistas, nesta quarta (03), o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, não perdeu a piada ao ser questionado sobre ter Rosemberg como primeiro vice-presidente na disputa pela reeleição ao comando da Casa. “Nesse caso, eu nem sei se vou mais viajar. De repente, vou ficar com medo de avião”, disse, provocando gargalhadas. Adolfo costuma viajar com frequência ao Exterior, o que fez com que o atual substituto imediato, Zé Raimundo (PT), assumisse a presidência em diversas ocasiões.

Dona Encrenca

A militante petista Luciana Mandelli, tadinha, está sem sorte. Em dois anos, três demissões no âmbito do próprio governo, tudo depois de, lá atrás, o Política Livre ter alertado para a incompetência da moça. O que o site não sabia é que ela enfrentava também problemas com hierarquia e rotina. Que o digam os ex-chefes dela – Bruno Monteiro, Elisângela Araújo e Neusa Cadore -, que, nesta ordem, conseguiram, um após outro, se livrar do problema. No PT, onde ganhou o apelido de “Dona Encrenca”, ninguém sabe mais onde alojá-la.

Válvula de escape

Outro vereador que entrou na briga para integrar o segundo mandato de Bruno Reis é Alberto Braga (União). Ele tem emitido sinais de que aceita até voltar a presidir a Companhia de Governança Eletrônica (Cogel). Ou seja, não faz questão de disputar um posto no primeiro escalão. Pode ser a solução para o prefeito cumprir a promessa de convidar um edil do próprio partido para assumir um cargo no Executivo e, ao mesmo tempo, ter mais espaço no tão cobiçado secretariado para acomodar outros aliados.

Índice de crimes

O procurador-geral de Justiça da Bahia, Pedro Maia, lamentou que a Bahia tenha o pior índice de esclarecimento de homicídios dolosos do país, segundo dados divulgados esta semana pelo instituto Sou da Paz. Embora tenha enaltecido as medidas adotadas do governo baiano na área da segurança, ele defendeu mais recursos para enfrentar o problema. “Tenho certeza que um horizonte mais animador para a segurança pública da Bahia se avizinha, mas é preciso investimentos mais fortes ainda do que vem sendo feito até aqui”, pontuou.

Pitaco

* O ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) tem dito a amigos que não perde por nada as próximas eleições à Câmara dos Deputados, onde pretende aproveitar a primeira oportunidade para apresentar um projeto tornando a ingratidão crime inafiançável.

*  A ideia irônica de Nilo é resultado direto da revolta com o ex-amigo do peito Marcos Presídio, por quem enfrentou Jaques Wagner e Rui Costa a fim de emplacá-lo como conselheiro do TCE, Corte que preside atualmente.

* Com seu jeito simples e gentil, Jerônimo encantou os magistrados em um jantar de comemoração pela criação da comarca de Luís Eduardo Magalhães, que fará saltar de quatro para oito o número de juízes, ampliando os serviços do Judiciário no oeste.

* Espécie de anfitriões do evento, os irmãos Jatahy Fonseca, desembargador estadual, e César Jatahy, federal, cujo pai Jatahy Fonseca dará nome ao novo fórum, não cansam de elogiar o governador desde o encontro, na semana passada.

* No almoço com jornalistas, ontem (03), Adolfo Menezes contou que o deputado Pablo Roberto (PSDB) confidenciou que vai renunciar ao cargo de vice-prefeito de Feira, para o qual foi eleito este ano, e seguir na Assembleia.

* Na semana passada, o Política Livre já havia revelado que Pablo falou o mesmo em uma reunião com a bancada de oposição. Segundo afirmou o tucano aos pares, a decisão está tomada mesmo se a PEC do deputado Manuel Rocha (União) não for aprovada.

* O deputado estadual Leandro de Jesus, do PL, “mergulhou” depois que o presidente do partido na Bahia, João Roma, oficializou os processos de expulsão contra os “infiéis” da sigla. Preferiu o silêncio, embora seja próximo do ex-ministro.

* Pré-candidato a deputado federal, Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), se encontrou esta semana, em Brasília, com José Dirceu (PT).  Além de ter recebido uma “aula da grande política”, tratou do “futuro da Bahia”.

* Depois de mandar colaboradores da Secretaria de Educação de Salvador votarem na vereadora Roberta Caíres (PDT) nas eleições, o secretário Thiago Dantas também tem usado os mesmos colaboradores para pressionar o prefeito a se manter no cargo.

* Esta semana, um grupo foi ao plenário da Câmara de Vereadores com uma faixa pedindo a permanência de Thiago na reforma administrativa. Mas Bruno Reis tem o compromisso com o PSDB de que o secretário será indicado pelos tucanos.

Radar do Poder: A caça às bruxas no PL, a ânsia pela CAR que “fura poço”, a “tara” do vice e o governador pé quente

radar do poder | 27 novembro 2024

Curtidor do PT

Presidente do PL baiano, João Roma abriu diversas frentes de batalha ao acolher processo de expulsão contra deputados da sigla, visto internamente como perseguição para seguir no comando do partido. Com isso, se tornou também alvo de retaliações. Já há na sigla quem defenda também a punição do presidente da legenda em Salvador, João Neto, um dos principais assessores de Roma e que, nas eleições deste ano, teria apoiada a candidata do PT em Ourolândia, Yhonara Rocha. Ele, inclusive, curtia todas as publicações da petista nas redes sociais.

 

Pesos desiguais

Vale lembrar que o principal argumento do pedido de expulsão do deputado federal Jonga Bacelar e dos estaduais Vitor Azevedo, Raimundinho da JR e Diego Castro, movido por um filiado que até outro dia era aliado do PT (Comandante Rangel, de Barreiras), é a infidelidade partidária. Os três primeiros são acusados de caminhar com o petismo, e o último de ficar contra o PL nas eleições da maior cidade do oeste baiano. Sendo assim, José Neto também deveria estar na mesma lista.

Acolhida de Loyola

Adolpho Loyola (PT), chefe de Gabinete do governador Jerônimo Rodrigues (PT), acompanha o desenrolar da “caça às bruxas” no PL baiano. Em conversa com a coluna, ele prestou solidariedade a Vitor e a Raimundinho, que integram a base do Executivo estadual na Assembleia, e disse que pretende conversar com os dois sobre o futuro e a reforma administrativa. “No caso deles, há uma dificuldade de ocupação de espaço por conta do partido, mas eles são aliados nossos e vamos conversar”, pontuou.

A que fura poço

Por falar em acolhida, a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) na Assembleia já teria uma pedida para aderir a Jerônimo e migrar para um partido governista, aproveitando o ensejo da reforma administrativa: o controle da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). A ideia seria transformar a estrutura estadual numa espécie de Codevasf, que se tornou um poderoso instrumento do grupo fazer política e angariar votos, principalmente por meio da distribuição de tratores e maquinários agrícolas.

Pedida alta

O desejo dos liderados de Elmar de desembarcar da oposição foi noticiado esta semana pelo Política Livre (clique aqui para ler), mas ainda não existem conversas concretas com o governo. Fontes do Palácio de Ondina ouvidas ontem (26) pela coluna disseram que o governador tem interesse no movimento, visto como um duro golpe em ACM Neto (União), mas seria impossível ceder a CAR, hoje comandada por Jeandro Ribeiro, técnico qualificado e homem da confiança de Jerônimo e dos demais cardeais petistas.

Entusiasta petista

Após um passado de conflitos, Jerônimo e o PT se aproximaram de Elmar e vice-versa. Outro fator de sintonia é a defesa do deputado para que o União Brasil apoie a reeleição do presidente Lula. Um dos entusiastas do avanço da parceria é o comandante do PT da Bahia, Éden Valadares, que trabalhou para dirimir arestas da legenda à candidatura do parlamentar à presidência da Câmara. Com essa articulação, Éden chegou a obter o apoio dos petistas baianos na Casa ao outrora adversário, que, sem o aval do presidente Arthur Lira (PP-AL), acabou tendo que desistir da candidatura.

Segurar a Codevasf

A coluna apurou, no entanto, que Elmar não encontraria mais obstáculos no PT da Bahia caso seja convocado por Lula para assumir uma cadeira na Esplanada dos Ministérios, como ocorreu no início da montagem do governo. Na época, o deputado chegou a ser contato para a pasta da Integração Nacional e do Desenvolvimento Regional. Entretanto, a prioridade dele é manter o controle sobre a Codevasf no plano nacional e na Bahia.

Bancada dividida

Vale lembrar que parte da “bancada” de Elmar já tem votado com o governo, sobretudo o deputado Marcinho Oliveira (União). Também seriam a favor da adesão os deputados Júnior Nascimento (União) e Pancadinha (Solidariedade). Prefeririam ficar na oposição os deputados Robinho (União), Manuel Rocha (União) e Emerson Penalva (PDT), que também têm relações próximas com ACM Neto e com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União).

Contas de Carletto

Presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto garantiu à coluna que o partido terá, no início de 2025, 70 prefeitos, quantitativo superior aos 60 eleitos em outubro. “Para nós, seria o ideal, até porque 70 é o número do partido”, brincou. Na segunda (25), a maior parte dos eleitos em outubro pela agremiação se reuniu em um evento organizado pela sigla em Salvador, com a presença de Jerônimo. Na ocasião, a legenda declarou apoio à candidatura de Wilson Andrade (PSB), prefeito de Andaraí, à presidência da UPB.

Voto a voto

O Avante tinha uma candidata à presidência da UPB: Kitty Guimarães, de Taperoá, que abriu mão em favor de Wilson, presente no encontro. Apesar disso, um grupo de 26 prefeitos do partido fechou com Phellipe Brito (PSD), de Ituaçu, que também apareceu no evento e está na disputa há mais tempo pelo comando da entidade municipalista. Integram a “dissidência” os dois principais prefeitos eleitos pelo Avante: Fabrício Abrantes, de Brumado, e Nal Azevedo, de Guanambi.

Encontro casual

Depois de participarem do evento do Avante, Wilson e Phellipe se esbarraram ainda na sede do PP da Bahia, também na segunda (25), onde foram visitar o presidente do partido na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior. O dirigente pepista afirmou aos dois que a Executiva estadual irá se reunir para tratar exclusivamente da UPB. Apesar de o principal fiador da candidatura do prefeito de Andaraí ser da legenda – o prefeito reeleito de Jequié, Zé Cocá – não está descartado o apoio ao postulante do PSD.

Pé quente

Jerônimo Rodrigues virou sinônimo de pé quente em Castro Alves, depois da vitória do time da cidade sobre o Crisópolis pela final do Intermunicipal, em partida à qual o governador fez questão de assistir. O time foi campeão com 17 vitórias e um empate, terminando invicto, performance que chamou a atenção do petista. Quem também saiu prestigiado na vitória do Castro Alves foi o prefeito Thiancle Araújo (PSD).

Desvio do Ônix

Hábito que sempre irritou os petistas e foi abertamente criticado durante a fracassada campanha do grupo à Prefeitura de Salvador, a “tara” do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) por proteção policial para ele e toda a família continua à toda. Ele acaba de deslocar um veículo Ônix preto novinho, emprestado para a Assistência Militar da Vice-Governadoria, para dar apoio ao filho, o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB). Pelo visto, a Casa Militar do governador não está sabendo do desvio de finalidade do automóvel ou anda fazendo vistas grossas. O problema é que se continuar comendo mosca assim vai acabar trazendo problemas para Jerônimo. No caso de precisar, o Política Livre fornece a placa policial do Ônix.

Disputa tucana

Bruno Reis ainda nem decidiu criar a Secretaria do Esporte e Lazer, que seria desmembrada da pasta ligada à promoção social, mas a estrutura já é alvo da disputa de dois tucanos: Téo Senna, reeleito em outubro, e Felipe Lucas, que ficou na primeira suplência pelo partido. Felipe já disse que prefere ser secretário a assumir a cadeira de Téo, caso o correligionário vá para o Executivo. A reforma administrativa de Bruno segue em marcha lenta.

Pitacos

*Depois da acirrada campanha eleitoral, Jerônimo, ACM Neto e Bruno Reis se encontraram no maior clima de paz, ontem (27), no lançamento do Aliança Star, nova rede de saúde do Hospital Aliança. Dizem até que o encontro fez chover em Salvador.

* Presidente da UPB, Quinho Tigre (PSD), prefeito de Belo Campo, já decidiu qual será a data da eleição para o comando da entidade no biênio 2025/2026: dia 28 de janeiro.

*  Nos meios políticos, ninguém leva a sério a candidatura do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), à presidência da UPB. No evento do Avante, na segunda, Ronaldo Carletto ironizou em conversa com aliados: “Nem sabia que estava no páreo”.

* Não anda boa a relação entre os deputados Angelo Coronel Filho e Ivana Braga, do PSD. Ela ficou constrangida ao testemunhar, no aniversário do colega, a candidatura dele à presidência da Assembleia ser abertamente lançada. E o time dele não cansa, nos bastidores, de criticá-la. Agora, é chamada de ‘identitária’.

* Aliás, esse movimento tem ganhado força, inclusive na oposição, embora ainda de forma reservada, e como uma alternativa caso o atual presidente, Adolfo Menezes (PSD), desista de concorrer à reeleição ou seja inviabilizado por conta da jurisprudência do STF.

* Por falar em Adolfo, nesta terça-feira (26) ele se reuniu com Geraldo Júnior, que o visitou na Assembleia. O deputado garante que a pauta com o vice-governador foi pessoal. Em se tratando do personagem em questão, tinha como ser diferente, Adolfo?

* Presidente do MDB da Bahia, Jayme Vieira Lima Filho não quer falar em candidatura a deputado federal tão cedo. Avisou aos mais próximos que não quer este assunto sendo tratado no encontro do partido com os prefeitos eleitos, nesta sexta (29), em Salvador.

* Quem já confirmou presença no encontro do MDB foram os ministros do Transporte, Renan Filho, que é do partido, e da Casa Civil, o Rui Costa (PT), além de Jerônimo e o senador Jaques Wagner (PT).

* O Solidariedade pretende reunir com Jerônimo, ainda em dezembro, os quatro prefeitos eleitos pelo partido em outubro. Presidente da sigla na Bahia, o deputado estadual Luciano Araújo aposta que esse número vai dobrar até o pleito de 2026.

* A Câmara Municipal de Salvador deve entrar em recesso no dia 17 de dezembro, um dia antes da diplomação dos edis eleitos e reeleitos pela Justiça Eleitoral e depois de votar o orçamento da Prefeitura e mais uma leva de projetos apresentados por vereadores.

* O vereador Carlos Muniz (PSD), que preside o Legislativo em Salvador, só quer tratar da composição das comissões técnicas da Casa após o dia 2 de janeiro, quando será reeleito ao cargo. Quer evitar atritos neste momento com os colegas.

Radar do Poder: A nova frente de Rui e Wagner, o up grade do assessorzão, o veto de ACM Neto na Assembleia e o mercadinho de Pombal

radar do poder | 20 novembro 2024

“Bedelho” de Rui

Ministro da Casa Civil, o ex-governador Rui Costa (PT) decidiu “meter o bedelho” na disputa pela União dos Municípios da Bahia (UPB). Nesta semana, se reuniu, em Brasília, com três candidatos ao comando da entidade: os prefeitos reeleitos de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), e de Itabuna, Augusto Castro (PSD). Aos três, que foram à capital federal participar de um seminário da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), pregou a construção de uma chapa única.

Novo duelo

A coluna apurou, no entanto, que Rui prefere um dos dois nomes do PSD. Ou seja, deve ficar mais uma vez contra os interesses do senador Jaques Wagner (PT), que tem Wilson, de quem é amigo pessoal, como candidato do coração. Os dois ex-governadores disputam nos bastidores espaços na reforma administrativa do governador Jerônimo Rodrigues (PT), tendo como alvos pastas como a Secretaria de Comunicação (Secom), a Casa Civil e a Embasa.

Up grade na moradia

Pelo menos um figurão do governo estadual deu um up grade na moradia neste fim de ano. Segundo fontes do mercado imobiliário, fez uma compra milionária na orla de Salvador pelas bandas de Ondina. Comparando a origem social e a renda mensal do cidadão com a aquisição, é claro que não há como justificá-la. O problema é que o Ministério Público da Bahia parece só se preocupar com questões ambientais.

Primeiro vice

O presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), retorna domingo da longa viagem à costa oriental do continente africano descansado para retomar as articulações visando a reeleição ao comando da Casa. Com a recondução consolidada do ponto de vista político, apesar dos questionamentos no âmbito judicial, Adolfo deve trabalhar junto aos colegas e ao governador para evitar um bate-chapa pela primeira vice-presidência. Ele deve se reunir com Jerônimo ainda na semana que vem.

Recuo estratégico

A tendência hoje é que o posto siga com o PT, apesar de haver resistências a isso entre muitos parlamentares, uma vez que os petistas podem acumular muito poder em caso de impedimento de Adolfo. Nomes que antes planejavam disputar a primeira vice-presidência sinalizam um recuo estratégico. A avaliação é que, quando o governador entrar de fato no processo, os aliados irão acatar o entendimento de que a proporcionalidade deve ser respeitada.

Veto de ACM Neto

Um dos cotados para concorrer ao cargo de primeiro vice-presidente da Assembleia, o deputado Niltinho (PP) é um dos que não estão dispostos a enfrentar o governador nessa briga. E mais: ele não teria o apoio da oposição. Segundo apurou a coluna, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) pediu aos aliados no Legislativo estadual que não votem no pepista caso ele seja candidato a substituto de Adolfo. O motivo do veto? A articulação feita por Niltinho para que o PP apoie oficialmente Jerônimo.

Acomodação do oponente

Na eleição para a presidência Assembleia, que acontece em fevereiro de 2025, um adversário de Adolfo pode ser contemplado com uma cadeira na nova Mesa Diretora. O deputado Júnior Nascimento (União), que rivaliza com o atual presidente em Campo Formoso, pode ser alçado a primeiro secretário da Casa. Seria uma forma de tentar acomodar a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento (União), principal oponente de Adolfo, e uma tentativa de evitar questionamentos judiciais à reeleição.

Voto de ouro

Vice na chapa encabeçada pelo presidente do PL baiano, João Roma, na disputa pelo governo da Bahia em 2022, Leonidia Umbelina recebeu apenas 268 votos na eleição deste ano, quando concorreu a uma cadeira na Câmara Municipal de Feira de Santana pelo mesmo partido. Ela foi contemplada com R$84,5 mil do gordo fundo eleitoral da sigla – o limite de gastos era R$98,8 mil. Ou seja, cada voto em Leonidia, que era do PMB quando foi companheira de chapa de Roma, custou cerca de R$300 ao PL.

Faltou critério

Com quase quatro mil votos, o vereador eleito pelo PL em Feira, Marcus Carvalhal, recebeu montante inferior ao destinado à pupila de Roma: R$60,3 mil. O mesmo ocorreu com outros candidatos que acabaram com mais votos, embora não eleitos, a exemplo de Fabiano da Van, Paulo dos Anjos, Netto Dez e Correia Zezito, todos posicionados acima dos dois mil sufrágios. A falta de critérios na distribuição do fundo eleitoral é uma das maiores queixas de todas as alas do PL contra Roma.

Nova prótese

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) passa por procedimento cirúrgico na tarde desta quarta-feira (20), na cidade de São Paulo (SP), para a colocação de uma nova prótese no joelho. A primeira infeccionou, e o emedebista foi obrigado a retirá-la para tratamento com antibiótico até a colocação de uma nova. Acompanhado do irmão Lúcio Vieira Lima, Geddel está internado no Hospital Israelita Albert Einstein. O ex-ministro machucou o joelho depois de complicações de uma artrose.

Busca da unidade

E por falar em MDB, a direção estadual promove, no próximo dia 29, no Hotel Mercury, em Salvador, um encontro com os prefeitos e vices eleitos e reeleitos em outubro. O evento, que visa aperfeiçoar os gestores, terá a presença de ministros do partido, além de Jerônimo. O momento é visto também como uma forma de tentar aproximar o governador dos prefeitos do MDB que apoiaram ACM Neto em 2022. É o caso de Eduardo Hagge, sucessor de Rodrigo Hagge em Itapetinga.

Olho na chapa

O encontro do MDB, que terá a presença dos 32 prefeitos eleitos na Bahia, também será uma forma de mostrar a Jerônimo que o partido deseja seguir na chapa em 2026. “Defendemos o direito à reeleição do atual vice-governador Geraldo Júnior, quadro emedebista, assim como defendemos o direito à reeleição do governador e dos senadores Jaques Wagner e Ângelo Coronel (PSD)”, disse à coluna o presidente estadual da legenda, Jaymme Vieira Lima Filho. Aliados de siglas como o Avante alegam que o MDB não tem tamanho para tal reivindicação.

Roupa suja

Já o PT decidiu adiar o encontro estadual com prefeitos e vices eleitos e reeleitos marcado para outubro e remarcado para novembro. O evento ocorrerá agora em 2025, logo após a posse dos gestores, em data e local em processo de definição. Para este ano, a cúpula petista confirmou a realização de dois seminários, com as bancadas federal (25 de novembro) e estadual (2 de dezembro) do partido. No dia 13 de dezembro, haverá uma reunião do diretório estadual, a última de 2024. Um dos temas será debater o pífio resultado eleitoral em Salvador, no que promete ser uma “lavagem de roupa suja”.

Dívida ativa

Secretária da Fazenda de Salvador, Giovanna Victer abriu uma nova frente de insatisfações com colegas da Prefeitura ao articular a securitização da dívida ativa do município por meio da SalvadorPar, empresa pública que capta recursos do setor privado. Até mesmo o titular da Casa Civil, Luiz Carreira, remanescente da gestão de ACM Neto, anda reclamando, pois estaria sendo deixado de lado nas discussões. Além disso, a Procuradoria Geral do Município (PGM) seria contra a medida.

Mercadinho abonado

Um mercadinho de Ribeira do Pombal, chamado Comercial O Barateiro, já faturou, desde 2021, mais de R$5 milhões com a venda de produtos alimentícios para a Prefeitura local. O detalhe é que o negócio pertence a José Roniele Costa da Silva, mais conhecido como Roni, que é irmão de Lakcelma Costa da Silva, secretária municipal de Saúde e esposa do deputado federal Ricardo Maia (MDB). O prefeito de Pombal é Eriksson Silva (MDB), aliado e sucessor de Maia. Coincidências da política!

Pitacos

* O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), retoma na próxima semana as conversas com aliados sobre as mudanças pontuais que pretende fazer em órgãos do primeiro e segundo escalão.

* Bruno retorna no final desta semana de Londres, na Inglaterra, onde foi participar de um intercâmbio a convite da Fundação Índigo, do União Brasil.

* Prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), que fez o sucessor, é um dos nomes fortes cotados dentro do governo para assumir um cargo na reforma administrativa de Jerônimo. Ele é muito próximo do governador.

* O PV espera ter o seu lugar ao sol no governo Jerônimo com a reforma administrativa. O presidente estadual da sigla, Ivanilson Gomes, se reuniu na semana passada com o governador e cobrou um espaço para os “verdes” na gestão.

* “Agora acho que sai. Temos boas sugestões de nomes em diversas áreas que podem ajudar o governo”, disse Ivanilson à coluna.

* Na conversa com o dirigente do PV, Jerônimo confirmou presença no encontro que o partido fará com prefeitos eleitos e reeleitos no dia 9 de dezembro, no Rio Vermelho, em Salvador. A legenda saiu do zero para quatro prefeituras.

* Prefeito eleito de Santa Cruz Cabrália, Girlei Lage (PDT) aproveitou o seminário da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) em Brasília, esta semana, para passear de bicicleta nos arredores do Congresso e postar o “feito” nas redes sociais.

* Hoje vereador, Girlei, que anda de bicicleta no dia a dia em Cabrália, tenta passar a mensagem de que vai continuar sendo uma pessoa simples e próxima dos eleitores. Resta saber até quando isso vai durar.

* O prefeito eleito de Itaju do Colônia, Elder Fontes (PSD), se articula para disputar a presidência da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc).

* Elder aproveitou o evento da CNM esta semana, em Brasília, para fazer campanha. Intensificou o diálogo com diversos colegas da região, inclusive o prefeito reeleito de Itabuna, Augusto Castro (PSD).

Radar do Poder: A mea culpa de ACM Neto, Leo Prates de orelha em pé, a acomodação de Quinho e o peso morto de Jerônimo

radar do poder | 13 novembro 2024

Mea culpa

Na entrevista ao PolíticaPod, na segunda (11), ACM Neto reconheceu que cometeu equívocos na eleição de 2022, quando perdeu para o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Disse que errou ao firmar uma aliança com tantos partidos (13) e na organização da agenda de viagens. Sobre a escolha pela empresária Ana Coelho (Republicanos) como vice, o que é apontado por aliados como um dos fatores para a derrota, admitiu apenas que não deveria ter anunciado o complemento da chapa de última hora.

Roma esquecido

Embora seja o candidato natural da oposição para concorrer ao governo da Bahia novamente em 2026, ACM Neto citou, na entrevista ao podcast do Política Livre, outros três nomes que também poderiam encabeçar ou compor a chapa: os prefeitos de Salvador, Bruno Reis (União), de Jequié, Zé Cocá (PP), e de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB). Não fez qualquer menção espontânea ao presidente do PL baiano, João Roma, que, agora aliado de Bruno, tem dito que é pré-candidato.

Orelha em pé

As especulações de que Bruno Reis pode ser candidato em 2026 deixam o deputado federal Leo Prates (PDT) de orelha em pé. Pessoas próximas do pedetista garantem que o prefeito prometeu completar o segundo mandato. Caso isso não ocorra, a vice Ana Paula Matos (PDT) assume a titularidade na condição de forte candidata à reeleição em 2028. Leo tem dito no meio político que Bruno prometeu apoiá-lo em 2028. Para isso, deve, inclusive, assumir uma secretaria de peso na segunda metade do novo governo.

Festa surpresa

Na segunda (11), durante uma festa surpresa no Palácio Thomé de Souza para comemorar o aniversário de Ana Paula, o prefeito de Salvador fez uma observação que para muitos soou como um sinal do que pode ocorrer em 2026 ou 2028. Na presença de vereadores, inclusive do presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), de lideranças e de todo o staff da Prefeitura, Bruno ressaltou a força da vice. “Olha quanta gente. Ana está com prestígio mesmo. Ou vocês estão pensando no futuro?”, brincou.

Esperou a ligação

Já os elogios de ACM Neto a Zé Cocá são vistos como uma estratégia de tentar segurar o PP na oposição. Considerado um dos erros estratégicos do governador na eleição municipal, a ida de Jerônimo a Jequié na reta final da disputa, quando subiu no palanque do adversário Alexandre Iosseff (PSD) – que terminou com apenas 8,3% dos votos válidos – pesa a favor do movimento de Neto, mesmo o ex-prefeito de Salvador tendo ignorado Cocá depois do pleito de 2022 e ao longo de todo o ano de 2023.

O padrinho sou eu

Vale lembrar que, apesar do expressivo resultado eleitoral deste ano, quando Zé Cocá demonstrou força ao ser reeleito com quase 92% dos votos sem precisar do apoio de caciques da política baiana, ACM Neto perdeu para Jerônimo em Jequié na eleição de 2022. Também foi derrotado em toda a microrregião onde Cocá tonalizou a musculatura e se cacifou como um player importante para 2026. O pepista teve influência direta na vitória de aliados em 17 municípios.

Espumas na UPB

Candidato à presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB), Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí, se reuniu esta semana com o atual comandante da instituição, Quinho (PSD), gestor de Belo Campo, e avisou que quer chefiar a entidade por quatro anos, e não por dois. Ou seja, antes mesmo de vencer, já disse que é candidato à reeleição. Wilson disse que precisa de dois anos para “arrumar a casa” e mais dois para colocar os projetos que tem em prática. Em respeito aos ‘mais velhos’, Quinho ouviu em silêncio, mas, após o encontro, espumou de raiva.

Confiança em alta

Wilson, que já tentou ser presidente da UPB em duas ocasiões, está com a confiança em alta porque tem o apoio de Zé Cocá e uma relação próxima com o senador Jaques Wagner (PT), de quem é amigo pessoal. Quinho, por sua vez, tende a apoiar a candidatura do prefeito de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), com quem também se reuniu esta semana. Os dois postulantes também estiveram nesta terça (13) na Assembleia, onde oportunamente deram coletivas aproveitando a presença da imprensa.

Acomodar Quinho

Por falar em Quinho, ele virou uma opção para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. O governador tem emitido sinais de que quer mexer na pasta na reforma administrativa. A titular Jusmari Oliveira (PSD) tem um desempenho questionado. A mudança não alteraria o espaço do PSD, acomodaria Quinho – cuja liderança municipalista é apreciada por Jerônimo – e até mesmo Jusmari, que reassumiria o mandato na Assembleia em janeiro. Falta alinhar com o senador Otto Alencar, presidente da sigla na Bahia.

Projeto Conquista

O PSD tem interesse em manter Quinho em evidência. O projeto do partido é viabilizar a candidatura do atual presidente da UPB à Prefeitura de Vitória da Conquista em 2028. Na eleição deste ano, o prefeito de Belo Campo, além de eleger o sucessor, Neto Fidélis (PSD), também emplacou a esposa Leia de Quinho (PSD) como a segunda mais bem votada para uma cadeira na Câmara Municipal da Suíça baiana. Quem não gosta nada da ideia é o PT, que pode criar resistências a ter o presidente da UPB no governo.

Governador constrangido

Outro que Jerônimo quer tirar na reforma administrativa é o chefe da Casa Civil, Afonso Florence (PT). Só que Afonso se nega a sair e tem constrangido Jerônimo, que estaria sem coragem de demitir o aliado e deputado federal licenciado.

No Chile

O vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), candidato derrotado à Prefeitura de Salvador, resolveu tirar uns dias de descanso no Chile. Ele foi visto embarcando em plena segunda (11) no Aeroporto Internacional Deputado Luis Eduardo Magalhães rumo ao país andino quase sob disfarce. Mas a Radar do Poder soube por um viajante que estava na mesma fila e registrou o momento, impressionando com a profusão de malas e bolsas Louis Vuitton do vice-casal e de uma dupla que o acompanhava.

Peso morto

Geraldo Júnior, por sinal, decidiu não reivindicar nada na reforma administrativa de Jerônimo. Ao contrário do que fez na montagem inicial do governo, quando tentou abdicar para si a indicação do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, e perdeu a queda de braço dentro do próprio partido, dessa vez decidiu ficar quietinho. Nem sugestões tem dado, convicto de que o desprestígio lhe caiu sobre a alma depois do fiasco eleitoral em Salvador. Virou um “peso morto” nas articulações políticas do Executivo estadual.

Boatos afastados

Ao participar de mais um curso de aperfeiçoamento na área em que atua, na semana passada, em São Paulo (SP), o secretário de Mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller, afastou os boatos internos de que pode deixar, por decisão própria, o cargo na reforma administrativa de Bruno Reis. O subsecretário da pasta, Kaio Moraes, que é uma espécie de “coringa” na estrutura municipal desde o governo de ACM Neto, seguiu o exemplo ao participar, também na semana passada, de um congresso em Aracaju (SE).

Federal de Andrei

Na semana passada, a coluna informou que o deputado estadual Roberto Carlos (PV) seria, em 2026, o candidato a deputado federal apoiado pelo prefeito eleito de Juazeiro, Andrei Gonçalves (MDB). Entretanto, até mesmo diante da relutância do “verde” em aceitar a missão, o nome mais forte para entrar na disputa é o do deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB), a primeira liderança de peso no campo da esquerda no município a declarar apoio a Andrei. Zó já disse que topa e começa a se articular.

Pitacos

* Porto Seguro e Eunápolis deram votos a diversos deputados, estaduais e federais. E são os dois municípios com maior índice de violência, inclusive invasões de terras produtivas. Porém, ainda não obtiveram retorno de seus representantes.

* Diante da situação em que se encontra a região, líder do turismo na Bahia, seria de se esperar o mínimo de preocupação dessa turma, que parece mais preocupada em curtir as “férias” do período pós-eleitoral do que em trabalhar de fato.

* Bruno Reis e os prefeitos eleitos ou reeleitos de Feira de Santana, José Ronaldo, e de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, embarcam no final desta semana para Londres, na Inglaterra, para um intercâmbio a convite do partido deles, o União Brasil.

* A informação sobre a viagem já havia sido antecipada pelo Política Livre na semana passada. Foram convidados vitoriosos da sigla nas eleições deste ano em cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes. ACM Neto acompanha o grupo.

* De fora da viagem a Londres, o prefeito eleito de Ilhéus, Valderico Júnior (União) disse que pretende fazer uma administração inspirada na gestão de ACM Neto em Salvador, marcada por uma “visão inovadora”.

* “O governo Jerônimo será marcado como o que mais endividou a Bahia, pois até agora não vemos outra”, diz o líder da oposição na Assembleia, Alan Sanches (União), sobre o 15º empréstimo aprovado pela Casa a pedido do Executivo.

* Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí e candidato à presidência da UPB, chamou os jornalistas na Assembleia para anunciar a criação de um espaço decente para a imprensa na sede da entidade. Certamente ganhou muitos votos.

* E ainda sobre a UPB, o maior estimulador da candidatura do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), ao comando da entidade é o deputado federal Paulo Magalhães (PSD).

* O PL contratou o advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff (PT), para a defesa do prefeito reeleito de Porto Seguro, Jânio Natal, filiado à sigla, no processo que pede a cassação do registro da candidatura.

* A ação, movida pela coligação derrotada, encabeçada pela deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), pede a cassação alegando que Jânio disputou a segunda reeleição, pois venceu em Belmonte em 2016 e foi diplomado, embora sem tomar posse.

Radar do Poder: A marcha por Coronel, a hegemonia de Lucas Reis, a solução Aleluia para o PL e os escudos de Adolfo

radar do poder | 06 novembro 2024

Coronel na chapa

Prefeitos da base do Executivo estadual, de diversas regiões da Bahia, planejam iniciar um movimento para defender a permanência do senador Angelo Coronel (PSD) na chapa encabeçada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026. A ideia surgiu entre gestores do próprio PSD, partido do senador que comanda o maior número de prefeituras na Bahia, mas já se ampliou para outras siglas. Presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) em vias de bater em retirada, o prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD), apoia a ideia.

Senador municipalista

Coronel tem a simpatia dos prefeitos por ser um senador municipalista. Além disso, ele é atualmente o relator do Orçamento Geral da União (OGU). O pleito de 2024 mostrou que as chamadas emendas PIX garantiram a reeleição de muitos gestores. Resta saber se a mobilização vai convencer o PT, que enxerga Coronel como provável vice de Jerônimo, enquanto as duas vagas ao Senado seriam disputadas pelo senador Jaques Wagner e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, caciques petistas. “Não tem como impedir a formação de uma chapa com três governadores. É imbatível”, avalia um influente deputado do PT.

Campanha em Brasília

Candidatos à presidência da UPB se encontram nos dias 18 e 19 de novembro, em Brasília, no evento organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) para prefeitos eleitos e reeleitos do Nordeste do país. Será o momento em que estarão em campanha aberta para o comando da entidade. Na disputa, os prefeitos de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD), de Andaraí, Wilson Andrade (PSB), e de Medeiros Neto, Beto Pinto (MDB), já confirmaram presença.

Pé na estrada

Candidato de Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do senador Jaques Wagner (PT), Phellipe tem percorrido a Bahia inteira em busca de apoios na eleição para a UPB. No final de semana, esteve no extremo-sul com o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL), e outros gestores municipais da região. Garante já contar com o aval de quase 170 colegas eleitos ou reeleitos em outubro e deve receber o apoio de Quinho, atual prefeito da entidade, que está em viagem com a família na Europa.

Poder absoluto

Aliás, deputados e outros políticos do grupo governista puderam sentir o poder decisório e de influência de Lucas Reis, que é candidato a deputado federal em 2026, no segundo turno da campanha de Luiz Caetano (PT) à Prefeitura de Camaçari. Tudo, absolutamente tudo, passou por ele, disse à coluna um empresário que tentou se aproximar, sem sucesso, do prefeito eleito na segunda etapa do processo eleitoral.

Escudo para Adolfo

Há duas teses engraçadas na Assembleia Legislativa sobre o vice ideal na chapa à reeleição do comandante da Casa, Adolfo Menezes (PSD). A primeira: o melhor nome é o do deputado Tiago Correia (PSDB) – assim, Jerônimo e os caciques governistas iriam atuar fortemente para evitar uma eventual queda do presidente pelo STF para impedir que a oposição assuma o posto. A segunda: o escolhido deve ser o deputado petista Rosemberg Pinto – assim, a oposição e até mesmo as siglas da base tentariam evitar a todo custo que o PT controlasse a Casa.

De praxe, mas…

Vale lembrar que é de praxe na Assembleia que o primeiro vice-presidente que assumir o comando da Casa por qualquer impedimento do titular convoque uma nova eleição para o cargo em até 30 dias. Mas isso não está escrito em lugar algum. Em 1986, o deputado Filemon Matos assumiu a presidência com a ida de Faustino Lima para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e não convocou nova eleição, permanecendo no posto até o início de 1987. O que ninguém tira é que o primeiro vice pode concorrer ao comando do Legislativo já com a caneta na mão.

Paulo Jackson

O PT estuda oferecer à oposição o comando da Fundação Paulo Jackson, que controla a TV Assembleia, para que a bancada apoie Rosemberg ao cargo de primeiro vice-presidente. A entidade já foi controlada pela minoria. Recentemente, já foram presidentes o advogado Igor Dominguez, atual assessor especial do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), e o jornalista Pacheco Maia, ex-secretário de Comunicação do antecessor ACM Neto (União). Quem está no posto hoje é Michele Gramacho, filha da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT).

Gabinete dividido

Suplente, a deputada estadual Jusmari Oliveira (PSD) teria decidido não assumir o mandato após a eleição do colega Eures Ribeiro (PSD) como prefeito de Bom Jesus da Lapa. Segundo apurou a coluna, ela já teria negociado a divisão dos cargos do gabinete com o segundo suplente, Marcone Amaral, ex-prefeito de Itajuípe, ficando com 70%. Caso Jusmari assumisse, Marcone seria nomeado para uma assessoria na própria Sedur. Ontem (05), Eures confirmou ao Política Livre que vai assumir a prefeitura (veja aqui).

Contraofensiva de Roma

A decisão do presidente do PL da Bahia, João Roma, de abrir processo disciplinar que pode resultar na expulsão dos deputados estaduais do partido – Diego Castro, Vitor Azevedo e Raimundinho da JR – foi mais uma retaliação do ex-ministro às críticas de que foi alvo em Brasília junto ao comandante nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. Lideranças da sigla no Estado, com e sem mandato, ideológicas e pragmáticas, pediram a cabeça do ex-ministro por conta do pífio desempenho nas eleições municipais.

Solução Aleluia

A Valdemar Costa Neto, foi sugerido, inclusive, que o partido na Bahia passasse a ser capitaneado por José Carlos Aleluia. Pai do vereador de Salvador Alexandre Aleluia, outro que não gosta de Roma, o ex-deputado federal apoiou Jair Bolsonaro (PL) e é conservador, porém visto também como um político com experiência e habilidade para tirar o PL baiano do buraco pela ala do partido que é próxima ao governo. Ele hoje é filiado ao União Brasil.

Balaio de gato

João Roma, que buscou a ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para minimizar o risco de perder o controle da legenda na Bahia, aceitou abrir processo disciplinar porque os três deputados estariam desrespeitando normas partidárias. No caso de Vitor e Raimundinho, isso é bem evidente, pois eles são da base de Jerônimo. A mesma postura não foi adotada, porém, em relação ao deputado federal Jonga Bacelar (PL), que apoia o presidente Lula (PT). Ou até mesmo contra a esposa do dirigente, a deputada federal Roberta Roma (PL), eleita em 2022 “casando” votos com petistas pelo interior. No caso de Jonga, o que se diz é que Roma sabe onde o boi arromba a cerca.

Prêmio por apoio

A ex-deputada estadual Mirela Macedo (União) deve ser a secretária de Saúde de Lauro de Freitas na gestão da prefeita eleita Débora Régis (União), conforme acordo firmado para que o empresário Teobaldo Costa (União) retirasse a candidatura no pleito deste ano. Como já mostrou a coluna, Mirela pretende tentar retornar à Assembleia em 2026. Ela espera contar com o apoio de Débora, assim como o deputado Pedro Tavares (União) e o prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo (União), que estarão na disputa.

Pela culatra

A possibilidade de o prefeito de Luis Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), ser candidato a deputado federal em 2026 desagradou o jovem Luiz Eduardo Guinle, sobrinho do empresário Luis Eduardo Magalhães, que pretende concorrer ao mesmo posto. Guinle esperava contar com o apoio de Marabá, tanto que já se reuniu com o prefeito em diversas ocasiões. Reeleito este ano, o pepista tem dito a aliados que são fortes as chances de concorrer.

Líder fortalecido

Candidato a deputado federal em 2026, o líder da oposição na Assembleia, Alan Sanches (União), saiu fortalecido das eleições municipais. Além da reeleição do filho Duda Sanches (União) como vereador de Salvador, o parlamentar manteve ou emplacou aliados em oito municípios, incluindo Santo Antônio de Jesus. Na capital, também apoiou para a Câmara Municipal o vereador Marcelo Maia (DC), o ex-vereador Demétrio Oliveira (União) e as lideranças Alex Mine (União) e Sônia Bievenido (União), que, no entanto, não tiveram êxito.

Pitacos

* Os deputados da federação formada por PT, PCdoB e PV se reúnem na próxima terça (12) para formalizar apoio à reeleição do deputado Adolfo Menezes (PSD) à presidência da Assembleia e tratar dos demais cargos da Mesa Diretora.

* Caso o deputado Rosemberg Pinto seja candidato a primeiro vice-presidente da Assembleia, o favorito para assumir a liderança da base do governo é o deputado Robinson Almeida (PT), o que a oposição, em privado, diz que será ‘uma delícia’.

* Por falar em Adolfo, que fez aniversário esta semana e contou com a presença, em festa surpresa, até do governador, ele tem demonstrado que dialoga com todas as forças políticas da Bahia. Esta semana, por exemplo, esteve reunido com João Roma.

* O deputado estadual Roberto Carlos (PV) tem feito as contas para decidir se será candidato a federal em 2026 ou se vai disputar a reeleição. Prefeito eleito de Juazeiro, Andrei Gonçalves (MDB) quer que o “verde” concorra a uma cadeira na Câmara.

* O deputado estadual Pedro Tavares (União) garante que não ficou com ciúmes do encontro entre o colega Diego Castro (PL) e o prefeito eleito de Ilhéus, Valderico Júnior (União). Tem convicção na fidelidade do aliado para 2026.

* A vereadora de Salvador Débora Santana (PDT) tem se oferecido para ser a secretária de Saúde no segundo governo de Bruno Reis. Como diz o ditado, “quem não chora, não mama”.

* No Halloween, o vereador eleito Omar Gordilho (PDT) compareceu a evento fantasiado dele mesmo, ou seja, do personagem Buzz Lightyear, da animação Toy Story, da Disney.

* Prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB) descartou assumir uma secretaria no governo do sucessor José Ronaldo (União). Ele admitiu, no entanto, que vai colaborar com indicações para a gestão.

* Na campanha, José Ronaldo fez de tudo para esconder Colbert, diante do desgaste do emedebista. Passada a eleição, no entanto, o prefeito eleito tem defendido até o nome do aliado para deputado federal.

* Presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima convidou o prefeito de Itacaré, Antonio de Anízio (PT), a se filiar ao ninho emedebista. O petista elegeu o sucessor no pleito deste ano e pretende concorrer a deputado estadual em 2026.

Radar do Poder: ACM Neto dá sinal verde a Adolfo Menezes, a nova dor de cabeça de Wagner, o futuro de Elinaldo e o caçador de coronéis

radar do poder | 30 outubro 2024

Aval de ACM Neto

A decisão da oposição de apoiar a reeleição de Adolfo Menezes (PSD) na Assembleia foi referendada por ACM Neto (União). Antes do anúncio, no final do dia de ontem (29), o líder da bancada, Alan Sanches (União), consultou por telefone o ex-prefeito de Salvador, de quem recebeu sinal verde. Adolfo é amigo pessoal do atual ocupante do Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis (União), e de seu irmão, o advogado Michel Reis.

Bancada de Elmar

Com o voto dele próprio, Adolfo já arrematou o apoio de 62 dos 63 deputados da Assembleia. Apenas Hilton Coelho (Psol) se colocou contra. Até mesmo a “bancada” do deputado federal Elmar Nascimento (União), adversário do presidente da Assembleia em Campo Formoso, não criou resistência, diante do clima de quase unanimidade na Casa. Pesou também a sintonia de momento entre Elmar e o deputado federal Antonio Brito, que é do PSD, mesmo partido de Adolfo. Os dois têm um acordo sobre a sucessão na Câmara.

Excesso de poder

Sobre a disputa pela 1ª vice-presidência da Assembleia, o PT, que almeja o posto, enfrenta forte resistência nas bancadas dos demais partidos. Até porque, em caso de impedimento futuro de Adolfo, por conta da jurisprudência do STF, os petistas poderiam ficar com o comando do Executivo e do Legislativo. Nos bastidores, esse argumento é utilizado até pelo deputado Vitor Bonfim (PV), que deseja o cargo e é da federação. Adolfo deve apoiar o colega que reunir o maior número de apoios, evitando polêmicas.

Política hereditária

A avaliação de deputados sobre Victor Bonfim é a de que ele enfrenta forte rejeição para ocupar a função de substituto imediato de Adolfo. Além das questões de relacionamento, um fator histórico pesa contra o “verde”, mesmo entre os novatos. Em 2014, o pai dele, João Bonfim, então deputado estadual, foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) prometendo distribuir os votos que tinha entre os pares após a aposentadoria da Assembleia, mas acabou escolhendo o filho como único herdeiro do espólio eleitoral.

Questão de proporcionalidade

Em conversa com a coluna sobre a sucessão na Assembleia, o deputado Ângelo Coronel Filho (PSD) não descartou disputar a 1ª vice-presidência. Na avaliação dele, não há obstáculos para que o mesmo partido de Adolfo ocupe o posto. “A eleição pode ocorrer entre todos os cargos da Mesa Diretora. Quem vencer, leva. A proporcionalidade é garantida nos outros cargos”, disse. Em resumo: na avaliação do deputado, o PT poderia ficar com a 2 ª vice. Além da presidência, o colegiado que dirige a Assembleia tem oito vagas titulares.

Manobra do vice

Durante a eleição municipal, a coluna já havia cantado a pedra com exclusividade: eleito vice-prefeito em Feira, o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) não estaria disposto a tomar posse no cargo. Para não perder o mandato na Assembleia, a estratégia é se licenciar e assumir uma secretaria de peso no governo José Ronaldo (União). Depois de negar veementemente a manobra, o tucano assumiu pela primeira vez a possibilidade em entrevista esta semana a uma rádio feirense.

PEC Pablo Roberto

O plano de Pablo Roberto só dará certo, como também já mostrou a coluna, se a Assembleia aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do deputado Manuel Rocha (União), que permite a parlamentares se licenciarem para assumir funções no primeiro escalão de prefeituras do interior. Atualmente, isso só é permitido na capital. Ao tirar apenas uma licença, Pablo ainda deve negociar com o suplente Paulo Câmera (PSDB) visando ficar com, ao menos, metade dos cargos do gabinete. Aliás, a proposta de Manuel já foi apelidada de PEC Pablo Roberto.

Apego ao Legislativo?

Quem também pode renunciar ao mandato conquistado nas urnas é o prefeito eleito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD). Ele, que já foi gestor da cidade, teria sinalizado ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) o desejo de permanecer deputado. Neste caso, o vice eleito, Miguel Leles (PP), comandaria o Executivo municipal. A prática não é novidade e já foi adotada por políticos como Jânio Natal (PL) e Adolfo Menezes, quando foram eleitos, respectivamente, prefeitos em Belmonte e Campo Formoso, e não tomaram posse para seguirem deputados.

Caldeirão do bruxo

O senador Jaques Wagner (PT) terá que administrar uma questão pessoal e dentro do próprio gabinete se o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), de quem é amigo próximo, for de fato candidato à presidência da UPB, como articula o colega Zé Cocá (PP), de Jequié. Isso porque o principal assessor do parlamentar, Lucas Reis (PT), pré-candidato a deputado federal em 2026, trabalha abertamente em favor da candidatura do prefeito de Ituaçu, Phelippe Brito (PSD).

De carlista a amigo

Antes da movimentação de Lucas em favor de Phellipe, Wagner consultou Wilson sobre a disposição do amigo em concorrer à presidência da UPB. Como o socialista relutou, o “bruxo” deu sinal verde para as articulações do assessor em favor do prefeito de Ituaçu. Uma curiosidade: em 2013, Wilson perdeu a disputa pelo comando da UPB para a então prefeita Maria Quitéria, de Cardeal da Silva, porque era visto por Wagner como carlista, mesmo estando no PSB. Isso porque o sogro dele, o falecido Bernardo Spector, sempre foi muito próximo de ACM. Mas o tempo consolidou a amizade e a confiança entre eles, a ponto de Wilson ter ajudado pessoalmente o senador na compra de uma fazenda paradisíaca em Andaraí.

Sem pai

Os problemas do deputado Ricardo Maia (MDB) com o pai, conhecido em Ribeira do Pombal como Zelitão Maia, são considerados irremediáveis. Tanto que no portal da Câmara Federal, o parlamentar baiano faz referência apenas ao nome da mãe, Arileide Chaves de Souza, no item “filiação”. Na semana passada, o Política Livre mostrou que Zelitão conseguiu uma medida protetiva contra Ricardo em função de uma disputa por terras e cobrança de dívidas (LINK).

Caçador de coronéis

Por sinal, Ricardo Maia ainda não engoliu a derrota do irmão, Zelito Maia (MDB), na disputa pela Prefeitura de Araci, na região sisaleira. Ele culpa o ex-prefeito da cidade Silva Neto (PDT), primeiro suplente de deputado estadual e antecessor da prefeita reeleita Keinha Jesus (PDT), pelo resultado. Já Silva ganhou, na cidade, o apelido de “caçador de coronéis”, numa referência ao deputado, que, após uma rápida ascensão política, tentou ampliar os domínios políticos na região no pleito deste ano.

Futuro político

Sem conseguir fazer o sucessor em Camaçari, após a vitória de Luiz Caetano (PT) e a derrota de Flávio Matos (União), o prefeito da cidade, Antonio Elinaldo, começa a se dedicar ao próprio futuro político. Ele está decidido a disputar uma cadeira na Assembleia em 2026 e tem buscado votos não apenas na Região Metropolitana de Salvador, como também no Oeste do Estado, em dobradinha com Manuel Rocha, pré-candidato a deputado federal.

Lauro fora da conta

Elinaldo não deve contar com o apoio da prefeita eleita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União), a quem ajudou bastante durante a campanha – tanto do ponto de vista político quanto jurídico e até na comunicação. Embora o prefeito de Camaçari seja o candidato do coração de Debinha, ela firmou um acordo com Teobaldo Costa (União) para apoiar a candidatura de Mirela Macedo (União), ex-esposa do empresário, a deputada estadual. Mas Elinaldo espera ao menos uma “lembrancinha” da aliada.

Investigação em Porto Seguro

A Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiu retomar as investigações sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais de Porto Seguro. O esquema, conforme denúncias, envolveria magistrados, advogados, promotor, empresários e até membros do Poder Executivo municipal. A medida tem sido especialmente elogiada neste momento em que Porto Seguro e região sofrem com violência e invasões de terras sem que as autoridades locais reajam à altura.

Fadiga de material

Um dos principais articuladores da candidatura de Ana Patrícia à presidência da OAB-BA, o advogado Fabiano Mota Santana está convencido de que ela leva a disputa – e com ampla margem de votos. Ex-candidato ao comando da Ordem, Fabiano acredita não apenas que o grupo que comanda a entidade entrou na chamada “fadiga de material” por causa dos 10 anos em que a dirige, como também no fato de que Ana Patrícia tem conseguido vocalizar de forma precisa o anseio por mudança da classe.

Pitacos

* Nos discursos e entrevistas após a vitória de Luiz Caetano em Camaçari, quando fez menção aos principais parceiros políticos, o governador Jerônimo Rodrigues não citou em nenhum momento o nome do senador Ângelo Coronel (PL).

* Para os observadores da base governista, foi mais um sinal de que o governador não enxerga Coronel na chapa em 2026. Mas aliados do senador garantem que não farão com ele o que fizeram com a deputada Lídice da Mata (PSB), em 2018.

* Vibrando com a vitória de Caetano, o deputado Júnior Muniz (PT) provocou adversários em um grupo de WhatsApp. Disse, por exemplo, que iria indicar o ex-deputado Heraldo Rocha (União) para um cargo na regulação da saúde.

* Heraldo passa o dia criticando o PT no aplicativo de mensagem e garantia que Flávio Matos venceria a eleição. Outro que tirou sarro da concorrência foi o vereador petista Tagner Cerqueira, o mais bem votado em Camaçari.

* Além das articulações políticas para ser reeleito presidente da Assembleia em fevereiro de 2025, Adolfo Menezes também tem procurado manter a forma para vestir um número menor no paletó na posse.

* Líder do governo na Câmara Municipal de Salvador, Kiki Bispo (União) mostrou nas redes sociais que não é nada modesto. Publicou uma arte concedendo a si mesmo o prêmio de “bola de ouro” por ter marcado “inúmeros golaços” como vereador. Mas como Kiki é considerado o maior ‘gente boa’, a iniciativa acabou sendo curtida por todos.

* Prefeito eleito de Juazeiro, Andrei Gonçalves se reuniu esta semana com a cúpula do MDB, partido ao qual é filiado. Tratou de projetos para a cidade com os presidentes de fato e de honra da sigla, Jayme Vieira Lima Filho e Lúcio Vieira Lima, respectivamente.

* Quem se deu bem nas eleições deste ano foi o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB). Apesar da derrota em Vitória da Conquista, onde tem reduto eleitoral, o número de prefeitos que o apoia subiu de oito para 12.

* Por falar em Vitória da Conquista, desde 1996 que o PT não tinha abaixo de 45% dos votos válidos numa eleição na Suíça baiana. No pleito deste ano, o deputado federal petista Waldenor Pereira ficou com apenas 26,74%

* A médica bolsonarista Raissa Soares (PL) se mudou para Curitiba (PR) no segundo turno para apoiar a candidatura da conservadora Cristina Graeml (PMB), que foi derrotada. Lá, a “doutora cloroquina” ficou contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Radar do Poder: A “dança” das cadeiras de Jerônimo e Bruno, Elmar longe de Camaçari e a maldição do anexo da Assembleia

radar do poder | 23 outubro 2024

Reforma à vista

Tanto o governador Jerônimo Rodrigues (PT) quanto o prefeito Bruno Reis (União) têm insistido junto a correligionários e dirigentes partidários que só irão tratar objetivamente de reforma no secretariado depois da eleição em Camaçari, ou seja, a partir da semana que vem. Nos bastidores, no entanto, os partidos que orbitam em torno de Jerônimo e de Bruno já articulam para manter ou ampliar o quinhão dos cargos. O Avante, por exemplo, deseja fazer ao menos uma troca no primeiro escalão do governo estadual.

Tum pode “dançar”

O partido liderado na Bahia pelo ex-deputado federal Ronaldo Carletto ocupa hoje a Secretaria da Agricultura, com o ex-deputado Wallison Tum. Só que Tum foi indicado ao posto quando o Avante ainda era comandado pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório, no início do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Carletto almeja que o cargo seja ocupado por uma pessoa ligada a ele. Um dos cotados é o secretário-geral da sigla, Pablo Barroso, que já foi aliados de ACM Neto (União).

Suando a camisa

Aliás, a intima ligação entre o Avante e ACM Neto é um dos obstáculos para que o partido consiga ampliar espaço. A coluna do dia 18 mostrou que os principais candidatos da legenda nas eleições de outubro foram apoiados e financiados pelo União Brasil. Foi o que ocorreu com o prefeito eleito de Brumado, Fabrício Abrantes, e o reeleito de Guanambi, Nal Azevedo. Carletto e Jerônimo, que atrapalharam no que puderam a campanha dos dois, terão que suar a camisa se quiserem tirar esses votos de Neto em 2026.

Olho na suplência

O PP também vislumbra a possibilidade de ocupar um espaço no primeiro escalão. Mas, se isso ocorrer, Jerônimo não pretende entregar uma pasta a um dos deputados estaduais pepistas. Isso porque a primeira suplente hoje é a primeira-dama de Candeias, Soraia Cabral, aliada de ACM Neto. Soraia, por sinal, deve ser candidata novamente a uma cadeira na Assembleia em 2026 em dobradinha com o marido e atual prefeito, Dr. Pitágoras, que vai concorrer à Câmara dos Deputados. Este ano, a dupla elegeu o sucessor Eriton Ramos (PP).

Mudanças no PSD

No PSD, o senador Otto Alencar disse à coluna que não tratou com Jerônimo sobre reforma administrativa. Ele afirmou que, após o pleito em Camaçari, vai conversar com o governador sobre a permanência ou não da secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira, que pode retornar em definitivo à Assembleia com a eleição do deputado Eures Ribeiro em Bom Jesus da Lapa. Otto afirmou ainda que não tratou da indicação do secretário de Infraestrutura, Sérgio Brito, para a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE). O PSD pode ter que substituí-los.

Retorno à Educação

No caso de Salvador, o compasso também é de espera sobre a reforma administrativa. Bruno Reis e ACM Neto, que vai, naturalmente, participar das discussões, evitam tratar do tema com aliados. O PSDB dá como certo, no entanto, que voltará a comandar a Secretaria Municipal de Educação (Smed). Para o posto, o deputado federal tucano Adolfo Viana deve indicar o atual secretário municipal de Gestão, Rodrigo Alves, que já foi diretor de Infraestrutura da Smed quando o PSDB liderava a pasta, até janeiro de 2023. Ele é ligado à cúpula tucana e tem o apoio dos vereadores da legenda.

Troco dos edis

Quem lidera o movimento pela permanência do atual titular da Smed, Thiago Dantas, que é da cota pessoal de ACM Neto e de Bruno Reis, é a vereadora Roberta Caíres (PDT), que recebeu apoio forte do secretário para ser reeleita em outubro. Entretanto, a articulação da pedetista é isolada, uma vez que Thiago conseguiu desagradar praticamente toda a Câmara Municipal ao trabalhar exclusivamente por Roberta, inclusive, segundo se comenta na Casa, privilegiando a edil na distribuição de cargos terceirizados.

Dobradinha Universal

Reeleito vereador, Luiz Carlos, do Republicanos, deve retornar ao comando da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) na segunda gestão de Bruno Reis. É o nome da preferência do presidente do partido na Bahia, deputado federal Márcio Marinho, que conta com a fidelidade do edil para ampliar a votação na capital no pleito de 2026. O parlamentar vai priorizar a Seinfra no envio de emendas federais para obras na cidade e aposta na velha “dobradinha”. Os dois são lideranças da Igreja Universal.

Terra arrasada

A reforma administrativa no Palácio Thomé de Souza também deve levar em conta a montagem do secretariado da prefeita eleita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União). Bruno Reis e ACM Neto acreditam que o cenário no município da Região Metropolina é de “terra arrasada”, e, por isso, seria importante “exportar” quadros qualificados da gestão municipal na capital para atuar principalmente na área de infraestrutura na cidade vizinha. O problema é que até agora os quadros cogitados não têm interesse na mudança.

Homem do tempo

O deputado federal João Leão (PP) defende que o chefe da Defesa Civil de Salvador, Sósthenes Macedo (União), comande a pasta da Infraestrutura em Lauro. Sósthenes foi superintendente da Sucop na gestão de João Henrique e era chamado de “buraco zero” por Leão, então chefe da Casa Civil na capital. Mas, além de ser um quadro do qual Bruno não parece disposto a abrir mão, o “homem do tempo” deseja mesmo é comandar a Secretaria de Sustentabilidade em Salvador (Secis), à qual a Defesa Civil é subordinada.

Por pouco

Além da derrota do pupilo e ex-coordenador da Codecon Zilton Netto (PDT) na briga por uma cadeira na Câmara de Salvador, o deputado federal Leo Prates (PDT) quase sofre um outro revés. É que o vereador Daniel Alves (PSDB), também apoiado pelo parlamentar, se reelegeu no limite.. Ele foi apenas o quinto dos seis eleitos pela federação dos tucanos com o Cidadania. Na reta final da campanha, o Palácio Thomé de Souza teria apostado mais nos vereadores Téo Senna (PSDB) e Cris Correia (PSDB), que acabaram na frente de Daniel.

Despesa zero

Um dos novatos eleitos para a Câmara Municipal de Salvador no dia 6 de outubro, Alex Alemão (DC) não registrou até agora junto à Justiça Eleitoral gastos de campanha. Segundo o site Divulgacand, ele arrecadou do partido R$ 66 mil em doação, mas não computou despesas, sequer com a confecção de “santinhos”. Alemão é ligado ao deputado estadual Luciano Simões Filho, presidente do União Brasil em Salvador. Os candidatos têm até 5 de novembro para prestar contas da campanha.

Longe de Camaçari

Buscando se aproximar do PT de olho na presidência da Câmara Federal, o deputado Elmar Nascimento (União) não quer nem ouvir falar do segundo turno em Camaçari, onde vencer se tornou uma prioridade nacional da cúpula petista. Definitivamente, o parlamentar evitou embarcar na campanha de Flávio Matos (União), na contramão das demais lideranças da oposição. Na semana passada, o presidente Lula participou de um comício na cidade ao lado do candidato do PT, Luiz Caetano.

Vice-presidência

O mais novo movimento da deputada estadual Ivana Bastos (PSD) na disputa pela vice-presidência da Assembleia não foi muito bem visto na Casa pelos demais interessados no cargo. Alegam que fere o princípio da proporcionalidade pelo fato de ela pertencer à mesma sigla do presidente Adolfo Menezes (PSD). Caso Ivana vença a disputa pelo posto, há quem defenda a judicialização, o que pode colocar em risco a própria reeleição de Adolfo. Defendendo a tese, o PT é um dos que reivindicam a posição. O deputado petista Júnior Muniz está de olho na corrida.

Maldição do anexo

O segundo andar do anexo Wilson Lins da Assembleia Legislativa ganhou o status de “amaldiçoado” entre assessores da Casa. É neste mesmo setor que ficam os gabinetes dos três deputados alvo de operações policiais ou investigados por supostos crimes eleitorais nesta legislatura: Binho Galinha (PRD), Marcinho Oliveira (União) e Soane Galvão (PSB).

Pitacos

* Em discurso nesta terça (22) no plenário da Assembleia, o deputado Marquinho Viana (PV) lançou a candidatura a primeiro vice-presidente da Casa. Ele também reafirmou apoio à reeleição de Adolfo Menezes.

* Derrotados na reeleição, os vereadores do PT de Salvador Tiago Ferreira, Arnando Lessa e Luiz Carlos Suíca aguardam um contato de emissários do Palácio de Ondina para definir o futuro político. Os três almejam um posto na estrutura do Estado.

* Tiago, por sinal, sempre defendeu que o candidato a prefeito fosse do PT para assegurar ao menos a manutenção da bancada da sigla. O edil dizia que a candidatura de Geraldo Júnior (MDB) colocaria isso em risco, como de fato aconteceu.

* Aliás, a federação com o PCdoB e o PV parece não ter sido um bom negócio para o PT. Em Barreiras, por exemplo, os petistas não elegeram um único vereador, mesmo tendo o ex-deputado federal Tito Cordeiro como candidato a prefeito.

* Do Avante, quem ensaia entrar na briga pela presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB) é a prefeita reeleita de Taperoá, Kitty Guimarães. Ela tem boa relação com Jerônimo e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

* Em seu último ano como prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB) deve ser candidato a deputado estadual em 2026. O gestor conseguiu eleger o tio, Eduardo Hagge (MDB), como sucessor no dia 6 de outubro.

* Dos 41 prefeitos eleitos pelo PP, 15 irão apoiar a reeleição do deputado federal Mário Negromonte Júnior, presidente da sigla na Bahia, em 2026. O pepista não pensa em chapa majoritária.

* Em Camaçari, o vereador Júnior Borges (União), que mudou de lado no segundo turno e decidiu apoiar Luiz Caetano, sempre teve ciúmes de Flávio Matos (União). Nunca aceitou ser preterido como sucessor do prefeito Antonio Elinalo (União).

* Júnior Borges, aliás, sequer foi reeleito vereador, embora tenha sido até presidente da Câmara Municipal e líder do governo. E olha que o edil sempre desfilou com a pompa de bem votado. Agora, para tentar dormir em paz, coloca a culpa da derrota em Elinaldo

* Uma das surpresas do pleito deste ano, o prefeito eleito de Santa Cruz Cabrália, Girlei Laje (PDT), não emplacou um único aliado na Câmara Municipal. Terá que ser habilidoso (e cuidadoso) para governar a terra-mãe do Brasil.

*Ex-prefeito de Itatim, Gilmar Pereira Nogueira foi condenado pelo TCM a ressarcir os cofres públicos em pouco mais de R$5 milhões, em razão do superfaturamento de despesas em contratos de 2017 e 2018.

Radar do Poder: O futuro de Geraldo Júnior, a joia da coroa de ACM Neto, a “crise” no PL e o ativo do PP em Jequié

radar do poder | 09 outubro 2024

Destino incerto

Depois da derrota humilhante de domingo (06) em Salvador, qual será o destino do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que segue desaparecido? A avaliação entre lideranças da base governista e do ninho emedebista é que o “Rolando Lero” da política baiana será candidato a uma cadeira na Assembleia, impedindo que o próprio filho, o deputado Matheus Ferreira (MDB), dispute a reeleição. A avaliação é que o vice não ganhou musculatura para concorrer à Câmara Federal, como seria o projeto original.

Patinho feio

Geraldo Júnior não conseguiu sequer eleger um vereador para chamar de seu em Salvador e perdeu todo o espólio político que conquistou quando era do grupo do prefeito Bruno Reis (União) e chegou à presidência da Câmara. O único eleito pelo MDB foi David Rios, outrora ligado a Bruno. E mais: como nunca fez política no interior, se decidir concorrer ao Legislativo federal vai enfrentar a concorrência de outros emedebistas de peso, a exemplo do deputado Ricardo Maia e do advogado Jayme Vieira Lima, candidato dos irmãos Geddel e Lúcio.

Vice descartada

A hipótese de permanecer na chapa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) arrodeado de seguranças é algo totalmente descartado para o futuro de Geraldo. Além do pífio desempenho em Salvador, a briga por espaço na majoritária é intensa, sobretudo porque o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), deseja concorrer ao Senado. E se a vice seguir com o MDB, que cresceu nas eleições de 2024 e teve a maior vitória entre os aliados no primeiro turno (em Juazeiro), os Vieira Lima pretendem indicar outro quadro.

Vexame acumulado

A derrota acachapante de Geraldo Júnior em Salvador não foi a única que caiu na conta de Jerônimo. O governador sofreu outro revés com o resultado da eleição para vereador. Além de ter perdido três das quatro cadeiras que tem atualmente, o PT não conseguiu fazer da irmã do governador e única reeleita, Marta Rodrigues, a mais votada da oposição ao prefeito, como era esperado. Ela foi ultrapassada por André Fraga (PV), que, por sinal, é aliado de Bruno Reis. Outro vexame!

Liderança emergente

Segundo colocado na disputa em Salvador, Kleber Rosa também foi o segundo mais bem votado candidato do PSOL a uma Prefeitura de capital, ficando atrás apenas de Guilherme Boulos, que vai ao segundo turno em São Paulo. Enfrentando dificuldades relacionadas à dimensão do partido, à baixa disponibilidade de recursos e à concorrência das máquinas estadual e municipal, Kleber saiu da disputa não só na condição de player respeitável no campo municipal, mas também como uma liderança nacional de esquerda com poder de influência sobre um partido em franco crescimento.

Operação de guerra

ACM Neto (União) montou uma verdadeira operação de guerra para que Flávio Matos (União) vença a eleição em Camaçari no segundo turno, derrotando o petista Luiz Caetano. Neto já fez uma reunião na segunda (07) com aliados e marcou uma outra para esta quinta (09), convocando parlamentares, prefeitos e eleitos da oposição, sobretudo na Região Metropolitana de Salvador. A ideia é alinhar estratégias e ações que possam se transformar em votos.

Joia da coroa

A vitória em Camaçari, se ocorrer, vai coroar a estratégia de ACM Neto de implementar o chamado “cinturão 44” em Salvador e Região Metropolitana, impondo mais uma derrota a Jerônimo. Além da capital, o União Brasil venceu em Lauro de Freitas, Simões Filho e Mata de São João. E mais: outros prefeitos de oposição ligados a Neto venceram em Candeias e Dias D’Ávila. Uma verdadeira “lapada”.

Petista arrependido

Ainda sobre Camaçari, Luiz Caetano deve estar profundamente arrependido de não ter trabalhado para obter, no primeiro turno, o apoio do candidato do MDB, o comunicador Oswaldinho. O petista só não venceu no domingo (06) por 0,48% dos votos e o emedebista recebeu 0,71%. Caetano queria que Oswaldinho o apoiasse apenas na base da fé, sem negociar espaços em uma eventual gestão. Agora, o dote subiu. E Flávio Matos também está de olho na “noiva” do pedaço.

Adolfo fortalecido

Apesar da derrota calculada em Campo Formoso, o presidente da Assembleia, deputado Adolfo Menezes (PSD), ficou mais forte após a abertura das urnas no domingo (06). Prefeitos aliados do parlamentar venceram a disputa em cidades importantes, com destaque para Paulo Afonso, Bom Jesus da Lapa e Rio Real. Adolfo, por sinal, deve iniciar na próxima semana as sondagens sobre a sucessão no Legislativo estadual. Jerônimo já sinalizou à base que deseja ver o aliado seguir na presidência.

Voos mais altos

Outro que saiu fortalecido foi o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), reeleito com o maior percentual de votos do país: 91,97%, O resultado o credencia a pensar em voos mais altos a partir de 2026, ou seja, concorrer a uma cadeira de vice-governador ou senador como ativo do PP. Em 2022, Cocá apoiou ACM Neto e, embora tenha como vice um quadro do União Brasil (o sobrinho Flávio Santana), não descarta dialogar com Jerônimo, que em Jequié apoiou timidamente Alexandre da Saúde (PSD), candidato derrotado ligado ao deputado Antonio Brito (PSD).

Decepções do líder

Líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) passou por decepções nas eleições deste ano, mas também teve vitórias importantes. A maior derrota foi em Ilhéus, com Adélia Pinheiro (PT). Mas perdeu também em Itapetinga, com Cida Moura (PSD), e na terra natal, Itororó, com Luciana Pedreira (PT) – esta tinha até o o apoio do União Brasil. Rosemberg venceu, no entanto, em São Francisco do Conde, com Antonio Calmon (PP), e em Coaraci, onde ficou contra o próprio partido e ao lado de Miltinho do Axé (PSD).

Duelo no sertão

No duelo particular travado nas eleições deste ano entre os deputados federais Ricardo Maia (MDB) e Gabriel Nunes (PSD), ambos da região nordeste do Estado, o segundo levou a melhor. Nunes ganhou quatro prefeitos novos em Andorinha, Queimadas, Rio Real e Ribeirão do Largo e os aliados que disputaram a reeleição ou indicaram sucessor venceram, com exceção de Inhambupe. O deputado do PSD, no entanto, não conseguiu acabar com a hegemonia do grupo do prefeito Luciano Pinheiro (PDT) em Euclides da Cunha, terra natal.

Apostas na “banda b”

Já Ricardo Maia, que investiu alto nos candidatos da chamada “band b” do governo, sofreu derrotas em quase todos os municípios nos quais ficou contra os nomes de Jerônimo, a exemplo de Cícero Dantas, Banzaê e Araci – nesta última cidade, lançou na disputa o próprio irmão, Zelito Maia (MDB), que nunca morou lá e perdeu para a prefeita Keinha Jesus (PDT). Entretanto, Maia emplacou a nova prefeita de Ribeira do Amparo e manteve os dois principais município que tem sob seu domínio: Ribeira do Pombal e Tucano – neste último, o filho homônimo do parlamentar foi reeleito.

Grupo encerrado

Após a suplente de deputada estadual do PL Kátia Bacelar detonar o presidente do partido na Bahia, João Roma, em entrevista a este Politica Livre, o comando da sigla decidiu encerrar, na tarde desta terça (08), o grupo de WhatsApp formado por parlamentares, lideranças e membros da direção da agremiação. Kátia, que é irmã do deputado federal Jonga Bacelar, outro filiado, havia detonado Roma no mesmo grupo. Tudo por conta do desempenho eleitoral pífio do PL baiano.

Meu cercado

Procurado pela coluna, Jonga evitou polemizar sobre a posição da irmã. “Deixa eu ficar no meu cercado”, brincou. O deputado frisou, no entanto, que o único prefeito do PL que venceu as eleições domingo (06) é ligado a ele: Jânio Natal, reeleito. “Outro que eu esperava que tivesse um desempenho melhor no partido era o deputado (estadual) Raimundinho da JR (candidato derrotado em Dias ‘Ávila), mas acabou não acontecendo”. Raimundinho é aliado do PT no plano estadual, enquanto Jonga, que diálogo com todos os campos, o é em nível federal.

Remodelagem bolsonarista

Os candidatos a vereador da chamada ala ideológica do PL que conseguiram se eleger em Salvador e até mesmo no interior foram aqueles que, em geral, fizeram uma remodelagem no discurso e nas redes sociais, deixando de lado a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. É só observar, por exemplo, o Instagram dos dois eleitos do partido em Salvador, Alexandre Aleluia e Cézar Leite, que optaram por “colar” em Bruno Reis. Aleluia, por sinal, mudou de estratégia bem antes de a campanha começar para poder ter acesso a bairros periféricos da cidade onde o bolsonarismo não é bem visto.

Pitacos

* Candidato do senador Jaques Wagner (PT) a deputado federal em 2026, Lucas Reis (PT), chefe de Gabinete do parlamentar, sofreu derrotas importantes nas eleições. Não conseguiu eleger os candidatos a prefeito aliados em Bom Jesus da Lapa e Barreiras.

* Lucas, por sinal, tenta agora “tirar uma lasquinha” da vitória de Andrei Gonçalves (MDB), prefeito eleito de Juazeiro, mesmo tendo trabalhado o tempo inteiro para viabilizar a candidatura do inelegível Isaac Carvalho (PT).

* Quem também não foi bem na eleição foi o PSB da deputada federal Lídice da Mata. Viu o número de prefeitos reduzir de 30 para 24. E não conseguiu eleger Rodrigo Hita, vice-presidente da sigla na Bahia, como vereador de Salvador.

* Um dos maiores derrotados na eleição foi o deputado estadual Vitor Bonfim (PV), que dava como certa a vitória do irmão, Guilherme Bonfim (PT), na disputa pela Prefeitura de Brumado. O vencedor foi Fabrício Abrantes (Avante).

* Já um dos maiores vencedores foi o prefeito de Muritiba, Danilo de Babão (PSD). Fez a sucessora (Rose Reis, do PSD) e ainda todos os 11 vereadores da Câmara Municipal. Ou seja, o próximo governo não terá nem oposição.

* O deputado estadual Raimundinho da JR (PL) sofreu uma derrota dupla nessas eleições. Não conseguiu se eleger prefeito de Dias D’Ávila e ainda viu a mulher, Norma Queiroz (MDB), derrotada na disputa majoritária em Itapebi.

* Em Buerarema, uma das duas cidades baianas em que Jair Bolsonaro venceu a eleição de 2022, o PL não elegeu sequer um vereador. Em Luiz Eduardo Magalhães, onde Bolsonaro também foi vencedor, emplacou uma cadeira.

* O deputado federal Elmar Nascimento (União) comemorou nas redes sociais a reeleição do prefeito de Alcobaça, Zico de Baiato, que é do PT. O parlamentar participou da campanha do petista, de quem é aliado.

* Quem se deu bem com a vitória de Valderico Júnior (União) em Ilhéus foi o deputado estadual Pedro Tavares (União), que ganhou um aliado de peso para renovar o mandato em 2026.

* Dos oito candidatos do PDT que venceram as eleições para prefeito no domingo (06), apenas a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo, que foi reeleita, não integra oficialmente a base de Jerônimo.

Radar do Poder: Os candidatos sem limite de Porto Seguro, o fogo amigo contra Jerônimo em Itabuna e o vereador-secretário de Bruno Reis

radar do poder | 02 outubro 2024

Furou o teto

Em Porto Seguro, o prefeito Jânio Natal (PL), que tenta a reeleição, já torrou na campanha R$ 360.728,59 a mais do que o limite de gastos permitido pela Justiça Eleitoral para o município. Ele, que já contratou três escritórios de advocacia, declarou despesas de R$ 745.535,50, mas o teto lá é de R$ 384.806,91.

O crime compensa

Vale lembrar que Jânio enfrentou, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), um pedido de impugnação da candidatura porque, segundo a acusação da chapa da principal adversária, a deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), poderá ser diplomado prefeito pela 3ª vez consecutiva. Antes, em 2016, concorreu ao Executivo em Belmonte, venceu, foi diplomado, mas não tomou posse para dar lugar ao vice, que era seu irmão, Janival Borges. Valeu o investimento nos advogados de defesa, pois a tese não prosperou.

Exemplo seguido

O curioso em Porto Seguro é que Cláudia Oliveira também já gastou na campanha acima do teto. No caso dela, as despesas declaradas já somam R$ 473.326,00. Os dois candidatos contaram principalmente com verbas públicas para bancar as candidaturas, por meio do fundo eleitoral. Com acesso à maior fatia do bolo destinado aos partidos, o PL doou R$ 720 mil para Jânio, único prefeito da legenda no Estado. Já o PSD enviou R$ 380 mil para Cláudia.

Os dois enrascados

Mas o que pode acontecer com Jânio Natal e com Cláudia Oliveira ao desrespeitarem a regra do limite de gastos? Segundo advogados da área eleitoral consultados pela coluna, os dois podem pagar multa de 100% da quantia que ultrapassa o teto fixado, além de poderem ser alvos de ações por abuso de poder econômico, o que, vez ou outra, resulta em cassação e inelegibilidade pelo prazo de oito anos. Uma verdadeira enrascada.

Cinturão 44

O grupo de Jerônimo saiu na frente da oposição no que se refere a investimentos em candidatos na Região Metropolitana de Salvador, apesar da estratégia de ACM Neto (União) de criar o chamado “Cinturão 44” em volta da capital. Apenas em Camaçari e Mata de São João, candidatos do União Brasil receberam mais recursos do fundo eleitoral de partidos do que os concorrentes do PT ou legendas ligadas ao Palácio de Ondina. Em Lauro de Freitas, Simões Filho e Madre de Deus, receberam menos.

Menor fatia

Por falar em União Brasil, o deputado estadual da sigla que recebeu menos recursos para distribuir entre os candidatos foi Marcinho Oliveira, braço direito do deputado federal Elmar Nascimento. Isso porque ACM Neto não aceitou o envio de verbas para concorrentes próximos do PT, como foi o caso da maioria da lista de Marcinho, que assegurou menos de R$ 50 mil até segunda (30). Os colegas abocanharam entre R$ 350 e R$ 600 mil. Já os federais do União Brasil tiveram direito a distribuir R$ 4 milhões cada.

Longe do vermelho

Em pelo menos cinco cidades da Bahia, Jerônimo está contra o PT local nas eleições de domingo (06): Ituaçu, Muritiba, Jeremoabo, Lajedão e Coaraci. Nas quatro primeiras, o partido tem candidato próprio, mas o governador optou por caminhar com nomes de outras siglas, sobretudo por conta das articulações de Lucas Reis, chefe de gabinete do senador Jaques Wagner, mirando a eleição para deputado federal em 2026. Em Coaraci, as lideranças locais do PT é que ficaram contra o candidato petista apoiado por Jerônimo.

Conselho político

Em Ituaçu, o PT estadual cumpriu o prometido de só enviar R$ 10 mil para a campanha do candidato do partido, professor Diego Machado. A estratégia, como já revelou o Política Livre (Clique aqui para ler), foi sufocar o filiado, tentando fazê-lo desistir, uma vez que Lucas Reis decidiu apoiar a reeleição do prefeito Phellipe Brito (PSD). Aliás, durante a campanha foi formado o novo conselho político de Jerônimo, composto pelo assessor de Wagner, pelo chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, e pelo presidente do PT baiano, Éden Valadares.

Óleo de peroba

Pegou mal entre os aliados a participação do governador em eventos da campanha de Zé Neto (PT) em Feira de Santana ao lado do deputado estadual Binho Galinha, acusado pela Polícia Federal de liderar uma milícia. Recentemente, em uma carreata, o parlamentar estava no mesmo veículo de Jerônimo, com total desenvoltura. “Isso pode até virar notícia nacional”, comentou um político próximo do chefe do Executivo estadual à coluna.

Ataque amigo

O blogueiro e ex-vereador Val Cabral, membro do staff do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), enviou um áudio em um grupo de WhatsApp no qual ataca o coordenador da campanha, Aldo Rebouças (ouça abaixo). Val chamou a coordenação de “aquela merda” por apostar que a presença do governador na cidade seria positiva para Augusto. “Jerônimo tira é voto, é do PT”, disse, exaltado, antes de se desculpar. Jerônimo esteve em Itabuna na semana passada e deve retornar na sexta (04) para uma carreata ao lado do prefeito.

Ecos de Brasília

Após confirmar presença, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), faltou a um comício da candidata Denise Menezes (PSD) em Campo Formoso, no domingo (29). Rui também havia prometido participar da convenção e não foi. Jerônimo, por sua vez, esteve nos dois atos. A ausência repetida do ministro decepcionou o esposo de Denise, o aliado e presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), e satisfez Elmar Nascimento (União), cujo irmão, o prefeito Elmo Nascimento (União), concorre à reeleição. Ecos de Brasília!

Futuro secretário

Cotado para ser um dos mais votados do União Brasil em Salvador no domingo (06), o vereador Duda Sanches deve ser lembrado por Bruno Reis para a equipe de primeiro escalão da Prefeitura, segundo fontes do próprio Palácio Thomé de Souza. O edil não esconde o desejo de ter uma função no Executivo. Caso isso ocorra, ao menos um dos suplentes da legenda, que pode ficar com até oito cadeiras na Câmara, poderá assumir o mandato. Duda já foi cogitado para a pasta da Cultura e Turismo em 2023.

Duelo da juventude

Ao menos no quesito investimento partidário, Lucas Moreno, aposta jovem do União Brasil para a Câmara de Salvador, saiu na frente do concorrente da juventude do PSDB, Dudu Magalhães. O primeiro recebeu R$ 200 mil da campanha de Bruno Reis, enquanto o segundo ficou com R$ 90 mil do tucanato. Os dois têm padrinhos fortes: Lucas é ligado a ACM Neto, ao deputado estadual Manuel Rocha (União) e ao prefeito de Camaçari, Antonio Elinado (União). Duda é sobrinho do ex-deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB) e tem o respaldo do deputado federal Adolfo Viana (PSDB).

Sem fogo na Bahia

Enquanto no resto do país o ministério do Meio Ambiente queima literalmente as pestanas no enfrentamento às queimadas que devastam áreas imensas, com prejuízos incalculáveis, em solo baiano, diferentemente do que já ocorreu no passado, o tema não deverá fazer parte do noticiário. Isso graças a um programa pioneiro intitulado Bahia Sem Fogo, que, além de ter intensificado as ações de prevenção, vem consolidando estratégias de educação ambiental.

População sensibilizada

A iniciativa também sensibiliza a população sobre o impacto das queimadas, por meio da articulação de vários órgãos, inclusive o Corpo de Bombeiros. Quem está por trás do Bahia sem Fogo é o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Sodré, que, apesar de muito discreto, já mostrou que não é do tipo que fica vendo a banda passar, granjeando respeito até na oposição.

Pitaco

* O ministro do Trabalho, Renan Filho (MDB), desmarcou a agenda em Juazeiro nesta quinta (03). Ao lado do candidato Andrei Gonçalves (MDB), ele iria reafirmar o compromisso do governo federal de concluir a duplicação da “ponte picolé”.

* A ponte, oficialmente chamada de Presidente Dutra, virou alvo de disputa eleitoral. A prefeita Suzana Ramos (PSDB), candidata à reeleição, tem dito que a iniciativa é fruto da atuação dela com o apoio de lideranças como o deputado Adolfo Viana (PSDB).

* Por outro lado, quem deve desembarcar na campanha de Andrei em Juazeiro na sexta (04) é Rui Costa. Jerônimo já esteve lá três vezes, a última esta semana. Na base do governador, o sentimento é de “virada”.

* Mais animado, Elmar Nascimento marcou presença, no final de semana, na Helvécia Fest, que acontece em Nova Viçosa, cidade que tem como prefeita Luciana Machado (União), esposa do deputado estadual Robinho (União). Marcinho também foi.

* Depois de criticar duramente Jerônimo por ter abandonado a candidatura à reeleição do prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB), o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) ficou um doce ao lado do governador numa solenidade em Várzea do Poço.

* Em Muritiba, o Republicanos, partido da Igreja Universal, tem como candidata à Prefeitura a ialorixá Mãe Maria. Ela é aliada do deputado federal e pastor Márcio Marinho. Na cidade, o comentário é que a política também faz milagres.

* Ainda sobre Muritiba, a cidade é a única com cinco candidaturas femininas à Prefeitura. É considerada favorita Rose Reis (PSD), que tem o apoio do prefeito Danilo de Babão (PSD) e do governador.

* Em Araci, enquanto o ex-prefeito Silva Neto (PDT) costuma se referir ao deputado federal Ricardo Maia (MDB) como “Dick Vigarista”, o emedebista frequentemente chama o pedetista de “Al Capone”. Os dois são adversários políticos.

* Aliás, Silva Neto anda muito mais “amigo” de Jerônimo do que do que Ricardo Maia. Além de receber o governador em Araci, no domingo (29), em ato de campanha da prefeita Keinha Jesus (PDT), esteve com o petista no mesmo dia na vizinha Teofilândia.

* Tentando retornar à Câmara Municipal de Salvador, Pedro Godinho (União) recebeu o apoio oficial do presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota. Agora é ficar na torcida para que o rubro-negro não chegue no dia da eleição na zona de rebaixamento.

Radar do Poder: Geraldo Júnior fora das ruas, o apoio de Jerônimo a Adélia, o Carletto “Zagallo” e os petistas engajados

radar do poder | 25 setembro 2024

Fora das ruas

Quando se diz que ninguém vê nas ruas a campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à Prefeitura de Salvador, isso pode ser explicado em números. Enquanto o prefeito Bruno Reis (União), que disputa a reeleição, já gastou mais de R$ 1,1 milhão em atividades de militância e mobilização, o emedebista sequer discriminou esse tipo de despesa na prestação de contas. Além disso, Bruno já aplicou mais de R$ 2,7 milhões na confecção de materiais impressos, contra apenas R$ 320,8 mil de Geraldo.

Torneira fechada

Geraldo Júnior, por sinal, não deve receber doações de mais partidos aliados da base aliada. O PSD, presidido pelo senador Otto Alencar, confirmou à coluna que não pretende destinar recursos do fundo eleitoral para a campanha do emedebista. O mesmo disseram o PSB e o PCdoB. As três legendas informaram que a prioridade é garantir verbas para os candidatos próprios e, no caso de Salvador, da chapa proporcional. Além do partido dele, o MDB, quem morreu na conta foi o PT. Dos dois, recebeu quase R$ 3,3 milhões.

Ganhou a confiança

A campanha de Bruno Reis contratou a AtlasIntel para fazer pesquisas de consumo interno visando monitorar o processo eleitoral na capital. O gasto declarado para este serviço é de R$ 270 mil. O detalhe é que o instituto foi bastante criticado na eleição de 2022 por ACM Neto (União) e aliados, incluindo Bruno, embora tenha sido o único a acertar o resultado da eleição no primeiro turno, quando apontou a vitória do hoje governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Desvantagem pepista

Vereadores e candidatos do PP em Salvador ficaram insatisfeitos com o atraso na liberação de recursos do fundo eleitoral para a campanha. O partido foi o último da base de Bruno a disponibilizar as verbas, colocando alguns postulantes em desvantagem – houve até desistências. Há críticas também à discrepância entre valores destinados, inclusive entre os concorrentes à reeleição. O vereador Maurício Trindade recebeu R$ 280 mil, montante bem superior aos demais. Sidninho, por exemplo, só teve direito a R$ 80 mil, razão porque diz cobras e lagartos do colega cheio de prestígio.

Fogo no PSB

Está gerando revolta entre lideranças do partido a postura da presidente do PSB na Bahia, deputada federal Lídice da Mata, de pedir votos de forma escancarada para o afilhado e vice-presidente da legenda, Rodrigo Hita, que disputa uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador. Nas plenárias de bairros, Lídice nem tenta mais esconder que Hita é o seu favorito. Um aliado da parlamentar disse que falta a ela “isenção de presidente”. A sigla tem hoje um vereador: Sílvio Humberto.

Campanha digital

Concorrendo à Prefeitura de Feira de Santana, o deputado federal licenciado Zé Neto (PT) é, até agora, o candidato na Bahia que mais gastou com impulsionamento nas redes sociais. Ele destinou R$ 200 mil para este propósito, ocupando a posição de número 19 entre os postulantes de todo o país. Logo depois, aparecem na lista Luiz Caetano (PT), que tenta voltar a ser prefeito de Camaçari, e a vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União), que disputa a reeleição. Ambos gastaram R$ 117 mil.

Apoio a Adélia

Jerônimo vai oficializar o apoio à candidatura de Adélia Pinheiro (PT) em Ilhéus na próxima sexta-feira (27), segundo informou à coluna o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT). Na ocasião, haverá uma caminhada no bairro Teotônio Vilela, o mais populoso da cidade. Lançado pelo prefeito Mário Alexandre (PSD), que é da base governista, o ex-secretário municipal de Gestão Bento Lima (PSD) não aceitou os apelos para abandonar a disputa.

Pulou do barco

Nesta quinta (25), Jerônimo vai a Jacobina para participar do primeiro ato de campanha da candidata do PSB, Mariana Oliveira, a quem declarou apoio após abandonar o projeto de reeleição do prefeito Tiago Dias (PCdoB). Já era esperado que Mariana passasse de “banda b” para candidata do governador, diante da rejeição de Tiago, que só não é maior do que a de Geraldo Jr. candidato do governo em Salvador. Questionado se o PT baiano também abandonará o barco comunista, o presidente estadual da sigla, Éden Valadares, silenciou. O PT local já pulou.

Panos quentes

Presidente do PSB da Bahia, a deputada federal Lídice da Mata, que articulou a filiação da ex-petista Mariana para viabilizar a aliada na disputa, colocou panos quentes na divisão da base de Jerônimo em Jacobina. Em nota à coluna, a parlamentar reconheceu a fidelidade de Tiago Dias ao governador e ao presidente Lula e também que o prefeito não é tratado como inimigo. Lídice afirmou ainda que Mariana surge com possibilidade real de vitória e que vai buscar a unidade do grupo governista em Jacobina.

Me telefona-na-na

Em Mucugê, a prefeita Ana Medrado, que trocou o União Brasil pelo PSB para disputar a reeleição, parece ainda não se sentir à vontade na base de Jerônimo. Ana ignora o governador e o presidente Lula nas peças de campanha, mesmo tendo o PT na coligação. O burburinho no meio político da cidade é que a prefeita pode ainda retornar ao grupo de ACM Neto, bastando aquela ligação de agradecimento que nunca ocorreu depois do empenho no pleito de 2022. Neto ganhou de Jerônimo em Mucugê.

Líder inconteste

Para fortalecer a federação PSDB/Cidadania, o vereador tucano Carlos Muniz, presidente da Câmara Municipal de Salvador, estimulou candidaturas de cabos eleitorais e apoiadores. Com isso, pode acabar não sendo o mais bem votado na eleição proporcional, embora esteja na disputa pelo posto, mas reforçou a condição de líder do próprio grupo. Isso aconteceu, por exemplo, com o coronel Humberto Sturaro (PSDB), que apoiaria Muniz, mas foi convencido pelo próprio a entrar na disputa.

Vai ter que engolir

Virou meme na internet o discurso feito no final de semana pelo presidente estadual do Avante, Ronaldo Carletto, desafiando Jerônimo sobre o resultado da eleição em Brumado (ver video abaixo). Lá, o candidato do governador é Guilherme Bonfim (PT), irmão do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), enquanto o do Avante é Fabrício Abrantes, também apoiado pelo União Brasil. Começou a circular um vídeo na internet no qual Carletto é comparado a Zagallo, uma referência ao velho estilo “vocês vão ter que me engolir”.

Cantando de galo

No governo Jair Bolsonaro (PL), o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), hoje governador de São Paulo, cantou de galo sobre a ViaBahia. Em diversas entrevistas, assegurou que iria encerrar a concessão alegando que a empresa não cumpria o contrato com a União. Não deu em nada. Agora, o discurso é adotado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Parece que dessa vez, no entanto, vai acontecer, como já admitiu a própria concessionária. E Rui vai capitalizar politicamente.

Gasoduto

O ex-deputado Davidson Magalhães, que controla há anos a Bahiagás com mão de ferro, entrou na mira de setores do governo por causa da construção de um gasoduto na região sudoeste. Conquanto tente discretamente atribuir alguns movimentos em torno do projeto que despertaram muita atenção no grupo governista ao presidente da empresa, Luiz Gavazza, no governo ninguém tem dúvidas de que a responsabilidade pelo que está acontecendo é única e exclusivamente do todo poderoso Davidson Magalhães.

Candidato de Centro

O deputado Daniel Almeida (PCdoB) não descarta o apoio do partido dele, o PCdoB, à candidatura do deputado Elmar Nascimento (União) à presidência da Câmara. “A federação que formamos com o PT e o PV pode apoiar tanto Elmar quanto o outro baiano, Antonio Brito (PSD), ou Hugo Motta (Republicanos-PB). Até porque sabemos que não há espaço para um candidato da esquerda. Além disso, temos a missão de garantir a estabilidade do governo Lula (PT) na Casa”, declarou o comunista à coluna.

Lira perde fôlego

Para Daniel Almeida, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), perdeu fôlego na condução da própria sucessão. “Por outro lado, quem ganhou espaço foi o governo, que tem evitado se meter, mas pode ser o definidor. O controle mudou de mão. Estava muito na mão do Lira, agora todos esperam o resultado de uma nova construção”, avaliou. Para o parlamentar do PCdoB, o pacto feito entre Elmar e Brito – quem estiver mais viabilidade será o candidato – pode ainda colocar um baiano no comando da Câmara.

Pitaco

* Rui Costa vai dar continuidade ao périplo eleitoral pelo interior no próximo final de semana, passando longe de Salvador. Na sexta-feira (27), por exemplo, estará ao lado da candidata do PSD à Prefeitura de Porto Seguro, a deputada estadual Cláudia Oliveira.

* O deputado federal Elmar Nascimento (União) marcou presença, na noite desta terça (24), de um evento de campanha do vereador de Salvador Sabá (DC), candidato à reeleição. Bruno Reis também estava presente.

* Criticando a medida, o deputado estadual Leandro de Jesus (PL) tentou capitalizar politicamente a decisão da Justiça Eleitoral de mandar remover um cartaz com propaganda do candidato a vereador de Salvador William Farias (PL), apoiado pelo parlamentar.

* “Por qual motivo essas situações só acontecem na direita e com candidatos abençoados por Jair Bolsonaro?”, disse Leandro nas redes sociais. O cartaz, que tinha as imagens do candidato, do deputado e do ex-presidente, estava fora dos padrões técnicos.

* Aliados do vereador Flávio Matos (União) admitem que o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) está na frente na disputa em Camaçari. Entretanto, a avaliação é que dá para tirar a diferença e virar o jogo na reta final.

* Além de Jerônimo, quem também gravou vídeo em apoio à candidatura de Mariana Oliveira (PSB) em Jacobina foi a ex-primeira-dama da Bahia Fátima Mendonca. Ela é amiga-irmã do ex-secretário estadual Cícero Monteiro (Avante), escolhido vice na chapa.

* Discutindo com adversários num grupo de WhatsApp, Adriano Castro, irmão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), culpou o domingo e o “cansaço do povo” pelo fracasso de público de uma caminhada organizada pelo candidato no domingo (22).

* Diretor de Habilitação do Detran, Max Passos (PP) tirou férias para se dedicar à campanha de Orlandinho (PT) em Cruz das Almas. Ele diz que a presença de Jerônimo na campanha animou a turma na briga contra o prefeito Ednado Ribeiro (Republicanos).

* O PRD está confiante de que elege ao menos dois prefeitos na Bahia: Di Cardoso, que disputa a reeleição em João Dourado, e André Maia, candidato em Filadélfia.

* Adversários do prefeito de Tucano e candidato à reeleição, Ricardo Maia Filho (MDB), pedem a cassação da candidatura do emedebista por autopromoção. Isso porque o gestor mandou pintar com as cores da campanha prédios públicos da cidade.

Radar do Poder: A digital de Neto no Avante, o prefeito “fujão”, o assédio de Tiago “Caíres” e o pioneirismo no tribunal

radar do poder | 18 setembro 2024

Queixas do Avante

A coluna foi procurada por dois candidatos a prefeito do Avante queixosos de que não receberam qualquer doação do partido nas eleições na Bahia. Apuramos junto ao site Divulgacand, do TSE, e descobrimos que, dos 132 concorrentes da legenda, apenas 46 receberam até esta terça (17) recursos do fundo eleitoral da sigla comandada pelo ex-deputado Ronaldo Carletto. Não pingou nada nem mesmo na conta do postulante na terceira maior cidade do Estado, Vitória da Conquista, onde há propaganda de TV.

Risco calculado

O Avante possui apenas sete deputados federais, e, por isso, ocupa apenas a posição de número 14 entre os 29 partidos na distribuição do fundo eleitoral. Conta com R$72,5 milhões para ratear no Brasil inteiro. Ou seja, ao optarem por se filiar à sigla, que saltou de quatro prefeitos eleitos em 2020 na Bahia para 61, numa articulação que mira 2026 e que envolveu Carletto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o governador Jerônimo Rodrigues (PT), esses candidatos sabiam do risco da escassez.

Esmola de doação

Para se ter uma ideia, o Avante destinou até agora pouco mais de R$5,2 milhões a candidatos a prefeito na Bahia, enquanto o União Brasil, que tem acesso a um fundo nacional de R$536,6 milhões, garantiu R$14 milhões somente para a campanha do prefeito de Salvador, Bruno Reis. Houve postulantes na majoritária do partido de Carletto, em cidades com limite de gasto superior a R$150 mil, que receberam apenas R$20 mil ou R$30 mil, como foi o caso de Pintadas e Jucuruçu, respectivamente. Verdadeiras esmolas.

Mistério eleitoral

Entre os “prefeituráveis” do Avante sem recursos do fundo, 17 disputam a reeleição. Muitos estão com a conta zerada e é um mistério como estão fazendo campanha. Já os mais privilegiados concorrem em Gandu (R$487 mil) e Eunápolis (R$300 mil), e não é coincidência que apoiam o deputado federal Neto Carletto, sobrinho de Ronaldo, que pretende trocar o PP pelo Avante antes da eleição de 2026. Em média, os 46 postulantes que tiveram doações da sigla receberam entre R$100 e R$150 mil.

Mágoas esquecidas

Mas houve candidatos do Avante beneficiados com doações de outros partidos, mesmo de siglas desfalcadas no número de prefeitos por assédio de Carletto. São os casos do PP e até o União Brasil de ACM Neto. Numa articulação feita por deputados, de olho no pleito legislativo de 2026, o primeiro doou para dez “prefeituráveis” do Avante. Já o segundo, para 15. O fato de ter deixado o União não impediu, por exemplo, que o gestor de Guanambi, Nal Azevedo, que tenta a reeleição, recebesse R$625,9 mil da sigla comandada por Neto.

Almoço de graça?

Como não existe almoço grátis na política, aliados de Jerônimo desconfiam desse suporte financeiro do União Brasil. Buscando sair grande da eleição, Carletto prometeu que atrairia prefeitos da oposição para fortalecer Jerônimo. Com isso, o ex-deputado tem a esperança de galgar um espaço na chapa majoritária em 2026. Mas seria ao lado do governador ou, como em 2022, do ex-prefeito de Salvador? E o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), se filiaria a uma sigla com essa digital com o mesmo objetivo?

Sentindo-se em casa

Presidente de honra do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima ficou bem à vontade ao lado do deputado federal Elmar Nascimento (União) e do deputado estadual Marcinho Oliveira (União) em um ato de campanha do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) em Itabuna, no final de semana. “Aqui não somos adversários. Eu até andaria ao lado de ACM Neto sem problema algum. Não estamos tratando de 2026, mas sim de derrotar o prefeito Augusto Castro (PSD)”, afirmou o cacique emedebista à coluna. O ex-prefeito Geraldo Simões (PT) também estava junto.

Augusto fujão

Por falar em Itabuna, Augusto Castro faltou ao debate promovido pela TVI, na segunda (16), e foi chamado de “fujão” e “covarde” por Pancadinha e pelos outros candidatos presentes: Isaac Nery (PDT), Chico França (PL) e Cleonice Monteiro (Rede). Hoje, há outro confronto promovido pela Rádio Boa FM, a partir das 19h. Liderando as pesquisas, o prefeito também não deve participar, já que o compromisso não aparece na agenda de campanha.

Colbert do PT

O deputado estadual Rosemberg Pinto, do PT, admite que a candidata do partido em Ilhéus, Adélia Pinheiro, pode enfrentar um dilema semelhante ao do ex-prefeito José Ronaldo (União) em Feira de Santana se receber o apoio do concorrente Bento Lima (PSD), cuja rejeição é altíssima. “Eu respeito o prefeito Mário Alexandre (PSD), que indicou Bento e é nosso aliado, mas a situação pode se repetir. Zé Ronaldo quer o bônus do apoio do prefeito Colbert Martins (MDB), que é mal avaliado, mas não o ônus”. Rosemberg diz que é preciso avaliar o impacto do apoio.

Thiago “Caíres”

De tanto extrapolar na dose para reeleger a vereadora Roberta Caíres (PDT), a preferida de ACM Neto, o secretário da Educação em Salvador, Thiago Dantas, estaria promovendo assédio eleitoral na pasta e nas escolas da capital. A denúncia foi feita à coluna por aliados de peso de Bruno Reis. Além disso, o secretário, que passou a ser chamado na Câmara Municipal de “Thiago Caíres”, andou distribuindo centenas de cargos da pasta a indicados da pedetista. Alguns estavam na cota de outros vereadores.

Promessa de vingança

Existem indícios de que as movimentações de Thiago Dantas já tenham sido denunciadas por profissionais da educação ao Ministério Público. Vereadores governistas prometem dar o troco no secretário assim que houver oportunidade. Eles apontam que o titular da pasta da Promoção Social, Júnior Magalhães, que também apoia abertamente Roberta Caíres a pedido de Neto e de Bruno, atua de forma completamente diferente. “Júnior respeita o espaço dos outros vereadores”, comentou um deles à coluna.

Reforço de caixa

O União Brasil assumiu o compromisso de doar R$200 mil para os vereadores de Salvador candidatos à reeleição. Quem receber mais do que isso, como aconteceu com Duda Sanches, conforme mostrou a coluna passada, é por articulação de deputados estaduais e federais, que também tiveram uma cota para indicar. No caso de Duda, o reforço partiu do pai do edil, o deputado estadual Alan Sanches (União). Binho de Ganso, que mesmo sem mandato assegurou R$293,4 mil da sigla, foi ajudado pelo deputado federal Dal Barreto (União).

Amizades ocultas

Vice-governador e candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior (MDB) não anda respeitando nem os velhos amigos na colagem de cartazes com propaganda eleitoral nas ruas da cidade. Esta semana, na Avenida Cardeal da Silva, a equipe do emedebista fixou cartazes de propaganda em espaços antes ocupados pelo presidente de Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), a quem trata como melhor amigo. Imagina se não fosse!

Pioneirismo no Brasil

Autor do livro “Atividade do juiz eleitoral e fake news: uma revisão da literatura e percepção sobre a prática”, que será lançado hoje, às 17h, na universidade corporativa do Tribunal de Justiça (Unicorp), o desembargador Jatahy Fonseca teve a iniciativa pioneira no país de lançar por meio da entidade, da qual é diretor-geral, o Fórum de Comunicação e Justiça, com o objetivo de cultivar o diálogo entre o jornalismo e Judiciário, dois pilares da democracia alvos de ataques constantes nos últimos anos.

Comunicar direito

O Fórum de Comunicação foi lançado nesta terça-feira (17) com o curso “Comunicar direito – mídia e Justiça em busca do diálogo”, ministrado pelo jornalista Flávio Novaes, mestre por Coimbra com tese sobre o tema, e a presença do escritor e professor da universidade portuguesa João Figueira, que discorreu de forma simples e brilhante sobre o assunto.

Pitacos

* Jerônimo fez um périplo pelo sul da Bahia no final de semana em agenda eleitoral. Passou por pelo menos 11 municípios, inclusive Itororó, onde a candidata do PT, Luciana Rocha, tem o apoio informal do União Brasil, como já revelou o site (Leia aqui).

* Para evitar polêmica, o presidente do União Brasil em Itororó, Jonatas Lisboa, aliado de Luciana, não subiu no palanque de Jerônimo, embora tenha acompanhado a visita do governador. A situação lá incomoda o presidente do PT baiano, Éden Valadares.

* Numa carreata em Ibicuí, parecia até que Jerônimo estava num evento de campanha de Bruno Reis, pois a cor usada pelo candidato Salomão Cerqueira (PSD), que tem o apoio do governador, é azul.

* Rui Costa desagradou Rosemberg Pinto ao gravar um vídeo em apoio ao candidato do PT em Coaraci, Célio do Asfalto. O deputado apoia o outro concorrente, Miltinho do Axé (PSD). Esta semana, inclusive, Rosemberg acusou Célio de crime eleitoral (Leia aqui).

* Por falar em Rui Costa, ele disse, durante uma agenda de campanha em Ilhéus, ao lado de Adélia Pinheiro, que via participar das eleições em mais de 20 municípios da Bahia. Salvador, por enquanto, não aparece na lista.

* Ainda desolado pela traição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o deputado Elmar Nascimento (União), agora com remotas chances de suceder o ex-amigo, foi consolado na terça (17) pelos deputados estaduais Robinho (União) e Penalva (PDT).

* Principal prefeito do PP na Bahia, Zé Cocá, de Jequié, ainda não registrou doação do partido na reeleição. Mas o candidato pepista em Paulo Afonso, Marcondes Francisco, ligado ao presidente da sigla, deputado Mário Negromonte Júnior, recebeu R$423 mil.

* Candidatos a vereador da federação PSDB/Cidadania em Salvador se queixam da demora da chapa majoritária em enviar material de campanha da proporcional. Com os atrasos, o grupo tem produzido parte das peças gráficas para alguns concorrentes.

* Jerônimo terá que ter muito jogo de cintura se quiser, de fato, fazer o próximo conselheiro do TCE na vaga do falecido Pedro Lino. A Associação Nacional de Auditores está disposta a influir na substituição. Em tese, a vaga é da categoria.

* Em conversa sobre a substituição de Pedro Lino com a coluna, o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), afirmou que o tema só será tratado após as eleições municipais. “Os deputados hoje estão com a cabeça voltada para as eleições”.

Radar do Poder: Elmar sai da entoca, a má vontade de Rui com Geraldinho, o fundo do União Brasil e a juíza grosseira

radar do poder | 11 setembro 2024

Saiu da toca

Diante do desespero de ver o “doce” escapulir das mãos, o deputado Elmar Nascimento (União) foi obrigado a mudar totalmente de estratégia na disputa pela presidência da Câmara. Ao perder o apoio do atual ocupante do cargo, o ex-amigo Arthur Lira (PP-AL), Elmar, que antes atuava em silêncio nas articulações, apesar das festas de arromba, agora divulga os movimentos nas redes sociais e na imprensa. A estratégia é para mostrar, inclusive a Lira, que está vivo na briga, dialogando com as diversas forças.

Mesma legenda

Entre segunda (09) e terça (10), Elmar publicou três fotos no Instagram para revelar reuniões com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com lideranças nacionais do PSDB, do Cidadania, do PDT e do Avante e com o deputado Antonio Brito (PSD), outro postulante à presidência da Câmara. Aliás, para mostrar a “união pelo Brasil” entre os baianos – será candidato quem se mostrar o mais competitivo – os dois publicaram exatamente a mesma legenda sobre o encontro de segunda.

Proposta antiga

Justiça seja feita, no dia 25 de março deste ano, em entrevista exclusiva ao Política Livre, Elmar, que deve se reunir nesta quarta (11) com o presidente Lula (PT) para tratar da sucessão na Câmara, já defendia o mesmo pacto com Brito (clique aqui para ler). “Eu acho que, no momento certo, podemos sentar com Antonio Brito e discutir que deve ser candidato aquele que reunir o maior número de apoiadores. Quem tiver melhor colocado apoia o outro. Vamos tratar disso mais adiante”, afirmou, na ocasião.

Champagne na Vitória

Líder do MDB baiano, Geddel Vieira Lima não deixou de provocar Elmar Nascimento pela reviravolta na sucessão da Câmara. Ele insinuou que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, estaria, no fundo, comemorando a derrocada do aliado. “Hoje é dia de muito Champagne no Corredor da Vitória”, escreveu o cacique emedebista nas redes sociais. Geddel também já descartou, no cenário atual, depois da candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), o apoio do MDB a Elmar.

Má vontade ministerial

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sempre disse que não teria tempo de participar presencialmente da campanha de Geraldo Júnior (MDB) em Salvador, por conta da agenda em Brasília. Porém, encontrou uma brecha para “correr trecho” no interior. Na semana passada, esteve em atos de aliados em Camaçari, com Luiz Caetano (PT), e Valença, com Marcos Medrado (PV). Ao menos, para animar o “azarão” emedebista, o PT doou mais de R$1 milhão à sua campanha, o que não estava previsto.

Fila da regulação

Quem também participou do mesmo ato de campanha em Valença foi a secretária estadual de Saúde, Roberta Santana, que foi criticada até por parlamentares da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Assembleia. “Enquanto a secretária só pensa agora em eleição, a fila da regulação aumenta e as demandas dos deputados não são atendidas”, afirmou à coluna um indignado aliado do Palácio de Ondina.

Matar a saudade

Por falar em Geraldo Júnior, chegou à coluna a informação de que o vice-governador anda telefonando para antigos aliados em Salvador tentando forçar encontros cordiais para colocar a conversa em dia. Em alguns casos, o emedebista tem até insistido, apesar das negativas. Um desses ex-aliados do emedebista, que apoia a reeleição do prefeito Bruno Reis (União), afirmou que até topa “matar a saudade”, mas, claro, depois da eleição, para não confundir as coisas.

Encanto de Fabya

Quanto mais a campanha municipal em Salvador avança, mais o marketing se encanta com a candidata a vice-prefeita Fabya Reis (PT) e desencanta com o cabeça da chapa, Geraldo Júnior. Preparada, autêntica e, acima de tudo, disciplinada, a petista tem prestado apoio inestimável à equipe encarregada de fazer os programas, levando a um questionamento simples: por que ela não foi escolhida prefeiturável?

Cadê o fundo?

Dos seis vereadores do União Brasil na Câmara Municipal, até agora apenas dois – Duda Sanches e Kiki Bispo – haviam recebido recursos do partido para a campanha, o que é motivo de queixa na sigla. Duda, que é apontado como possível campeão de votos da legenda, foi contemplado com generosos R$ 371,6 mil, enquanto Kiki, líder de Bruno Reis na Câmara, com apenas R$ 48,9 mil. Por outro lado, há candidatos sem mandato que já foram beneficiados, a exemplo de Binho de Ganso, que abocanhou R$ 293,4 mil.

Rápido no gatilho

Por falar em fundo eleitoral, o PSD superou todos os demais partidos na Bahia quando o assunto foi a rápida distribuição dos recursos para os candidatos. Até dirigentes de outras agremiações reconhecem o mérito da legenda comandada no Estado pelo senador Otto Alencar. Reside aí, inclusive, parte do sucesso eleitoral do PSD, hoje a maior sigla da Bahia. E Otto ainda se gaba de que o diretório estadual não deve uma multa à Justiça Eleitoral, nem por descumprimento de cotas.

Sob medida

Foi feita sob medida para o deputado Pablo Roberto (PSDB) a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentado pelo deputado Manoel Rocha (União) na Assembleia que permite aos parlamentares tirarem licença para assumir secretarias em municípios do interior. Hoje, isso é permitido apenas no Estado e na capital. Assim, o tucano não precisaria tomar posse como vice-prefeito de Feira caso seja eleito na chapa de José Ronaldo (União). O plano é cogitado, conforme revelou a coluna na semana passada (clique aqui para entender).

Planos municipais

Outros dois deputados estaduais podem ser beneficiados com a PEC de Manoel Rocha, que será aprovada após as eleições municipais: Tiago Correia (PSDB) e Jordáveio Ramos (PSDB). O primeiro cogita ser o sucessor da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), que disputa a reeleição. O outro teria interesse em ajudar mais de perto a gestão da mãe, Suzana Ramos (PSDB), em Juazeiro. Assim, ambos estariam liberados para serem secretários municipais sem perder o mandato.

Estranha e grosseira

Quem tem levado estresse ao ambiente do Tribunal de Justiça da Bahia, desagradando os próprios colegas e servidores, os quais invariavelmente destrata, é uma juíza escolhida para substituir desembargadores. O clima está tão ruim que servidores e até magistrados já pensam em fazer um apelo para que a juíza saia da lista de substituições, uma vez que queixas contra ela não faltam, indo da grosseria até a prática de procedimentos considerados esdrúxulos em suas decisões.

Tapar o nariz

Depois de ter traído Luiz Viana na eleição passada da OAB, o advogado André Godinho, cuja vitória num processo milionário contra a Petrobras ainda repercute nacionalmente, volta a se aproximar do grupo do ex-presidente, oferecendo apoio à chapa à reeleição de Daniela Borges. No time de Viana, a ordem é tapar o nariz e acolhê-lo, porque, afinal, apoio não se rejeita.

Traição no sangue

Nos meios jurídicos, o que se conta é que Godinho rompeu com Viana, de quem sempre fora aliado, e se engajou na campanha da chapa adversária na sucessão passada com o único objetivo de obter apoio para concorrer a uma vaga no STJ dos segmentos da OAB nacional que pretendiam destruir politicamente o ex-presidente local. No dia seguinte à eleição na Bahia, com a traição no sangue, seu grupo já abria oposição à candidatura que apoiou.

Pitaco

* O ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, que fez diversas doações a candidatos e partidos nas eleições na Bahia, como mostrou a coluna na semana passada, contribuiu com R$100 mil para a direção nacional do MDB.

* Ao doar R$200 mil para a campanha do vereador de Salvador André Fraga, a direção nacional do PV deixou claro que a reeleição do edil, aliado de Bruno Reis, é mais importante do que a vitória de qualquer um dos sete candidatos a prefeito do partido.

* Para comparar, o PV nacional doou R$ 50 mil para a candidatura do velho conhecido Marcos Medrado à Prefeitura de Valença. O presidente da sigla na Bahia, Ivanilson Gomes, já havia revelado à coluna que este seria o valor para os “prefeituráveis”.

* O PCdoB também tem prioridades em Salvador. Ao mesmo tempo em que colocou R$ 500 mil para a candidata Aladilce, que tenta retornar à Câmara, destinou, individualmente, R$ 370 mil para os vereadores Augusto Vasconcelos e Hélio Ferreira.

* Vale lembrar que Aladilce tem uma madrinha federal forte no PCdoB: a deputada Alice Portugal.

* No MDB, o mandato também não parece importante para a distribuição do fundo eleitoral em Salvador. O vereador Joceval Rodrigues só ganhou, até aqui, R$ 15 mil, enquanto a candidata e ex-vereadora Ana Rita Tavares ficou com o dobro.

* A direção nacional do PL começou a liberar recursos do fundo eleitoral para seus candidatos na Bahia. Garantiu R$ 403 mil para Coronel França, em Teixeira de Freitas, e R$ 345 mil para o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, que tenta a reeleição.

* Entretanto, o PL foi muito mais generoso com outro candidato que não é do partido: Flávio Matos, candidato a prefeito de Camaçari pelo União Brasil. Ele recebeu R$ 900 mil da legenda capitaneada na Bahia por João Roma.

* Por falar em Camaçari, o deputado estadual Júnior Muniz (PT) anda apostando que o aliado Luiz Caetano (PT) vence a eleição com 15 a 20 mil votos de frente em relação a vereador Flávio Matos (União).

* Otto Alencar esteve em Juazeiro nesta terça (10) para um ato de campanha do candidato do PSD, Celso Carvalho, filho do ex-prefeito Isaac Carvalho. O senador reafirmou que a divisão local na base de Jerônimo não afeta a aliança estadual.

Radar do Poder: O retorno do banqueiro, a carta na manga de Jerônimo em Conquista e o candidato que ganhou na loteria

radar do poder | 04 setembro 2024

Volta do banqueiro

O ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, do extinto Banco Econômico, ensaia um retorno aos holofotes da política por meio de doações a candidatos na Bahia. Ele já destinou R$ 320 mil para campanhas no Estado, distribuídos entre concorrentes aos cargos de prefeito e vereador e para o diretório municipal de um partido, o DC de Salvador, comandado por Igor Domingues, assessor do Palácio Thomé de Souza, que recebeu R$100 mil. Tudo de forma legal.

Rico e generoso

Calmon de Sá contribuiu ainda com generosos R$ 100 mil para a candidatura à reeleição do prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Deu uma forcinha também para as campanhas das prefeitas Sheila Lemos (União), em Vitória da Conquista, e Suzana Ramos (PSDB), em Juazeiro, com R$40 mil para cada uma. Elas disputam o segundo mandato consecutivo.

Forcinha à delegada

Outra beneficiada com doação do ex-banqueiro foi a delegada, ex-secretária de Segurança Pública da Bahia e ex-vereadora Kátia Alves (União), que tenta retornar à Câmara Municipal de Salvador. Ela recebeu um valor mais modesto: R$ 20 mil. Vale lembrar que Ângelo Calmon de Sá, que não curte político de esquerda, foi ministro da Indústria e Comércio no governo de Ernesto Geisel, na ditadura militar, e secretário de Desenvolvimento Regional durante a presidência de Fernando Collor.

Competitividade e “QI”

O PSD do senador Otto Alencar investe alto nos candidatos a prefeito do partido, levando em conta a competitividade e o “QI”, ou seja, “Quem Indicou”. Em Campo Formoso, apostou R$ 820 mil em Denise Menezes, esposa de Adolfo Menezes, liderança da sigla e presidente da Assembleia Legislativa. Em Itabuna, garantiu R$ 760 mil para a reeleição do prefeito Augusto Castro, favorito. Na vizinha Ilhéus, o prefeito Mário Alexandre (PSD) convenceu Otto a viabilizar R$ 360 mil para o sucessor Bento Lima, tido como “azarão”.

Espera do milagre

Otto, no entanto, tem sido mais duro com os postulantes do PSD tidos como virtuais derrotados nas urnas em outubro. Em Jequié, por exemplo, nada foi destinado para a campanha de Alexandre Iosseff, que tem a tarefa hercúlea de tentar derrotar o prefeito Zé Cocá (PP), que briga pela reeleição. Em Juazeiro, nenhum real do fundo eleitoral do PSD foi depositado até aqui na conta de campanha de Celso Carvalho, mesmo o sendo sobrinho do ex-prefeito Isaac Carvalho (sem partido), o mais novo “melhor amigo” do senador.

O sapo e a língua

Por falar em Juazeiro, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) estará ao lado candidato do MDB, o empresário Andrei Gonçalves, pela segunda vez, em duas semanas. O petista confirmou que vai participar do tradicional desfile da Independência, no sábado (07), na cidade. No dia 24 de agosto, Jerônimo foi a uma caminhada eleitoral com Andrei. Não é à toa que Isaac Carvalho tem falado mal do governador em todo canto. Já disse a aliados que o único compromisso que tem em 2026 é com o presidente Lula (PT).

Carta na manga

Diante do crescimento da prefeita Sheila Lemos nas pesquisas e a possibilidade de vitória no primeiro turno, Jerônimo planeja tirar uma última carta da manga ainda em setembro na disputa eleitoral em Vitória da Conquista, terceiro maior colégio eleitoral da Bahia. Caso o cenário atual se mantenha, ele pretende convencer o deputado federal Waldenor Pereira (PT) a abrir mão da candidatura para apoiar a vereadora Lúcia Rocha (MDB), também da base aliada.

Fato novo

A avaliação de correligionários de Jerônimo é que somente este movimento, ou o inverso – Lúcia sair do páreo para apoiar Waldenor, caso o petista passe ao segundo lugar nas pesquisas -, poderia criar um fato novo forte o suficiente para virar a eleição na Suíça baiana, considerada estratégica pelo Palácio de Ondina. O governador já avisou que enquanto não houver uma candidatura única em Conquista, seja no primeiro ou num eventual segundo turno, ele não pisa os pés na cidade durante o pleito.

Poder de barganha

Crescem os rumores de que o deputado Pablo Roberto (PSDB), companheiro de chapa de José Ronaldo (União) em Feira de Santana não pretende renunciar ao mandato na Assembleia para ser vice, em caso de vitória. A estratégia do tucano seria assumir uma secretaria na gestão, mantendo o mandato parlamentar. Assim, teria maior poder de barganha para negociar a “divisão” do gabinete com o suplente Paulo Câmara (PSDB). Vale lembrar que, se tomar posse como vice, Pablo não pode retomar o mandato de deputado. Como secretário, sim.

Sorte grande

Em 2020, Ricardo Maia Filho (MDB) foi eleito em Tucano, então como o mais jovem prefeito da Bahia. Na época, declarou à Justiça Eleitoral não ter patrimônio. Agora, como candidato à reeleição, informou possuir bens móveis e imóveis que chegam a quase R$  780 mil. O enriquecimento do emedebista, que é filho do deputado federal Ricardo Maia (MDB), virou resenha na cidade. Dizem até que ele ganhou na loteria, pois a Prefeitura deu sorte. Entre os bens está uma fazenda de R$ 240 mil.

Ciúme eleitoral

Aliados do governador andam irritados com as manobras judiciais do PT para retirar Jerônimo e Lula da propaganda de candidatos a prefeito de partidos da base onde há bate-chapa. Em Lamarão, na região sisaleira, a prefeita petista Pró Ninha, que disputa a reeleição, conseguiu impedir na Justiça Eleitoral que o adversário Dival de Memel (PSD) usasse na campanha as imagens das duas estrelas do 13. Dival, que apoiou o governador em 2022, chegou a pedir autorização ao próprio Jerônimo, mas foi negada.

Convite pelo X

Com o bom humor de sempre, o deputado Samuel Júnior (Republicanos) não perdeu a piada quando o comandante da bancada de oposição na Assembleia, deputado Alan Sanches (União), disse em plenário, nesta terça (03), não saber da reunião de líderes em que foi definido que os parlamentares poderão votar remotamente durante o período eleitoral, notícia revelada em primeira mão pelo Política Livre. “É que o convite ao senhor deve ter sido enviado pelo X, o antigo Twitter”, disse Samuel. A rede social foi suspensa no Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

O terror do TJ

O novo corregedor do Tribunal de Justiça da Bahia, Roberto Frank, está criando fama de terror contra os maus juízes baianos. Sob sua gestão, tem detonado vários casos que estavam encobertos, apesar de provas de monta contra os magistrados. Corajoso, é do tipo que não se intimida nem diante de colegas desembargadores. Logo que começou no cargo, enfrentou a presidente Cyntia Resende, eleita em sua mesma chapa, num episódio que teria servido para marcar posição no TJ. Não é preciso dizer que advogados queixosos de juízes problemáticos estão adorando a atuação de Frank.

Estreia de Rui

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), estreou, na noite desta terça (03), na propaganda eleitoral em bloco do candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior. No comercial, o petista destaca as obras que realizou na cidade quando foi governador. Ele garantiu que o emedebista, se eleito, poderá fazer muito tendo Jerônimo e Lula ao lado. Na semana passada, em Brasília, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) cobrou a presença física de Rui na campanha na capital.

Pesadelo soteropolitano

Já na última propaganda em bloco do atual ocupante do Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis (União), que concorre à reeleição, Geraldo Júnior foi comparado ao ex-prefeito João Henrique. Com imagens de uma capital sofrida, o recado foi que o 15, número do MDB, virou o “pesadelo” que Salvador não quer viver mais. O detalhe é que João Henrique já deixou o MDB há muito tempo e hoje é candidato a vereador pelo PL, partido da base de Bruno – que, por sinal, também já foi 15.

Pauta rubro-negra

Com pouco trabalho no plenário da Câmara Municipal de Salvador, por conta das eleições, o tema da rápida sessão de segunda (02) entre os vereadores foi a vexatória situação do Esporte Clube Vitória no Campeonato Brasileiro. O vereador Átila do Congo (PMB) responsabilizou o presidente rubro-negro, Fábio Mota, chamado de “arrogante” pelo “rebaixamento inevitável”. Outro torcedor ilustre, Carlos Muniz, emendou: “De luto ainda não estou, mas triste”.

Pitacos

* A vereadora de Salvador Marcelle Moraes aparece no topo da lista dos candidatos na Bahia que mais gastaram com impulsionamento nas redes sociais durante a campanha. Ela já gastou R$ 45 mil para aumentar o próprio engajamento.

* A segunda da lista é Suzana Ramos, prefeita de Juazeiro e candidata à reeleição, que gastou R$ 20 mil com impulsionamento.

* Líder do PSDB na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Daniel Alves foi o primeiro beneficiado com recursos do fundo eleitoral do partido. Pingou na conta da campanha R$ 140 mil. Nem o presidente da Casa, o tucano Carlos Muniz,  recebeu ainda.

* Já no PDT, a vereadora Roberta Caíres, candidata de ACM Neto (União), foi a que recebeu até aqui a maior fatia entre os que concorrem à reeleição: R$150 mil. Logo depois, aparece Débora Santana, com R$ 100 mil. Anderson Ninho só teve R$50 mil.

* Aliás, Ninho, que é ligado ao deputado Elmar Nascimento (União), recebeu doação menor do que pedetistas sem mandato. Omar Gordilho e Zilton Netto, preferidos dos deputados Félix Mendonça (PDT) e Leo Prates (PDT), ficaram com R$ 100 mil cada.

* O PV vai destinar, em média, R$ 50 mil do fundo eleitoral para os sete candidatos a prefeito do partido na Bahia.

* O vereador Tiago Ferreira (PT), que já foi um crítico da escolha de Geraldo Júnior como candidato do governo em Salvador, abraçou o emedebista no sábado (31), em evento de lançamento de sua campanha, no Subúrbio. Dizem que foi obrigado a convidar o candidato a prefeito.

* Na falta de coisa mais importante a fazer, o deputado estadual Marquinho Viana (PV) apresentou um projeto de lei propondo que o prédio da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), passe a se chamar Palácio Todos os Santos.

* A deputada Lucinha do MST (PT), empossada na Assembleia após a licença médica da titular da cadeira, deputada Maria Del Carmen, pediu ao presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), a criação da Comissão Especial da Promoção da Igualdade.

* Por outro lado, tem comissão já criada e instalada na Assembleia que segue sem funcionar. É o caso do Conselho de Ética. Adolfo admitiu que, se o colegiado já não andava, pior ainda em período eleitoral.

Radar do Poder: O rejeição dos candidatos a vereadora a Geraldo Jr., o fortalecimento de Elmar Nascimento, a aposta de Leo Prates e os planos de Zé Cocá

radar do poder | 28 agosto 2024

Marasmo de Geraldinho

O marasmo da campanha de rua do candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, incomoda os aliados. O emedebista só participou, por exemplo, de três eventos de vereadores dos partidos da coligação, enquanto o prefeito Bruno Reis (União), que tenta a reeleição, já esteve em 34. Mas Geraldo Júnior não é o único culpado, visto que há concorrentes à Câmara Municipal do grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) acreditando que o emedebista tira votos e, por este motivo, querem ficar a boa distância dele.

Tamanho dos “exércitos”

Entre os poucos candidatos proporcionais que convidaram Geraldo Júnior até aqui para um lançamento de campanha está a vereadora Marta Rodrigues (PT), que tenta renovar o mandato. Ela é irmã de Jerônimo. Já Bruno Reis tem participado diariamente de atos organizados pelo seu “exército”, inclusive de novatos nas eleições. Na semana passada, teve um dia que foi a nove eventos do tipo.

Agenda de rua

Quando a agenda é visita a bairros de Salvador, Bruno Reis leva uma pequena vantagem em relação a Geraldo Júnior. Desde o dia 16 de agosto, quando começou oficialmente a campanha, o prefeito já esteve em nove localidades. O vice-governador, por sua vez, participou de atos de rua em sete. Segundo pessoas próximas ao emedebista, a estratégia é focar na campanha de TV, que começa nesta sexta (30).

Ajuda de custo

A coluna descobriu, junto a fontes próximas do Palácio de Ondina, que Geraldo Júnior será contemplado com R$ 2 milhões do fundo eleitoral, recursos que deve ser encaminhado nos próximos dias pelo diretório nacional do MDB. O valor é bem inferior ao que a direção do União Brasil já encaminhou a Bruno Reis: R$ 10 milhões. O MDB também vai ajudar os postulantes do partido em Vitória da Conquista, a vereadora Lúcia Rocha, e em Juazeiro, o empresário Andrei da Caixa. Ambos devem receber R$ 500 mil.

Prioridades petistas

Levando em conta apenas os dez maiores colégios eleitorais da Bahia, os primeiros candidatos a prefeito do PT que receberam recursos do fundo eleitoral por parte da direção nacional legenda foram Zé Neto (Feira de Santana) e Tito (Barreiras). O primeiro já arrecadou pouco mais de R$ 1,3 milhão, enquanto o segundo foi contemplado até aqui com quase R$ 260 mil. Isso demonstra o quanto vencer em Feira, maior município do interior baiano, é uma prioridade absoluta para a cúpula petista.

Saldo devedor

Em Vitória da Conquista, segundo maior município do interior do Estado, não pingou ainda recursos do fundo eleitoral para o candidato petista, o deputado federal Waldenor Pereira. O parlamentar, por sinal, fez a primeira doação à campanha, no valor de R$ 10 mil, mas já acumula gastos de campanha de quase R$ 900 mil. Em Camaçari e Ilhéus, os postulantes do PT, Luiz Caetano e Adélia Pinheiro, respectivamente, contribuíram do próprio bolso, o primeiro, com R$20 mil, e ela, com R$ 5 mil.

Tombo no líder

Ou o ex-vereador de Salvador Gilberto José tem um irmão gêmeo e ninguém sabia ou anda, como diz o ditado, vendendo gato por lebre. Num intervalo de cinco dias, ele apareceu em fotografias declarando apoio a dois candidatos diferentes ao Legislativo municipal e que concorrem à reeleição. Primeiro, com Kiki Bispo (União). Depois, com Alexandre Aleluia (PL). Será que Aleluia, que tem agido com agressividade na busca pelo apoio de lideranças, deu um “tombo” no líder de Bruno Reis?

Síndico queimado

O vereador de Salvador Sabá (DC) pode ter dado um tiro no pé ao fazer uma parceria política com o síndico de um condomínio com 800 apartamentos na Estrada Velha do Aeroporto. O cabo eleitoral pode perder o cargo a qualquer momento por decisão judicial, em ação movida por moradores. O síndico enfrenta acusações de irregularidades na prestação de contas e vive tentando aumentar a taxa condominial, mas sem sucesso. A mais nova dele é limitar a fala dos moradores na próxima assembleia.

Aposta de Leo

Correligionários de Bruno Reis detectaram o crescimento do candidato a vereador Zilton Netto (PDT), que tem como padrinho político o deputado federal Leo Prates (PDT). Antes visto com poucas chances, até por disputar a primeira eleição, Zilton, que foi coordenador da Codecon, passou a figurar na lista dos três que devem ser eleitos no ninho pedetista. “Leo, que quer ser prefeito e teve quase 90 mil votos em Salvador, não iria dar um tiro no escuro”, disse uma importante fonte do Paço municipal.

Matando a saudade

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) confirmou a realização, no feriado de 7 de setembro, de mais um ato “patriótico” que promete unir a direita de Salvador. O evento, marcado para começar às 9h, no Farol da Barra, deve juntar uma turma conservadora que não se “bica”, sobretudo em ano eleitoral. Candidatos do PL à Câmara Municipal confirmaram presença, a exemplo de Alexandre Aleluia, que tenta a reeleição, e o ex-vereador Cézar Leite, querido por poucos na sigla bolsonarista.

Elmar fortalecido

O deputado Elmar Nascimento (União) acredita que pode receber ainda essa semana apoio formal do presidente da Câmara , Arthur Lira (PP-AL), na disputa pelo comando da Casa, na eleição que acontece em fevereiro de 2025. Segundo aliados do parlamentar na Bahia, a posição do presidente Lula (PT) na reunião com líderes, na segunda (26), favoreceu Elmar, enfraquecendo o outro baiano na disputa, Antônio Brito. Na ocasião, Lula disse que não vai interferir no processo.

Gesto de lealdade

Titular da Secretaria Municipal de Promoção Social de Salvador, Júnior Magalhães chegou a colocar o cargo à disposição quando informou a Bruno Reis e ao antecessor ACM Neto (União) que a mãe, Tonha Magalhães (Avante), iria compor a chapa da candidata do PT em Candeias, Marivalda da Silva. O gesto de lealdade de Júnior pesou a favor dele e a demissão sequer foi cogitada. O entendimento de Bruno é que quem aproximou Tonha do PT foi o atual prefeito de Candeias, Pitágoras Ibiapina (PP).

Planos adiados

O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), assegurou a aliados próximos que, se reeleito em outubro, vai concluir inteiramente o segundo mandato. Com isso, descarta ser candidato a deputado estadual ou federal em 2026. Existe a especulação de que Cocá almeja uma cadeira na Câmara Federal, mas os planos podem ser adiados para 2030. Por isso, ele escolheu como companheiro de chapa o sobrinho Flávio Santana (União), visando prepará-lo como sucessor natural.

Viabilidade eleitoral

Líder do governo estadual na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) acredita que Jerônimo vai anunciar em breve o apoio à candidatura de Adélia Pinheiro em Ilhéus, mesmo contrariando o prefeito Mário Alexandre (PSD), que é da base, mas lançou como sucessor Bento Lima (PSD). Segundo Rosemberg, o governador vai esperar até o próximo dia 31 por uma pesquisa que aponte a viabilidade eleitoral de Bento. Caso isso não fique demonstrado, fará a declaração pública em favor de Adélia.

Prefeito caloteiro

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e outros órgãos de controle estão recebendo inúmeras denúncias contra um prefeito baiano acusado de não pagar a ninguém e que gosta de viver, como se diz no interior, entre Rios. O cidadão está repleto de dívidas, inclusive com um conhecido empreiteiro baiano que realizou obras no município do gestor. A suspeita é que o tal prefeito busca extrair dividendos eleitorais de obras que não são pagas.

Pitaco

* O PSD decidiu destinar R$100 mil de fundo eleitoral para os vereadores que são candidatos à reeleição em Salvador. Os que são postulantes e não têm mandato vão receber entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, a depender do potencial.

* Candidato a vereador pela Rede, Humberto Neto, ex-chefe de Gabinete da Conder, decidiu adotar o roxo na campanha. O problema é que a cor também é a mesma utilizada pela vereadora Roberta Caires (PDT), o que tem confundido lideranças.

* “Quando chega a turma das bandeiras de roxo, a gente primeiro pergunta se é do homem ou da mulher, porque a gente nunca sabe. Isso tem confundido os apoiadores dos dois”, contou um líder comunitário ligado a Humberto.

* Presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça ironizou a ação movida por Henrique Carballal, que é pedetista, embora aliado de Jerônimo, contra o comandante do PV baiano, Ivanilson Gomes, acusado de cometer difamação (clique aqui para entender).

* “Se depender da campanha de Geraldo Júnior, não vai ter bate-chapa em Salvador, mas sim bate-cabeça”, afirmou Félix à coluna. Tanto Henrique quanto Ivanilson são coordenadores da campanha do emedebista. O “verde” acusou o pedetista de racismo.

* Em Juazeiro, o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) disse que o sobrinho, Celso Carvalho (PSD), candidato a prefeito, pode desistir da disputa e apoiar o empresário Andrei da Caixa (MDB) se houver um pacto baseado em quem aparece melhor nas pesquisas.

* Por falar em Juazeiro, o deputado estadual Roberto Carlos (PV) admitiu que estava disposto a apoiar a esposa de Isaac, Ellen Carvalho, se a mesma fosse viabilizada candidata no PT. “Mas essa tese não prevaleceu na federação e nem na base”, disse.

* O candidato do União Brasil à Prefeitura de Alagoinhas, Paulo Cezar, denunciou ao Ministério Público Eleitoral que foi alvo de ameaças de morte veiculadas em grupos de WhatsApp.

* O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) apresentou um projeto de lei que torna dispensável o registro no Conselho Regional de Educação Física para o exercício da docência na Bahia

* Outro projeto que passou a tramitar na Assembleia, enviado por Jerônimo, é o que cria o Fundo Permanente para a Defesa Civil.