10 abril 2025
Uma das representantes do PCdoB na Câmara Federal, a deputada Alice Portugal afirmou, em conversa com este Política Livre, confiar inteiramente no presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), para não pautar a anistia aos condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023. Parlamentares da direita ameaçam travar as votações caso o assunto não avance.
“Confio em Hugo Mota. Ele é uma pessoa equilibrada, serena e firme. Podemos ter opiniões divergentes em questões pontuais, mas a aliança feita em torno dele, para que ele chegasse à presidência da Câmara, envolve a defesa de princípios democráticos”, disse a parlamentar, que conversou com o site durante a posse da nova diretoria da União dos Municípios da Bahia (UPB), na sexta (28), em Salvador.
Alice Portugal lembrou que o presidente da Câmara integrou, ao lado de outros parlamentares, incluindo o senador Jaques Wagner (PT), a comitiva da viagem do presidente Lula ao Japão e ao Vietnã, na semana passada. Ela afirmou acreditar que o tema da anistia tenha sido tratado em algum momento nesta agenda.
“Espero que essa viagem à Ásia tenha ajudado nessa questão, a segurar essa pauta da extrema direita, que não faz política, e sim lacração nas redes sociais. Esse é um momento em que o centro da política precisa se unir, aqueles que defendem a democracia, para que a extrema direita não tenha sucesso na tentativa de paralisar as votações na Câmara porque o Congresso precisa aprovar nas pautas fundamentais para o Brasil, sobretudo na economia”, pontuou Alice Portugal.
A deputada do PCdoB também comentou a decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu por tentativa de golpe. “O destino dele está selado diante dos ditames legais e constitucionais. E o ex-presidente terá, ainda, outras questões para responder, como os crimes praticados durante a pandemia e o proselitismo com embaixadores estrangeiros contra o Brasil”.
Questionada sobre as penas aplicadas pelo STF contra pessoas que participaram dos atos do dia 8 de janeiro, para as quais setores do próprio Judiciário apontam exageros, Alice Portugal afirmou que não crê em inocentes.
“Há um crime de base, que é o atentado ao Estado Democrático de Direito. Todos que estavam ali, e também nos acampamentos, foram alertados a não pregar intervenção, golpe militar, invadir prédios públicos, depredar patrimônio tombado. Não creio em inocentes. Mas que as penas levem em conta a intensidade da ação de cada um. Mas esse é um assunto exclusivo do poder judicante”, concluiu a parlamentar.
Política Livre