24 novembro 2024
João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.
Os resultados divulgados semana passada pelo Ministério da Educação (MEC), através da apuração do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para 2011, revelaram algo que tínhamos medo de pensar alto: a escola pública no Brasil continua ensinando mal com resultados muito abaixo do necessário. As escolas particulares também não avançaram muito.
O Ideb, instituído em 2005, é hoje a principal referência nacional sobre a situação da educação no Brasil; um raio-x do desempenho dos alunos, cujos dados são processados a cada dois anos e que podem embasar a construção de políticas públicas para a modificação desse panorama. A escala vai até 10 e a média dos países desenvolvidos é 6. O Ideb geral do país subiu de 3,6 para 3,7. Dez estados pioraram seu desempenho, e sete não alcançaram a meta.
Na rede pública municipal de Salvador foi registrado um avanço no número de escolas que ultrapassaram a média 5. Em 2009 eram apenas três, já em 2011, 17 escolas passaram da média. Vale destacar que todas elas foram incluídas no Plano de Recuperação da Rede Física Escolar e apresentam hoje estrutura adequada para o ensino e aprendizagem. As ações da Secult (Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer) são norteadas pela premissa básica que oferecendo ambiente propício para o ensino, consequentemente se consegue melhores resultados.
Desde o ano passado, 129 unidades de ensino foram reformadas e a rede municipal da capital baiana passou a contar com quatro escolas totalmente novas. Hoje estão em recuperação 46 unidades e mais 138 já estão licitadas.
Outras 145 escolas da rede municipal alcançaram média entre 4 e 4,9. A meta do MEC para as séries iniciais em Salvador era de 3.6 e a média obtida foi de 4. Já nas séries finais, a meta de 2.8 também foi atingida. Com isso, Salvador subiu quatro posições no ranking nacional ocupando atualmente a 22ª posição. Temos escolas com nota 5.8, que aproximadamente é igual às escolas de Florianópolis, capital campeã nacional, com média 6. Não estamos ainda satisfeitos mas, ao mesmo tempo, podemos comemorar esses avanços se formos avaliar a realidade da Educação de Salvador.
Não podemos permanecer com a mentalidade atravancada acreditando que é necessário apenas cumprir a meta e alcançar resultados medianos na avaliação do IDEB. A educação no Brasil, na Bahia e em Salvador atravessa uma crise crônica. Para nós da rede municipal, o resultado não é pior porque interrompemos a tendência de queda no índice mas o resultado ainda é pífio, insuficiente. Nos últimos dois anos, investimos ainda em projetos pedagógicos e na qualificação e valorização do corpo docente, que recebe agora melhores salários.
No entanto, precisamos apostar mais na troca de experiências exitosas, na busca pelo comprometimento geral que envolve família-escola-sociedade para que possamos apresentar rendimentos melhores, em ascensão sempre, para que Salvador seja a campeã nacional da média de qualidade do ensino.