23 novembro 2024
João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.
Gestores, coordenadores e professores lidam diariamente com o desafio de atrair os alunos com ações inovadoras e que contemplem a própria realidade, o contexto em que estão inseridos. Em parceria com o Instituto Miguel Calmom (IMIC) a rede municipal de ensino introduziu em Salvador o Projeto de Inclusão Sociodigital, no ano passado. Esse mês aconteceu a apresentação dos resultados de 2012.
Com os tablets distribuídos nas escolas surge a primeira possibilidade dos alunos terem acesso a tecnologia móvel podendo se deslocar em todo ambiente escolar e fora dele. Os equipamentos possibilitam ainda aos alunos se conhecerem e descobrirem o que cada grupo está produzindo. O projeto envolve estudantes das salas de aula convencionais e das classes hospitalares e domiciliares.
Durante a apresentação foram relatadas experiências emocionantes e que revelam a importância do trabalho com as novas tecnologias. Uma professora comoveu a plateia quando revelou a reação de um aluno sem movimento nos membros mas interessado em desvendar as novidades da escola. Com uma paleta na boca ele conseguiu acessar os conteúdos ganhando novas perspectivas, modificando positivamente seu comportamento, a partir daí. Essas angústias, anseios e possibilidades pedagógicas também concorrem para que os professores das classes hospitalares e domiciliares se sintam incluídos.
O Projeto Inclusão Sociodigital trabalha com maios de 50 mil alunos da educação infantil, ensino fundamental (séries iniciais) e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Os alunos inseridos no projeto produziram trabalhos autorais. No total, são 77 escolas envolvidas que realizaram vídeo documentário sobre Sustentabilidade e Erradicação da Pobreza. Através de pesquisa de campo detectaram in locoo lixo exposto nas praias e através de buscas na internet apresentaram dicas de como proceder para evitar o problema alertando inclusive a comunidade do entorno escolar.
Os estudantes produziram ainda um programa de rádio sobre Consciência Negra ouvindo depoimentos de comerciantes, cabeleireiras que fazem tranças formatando assim uma opinião mais ampla sobre a temática, tão presente em nossa realidade.
O projeto foi montado para beneficiar também a comunidade que passou a frequentar gratuitamente cursos profissionalizantes, capacitando os adultos para o trabalho e contribuindo para a ampliação da renda das famílias vizinhas à escola. No total, mais de 4 mil pessoas já foram assistidas, através de cursos de telemarketing, logística, operador de caixa, comunicação no trabalho, informática, etc. O IMIC coordena ao cursos de inserção da família na escola.
Para 2013, a meta é ampliar para as séries finais do Ensino Fundamental, contatar com novas escolas e investir na aproximação com universidades públicas e privadas além de unidades de ensino de outros estados.