31 outubro 2024
A oitiva do secretário de Finanças e Administração da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos, na Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI) – que investiga supostas irregularidades na Funai e no Incra, foi marcada por mais um acirrado debate parlamentar e com inúmeras contradições. Na sessão desta quarta-feira (13), deputados da oposição e da base governistas voltaram a discutir diferentes interpretações sobre uma fala de Aristides durante encontro de movimentos sociais com a presidente Dilma. O federal Valmir Assunção (PT-BA), militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), defendeu Aristides de “um linchamento protagonizado por membros das bancadas ruralista e da bala”. De acordo com Assunção, os deputados que estão na comissão distorceram a fala do representante da Contag “para criar um clima de terror e para criminalizar os movimento de luta pela terra”. “Eles sabem que a frase utilizada por Aristides não tem nada a ver com movimentos sociais invadirem seus gabinetes e nem casas de ninguém. O que querem aqui é constranger essa liderança e utilizar a comissão como um palanque por conta do debate do impeachment”, declara Valmir. O petista ainda aponta que os oposicionistas deveriam explicar como os governos do PSDB, há 20 anos, no Eldorado Carajás, assassinaram 21 sem terras. “Deveriam explicar e pedir desculpas ao povo brasileiro como o governo do PSDB, em Minas Gerais, recentemente, mandou a polícia despejar os sem terras na Fazenda Alegria, cinco sem terras foram assassinados”. Assunção também lembra do recente caso no Estado do Paraná, governado pelo PSDB, onde dois integrantes do MST foram mortos por policiais locais.