Foto: Paula Fróes/GOVBA
Na Bahia, são mais de 12 mil mortos, com 700 mil casos registrados desde o 6 de março do ano que passou 06 de março de 2021 | 07:01

Um ano da Covid-19 na Bahia: quando caí na real que a doença era coisa séria

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Este Política Livre, em nossa reportagem especial de um ano após a primeira infecção pela Covid-19 registrada na Bahia, também ouviu relatos de quando a ficha caiu para algumas pessoas. Em janeiro do ano passado, por exemplo, a reação de “indiferença” era quase que unânime, afinal, muitos se apegavam aos índices de mortalidade do novo coronavírus, comparando-os ao de outras doenças.

Não é o caso do contador George Gaspar, de 28 anos. Para ele, o “estalo” surgiu já nos primeiros noticiários da doença, quando ainda era registrada apenas na China. “Desde o começo da pandemia, no final de 2019, em Wuhan, já tomei a dimensão do quanto a situação era séria. Quando chegou ao Brasil foi quando a ficha caiu outra vez”, contou.

“Pessoas infectadas, comércio fechando, desespero, combinado ainda com o desconhecimento da mortalidade do vírus. Diante da realidade de milhares de brasileiros desempregados e vivendo com a família sempre procurei tomar os devidos cuidados, respeitar os protocolos, seguir a ciência e sair somente para rotinas essenciais. Desde então tem sido a minha convivência com essa realidade no qual todos nós estamos inseridos”, disse George.

A enfermeira Caroline Sousa, de 32 anos, relatou à reportagem que não foi nada fácil se despedir dos seus pais, que tiveram que ir para o interior do estado, em Nova Soure, já que Salvador carregava – e ainda carrega – um número maior de infectados.

“Caí na real que a Covid-19 era coisa séria quando meus pais tiveram que se mudar para o interior apressadamente porque as estradas iriam fechar e eles precisavam ‘fugir’ de uma possível contaminação, visto que sou profissional da área da saúde e minha irmã trabalha em uma empresa que tem grande rotatividade de pessoas”, declarou.

“Caí na real que a Covid-19 era coisa séria quando pela primeira vez vi ruas vazias, comércios fechados, igrejas fechadas, praias vazias e interditadas. Caí na real que a Covid-19 era coisa séria quando vi notícias de todos os países falando do alto número de infectados e mortos. É importante lembrar que a Covid-19 ainda é coisa séria. Ainda não tem vacina para todo mundo e não é tempo de relaxar. O vírus ainda não está controlado”, continuou.

O fisioterapeuta Luiz Carlos Freitas, de 29 anos, tomou dimensão do problema quando foi impedido de voltar para a Argentina, onde estuda.

“Para mim, em específico, notei o tamanho da seriedade da pandemia em meados de março de 2020. Eu residia em outro país e, quando voltei ao Brasil para ficar 20 dias, já sentia um clima de leve insegurança nos aeroportos. Daí, quando tive o meu retorno negado no fim de março, percebi a real gravidade, associado ao início do lockdown em outros países e os óbitos aumentando gradativamente”, afirmou.

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Mateus Soares
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