1 novembro 2024
O pré-candidato ao governo baiano e presidente nacional do DEM, ACM Neto, comentou, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (29), que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não tem o perfil ideal para ser presidente da República. Neto disse que não conversa com o mandatário paulista e que somente estabeleceria diálogo após as prévias tucanas previstas para este mês de novembro.
Neto declarou que torce pelo principal opositor de Doria nas prévias, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “Sempre tive uma relação com Doria que é muito boa, que é anterior a ele pensar em entrar na política. Doria fazia os eventos dele aqui na Bahia, e eu ia praticamente a todos. O pai dele teve relação com meu avô. Então nunca houve um problema pessoal”, ponderou o presidente nacional do Democratas.
Ele salientou que houve, porém, uma evidente divergência política com o governador de São Paulo que, talvez hoje, com o União, ele pudesse rever o que fez no passado. “Ele impôs uma situação ao vice-governador de São Paulo [Rodrigo Garcia], que tinha 25 anos de Democratas, que eu não poderia aceitar naquele momento”, rememorou Neto.
Porém, salientou o ex-prefeito de Salvador que o problema não reside aí: “Não vamos deixar de conversar com o PSDB caso Dória seja escolhido [nas prévias tucanas], longe de ser minha preferência. Mas é muito difícil fazer uma aliança com Dória porque o perfil dele não é o ideal para o próximo presidente da República”, salientou.
O presidente nacional do DEM disse que o próximo presidente deve ter, em seu perfil, experiência política, capacidade de trânsito na política, de organizar a relação do governo com o Congresso. “Antes de Bolsonaro, no modelo do PT, havia o toma lá, dá cá, o loteamento de cargos, as indicações, cada partido tinha lá seu ministério, suas estatais, e deu errado”, apontou o democrata.
“Hoje temos um modelo que não é esse, mas temos também muitos problemas, que é essa questão da execução do orçamento, das tais emendas de relator”, comparou o pré-candidato do governo da Bahia. Neto diz que isso leva o governo a não governar, pois boa parte das verbas que deveria estar adequada a planos e a projetos para o país está nas mãos do Congresso para ser objeto de acomodação política na Câmara e no Senado.
Davi Lemos