Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/Arquivo
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 26 de outubro de 2022 | 15:03

Lula diz que chegou hora de taxar grandes fortunas, mas não vê maioria no Congresso para isso

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (26) que chegou a hora de taxar as grandes fortunas e os bancos, mas reconheceu que não há maioria no Congresso Nacional para avançar nessas propostas, pois, na visão dele, o Parlamento é composto por uma maioria de pessoas ricas que não querem ter seus recursos taxados.

Em entrevista à rádio Mix, de Manaus, Lula voltou a defender uma política tributária mais progressiva, na qual os que ganham mais pagam mais e os que ganham menos pagam menos, e foi perguntado se está na hora de cobrar impostos sobre grandes fortunas e dos bancos.

“Eu acho que chegou a hora, sempre é a hora”, respondeu o petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial no próximo domingo.

“O problema é que você tem uma maioria no Congresso Nacional que não quer. Até porque a maioria dos que estão no Congresso Nacional são pessoas que têm, de certa forma, posses, não são os pobres que estão dentro do Congresso Nacional… A maioria é de pessoas de classe média e classe média-alta, e alguns muito alta e muito ricos, e essa gente não quer taxar seu próprio recurso”, disse.

Lula também voltou a defender a taxação sobre lucros e dividendos, atualmente isenta de imposto, e repetiu a promessa de isentar de Imposto de Renda das pessoas que ganham até R$ 5.000 mensais.

“Nós precisamos fazer as pessoas entenderem que pagar Imposto de Renda corretamente é fazer justiça neste país. Quem ganha mais, tem que ter a responsabilidade de pagar mais. E quem ganha menos tem que ter o direito de pagar menos. É assim, fácil. E precisamos convencer a sociedade”, disse.

Na entrevista à emissora manauara, Lula também se comprometeu com a manutenção da Zona Franca de Manaus e disse que os Estados que mais preservarem a floresta amazônica precisam receber uma compensação.

Ele também defendeu a demarcação de terras indígenas e disse que elas não atrapalham a produção no Brasil.

Eduardo Simões, Folhapress
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