26 novembro 2024
Advogado. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Pós-Graduado em Direito Eleitoral e Pós-Graduando em Direito Constitucional. Vice-presidente da Juventude do União Brasil - Bahia.
No último final de semana, milhares de pessoas foram às ruas de todo o país com vistas a exercer o direito à livre manifestação em praça pública. Os movimentos se dividiram basicamente a partir de dois gritos de guerra que se disseminaram nas mais diversas plataformas sociais mediante duas hastags: #EleNão e #EleSim.
A turma que ecoa o #EleNão dirige-se de modo contrário ao deputado carioca Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo Partido Social Liberal. Em virtude das suas polêmicas declarações, principalmente quanto às minorias sociais, o postulante amealha uma estratosférica rejeição, essa oriunda de diversos setores da sociedade, mesmo sendo líder nas pesquisas de intenções de voto.
Já o #EleSim vem sendo propalado pelos apoiadores do ex-capitão da reserva, sendo praticamente todos os seus seguidores intitulados de anti-PT. Mesmo com o transcorrer do cenário eleitoral, cujo pleito será no próximo domingo, dia 07 de outubro, apontando a altíssima probabilidade de segundo turno, a militância favorável a Bolsonaro tem a intenção de faturar a eleição logo na primeira etapa.
É sabido que o Brasil chega a última semana da campanha presidencial com o país largamente divido, estando, atualmente, polarizado entre as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), sendo esse último o escolhido após a desistência do ex-presidente Lula, que está cumprindo pena na sede da Polícia Federal em Curitiba/Paraná.
Balizado nessa disputa, o clima político do país foi elevado a níveis grandiosos de radicalismo, ao ponto de que o eleitor vem menosprezando a escolha livre em prol de um candidato para votar contra quem ele não quer ver se consagrar vitorioso ao findar da apuração. Nessa linha, é possível diagnosticar o empobrecimento do debate político qualificado, dando espaço para as irracionalidades.
Os questionamentos a ser feitos são o seguinte: Entre o #EleNão e o #EleSim, entre Bolsonaro contra Haddad, há espaço para discutir o futuro do Brasil? É possível discutir saúde, educação, segurança, desenvolvimento econômico e social, emprego e renda? Até que ponto essa dicotomia contribui positivamente para o engrandecimento da nação, com vistas a viabilizar a saída da crise que hoje lhe acomete? Espero que as respostas cheguem com urgência, antes do próximo domingo.
Após as indagações supracitadas, concluo afirmando que o Brasil é superior à dicotomia que o permeia neste momento, cabendo à população promover o debate sobre qual país ela deseja para o futuro. Fato é que não dá para voltar para atrás, nem se pode errar de novo. Vamos construir um país melhor para todo o nosso povo.