23 novembro 2024
João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.
Começamos a treinar e capacitar os pequenos produtores no ano passado. Afinal, pra eles tudo era novidade; Participar de um pregão, de uma chamada, atender a prazos e distribuir sua mercadoria para muitos quilômetros de distância. O esforço conjunto está dando certo. Esse ano, nossos 145 mil alunos da rede pública de ensino de Salvador encontram no cardápio da escola produtos vindos de cooperativas da Bahia e de outros estados.
O primeiro grande mérito da Lei federal do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e que estamos cumprindo é a aproximação da gestão com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Agrário que estimula a produtividade familiar. Pelo menos 30% dos produtos consumidos têm que ser comprados através dessa modalidade agrícola. A qualidade e o sabor, muitas vezes, superam as expectativas, agregando maior valor nutricional às refeições dos estudantes, por serem alimentos menos processados, consequentemente, mais naturais.
A lei permite que apenas nos casos de agricultura familiar o pregão possa ser presencial e estamos estimulando a capacitação dos participantes. Em 2011, a Secretaria Municipal de Educação, Esporte, Cultura e Lazer (Secult) organizou uma Feira para exposição dos produtos e houve simulação de pregões. Hoje, mais cooperativas participam ofertando sua produção.
É mais geração de emprego e renda para dinamizar a vida das famílias que sobrevivem da agricultura.
Compramos feijão, farinha de milho flocada e fubá da região de Irecê, achocolatados e farinha de tapioca de Ilhéus, tempero pronto de Mar Grande na Ilha de Itaparica, feijão e leite do Rio Grande do Sul. Pela variedade de localidades produtoras dá para entender que a participação está se estendendo cada vez mais.
As compras são semestrais e a entrega é fracionada para permitir uma melhor logística no armazenamento e prazo de validade dos produtos. Uma ação social que proporciona ao consumidor final mais qualidade.
Em 2013, a articulação entre a Secult e os pequenos produtores tende a ser ampliada em função da divulgação das negociações realizadas até aqui. A ideia é que cada vez mais tenhamos produtos de menor manipulação química e industrial para assegurar qualidade aos meninos e meninas da escola pública municipal. Uma educação de qualidade para todos.