23 novembro 2024
João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.
Nos debates e nas campanhas eleitorais, em nossa Capital, predominaram os ataques pessoais aos homens públicos e à sua história. Onde ficou a Educação?
A Secretaria da Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Salvador preparou uma carta aberta, elaborada pelo seu corpo técnico, com um conjunto de propostas para a melhoria contínua da Educação Básica em nossa Cidade, que foi entregue a todos os candidatos e publicada no site da SECULT. O documento mereceu elogios de várias organizações nacionais e internacionais, mas poucos candidatos se manifestaram a respeito.
O Conselho Municipal da Educação (CME) promoveu evento para que todos os candidatos a prefeito apresentassem suas propostas na área educacional, a serem debatidas com cerca de 300 profissionais, oriundos de diversas instituições que atuam na área da educação em nosso município.
Entretanto, dos seis candidatos convidados, somente quatro compareceram: ACM Neto (DEM), Hamilton Assis (PSol), Márcio Marinho (PRB) e Rogério Da Luz (PRTB). A ausência dos outros candidatos foi sentida por todos, especialmente em se tratando de temas fundamentais para a Educação local.
Nas campanhas e nos debates, a tônica foi olhar pelo retrovisor, para esmiuçar o passado em busca de qualquer frase ou gesto que pudesse ser usado para atacar um candidato. Em algumas campanhas, a educação apareceu apenas como mote para ataques.
Muito tempo e muitos recursos, por exemplo, foram gastos pelo candidato Nelson Pelegrino (PT) para acusar o candidato ACM Neto (DEM), de ser contra as cotas raciais nas universidades. Este assunto dominou o debate eleitoral na área de educação, apesar de estar superado na Bahia há pelo menos uma década, pois as cotas chegaram ao nosso estado ainda em 2002, na UNEB, durante o governo de Paulo Souto (DEM) e o reitorado de Ivete Sacramento.
É curioso pensar que o modelo de cotas adotado pioneiramente pela UNEB, em 2002, mesclando critérios sociais e raciais segundo as declarações dos próprios vestibulandos, foi alvo de ações judiciais à época. Tal modelo, entretanto, serviu de parâmetro para a Lei de Cotas sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no último dia 29 de agosto. Este modelo será implementado na Universidade de Brasília em 2013. Em Salvador, hoje, com certeza, temos muito mais com o que nos preocupar.
Como, por exemplo, colocar também na política a Educação em primeiro lugar!