Maurício Bacelar

Engenharia

Maurício Bacelar é engenheiro civil e foi diretor-geral do Detran (2015). Ele também foi secretário de Obras da Prefeitura de Dias 'Ávila (1986), diretor do Copec (1987) e secretário de Infraestrutura da Prefeitura de Camaçari (2002). Ele escreve uma coluna semanal no Política Livre às segunda-feiras.

- Engenheiro Civil - 1985
- Secretário de Obras da Prefeitura Municipal de Dias D'Ávila - 1986
- Diretor do Copec - Complexo Petroquímico de Camaçari - 1987
- Secretário de Infraestrutura da Prefeitura Municipal de Camaçari - 2002
- Diretor Geral do Detran-Ba - 2015

O abate de jumentos na Bahia

Após uma série de matérias publicadas na imprensa mostrando cenas dantescas de animais amontoados, agonizando e mortos no município de Itapetinga, bem como, denúncia da existência de uma propriedade clandestina de criação de jumentos, em Euclides da Cunha e provocada por uma ação movida por algumas entidades defensoras de animais, a Juíza da 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Estado da Bahia concedeu medida cautelar proibindo o abate, no estado da Bahia, de jumentos, muares e bardotos em 30 de novembro de 2018.

A Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia – Adab ao tomar ciência da propriedade clandestina, em Euclides da Cunha, a interditou, multou os proprietários e submeteu os animais apascentados a exame de Mormo e Anemia Infecciosa Eqüina – AIE, tendo detectado cinco positivos para Mormo e oito para AIE. Em seguida, com as medidas profiláticas, este foco foi saneado.

Em 10 de setembro de 2019, o Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu os efeitos da medida cautelar liberando o abate de jumentos, muares e bardotos na Bahia e logo após, o governo chinês habilitou um frigorífico no município de Amargosa, frise-se, o único no mundo, a exportar pele e carne de jumento para aquele país.

Ninguém em sã consciência vai admitir maus tratos, nem tão pouco, ações que resultem na extinção de uma espécie animal. Mas é preciso encarar a questão de frente, a Bahia é um estado pobre, carece de iniciativas que gerem emprego e renda, outra questão, é que o jumento não é um animal silvestre, o problema é que; como os bovinos, caprinos, ovinos, eqüinos, muares; nunca foi estruturada uma pecuária de jumentos, a criação de uma cadeia produtiva desta espécie.

Foi baseado nestas premissas que os técnicos da Adab iniciaram os estudos que resultaram na Portaria nº 013 de 16 de março de 2020, que estabelece normas para a emissão de guias de trânsito para o abate de eqüídeos, define procedimentos para o cadastramento, funcionamento e fiscalização de propriedades de triagem, espera, criadoras e fornecedoras de eqüídeos.

Uma portaria moderna, que proíbe e pune maus tratos, é vanguarda no bem estar animal, garante a sobrevivência da espécie, gera emprego e renda para milhares de baianos e estimula a criação de uma pecuária de jumentos no estado, tanto que em pouco tempo de vigência já viabilizou o credenciamento de algumas propriedades de triagem, espera,criadoras e fornecedoras, outras estão em fase de análise pela Adab.

A portaria nº 013 da Adab vem para pacificar as relações na nossa sociedade, principalmente, entre os defensores dos animais, empresários e trabalhadores da indústria frigorífica baiana.

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