Radar do Poder

Radar do Poder: A parceria de Elmar com Rosemberg, o Jero sedutor, o salto alto de Geraldinho e a viúva que procura

radar do poder | 29 novembro 2023

Operação Valquíria

Deputados contrários ao terceiro mandato do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), se articulam para tentar implodir a PEC da reeleição em plenário. De um lado, o líder do governo na Casa, o petista Rosemberg Pinto, trabalha para unir a federação formada por PT, PCdoB e PV visando barrar a iniciativa – o que somaria 17 votos. Do outro, o deputado federal Elmar Nascimento (União) que quer assegurar ao menos o voto dos seis oposicionistas que não assinaram a PEC.

Na ponta do lápis

Caso tenham sucesso, Rosemberg, que deseja a presidência da Assembleia, e Elmar, adversário de Adolfo Menezes em Campo Formoso, reduziriam o potencial de votos favoráveis à PEC a 37, um a menos do que o necessário para a aprovação em dois turnos, contabilizando que o presidente não vota. O cálculo inclui o posicionamento contrário da deputada Ivana Bastos (PSD), que também almeja chefiar o Legislativo, e de Hilton Coelho (PSOL), eterno presidenciável – eles não assinaram a proposta.

Forcinha dubitável

A tarefa de Rosemberg é tida como mais complexa. Isso porque todos os deputados do PCdoB e do PV assinaram a PEC. Além disso, dos nove da bancada petista, dois também apoiaram a iniciativa. Como antecipou a Radar do Poder, o líder do governo ficou isolado dentro da própria federação e precisaria de uma forcinha do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para ter sucesso. Hoje, apenas a deputada Olívia Santana (PCdoB) estaria inclinada a votar contra, mesmo tendo assinado a PEC.

Cartada final

Já Elmar Nascimento tem a seu favor o orçamento da União (emendas, inclusive secretas) e o controle da Codevasf para ampliar a rede de influência na bancada de oposição da Assembleia. Entretanto, há um limite de convencimento, até porque uma parte dos parlamentares da minoria, além da excelente relação com Adolfo, possui cargos e estrutura de poder no Legislativo. Incansável, Elmar avisou aos aliados que uma das alternativas para derrotar o adversário pode ser até estimular e apoiar a candidatura de Rosemberg.

Prato quente

Durante almoço de final de ano com a imprensa, nesta terça (28), Adolfo tratou de alfinetar Rosemberg e Elmar. O líder do governo apareceu de surpresa na confraternização, mas o presidente da Assembleia se recusou a tirar fotos ao lado dele. “Está aqui já para espionar e querer minha presidência”, brincou. Para Elmar, o recado foi indireto. Sem se referir diretamente à reeleição, Adolfo disse que tem deputado federal com R$100 milhões em emendas para comprar apoio político. “Nunca vi esse tipo de coisa antes”.

“Rei dos deputados”

Aliás, logo depois do almoço de confraternização de Adolfo com jornalistas, deputados ligados ao presidente pegaram no pé de Elmar. Diziam que, apesar de ser considerado o “Rei dos Deputados”, por causa do acesso fácil ao presidente da Câmara, e ao Orçamento da União, o parlamentar não tem dado sorte a quem com ele se alia. Rosemberg, por exemplo, segundo eles, teria escorregado na relação com os colegas ao tentar barrar a PEC da reeleição. Eles temem que o mesmo ocorra com o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), que disputa a vaga do TCM. Em relação a ambos, Elmar teria feito movimentos de incentivo a fim conseguir o apoio de seus partidos à presidência da Câmara.

Jero, o sedutor

O convite feito na semana passada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) aos deputados federais bolsonaristas da Bahia para uma confraternização de final de ano no Palácio de Ondina, revelado por este Política Livre, foi considerado não só simpático, mas também irrecusável. Já há quem diga que logo todo o PL vai seguir o mesmo caminho dos deputados estaduais Victor Azevedo e Raimundinho da JR, que não resistiram à capacidade de sedução de Jero e pularam no colo do governo.

Quarta de cinzas

Desanimados, aliados de peso do governador Jerônimo Rodrigues (PT) passaram a duvidar que a definição do candidato da base aliada à Prefeitura de Salvador aconteça ainda este ano, como prometeu o petista. A Radar do Poder ouviu dois presidentes de partidos que apoiam o Executivo sobre o assunto. O primeiro, mais otimista, disse que a escolha só deve ser feita em janeiro. O outro aposta que só depois do Carnaval, como de praxe.

Sheik Rui

Os três cardeais do PT da Bahia – Jerônimo, o senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa (Casa Civil) – estão em Dubai, nos Emirados Árabes, onde participam da COP-28 ao lado do presidente Lula (PT). Aliados apostam que vai haver um tempinho para eles tratarem da eleição de Salvador longe da pressão citadina. Resta saber se Rui, que não tem se interessado pelo tema em solo brasileiro e baiano, vai encontrar um tempo na concorrida agenda com os sheiks para pautar esse assunto.

Salto alto

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) está tão confiante que será o escolhido de Jerônimo Rodrigues para a Prefeitura no grupo do governo que trocou a solenidade de entrega de ambulâncias do Samu a municípios baianos, realizada nesta segunda (27), em Salvador, pela concessão do título de cidadã baiana à ex-deputada federal pelo Distrito Federal Flávia Peres (que era Arruda), atual presidente do instituto Terra Firme. Deixou o governador e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sem entender nada.

The book is on the table

Aliás, o vice-governador tem recorrido tanto a expressões em inglês em seus discursos normalmente embaralhados que tem gente desconfiando que, depois de concorrer à Prefeitura, ele vai disputar algum cargo na Califórnia ou em outro Estado aprazível norte-americano. Ao lembrar que junto com o ex-colega Paulo Magalhães Júnior cursou a EBEC, tradicional escola de inglês que funcionou até os anos 1980 em Salvador, num evento na Câmara Municipal, informação que, naturalmente, carece de checagem junto ao outro edil, Geraldo Jr. declarou “demore iu istad, dêlesse iu nou!” (The more you study, the less you know). Em tradução livre, “quanto mais você estuda, menos sabe”. Um colega que assistia à cena e morou nos EUA não contou conversa e sapecou com ironia na direção do vice-governador: O problema do rapaz aí que “the more you know, the less you believe” (quanto mais você conhece, menos você acredita).

A oferecida

Dona de mais de um milhão de votos na eleição para o Senado, a médica bolsonarista Raissa Soares está se oferecendo para ser indicada pelo PL, partido ao qual é filiada, para a vice na chapa à reeleição do prefeito Bruno Reis (União). Ela acredita que pode assegurar mais votos do que a pedetista Ana Paula Matos, que ocupa o posto e não vê motivos para deixá-lo. Mas, como já antecipou a coluna, o presidente do PL baiano, João Roma, não mira a vice, mas sim espaços na gestão, além da ajuda de Bruno à chapa proporcional do partido.

Ausência suspeita

Líder do prefeito Bruno Reis na Câmara Municipal, o vereador Kiki Bispo não participou da última reunião entre a bancada do partido dele, o União Brasil, e o presidente da sigla em Salvador, deputado estadual Luciano Simões. Na ocasião, ficou definido que nenhum edil vai deixar a agremiação, mas Kiki, que negocia a filiação ao PDT, não esteve no encontro por estar em viagem. O detalhe é que foi oferecida a possibilidade de o encontro acontecer em outra ocasião, mas o líder não quis.

Viúva procura. E por que não?

A ex-deputada federal e ex-vereadora de Salvador Tia Eron se engajou no aplicativo de namoro Happn. Ela se apresenta como diplomada em Havard, advogada, evangelista, viúva e mãe de dois filhos já criados. Também destaca o gosto por viagens internacionais. Tia Eron, que era do Republicanos e chegou a ocupar um cargo por curto período no governo Jair Bolsonaro (PL), está “procurando uma relação séria com um homem maravilhoso”.

Empata estatuto

O PT tem tanta tendência interna que isso está dificultando até a aprovação de alterações pontuais no estatuto nacional da federação formada pelo partido junto com o PCdoB e o PV. Entre as mudanças está a que amarra o repasse para a direção nacional do grupo a decisão final onde houver conflito entre as três legendas na escolha de candidaturas a prefeito nas maiores cidades do país.

Pedido de filiação

A direção do PT baiano vai decidir no dia 16 de dezembro se aceita a filiação ao partido de Ângelo Santana, pré-candidato a prefeito de São Sebastião do Passé e que disputou a eleição de deputado estadual em 2022 pelo União Brasil. Caso a resposta seja positiva, a legenda estará mudando a regra de não permitir o ingresso de quem não votou no governador Jerônimo Rodrigues (PT) e no presidente Lula (PT), se igualando em procedimento a siglas como o Avante, o Solidariedade e o MDB.

Dois pesos…

O MDB, por sinal, deseja que o PT caminhe com a pré-candidatura do filiado Rivelino da Facilites, que concorreu a deputado federal em 2022 apoiando Jerônimo e Lula, a prefeito de São Sebastião do Passé. Vale frisar que os maiores padrinhos do pedido de filiação de Ângelo Santana são dois petistas de peso: o secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano, e a deputada federal Ivoneide Caetano, os mesmos que em municípios como Candeias defendem que o PT não apoie nas majoritárias ex-aliados de ACM Neto (União).

Rápida no gatilho

Após retomar o mandato de vereadora por decisão do ministro Nunes Marques, do TSE, a vereadora de Lauro de Freitas Débora Régis (PDT) não perdeu tempo e se reuniu logo com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) para tratar de 2024. Ela busca apoio para ser candidata única da oposição à prefeita Moema Gramacho (PT). Neto garantiu que quem estiver melhor nas pesquisas terá o apoio dele.

Pitacos

* Um dos seis deputados da bancada do deputado federal Elmar Nascimento (União) na Assembleia disse ao presidente Adolfo Menezes (PSD) que não assinou a PEC, mas que votaria na reeleição do chefe do Legislativo. Por gratidão!

* A Procuradoria Jurídica da Assembleia Legislativa já avisou que não vai analisar a PEC da reeleição, como quer o líder do governo, deputado Rosemberg Pinto. O entendimento é que cabe aos deputados avaliarem a constitucionalidade da matéria.

* O deputado federal Leo Prates (PDT) participou da entrega de ambulâncias do Samu feita pelo Ministério da Saúde em Vitória da Conquista, nesta segunda (28). Subiu no mesmo palanque do governador Jerônimo Rodrigues (PT), atendendo ao convite do petista e deixou outros oposicionistas com inveja.

* Por falar em Leo Prates, um dos pupilos dele na Prefeitura de Salvador, o diretor-geral da Codecon, Zilton Krüger, confirmou o projeto de disputar o cargo de vereador em 2024. “Basta Leo, Bruno Reis (União) e Ana Paula Matos (PDT) darem a missão”.

* Presidente da Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), Rodrigo Hita (PSB) é outro que está empolgado em disputar uma cadeira de vereador em Salvador. Tem ido até a festa de aniversário de pet nos bairros da cidade.

* Com mais um sinal de que o vereador de Salvador André Fraga não sai do PV, o presidente estadual do partido, Ivanilson Gomes, garantiu ao aliado uma vaga no conselho da Fundação Verde Herbert Daniel, ligada à legenda. Fraga apoia Bruno Reis.

* Dias depois de se filiar ao PT, o prefeito de Alcobaça, Zico de Baiato, estava em cima do trio elétrico com o líder do União Brasil na Assembleia, deputado Marcinho Oliveira, comemorando o aniversário da cidade. Com show de Bell Marques.

* O apoio do vereador Júnior Borges (União) à pré-candidatura do vereador Flávio Matos (União) à Prefeitura de Camaçari foi visto como um golpe duro nas pretensões do ex-prefeito José Tude (União). Borges consultou o prefeito Elinaldo (União).

* O deputado federal Gabriel Nunes (PSD) disse que o pai dele, o ex-congressista José Nunes (PSD), vai decidir até fevereiro se tentará ou não retornar ao comando da Prefeitura de Euclides da Cunha em 2024.

* Ex-secretária de Ordem Pública na gestão ACM Neto, Rosemma Maluf assumiu a pasta do Turismo em Boa Vista do Tupim, na Chapada. Vai ter como chefe o prefeito Dinho (União), que foi diretor de Iluminação Pública na capital também com Neto.

Sem sinal de fumaça branca para 2024, Jero e Lula em Dubai, os seis odiados da Assembleia e o candidato unânime ao TCM

radar do poder | 22 novembro 2023

Tempo da vice

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) defende, entre os aliados próximos, a tese de que não deve anunciar apenas quem será o candidato a prefeito de Salvador este ano, mas a chapa completa, já com a definição sobre a vice. Assim, acredita, reforça a unidade do grupo que lidera. O senador Jaques Wagner (PT), por outro lado, acha que a questão da vice pode ser resolvida em 2024, até para que os holofotes sobre o assunto não fiquem apontados apenas para o prefeito Bruno Reis (União).

Ela só pensa nisso

PCdoB e MDB negam acerto para que secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, a comunista Ângela Guimarães, seja a companheira de chapa do vice-governador Geraldo Júnior, emedebista já escolhido por Jerônimo Rodrigues para disputar o Palácio Thomé de Souza. A notícia sobre o acordo foi publicada pelo Política Livre. Mas ninguém pode negar que ela só tem pensado nisso.

Sem fumaça branca

Não há, por enquanto, sinal na base aliada de nova reunião do conselho político para tratar das eleições em Salvador. Ou seja, sem sinalização de fumaça branca no Palácio de Ondina. O que está praticamente confirmado é que o governador Jerônimo Rodrigues viaja com o presidente Lula (PT) para a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes. Eles devem embarcar no próximo dia 30, com retorno cinco dias depois.

Esquecimento ou aprendizado?

O deputado federal Márcio Marinho, presidente do Republicanos na Bahia, não se sensibilizou com os apelos do PP e do PSDB para que Bruno Reis mantenha Ana Paula Matos (PDT) na chapa em 2024. Embora diga que não tem nada contra a pedetista, reforçou junto aos vereadores comandados que Bruno Reis tem que escolher uma vice evangélica e com densidade eleitoral. Parece esquecer que coube ao Republicanos homologar a empresária Ana Coelho como vice de ACM Neto em 2022.

Concorrência leal

Aliados de Bruno Reis na Câmara Municipal de Salvador querem a garantia de que haverá pelo menos dois candidatos a vereador com mandato em todos os partidos da base do Executivo municipal. Com isso, almejam evitar “concorrência desleal”, já que uma sigla sem políticos de mandato pleiteando a reeleição se torna mais “leve” e atrativa para novatos, suplentes ou raposas sem cadeiras no Legislativo.

Questão de Solidariedade

A estratégia de acomodar vereadores em todos os partidos da base pode contribuir para afastar ainda mais o Solidariedade de Bruno Reis. Outrora aliado, o partido tem um pé fincado no governo Jerônimo Rodrigues, justamente o do presidente da sigla na Bahia, deputado estadual Luciano Araújo. Embora já tenha perdido os cargos indicados na Prefeitura, Araújo não descarta apoiar a reeleição do prefeito. E já avisou que o vereador Fábio Souza, visto como traidor, não terá a legenda na reeleição.

Os seis odiados

Um grupo de seis deputados da oposição decidiu que não vai assinar a PEC da reeleição na Assembleia: Marcinho Oliveira (União), Júnior Nascimento (União), Robinho (União), Manuel Castro (União), Emerson Penalva (PDT) e Pancadinha (Solidariedade). Todos rezam na cartilha do deputado federal Elmar Nascimento (União), adversário do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), maior interessado na medida. A maioria dos seis teme que o líder fique vingativo se apoiarem a proposta.

Sem trator

Um importante deputado do União Brasil que assinou a PEC, por exemplo, perdeu maquinário agrícola que destinaria a município da base eleitoral e que seria liberado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), controlada politicamente por Elmar Nascimento. Ficou como exemplo.

Jogada ensaiada

Um dia antes de o senador Otto Alencar (PSD) declarar, em entrevista à Rádio Metrópole, que era contra a PEC da reeleição, ele recebeu Adolfo Menezes para uma conversa na própria residência. O encontro reforçou as suspeitas de que as críticas do cacique não passaram de jogo combinado para agradar a deputada Ivana Bastos (PSD), a quem Otto prometeu apoiar em 2025 para o comando do Legislativo estadual. Adolfo tem a preferência da bancada inteira do próprio partido, menos de Ivana, claro.

Com formalidades

Os articuladores da PEC da reeleição querem apresentar o texto antes do recesso de dezembro. Isso só não aconteceu ainda porque desejam ultrapassar com folga as 50 assinaturas. O grupo gostaria, ainda, de colocar o texto em votação até dezembro, mas sabe que isso será impossível porque não contará com a colaboração do líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), para a dispensa de formalidades. O petista quer ser o sucessor de Adolfo Menezes.

Despacho

Aliás, há um movimento bem-humorado na Assembleia para que Rosemberg aceite assumir a cadeira do conselheiro Fernando Vita, que se aposenta em dezembro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Em meio há tanta disputa pela vaga vitalícia, o petista seria o único a ter a unanimidade logo na largada da campanha. Não haveria resistências para a aposentadoria de luxo.

O substituto

Já se trata, dentro do governo Jerônimo Rodrigues (PT), de encontrar um substituto para o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), de malas prontas a deixar o Executivo visando concorrer a prefeito de Camaçari. O nome mais forte é o do atual chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, que seria substituído por Jonival Lucas, hoje assessor de Caetano. O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, é outro cotado, além do próprio Jonival.

Cautelar na veia

Com a decisão célere que veio do TSE para o retorno da vereadora Débora Régis (PDT) à Câmara, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), reavalia lançar como sucessor para enfrentar a pedetista em 2024 o atual vice, Vidigal Cafezeiro (Republicanos). Isso porque Cafezeiro é primo do desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro, relator, no TRE, da ação que cassou a edil e que foi desmoralizada pela cautelar do ministro Kássio Nunes Marques, que reverteu a sentença em Brasília.

Negócio da China

O governo do Estado tem enviado com frequência gente para a China, país que é parceiro comercial importante do Brasil e vai instalar a BYD em Camaçari, além de construir a aguardada ponte Salvador-Itaparica. A base de lançamento do pessoal para o gigante asiático tem sido a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), que já enviou cerca de 30 profissionais para lá.

Pitacos

* Filho do vice-governador Geraldo Júnior, o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB) não saiu do zero na eleição feita pelos jornalistas dos parlamentares destaques da Assembleia (45 dos 63 legisladores foram votados). Decepcionou o papai.

* Por falar na eleição dos destaques da Assembleia, teve jornalista revoltado porque o deputado bolsonarista Leandro de Jesus (PL) ficou entre os escolhidos, enquanto o deputado Alan Sanches (União) não entrou na lista por um voto.

* Depois que a deputada Fátima Nunes (PT) se declarou negra (e pobre) em um discurso na Assembleia, o colega Samuel Júnior (Republicanos) passou a chamar a deputada Olívia Santana (PCdoB) de “negona original”.

* Visto circulando animado na E-Agro, feira agropecuária realizada na semana passada no Centro de Convenções de Salvador, o deputado federal João Leão (PP) fez questão de experimentar de tudo entre os expositores, sobretudo vinhos e cachaças.

* Em um protesto solitário contra a Via Bahia, nesta terça (21), o deputado estadual Raimundinho da JR enviou um áudio para os colegas afirmando que obteve o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra a concessionária. Virou motivo de piada.

* Para não dizerem que ele já vestiu a camisa do Avante, o deputado federal Netto Carletto (PP) usa o boné do partido nos eventos organizados pelo tio Ronaldo Carletto, presidente estadual da sigla. Mas é só uma questão de janela, ou melhor, de tempo.

* O deputado federal Josias Gomes (PT) não quis nem saber do companheiro de partido Geraldo Simões (PT) e declarou apoio à reeleição do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD). Ele ainda pediu para o senador Jaques Wagner (PT) fazer o mesmo.

* Ex-prefeito e pré-candidato do PT em Conceição do Coité, Francisco de Assis se tornou o inimigo público número um do Papai Noel. Denuncia diariamente o atual prefeito, Marcelo Rocha (União), por gastar demais para a festa natalina.

* Quem conversa com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), acha ele tão otimista sobre a reeleição em 2024 que até parece que vai ganhar de W.O.

* Até aliados do governo criticam a ineficiência da fila da regulação. O prefeito de Itacaré, Antônio de Anízio (PT), ficou irritado por não conseguir transferir um membro da família para o hospital Costa do Cacau, em Ilhéus.

Publicada originalmente às 10h49

Radar do Poder: O líder esvaziado, a ambulância fantasma, o tribunal da consolação e a ponte aérea

radar do poder | 15 novembro 2023

Tiro pela culatra

Na avaliação de aliados, o líder do governo na Assembleia, deputado Rosemberg Pinto (PT), cometeu um erro ao se colocar de forma tão veemente contra a PEC da reeleição na Casa. Há quem diga que ele só fez aumenta a resistência ao próprio nome. Na base governista, Rosemberg só conta com o apoio firme de sete parlamentares na cruzada contra o presidente Adolfo Menezes (PSD), sendo cinco do PT. Se fosse candidato ao comando do Legislativo contra Adolfo, perdia até dentro da federação, que reúne, além do PT, o PCdoB e o PV.

Olha o coração!

Aliás, a reação explosiva de Rosemberg quando soube da coleta de assinaturas para a PEC, que já chegou a 34 apenas na base governista (e 50, no geral), deixou apoiadores no interior preocupados com a saúde do parlamentar. Ele precisou publicar um vídeo nas redes sociais informando que não passou mal e que o coração estava bem. “Não é dessa vez que ninguém vai me tirar o sossego, não”, disse o petista na publicação, que pode ser vista abaixo.


Entre pedras e afagos

Por falar em coração, Adolfo Menezes pareceu sentir o golpe das declarações do senador Otto Alencar (PSD) de que é contra reeleições consecutivas para a presidência da Assembleia, embora alguns digam que é tudo jogo combinado.. A mesma posição tem o senador Jaques Wagner (PT). Pelo menos o presidente recebeu o apoio moral do senador Ângelo Coronel (PSD) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). O governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu não tomar partido.

Mão coçando

Quem está doido para assinar a PEC da reeleição na Assembleia é o líder do União Brasil, deputado Marcinho Oliveira. Disciplinado, no entanto, ele só o fará se tiver o aval do líder político, o deputado federal Elmar Nascimento (União), adversário de Adolfo Menezes em Campo Formoso. Marcinho é um dos admiradores do trabalho do chefe do Legislativo.

Baita prêmio de consolação

Como Adolfo Menezes não topou o plano de aposentadoria, o PT cogita apoiar a indicação do deputado Rogério Andrade (MDB) para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Assim, a vereadora de Vitória da Conquista Lúcia Rocha (MDB), que é suplente, assumiria uma cadeira no Legislativo estadual, desistindo da pré-candidatura a prefeita para apoiar o deputado federal petista Waldenor Pereira (PT). Lúcia lidera as pesquisas.

Zum, zum, zum

“Esse comentário está circulando em Conquista, de eu assumir uma vaga na Assembleia. Mas até agora ninguém falou nada comigo de concreto. O governador não tratou disso. Então, nem posso avaliar”, diz Lúcia Rocha à coluna. Jerônimo espera anunciar até janeiro o nome Waldenor, como já antecipou o senador Wagner na rádio predileta. O PV quer emplacar como vice a delegada Gabriela Garrido.

Chupando dedo

O plano do PT em favor de Nonô (apelido carinhoso de Waldenor Pereira) coloca mais uma vez de escanteio o PCdoB, que luta desde o primeiro governo de Wagner para emplacar um comunista em um dos tribunais de contas. Mesmo que não sobre para o MDB, que comemoraria a primeira indicação, os petistas têm outros dois candidatos à vaga: o deputado federal Josias Gomes e o deputado estadual Paulo Rangel.

De badeja

Por sinal, o PCdoB nacional não gostou nada de saber das pretensões do deputado federal comunista Daniel Almeida de ser conselheiro do TCM. Ao consultar a legenda sobre a possibilidade, ele foi prontamente repreendido. O partido alega que gastou milhões para eleger o parlamentar, que agora quer entregar o mandato de bandeja para a suplente petista Elisângela Araújo, atual secretária estadual de Políticas para as Mulheres.


Tempo de saída

Jerônimo Rodrigues (PT) não descartou antecipar o período de saída da gestão dos secretários que serão candidatos a prefeito em 2024. “Temos aí o nome do secretário Luiz Caetano (Relações Institucionais, do PT), que é pré-candidato em Camaçari, e o da secretária Jusmari Oliveira (Desenvolvimento Urbano, do PSD), que ventilou se colocar em Barreiras. Vamos ver a melhor forma desses estarem dedicados nas campanhas e, ao mesmo tempo, não atrapalharem meu governo”, disse Jerônimo à Radar do Poder.

Lapso?

Jerônimo não citou a secretária da Educação, Adélia Pinheiro, que cogita concorrer à Prefeitura de Ilhéus. Luiz Caetano é defensor da tese de que os postulantes deixem os cargos no governo no início do ano, assim que as pré-candidaturas sejam confirmadas e antes do prazo fixado pela Justiça Eleitoral, que é abril. Ele deve oficializar a pré-candidatura em janeiro.

Ambulância fantasma

Uma das ambulâncias entregues na semana passada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) aos deputados estaduais desapareceu. Ninguém sabe, ninguém viu! O veículo foi “repassado” a um parlamentar conservador que, questionado pelos colegas, ficou nervoso tentando, sem sucesso, explicar o que aconteceu. As outras 62 ambulâncias, viabilizadas por meio das emendas ao orçamento, foram encaminhadas a prefeitos das respectivas bases eleitorais. Houve até solenidade na Secretaria de Saúde com a presença de gestores e deputados.

Foto: Manu Dias/GOVBA

Ponte aérea

Presidente do PP baiano, o deputado federal Mário Negromonte Júnior tem emitido sinais de alerta de que não vai aceitar interferências externas nas articulações conduzidas por ele visando as eleições de 2024 no interior. Quem pega a ponte aérea Salvador-Brasília tentando atropelar acertos locais pode pagar um preço alto, sobretudo em Salvador.

O epíteto

Preocupada em que a verborragia do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), apelidado pelo BN de Rolando Lero, repercuta mal na hipótese de ele sair candidato a prefeito de Salvador, a equipe de cerca de 40 policiais que escolheu para assessorá-lo recomendou que o emedebista pesquise palavras diferentes no dicionário antes de pronunciamentos ou de falar a respeito de aliados ou de adversários. Foi assim que surgiu o “líbero”, com que Lero se referiu ao pré-candidato do PT, deputado Robinson Almeida, a quem pretende convencer pelo cansaço a virar seu vice.

Penetras desejosos

A reunião entre o ministro da Previdência, Carlos Lupi, mandachuva nacional do PDT, e o prefeito Bruno Reis (União), na semana passada, contou com a participação de pelo menos dois penetras: os vereadores Ricardo Almeida (Podemos) e Leandro Guerrilha (PP). Em clima de descontração, eles disseram que estavam ali para assinar a ficha de filiação ao ninho pedetista, onde a reeleição estaria potencializada. Almeida até mostrou uma foto antiga do filho com uma camisa contendo o número 12.

Noiva do pedaço

O vereador Anderson Ninho, também presente na reunião entre Carlos Lupi e Bruno Reis, no Palácio Thomé de Souza, não perdeu a oportunidade de pedir ao ministro para permanecer e disputar a reeleição pelo PDT. Mas o presidente da legenda na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, não quer, pois Ninho não apoiou ninguém do partido e nem concorreu nas eleições de 2022. A sigla de Félix se tornou a “noiva do pedaço” e deve receber até três vereadores de mandato.

Pitacos

* O bom desempenho da deputada federal Lídice da Mata (PSB) nas pesquisas feitas pelo governo sobre a corrida eleitoral em Salvador não animaram nem a própria parlamentar. Ela foi convencida de que não ultrapassa o teto dos 15%.

* Cresce cada vez mais dentro do PT o convencimento de que o candidato do Palácio de Ondina em Salvador será o vice-governador Geraldo Júnior (MDB). O entendimento é que o emedebista tem mais potencial para enfrentar o prefeito Bruno Reis (União).

* “O candidato a prefeito de Salvador será Geraldinho (como este Política Livre já antecipou algumas vezes). O problema é que criaram um monstrinho no PT, o deputado estadual Robinson Almeida, que já cumpriu com o papel de tirar o presidente da Conder, José Trindade (PSB), do jogo”, disse um petista influente à Radar do Poder.

* Não passou despercebido dos entrevistadores as duas menções importantes do ex-presidente do PT baiano Everaldo Anunciação a Geraldinho, ao falar sobre a sucessão em Salvador durante o PolíticaPod, podcast do site Política Livre, nesta terça-feira (14). A participação completa pode ser assistida na TV do site, aqui mesmo na home.

* Secretário municipal de Mobilidade, Fabrizzio Muller teve que suspender uma viagem para a Argentina, onde faria um curso técnico, por conta do anúncio de Bruno Reis sobre o aumento da passagem de ônibus.

* Já o superintendente da Transalvador, Décio Martins, foi alvo de críticas da vereadora Débora Santana (Avante), que é da base do prefeito. “Ele (o dirigente) não atende nossos telefonemas”, acusou a edil.

* O PSD convidou o vereador de Salvador Toinho Carolino, que vai sair do Podemos, para se filiar ao partido. Carolino respondeu que só aceita se tiver a liberdade de apoiar a reeleição do prefeito Bruno Reis (União). As conversas seguem.

* Já o vereador Randerson Leal deve trocar o PDT pelo PV, repetindo o movimento feito pelo pai, o deputado estadual Roberto Carlos. Assim, fica de corpo e alma na base do governo.

* Derrotada em 2020, após quatro mandatos consecutivos como vereadora da capital, a enfermeira Aladilce Souza (PCdoB) confirmou que vai tentar retornar à Câmara Municipal em 2024.

* O secretário estadual de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), garante que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) já recebeu cerca de 30 prefeitos da oposição em audiências recentes em Salvador. “Aqui é só pedir audiências que a gente atende”.

* O Psol irá reunir a executiva estadual do partido no próximo sábado (18) e vai cobrar a entrega dos cargos que ainda ocupa no governo Jerônimo. Há quadros nomeados nas diretorias do Arquivo Público e do Centro de Memória da Bahia.

* Ao menos três deputados estaduais da oposição já decidiram que vão concorrer à Câmara Federal em 2026: Alan Sanches (União), Manuel Rocha (União) e Robinho (União).

 

PT quer aposentar Adolfo compulsoriamente, o plano diabólico de Zé contra Pablo, o papo entre Roma e Jerônimo e o Doidinho de Coutos

radar do poder | 08 novembro 2023

Plano de aposentadoria forçada

O PT não é o INSS, mas tem um plano de aposentadoria para o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes (PSD): convencer o aliado a aceitar a cadeira do conselheiro Fernando Vita no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a vagar em dezembro. A oferta é para tirar da cabeça de Adolfo a ideia da terceira presidência. Mesmo que isso signifique alijar o PCdoB, que se acha no direito natural de ocupar o assento no Tribunal por nunca ter emplacado um cargo vitalício em quase duas décadas de petismo na Bahia.

Coração mole demais

Embora a eleição para o TCM só deva ocorrer em março de 2024 na Assembleia, Adolfo Menezes já se antecipou e avisou aos pares que não pretende se aposentar, até porque tem um ‘coração mole’ demais para julgar prefeitos. Outro golpe para o PT é que o deputado Nelson Leal (PP) prometeu apresentar na semana que vem, com assinaturas mais do que suficientes, inclusive de petistas, a proposta de emenda (PEC) que muda a Constituição estadual para permitir a terceira reeleição do presidente.

Acúmulo de caneta

“Se Adolfo Menezes for candidato, será o meu candidato. Ele tem sido leal e correto com os parlamentares e com o governo”, disse à coluna o deputado Júnior Muniz (PT). Mas e o antigo sonho do companheiro de partido e líder do governo, deputado Rosemberg Pinto, de comandar o Parlamento? “Não sei… o fato é que ninguém pediu para eu não assinar (a emenda)”. É fato, ainda, que os partidos aliados não querem o PT chefiando também o Legislativo. Seria muito acúmulo de caneta.

Sem equilíbrio

Ao testemunhar a coleta de assinaturas da PEC por Nelson Leal e o deputado Niltinho (PP), durante a sessão de votação do aumento do ICMS, nesta terça (07), Rosemberg Pinto perdeu a cabeça e, do plenário, ameaçou tratar o colega do PP ‘como oposição’. Presenciada por muitos, a cena aumentou a rejeição ao petista, que, na opinião da oposição, teria revelado sua verdadeira índole e, na visão de governistas, que teria lamentavelmente um perfil autoritário inadequado para o exercício da presidência na Assembleia.  “Está muito cedo para isso, não é a hora”, justificou-se o líder depois, percebendo a mancada. O apelo não surtiu efeito. “Estamos tratando só da emenda, não é a eleição ainda. A eleição é só em 2025”, disse Niltinho sem se abalar.

Juras de amor

Aliás, Rosemberg Pinto e Niltinho têm algo em comum: a eles, Adolfo Menezes teria prometido apoio à sucessão em 2025, embora próximos do presidente neguem. Em 2021, na primeira eleição do atual chefe do Legislativo, os dois abriram mão de entrar na disputa, adiando as pretensões. Mas quem imaginaria que poucos anos depois de proibir reeleições sucessivas para o comando da Casa, por pressão dos próprios deputados, a Assembleia fosse discutir uma nova mudança?

Túnel do tempo

Em 2021, o então governador Rui Costa (PT) interferiu na base para forçar Nelson Leal, presidente da Assembleia na época, a abdicar da reeleição e apoiar Adolfo Menezes. Ou seja, Leal passou de estorvo a aliado do sucessor. Isso não seria apenas uma estratégia do pepista para ocupar uma posição de destaque na próxima Mesa Diretora ou de se tornar o “plano B” da sucessão, mas consequência do tratamento recebido. “Adolfo nunca perseguiu ninguém, nem aqueles que mereciam”, analisou um deputado anonimamente.

Feridas abertas

Mesmo passando ao seu lado ao chegar, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) não cumprimentou o presidente estadual do PL, João Roma, durante o lançamento do Instituto Terra Firme, que aconteceu na segunda (06), no Museu de Arte Moderna (MAM). Já o prefeito Bruno Reis (União) cumprimentou entusiasticamente o ex-ministro, de quem espera apoio à sucessão. Até mesmo o governador Jerônimo Rodrigues (PT) superou as diferenças políticas, apertou a mão do adversário bolsonarista e até ouviu sugestões de Roma sobre o agronegócio.

Luva branca

Por sinal, ACM Neto foi pego de surpresa com um gesto educado do presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Muniz (PSDB), em mais uma edição do projeto “Lembranças do Futuro de Salvador”, na semana passada. Na ocasião, o tucano disse que Neto ainda será governador da Bahia. “Na primeira vez que eu achei que seria presidente da Câmara, eu também não fui”, declarou o edil, que, nos bastidores, costuma atribuir a uma traição do ex-prefeito o fato de não ter sido eleito para comandar o Legislativo municipal em 2012.

Ausência justificada

A ausência do prefeito Bruno Reis (União) durante o evento com ACM Neto na Câmara Municipal causou um certo burburinho entre os presentes, mas foi logo justificada: o gestor não tinha participado das outras edições do projeto lançado por Carlos Muniz que tem como objetivo convidar ex-prefeitos da capital para falar sobre a experiência de ter administrado a cidade. Dessa forma, não pegaria bem aparecer apenas na edição com o antecessor.

Comissão fantasma

Aliados se queixam que a comissão criada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para elaborar propostas que serão apresentadas nas eleições pelo candidato da base aliada ao Palácio Thomé de Souza nunca se reúne. O colegiado é presidido pela secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis (PT). O PSB, por sinal, já está mais adiantado em um esboço de programa de governo que anseia por discutir no colegiado.

“Doidinho de Coutos”

Ganhou o apelido de “Doidinho de Coutos” um vereador do PT de Salvador que não consegue mais dormir pensando na hipótese de o deputado estadual Robinson Almeida (PT) ceder a vaga de candidato a prefeito de Salvador no grupo governista ao vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Dizem que, sem uma candidatura do partido, o edil seria o primeiro da bancada petista a perder a reeleição à Câmara Municipal.

Política compensatória

O ex-prefeito José Ronaldo (União) iniciou uma articulação para minar a candidatura do deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) à Prefeitura de Feira. A estratégia é convencer o novo presidente estadual do tucanato, deputado estadual Tiago Correia, a tirar a legenda do correligionário. Zé, que não abre mão do apoio do PSDB se for candidato a prefeito, acredita que Tiago vai compensar o que ocorreu em 2022, quando a esposa do parlamentar, Ana Coelho, tirou o ex-prefeito da chapa de ACM Neto.

Controle absoluto ou nada

De olho nas movimentações, Pablo Roberto avisou aos correligionários que vai esperar até o início de dezembro para ter o controle do diretório municipal do PSDB em Feira, hoje a cargo do ex-vereador Fábio Lucena, que prefere a candidatura de José Ronaldo. Com isso, reforça as garantias de que a sigla de fato irá manter a candidatura dele. Caso contrário, o deputado não descarta trocar de legenda, mesmo correndo o risco de sofrer uma ação de perda de mandato parlamentar por infidelidade partidária.

Moção de repúdio

Políticas baianas pensaram em fazer uma moção de repúdio contra o deputado federal Otto Filho (PSD) depois que ele mirou com fúria a colega de bancada Lídice da Mata (PSB). Tudo porque a parlamentar disse que não tinha visto o voto do colega contra a taxação dos super-ricos. A proposta da moção só não foi avante porque todo mundo considera muito o pai do jovem, o senador Otto Alencar (PSD).

Olhinhos puxados

Secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes da Bahia, Davidson Magalhães, presidente estadual do PCdoB, retornou no início desta semana de uma viagem à China (Beijing), onde participou, desde o dia 25 de outubro, de um seminário sobre economia e comércio para pequenas e médias empresas. O convite foi da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado, ou seja, tudo bancado pelo contribuinte. O curioso é que o secretário ainda pode comemorar o aniversário no país asiático.

Pitacos

* Focado em viabilizar a candidatura a prefeito de Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior ainda não se dedicou a atrair postulantes a vereador para o MDB, partido dele. A tarefa tem sido conduzida por Lúcio Vieira Lima, presidente de honra da sigla.

* O Republicanos deve ser o partido com mais dificuldade para montar a chapa de vereadores em Salvador. Isso porque a linha de corte é alta. O vereador menos votado pela sigla em 2020 teve quase nove mil votos (Júlio Santos).

* O deputado estadual Sandro Régis (União) foi para as redes sociais criticar a aprovação do aumento do ICMS na Assembleia, mas sequer se deu ao trabalho de participar da sessão para votar contra.

* Já o deputado estadual José de Arimateia (Republicanos) participou da sessão não para tratar do ICMS, mas sim do título do Fluminense na Libertadores. Fez questão de discursar e demonstrar o orgulho até na sala do cafezinho.

* Sabedor de que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não vai apoiar a reeleição da prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos (PSDB), o filho dela, deputado estadual Jordávio Ramos (PSDB), fez uma estreia tímida na oposição ao criticar o aumento do ICMS.

* Por falar na cidade banhada pelo São Francisco, o deputado estadual Zó (PCdoB) vai aproveitar a passagem do aniversário, no sábado (11), para reunir lideranças políticas e fortalecer a pré-candidatura a prefeito.

* Ex-deputado estadual, Soldado Prisco ainda não decidiu se vai disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador pelo União Brasil ou pelo PL. Mas a tendência é que fique com o primeiro.

* O deputado federal José Rocha (União) não acredita que o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenha coragem de bancar uma mudança na Constituição para buscar uma segunda reeleição no comando da Casa.

* Jerônimo Rodrigues (PT) pediu aos secretários que preparem um projeto de governo itinerante, visando reforçar a presença da estrutura do Estado no interior.

* Presidente do Agir em Itabuna, o pastor Elias Fernandes já referendou o apoio da sigla à pré-candidatura a prefeito do deputado estadual oposicionista Pancadinha (Solidariedade) a prefeito.

* Líder do União Brasil na Assembleia, Marcinho Oliveira sugeriu que o titular da Secretaria de Agricultura, Tum, deveria ser chamado de secretário da “Fruticultura”. “Acha que sisal é abacaxi”, disse. Ou seja, sem duplo sentido.

Radar do Poder: Quem quer Geraldinho, o “pidão” do PL e as passadas largas de Aninha

radar do poder | 01 novembro 2023

Atendendo a inúmeros apelos de seus leitores, o Política Livre passa a publicar, a partir de hoje e semanalmente, a Radar do Poder, uma coluna com notas exclusivas sobre os bastidores da política na Bahia.

Eles querem Geraldinho

Avante, PSD, PSB e até a parte governista do PP desejam que Geraldo Júnior seja o candidato da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) à Prefeitura de Salvador. Aliás, há quem garanta que esses partidos torcem mais por isso do que o próprio MDB, sigla do vice-governador. Existe a crença política de que sendo Geraldinho o escolhido, uma vaga fica em aberto na concorrida chapa à reeleição de Jerônimo em 2026. Os irmãos Vieira Lima discordam.

Mago se esquiva

Questionado pela coluna sobre se o MDB estaria automaticamente fora da chapa em 2026 caso Geraldo Júnior dispute o Palácio Thomé de Souza como candidato da base, o senador Jaques Wagner, apelidado de mago pelo presidente do PT baiano, Éden Valadares, evitou uma resposta direta. “Eu prefiro falar que a unidade é fundamental para o grupo”, disse. “O que vai ter impacto é a gente manter a unidade da base”.

Camisa de sete varas

Resta saber a quem caberá a tarefa de comunicar ao deputado estadual Robinson Almeida, pré-candidato do PT à Prefeitura da capital, que ele deve retirar o nome do páreo: Wagner ou Jerônimo? Quem deve estar se divertindo com a camisa de sete varas em que os companheiros se meteram é o ministro da Casa Civil, o petista Rui Costa, que resolveu tirar o corpo fora da disputa depois que o candidato predileto, José Trindade (PSB), presidente da Conder, foi forçado a sair do páreo.

Namoro que avança

“Eu acho que Geraldo pode sim disputar a eleição em Salvador, principalmente porque foi presidente da Câmara Municipal e, sem sombra de dúvidas, é um bom nome”, disse à coluna Ronaldo Carletto, presidente na Bahia do partido que sonha em abrigar Rui Costa, o Avante.

Vendas abaladas

Ficou claro, na plenária do PT de Salvador, realizada no último sábado, que a preocupação com a eventual retirada da candidatura de Robinson não é só dos vereadores, de parte das lideranças e da militância petista. O empreendedor Madiba Freitas, que comercializa camisas com temas petistas e da esquerda nesses eventos, acredita que, se Geraldinho for o escolhido, as vendas devem despencar. Somente no sábado ele faturou algo em torno de R$1.400.

Ar da graça

Ainda falando da plenária de sábado do PT da capital, que deu musculatura a Robinson, o único partido da base de Jerônimo que teve representante foi o PV, por meio do deputado estadual Vitor Bonfim. Nem o PCdoB, que também integra a federação com os petistas, apareceu. Aliás, Bonfim ficou visivelmente desconfortável na mesa dos trabalhos.

O “pidão”

Na reunião entre prefeito Bruno Reis (União) e o PL, que ocorreu no último dia 23, no Palácio Thomé de Souza, coube ao deputado federal Jonga Bacelar, filiado à sigla, a tarefa de reivindicar genericamente um espaço para os “liberais” no primeiro escalão municipal. A missão não poderia ter melhor executor, afinal o parlamentar é um “pidão” bem-sucedido, tanto que abocanhou este ano a unidade baiana da Superintendência de Patrimônio da União (SPU), mesmo sendo ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL).

Amigo ausente

Ausente dessa mesma reunião entre o PL e Bruno Reis, o deputado estadual Raimundinho da JR, outro membro da legenda, disse à coluna que não tinha obrigação de ir. “Bruno nunca fez nada por mim”, bradou. Mas o morador do Palácio Thomé de Souza sentiu falta mesmo foi de outro deputado estadual da sigla, de quem é mais próximo: Vitor Azevedo, ex-assessor do prefeito e que, a exemplo de Raimundinho, também está na base do governador Jerônimo Rodrigues.

Aninha come quieta

“Comendo quieta”, a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) deu nos últimos dias passadas largas para seguir na chapa de Bruno Reis. Ela obteve o respaldo de lideranças do PSDB e soube que o PL do ex-ministro João Roma, que caminhará com o prefeito, não nutre interesse pela vice. E mais: teria assegurado o compromisso do secretário municipal de Governo, Cacá Leão, que comanda o PP na capital, de que os pepistas irão apoiá-la. Hoje, o Republicanos é a maior pedra no sapato de Aninha.

Atalho cristão

Para superar entraves políticos ou simplesmente encurtar o caminho para a reeleição, os vereadores de Salvador Leandro Guerrilha (PP), Fábio Souza (Solidariedade), Marcelo Maia (PNM) e José Antonio (PTB) articulam migrar para uma nova casa partidária de forma conjunta. E uma das possibilidades é o Democracia Cristã (DC), sigla presidida no estado por Antonio Albino.

Planejando o futuro

O prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo (União), já disse que só anuncia em janeiro quem será o candidato dele à sucessão. Entretanto, no balcão de apostas o favorito é o atual vice-prefeito José Tude (União). Explica-se: Elinaldo, que pretende concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2026, confiaria mais, em caso de derrota, na reciprocidade de Tude, já encerrando a carreira política, do que na do presidente da Câmara Municipal, Flávio Mattos, o outro postulante, que é mais jovem e ambicioso.

Zé na frente

Mesmo dizendo que não é candidato, o deputado estadual José Raimundo (PT) lidera as pesquisas recentes feitas pelos próprios petistas na corrida pela sucessão em Vitória da Conquista. O pré-candidato do partido, deputado federal Waldenor Pereira, aparece apenas na quarta colocação, atrás da prefeita Sheila Lemos (União) e da vereadora Lúcia Rocha (MDB). Por sinal, o governador Jerônimo Rodrigues estará em Conquista próximo dia 9, data de aniversário do município, e tem como missão unificar a base.

Pitacos

* O deputado estadual Alan Sanches ainda não engoliu a escolha de Bruno Reis pelo deputado Luciano Simões como novo presidente do União Brasil em Salvador.

* Nem mesmo os aliados petistas aguentam mais o discurso radical da deputada estadual Olívia Santana, pré-candidata do PCdoB à Prefeitura de Salvador. “Parece até que ela vai escolher por Jerônimo”, afirmou um desses aliados.

* Na plenária do PT de Salvador que aconteceu no último sábado (28), na Assembleia Legislativa, os vereadores petistas Tiago Ferreira e Suíca disputaram o título de quem levou a maior claque para o evento. Tiago foi o único edil que colocou faixa declarando apoio à pré-candidatura de Robinson Almeida.

* Os dois blocos de oito parlamentares formados na Assembleia Legislativa já abriram mão de lançar candidato ao Tribunal de Contas do Município (TCM) na disputa por qual é o mais leal ao governo Jerônimo Rodrigues.

* Presidente da Assembleia durante a quarta viagem internacional do deputado Adolfo Menezes (PSD), esta semana, o deputado José Raimundo (PT) tem dito a colegas que também precisa de férias.

* “Mais de 50 prefeitos têm conversado para ingressar no PT e estamos analisando”, garante o presidente do partido na Bahia, Éden Valadares. Ele disse que não revela nomes antecipadamente para fugir da concorrência.

* O vereador de Salvador André Fraga não pretende sair do PV. Ele já disse a aliados que o estatuto da federação formada pela legenda junto com o PT e o PCdoB o resguarda. O edil vai apoiar a reeleição de Bruno Reis.

* O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), aposta que a pré-candidatura de Geraldo Simões (PT) ao Executivo municipal ainda será “implodida” pelos próprios petistas.