13 dezembro 2024
Audiência com Jero
O senador Angelo Coronel (PSD) e o chamado G10 da Assembleia, bloco informal que lidera, devem se reunir ainda esta semana, pela primeira vez, com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). A informação foi confirmada à coluna por uma fonte do PP. Na pauta do encontro, o atendimento às demandas dos deputados, que esperam um tratamento melhor do Palácio de Ondina em questões como o pagamento de emendas, intervenções em municípios antes do período eleitoral e indicações para cargos.
Secretaria na mira
Ao menos neste momento, o G10 não almeja uma secretaria. Mas isso não está fora do horizonte do grupo formado pelos deputados Angelo Coronel Filho (PSD), Niltinho (PP), Hassan (PP), Felipe Duarte (PP), Luciano Araújo (Solidariedade), Raimundinho da JR (PL), Vitor Azevedo (PL), Nelson Leal (PP), Antônio Henrique Júnior (PP) e Laerte do Vando (Podemos). “Nomes temos para indicar. Quem sabe, mostrando nossa fidelidade ao governo, isso possa acontecer em 2025”, disse a mesma fonte.
Tom de ameaça
Na semana antes da criação do G10, Jerônimo já havia demonstrado irritação com as cobranças do PSD, cujos deputados também seguem insatisfeitos com o governo. Em tom ameaçador, o governador disse à líder da legenda na Assembleia, Ivana Bastos, que considerou os dois movimentos como um ataque ao governo e que não esqueceria disso. A deputada afirmou que nada poderia fazer em relação ao G10. Depois, Jerônimo chegou a dizer a um parlamentar que se arrependeu da forma como tratou Ivana.
Panos quentes
Apesar do arrependimento, o senador Otto Alencar, presidente do PSD baiano, que tem atuado para acalmar os ânimos dos aliados insatisfeitos com o governo, disse a Coronel para não envolver o partido nas articulações do G10, no que foi atendido de pronto, tanto que o líder do grupo mudou o discurso e passou a desconsiderar o ingresso de correligionários da sigla no bloco – além do próprio filho, um dos idealizadores. Isso ficou claro na entrevista de Coronel ao Política Livre (clique aqui para ler).
Poder da caneta
Ao procurarem Coronel, os deputados do G10 esperam justamente que, a exemplo do que Otto faz no PSD, uma liderança influente possa atuar em defesa do grupo junto ao governo estadual. Mas há outros fatores de interesse, inclusive o fato de Coronel ser o relator do Orçamento da União em 2025, com o discurso municipalista de que pretende prestigiar as prefeituras com verbas federais.
Fechados com Adolfo
Embora o presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), tenha demonstrado certo incômodo com a articulação de Coronel, classificada pelo deputado como “desnecessária”, o G10 e o senador estão fechados com a reeleição do parlamentar no comando da Casa. A questão interna no grupo será administrar as vaidades, sobretudo na disputa pela vice, cargo que se torna ainda mais importante mediante a insegurança jurídica de um terceiro mandato de Adolfo na presidência.
Kamikaze
Segundo informações chegadas à coluna, o presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, foi dispensado da liderança do bloco G8, um dos que deu origem ao G10, porque nunca teve a mesma firmeza de Coronel na defesa dos interesses do grupo. Apesar disso, os deputados Binho Galinha (PRD) e Patrick Lopes (Avantes), que eram do antigo G8, optaram por não seguirem sob a liderança do senador. “Carletto não é kamikaze igual a Coronel”, comentou um aliado.
Planos de Carletto
Aliás, no meio político o que se diz é que Carletto quer ver Coronel limado da chapa majoritária em 2026. O presidente do Avante estaria trabalhando com o cenário em que o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), concorra ao Senado, para virar seu primeiro suplente e ter a possibilidade concreta de assumir o mandato caso o petista siga no Executivo num eventual segundo mandato do presidente Lula (PT). Carletto, no entanto, também aceitaria a posição de vice de Jerônimo.
Gelo suíço
Quem presenciou o encontro, em um hotel de Vitória da Conquista, no último final de semana, entre o presidente do PL baiano, João Roma, e o deputado estadual Vitor Azevedo, do mesmo partido, estranhou o clima frio entre os amigos. Roma esteve na cidade para participar de um encontro da sigla, do qual Azevedo, mesmo tendo crescido e fazendo política por lá, não foi comunicado. Quando convidado a tirar uma foto no lobby do hotel, o deputado recusou, gerando mal estar. A prefeita Sheila Lemos (União), que tem o apoio do PL, foi uma das testemunhas da cena.
Olho nos redutos
O deputado estadual Vitor Bonfim (PV), cada vez mais convencido de que não tem chances de ser o próximo presidente da Assembleia, planeja disputar uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Para isso, está de olho nos redutos do deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Infraestrutura, Sérgio Brito, que planeja ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na próxima vaga de indicação do governador, em 2025.
One choice
Um jovem rapaz que até então todos achavam atuar no ramo de delicatessen e cozinha industrial no Pólo parece estar buscando um passaporte para a Lemos de Brito. Como nem sempre a primeira escolha é a mais acertada, ele resolveu abrir uma empresa de entretenimento para usar como fachada para, segundo se comenta na praça, lavagem e sonegação.
Travessura
Por causa da travessura do rapaz, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal já teriam sido acionados. Os mais sábios o advertem para o risco de sua língua solta trazer grandes problemas. Aliás, na hora da lavagem, segundo o que se comenta, não ficará “peruca” nenhuma na cabeça quando se descobrir tudo que o boquirroto anda falando por aí.
Penas para o alto
A disputa na federação PSDB/Cidadania por cadeiras na Câmara Municipal de Salvador promete ser uma das mais intensas. Nas contas dos entendidos, as duas legendas irão emplacar cinco vagas. Uma já seria do presidente da Casa, o tucano Carlos Muniz. A outra é disputada pelos atuais vereadores Cris Correia, Téo Senna e Daniel Alves, além dos suplentes com potencial como Tia Jovi, Rodrigo Amaral e coronel Humberto Sturaro.
Competição acirrada
Do grupo acima, o comentário é que Téo Senna tem uma reeleição tranquila. Ele deve, no entanto, perder alguns votos para a presidente do Cidadania na Bahia, Isabela Souza, pré-candida tida como forte, cujo marido foi assessor de Téo e conhece o “caminho das pedras” nos redutos do tucano. No PSDB, também podem surpreender nomes como Carol dos Animais e Dudu Magalhães, sobrinho do ex-deputado federal Jutahy Magalhães.
Situação delicada
Do grupo dos quatro vereadores do PSDB, quem tem a reeleição considerada mais difícil é Cris Correia, ligada ao empresário João Gualberto, ex-deputado federal e ex-gestor de Mata de São João. Isso porque a edil perdeu a força que tinha junto à Secretaria Municipal de Educação quando o prefeito Bruno Reis (União) tirou o comando da pasta dos tucanos na reforma administrativa.
Potencial
No Cidadania, a presidente da legenda na Bahia, Isabela Souza, é encarada com potencial e teria apoios importantes na Prefeitura, onde já trabalhou. Além disso, o ex-vereador Adriano Meirelles, que trocou o Solidariedade pelo ninho tucano, garante que vai para a briga. “Eu gosto assim, quando não estou entre os favoritos”, declara.
Pitacos
* Na disputa por redutos eleitorais na capital entre os vereadores Anderson Ninho (PDT) e Kiki Bispo (União), o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT) prestou solidariedade ao aliado pedetista. “Continue firme na luta”, afirmou.
* Em Lauro de Freitas, a vereadora Débora Régis (União), pré-candidata ao Executivo municipal, recebeu o apoio do Solidariedade, ticando a sigla da base da prefeita Moema Gramacho (PT).
* O deputado estadual Zó (PCdoB) tem sido aconselhado por prefeitos e lideranças próximas a desistir da pré-candidatura à Prefeitura de Juazeiro. Ele estaria deixando as bases em outros municípios focado num projeto que não deve prosperar.
* Na avaliação de lideranças do próprio PCdoB, Jerônimo vai apostar, em Juazeiro, no ex-prefeito Isaac Carvalho (PT), mesmo correndo o risco de ver o nome do petista ser vetado pela Justiça Eleitoral.
* Por falar em Juazeiro, o MDB lança nesta sexta-feira (14) a pré-candidatura do empresário Andrei da Caixa no município. Outro postulante, o deputado estadual Roberto Carlos (PV), que segue firme na briga, já confirmou presença.
* A Bahia Farm Show, que acontece em Luis Eduardo Magalhães, foi um dos motivos da ausência dos deputados das comissões da Assembleia na terça (11) – não houve quórum em nenhuma.
* Um grupo estimado entre seis e sete deputados foi ao oeste. Ou seja, outros simplesmente preferiram ficar no interior e antecipar o clima de recesso junino. Afinal, havia acordo entre governo e oposição para as votações em plenário.
* Antes de passar mal e ser submetido a um cateterismo, o deputado estadual Ricardo Rodrigues (PSD) foi aconselhado pelo correligionário Alex da Piatã (PSD) a fazer um check-up mais profundo em São Paulo, Rodrigues já vinha se queixando de cansaço.
* Ao apresentar um projeto de lei para garantir que o governo distribua gratuitamente Ozempic e Moujaro para pacientes crônicos, Marcinho Oliveira (União) passou a ser chamado de “representante dos gordinhos” na Assembleia. Sabido, ele gostou.
Radar do Poder, a coluna de bastidores do Política Livre