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Doleiro Alberto Youssef 21 de setembro de 2014 | 10:30

Lava Jato expõe rede do colarinho branco

brasil

Dez nomes que aparecem na lavanderia de dinheiro desmontada pela Operação Lava Jato foram denunciados ou investigados pela Polícia Federal por crime financeiro em sete escândalos recentes da política brasileira, entre eles o mensalão, a CPI dos Bingos e o Caso Banestado. Alvo central e coordenador do “engenhoso e sofisticado” esquema de lavagem de dinheiro usado para “esquentar” os recursos de caixa 2, oriundos, segundo a Polícia Federal, de corrupção e fraudes que atingiram a Petrobrás entre os anos de 2009 e 2014, o doleiro Alberto Youssef é o melhor exemplo de reincidente. “Alberto Youssef possui envolvimento há mais de duas décadas com crimes (…). Já foi preso e condenado, descumpriu acordos de colaboração e voltou a atuar de maneira ainda mais grave, realizando evasão de aproximadamente meio bilhão de reais”, registrou o Ministério Público Federal, no pedido de manutenção da prisão dos réus da Lava Jato, em julho. Os dez personagens de outros escândalos que voltam a aparecer na Lava Jato se ligam em rede com a atual lavanderia de Youssef por transações cambiais, sociedades ocultas e abertas e troca de informações e recursos, conforme revelaram as investigações da PF (veja quadro). Seus negócios no câmbio negro começaram em 1992, conforme ele mesmo disse em 2004 ao juiz Sérgio Moro, nos autos da Operação Farol da Colina – que apurava o megaesquema de lavagem de dinheiro mantido por doleiros, revelado no Caso Banestado. “Realmente, Youssef foi um dos principais doleiros envolvidos no Caso Banestado, com evasão fraudulenta milionária de divisas por contas CC5 na praça de Foz do Iguaçu nos anos 90”, afirma o Ministério Público Federal. Por meio de três empresas (duas offshores fora do Brasil) movimentou mais de US$ 800 milhões. Com ele, aparecem dois outros doleiros: Antonio Claramunt, o Toninho Barcelona, e Raul Srour – que voltou a ser preso na Operação Lava Jato.

Ricardo Brandt, Agência Estado
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