11 de agosto de 2013 | 08:19

Tancredo Neves: final de linha continua sem ônibus após ataques

salvador

Apesar da garantia do Sindicato dos Rodoviários de que os ônibus voltariam a circular ontem no final de linha de Tancredo Neves, moradores da região continuavam tendo que andar a pé pouco mais de 1,5 quilômetro para chegar a um ponto improvisado, em frente ao Conjunto Arvoredo. O fim de linha oficial, que fica na Rua Nossa Senhora do Rosário, está desativado desde a noite de quinta-feira, quando integrantes do bando do traficante Adailton Matos de Brito, o Sassá, incendiaram cinco ônibus no local em represália à morte do líder do tráfico na região durante operação policial. “Eu acho que o que eles tinham que fazer já foi feito, quem sofre é a população”, disse a cozinheira Andreia Gomes, 38, que anda cerca de 25 minutos do ponto improvisado, no Conjunto Arvoredo, até o Arenoso. No Arvoredo, motoristas disseram que é possível que a circulação volte ao final de linha somente amanhã. Ontem, a presença policial nos pontos de ônibus e a circulação de viaturas das polícias Militar e Civil deram um pouco mais de tranquilidade à população dos bairros de Tancredo Neves e da Engomadeira. Mesmo assim, ainda havia tensão. “Esses dois dias depois da queima dos ônibus o negócio ficou tenso. A polícia deveria, inclusive, ficar aqui sempre”, disse um morador. “Ainda está tendo operação lá embaixo, as pessoas ainda têm medo”, disse o dono de um estabelecimento próximo ao fim de linha de Tancredo Neves. Na Engomadeira, os ônibus já circulavam ontem até o final de linha, mas alguns moradores ainda demonstravam receio. “A tensão é a mesma”, disse outro morador, também sem se identificar. Apesar do movimento intenso nas ruas e de os estabelecimentos funcionarem normalmente, comerciantes relataram movimento baixo. Policiais da 23ª CIPM, que circulavam pelos bairros, disseram que a população teme novos ataques, mas que a tensão já diminuiu.

Clarissa Pacheco, Correio*
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