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ACM Neto esteve ao lado de Dilma na assinatura do pacote de verbas federais para a mobilidade em Salvador 16 de outubro de 2013 | 16:43

‘Governinho’, agora, é tratado com ‘afeto

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Antes de ser eleito prefeito de Salvador em 2012, ACM Neto foi um dos mais viscerais adversários do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2005, quando os petistas enfrentavam o pesadelo do julgamento do mensalão, Neto, então deputado federal, subiu o tom acima da média para se cacifar como um dos líderes da oposição no Congresso. Em um discurso na Câmara, chegou a dizer que daria “uma surra” no presidente da República.

Sete anos depois, o vídeo com a declaração foi usado pelo petista Nelson Pelegrino em sua campanha para a prefeitura de Salvador. A ideia era mobilizar os lulistas contra o rival ACM Neto. Os ânimos se acirraram e os assessores do neto do ex-governador Antonio Carlos Magalhães conseguiram na Justiça tirar as declarações do horário eleitoral na TV. Mesmo assim, petistas não desistiram da estratégia.

Em passagem pela capital baiana para fortalecer a campanha de Pelegrino, a presidente Dilma Rousseff reforçou o clima de guerra ao afirmar, em discurso em um bairro da periferia, que a cidade não podia ter um “governinho”. Com cerca de 1m80 de altura, Pelegrino vibrou com a referência presidencial a baixa estatura do adversário, que mede 1m68.

O episódio despertou a ira do DEM e do PSDB, que repudiaram o preconceito. A chapa de ACM Neto conseguiu reverter a “crítica” de Dilma usando o discurso de que a verdadeira grandeza dos homens não está no porte físico, “mas no caráter e na sua formação”.

A derrota de ACM Neto, herdeiro político e principal representante do grupo político de Antonio Carlos Magalhães, era em 2012 uma prioridade para o PT nacional. Mas ACM Neto venceu no segundo turno.

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Pedro Venceslau - O Estado de S.Paulo
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