07 de maio de 2014 | 11:21

Aumento da violência e do trabalho infantil preocupa comunidade

salvador

A poucos quilômetros da Arena Fonte Nova, estádio que vai receber quatro partidas da Copa do Mundo, Saramandaia é uma entre várias comunidades pobres de Salvador. O nome de novela famosa não ajudou a colocar holofotes sobre os problemas locais. Na comunidade, a preocupação é que, com a proximidade dos jogos da Copa e o aumento de turistas no local, mais crianças passem a vender produtos eletrônicos e bebidas no entorno do estádio e no Shopping Iguatemi, como já ocorrer nos dias de hoje. Em Saramandaia, um jovem de 12 anos que trabalha com o pai conta que sai para vender bebidas no contra-turno escolar depois de “bater um baba”- forma como os baianos chamam uma partida de futebol. “Vou para lá [para o ponto às] 17h30. Jogo só um baba e vou para o ponto. Fico até às 22h. Quando chego, faço o dever de casa”, revelou. Com cerca de 70 mil pessoas, Saramandaia sofre com ausência de escolas e de áreas de lazer seguras. O campo de terra batida, ganhou o nome de “Mata a fome”, conta o líder comunitário Abrão Joviniano. “Geralmente, quando as crianças saem da escola, não tem outro campo, outra área de lazer, elas vem para cá brincar de bola, correndo o risco de serem atropeladas porque aqui, na realidade, é um retorno para carro”. Segundo os jovens de Saramandaia, as escolas da comunidade também estão em situação precária. “Os colégios aqui são todos quebrados. Quando chove a quadra alaga”, disse um dos jovens. Uma outra criança que acompanhava a conversa aproveitou para reclamar do colégio onde estuda, a Escola Municipal Marisa Baqueiro. “A que eu estudo não tem quadra”, contou.

Isabela Vieira, Agência Brasil
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