29 de julho de 2014 | 09:16

Jingles para campanha são vendidos por até R$ 50 mil

bahia

Os jingles de campanha também são produtos que movimentam o mercado das eleições. Tanto que há agências especializadas nisso, como a produtora Elos, dirigida por Dito Martins e a Bompracaramba, do músico e compositor Marquinho Carvalho. Ambas produzem áudios para publicidade em geral, mas quando tem eleição… “Já fiz uns dez jingles esse ano”, conta Dito, que cita entre os mais importantes o do candidato baiano ao Senado, Geddel Vieira Lima (PMDB), e o do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Já Carvalho produziu o de Paulo Souto, composto por ele em parceria com a diretora de criação da campanha do democrata, Ana Luisa Almeida. Segundo Dito, os valores podem variar de zero a R$ 50 mil. “Mas quando é zero, não é filantropia. É quando envolve outros interesses”, diz. Isso porque para, produzir um bom jingle, há muito estudo envolvido. “É uma música, então precisa emocionar quem ouve. Tem que sair dos padrões antigos de ter o discurso do candidato sobre educação, saúde, etc”, afirma Dito. “No de Geddel, por exemplo, tentamos representar a atitude do candidato”, contou. Se o trabalho for bem feito, o jingle pode até entrar para a história, como o antológico “Hilton 50, na Capital da Resistência”, para ficar nos mais recentes. Neste caso, no entanto, o trabalho foi totalmente militante, segundo o autor Ednei Pereira. “O Psol recusa financiamento, então a gente divide as tarefas. Como eu fui músico profissional, resolvi fazer o jingle”, contou. “Antes de fazer, a gente estudou uma certa lógica para saber como funciona. Tinha que ser ágil, associar a mensagem com o ritmo escolhido. A mensagem de protesto casou muito bem com o reggae, mas não imaginava que ia virar toque de celular, nem ser cantado por cantoras famosas”, riu ele, que está ajustando o jingle de Hamilton Assis (Psol), candidato a ao Senado. Mais uma vez, na base da militância.

Priscila Chammas, Correio*
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