05 de agosto de 2014 | 08:13

Casarões na Barra vão ser demolidos para se transformar em calçadões

salvador

Já foi iniciado pela Prefeitura de Salvador o processo de desapropriação de cerca de oito imóveis degradados no bairro da Barra. A obra já tem data para começar, e resultado final. “Os donos dos imóveis já estão sendo notificados, e em setembro vamos começar todo o processo de desapropriação dos mesmos. Eles serão demolidos e vão ser transformados em áreas de lazer para a população. Muitos deles vão virar uma ampliação do calçadão já existente na Barra,” afirma o secretario. Os prédios são utilizados somente no mês de fevereiro e permanecem abandonados o resto do ano. “Qualquer pessoa que caminhe entre esses imóveis percebe que eles precisam de uma intervenção do proprietário, se eles não fazem isso, e partir do momento que o imóvel começa a apresentar riscos para a população, a prefeitura faz a obrigação dela, que é intervir na propriedade privada,” explica o secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo de Salvador, Guilherme Bellintani. De acordo com Bellintani, inicialmente estão sendo estudados uma dezena de imóveis, já que a ação não envolverá, todos os imóveis abandonados. “Não seremos arbitrários. Estamos desapropriando apenas imóveis que não apresentam nenhum plano de recuperação física e de uso”, afirmou o titular da Sedes. Os casarões estão localizados entre o Cristo e o Farol da Barra, e a partir do próximo ano, já estarão destruídos e modificados em prol da população. A estudante Natalia Souza frequenta a Barra diariamente e, para ela, a mudança será completamente positiva. “A reforma que já foi feita aqui foi ótima. Mudou muita coisa que precisava ser modificada. Agora temos um local bonito para passear, conversar, namorar. Nada mais justo do que utilizar uma área que só funciona uma vez no ano e transformar em um local que será usado diariamente,” opina. Para o vendedor, Bruno Gomes, a modificação mais importante vai ser em relação ao carnaval. “Temos um carnaval completamente privado, sou a favor de cada vez menos camarotes e cada vez mais pipoca. Com a ampliação do calçadão, quem não tem dinheiro para pagar o absurdo cobrado pelos donos de camarote, vai ganhar mais um espaço para brincar durante a folia,” diz o vendedor. Os imóveis que ficam abandonados durante todo o ano, sem manutenção, funcionam apenas durante o Carnaval, são alugados por até R$300 mil reais no período da folia. Morador da Barra há 25 anos, Alberto Vieira acredita que o prejuízo que os donos dos imóveis vão ter é completamente aceitável. “ Quem gosta, cuida. Se eles estivessem preocupados com os imóveis, eles em um estado melhor. Imagine o risco que esses prédios oferecem pra gente, que passa diariamente por eles? Agora pense no Carnaval, onde milhares de pessoas ficam em cima dessas lonas de madeira que eles colocam, e elas pulam, dançam, poderia virar uma tragédia. A prefeitura até que demorou pra tomar uma atitude dessas,” finaliza Vieira.

Chayenne Guerreiro, Tribuna
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