16 de setembro de 2014 | 11:30

Fifa afasta cartola do Comitê de Auditoria por corrupção

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A Fifa afasta de forma temporária um de seus dirigentes, acusados em seu país de corrupção. Canover Watson, das Ilhas Cayman, integra o Comitê de Auditoria e Fiscalização de Normas da Fifa e é um dos responsáveis por controlar e validar as contas da organização. Mas a entidade decidiu o afastar até que o processo seja concluído. O cartola nega qualquer crime. Watson, que pagou uma fiança para responder em liberdade, é suspeito de uma “quebra de confiança contrária à seção 13 da Lei Anticorrupção das Ilhas Cayman, bem como de abuso de cargo público… E conflito de interesses”. Além de corrupção, ele foi preso por lavagem de dinheiro em um caso envolvendo a introdução de um sistema de cartões magnéticos no sistema de saúde da ilha. Watson foi o diretor da Autoridade de Serviço de Saúde de Cayman. Em um primeiro momento, a Fifa havia se recusado a afastá-lo. Mas, pressionada, a entidade decidiu agir nesta terça-feira. O presidente do Comitê de Auditoria, Domenico Scala, optou por seu afastamento até que o caso seja esclarecido. O acusado foi obrigado a prestar explicações para a Fifa. A entidade constatou que o caso não estava relacionado com suas atividades no futebol. “A presunção de inocência deve ser aplicada”, escreveu Scala. Depois do afastamento, Scala insistiu que essa não será a regra a partir de agora. “Isso não deve ser visto como um procedimento de rotina. Casos deste tipo precisam ser avaliados individualmente”, justificou. Watson, além de trabalhar na Fifa, é o vice-presidente da Federação de Futebol das Ilhas Cayman e o tesoureiro da entidade. Permeada por casos de corrupção, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, colocou a ética como sua principal bandeira para as eleições de 2015. Nesta semana, ele patrocina em Zurique um seminário mundial sobre o assunto. Ele ainda promete decisões sobre a escolha do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022. Mas se recusa a publicar sua renda, explicar os salários os cartolas da Fifa e investigar o passado da organização.

Jamil Chade, Agência Estado
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