24 de novembro de 2014 | 07:00

Alemanha: cobertura da crise na Ucrânia causa divisões

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O editor-chefe da maior rede pública de televisão da Alemanha passou meses desviando-se de ataques de telespectadores e do próprio conselho de supervisão da empresa, de que sua cobertura da crise na Ucrânia era hostil à Rússia. Ultimamente, Thomas Baumann viu-se diante de um grupo diferente de críticos. A acusação deles:: uma entrevista com Vladimir Putin levada ao ar em 16 de novembro foi tão “suave” que acabou dando ao presidente russo uma plataforma para propaganda em horário nobre. “O relacionamento Alemanha/Rússia continua a levar as pessoas a emoções muito fortes. As pessoas estão perguntando se estamos derrapando de volta para um passado que pensávamos ter superado muito tempo atrás”, disse Baumann. Nenhum debate político polarizou tanto a Alemanha neste ano como a discussão sobre a crise ucraniana e sobre quão dura deve ser a atitude de Berlim diante de Putin. O furor mostra o terreno traiçoeiro que a chanceler alemã, Angela Merkel, está pisando ao liderar a reação diplomática do Ocidente. Na última semana, Novas rachaduras apareceram na Alemanha. Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, do Partido Social Democrata, de centro-esquerda, fez declarações conciliatórias a Moscou, horas depois de Merkel, que lidera os conservadores alemães, fazer seu discurso mais duro contra a Rússia desde o começo do ano. Na terça-feira, Matthias Platzeck, ex-líder dos social-democratas, sugeriu que o Ocidente negocie com a Rússia sobre como legalizar a anexação da Crimeia. E na sexta-feira, uma nova pesquisa de opinião mostrou que muitos alemães, especialmente no Leste do país, querem que a Europa suspenda suas sanções econômicas contra a Rússia.

Agência Estado
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