23 de dezembro de 2014 | 17:30

Denúncia de propina no Brasil pode afetar fusão de US$ 13 bi nos EUA, diz NYT

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O pagamento de propinas no Brasil e no México pode afetar nos Estados Unidos uma fusão de US$ 13,3 bilhões entre duas empresas de equipamentos médicos, de acordo com o jornal The New York Times, que obteve documentos confidenciais das denúncias. Uma das companhias, a Biomet, é acusada de pagar propinas a médicos que trabalham para o governo brasileiro para conseguir vender equipamentos. No caso do Brasil, a denúncia foi feita por um delator anônimo por correio eletrônico. A legislação dos EUA favorece denúncias de corrupção em empresas e premia o investidor com parte da multa que a companhia tem que pagar para a Justiça. Em abril, a norte-americana Zimmer Holdings anunciou a compra da sua rival Biomet, em um negócio de US$ 13,3 bilhões. As duas empresas fornecem equipamentos ortopédicos, cirúrgicos e odontológicos e têm sede no Estado de Indiana, nos EUA. “Os rumos da fusão agora dependem em parte do resultado das investigações”, afirma o Times, destacando que a Biomet é investigada pelo Departamento de Justiça e pela Securities and Exchange Commission (SEC, que regula o mercado de capitais norte-americano). A multa a ser paga pela Biomet, destaca o jornal dos EUA, pode afetar o valor do negócio. O Times lembra que o Departamento de Justiça anunciou nesta segunda-feira, 22, o maior acordo já feito envolvendo corrupção no exterior, o da francesa Alstom, que concordou em pagar US$ 772 milhões para resolver uma investigação de pagamento de propinas e subornos em vários países.

Altamiro Silva Junior, Estadão Conteúdo
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