24 de março de 2015 | 09:45

EUA, Canadá e Nova Zelândia ameaçam proposta do Brasil na ONU

mundo

Os governos dos Estados Unidos, Canadá e da Nova Zelândia tentam minar a proposta do Brasil na ONU de criar um cargo especial para monitorar a atuação de serviços de inteligência para que haja um controle sobre a espionagem em massa pela internet. Fontes diplomáticas revelaram ao jornal O Estado de S. Paulo que uma “forte pressão” está sendo feita para impedir que o texto proposto pelo Brasil seja aprovado, em uma votação prevista para esta semana na ONU. A negociação ocorre no momento em que o debate sobre a espionagem volta à tona. No fim de semana, jornais da Nova Zelândia revelaram como o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi alvo de espionagem durante a campanha para sua eleição para a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC). O caso é mais um numa série de incidentes revelados por Edward Snowden, o ex-funcionário da CIA, e indica como os serviços americanos colaboraram até mesmo com tecnologia para ajudar aliados a espionar e-mails de autoridades pelo mundo. Desde 2013, o Brasil vem adotando um discurso de que a privacidade na internet precisa ser preservada. Agora, a primeira medida concreta é proposta na ONU por governos afetados pela espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). O texto brasileiro tem o apoio da Alemanha. Num rascunho da resolução obtido pela reportagem, o Brasil pede que se crie um novo relator na ONU com o poder para “coletar informação, práticas e experiências nacionais, que estude tendências, desenvolvimento e desafios para o direito à privacidade e que faça recomendações para garantir sua promoção e proteção, incluindo em relação aos desafios que surgem das novas tecnologias”.

Agência Estado
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