20 de junho de 2015 | 09:00

Para aliados de Maduro,viagem tentou ‘ingerência’

mundo

A visita malsucedida da comitiva de senadores brasileiros à Venezuela, com o fim de visitar presos políticos do país vizinho gerou críticas do governo e aliados do presidente Nicolás Maduro, do partido PSUV. Em entrevista à rádio local, a segunda vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Tania Díaz (PSUV), afirmou que a presença dos senadores visava “isolar o país” e “sabotar as tentativas de integração” na região. Em nota publicada ontem (19), o presidente da Comissão de Política Exterior da Assembleia, Yul Jabour, do Partido Comunista da Venezuela (PCV), classificou a iniciativa dos senadores como uma “ingerência” nos assuntos internos. Para o deputado, aliado ao grupo de Maduro, a agenda dos senadores foi uma tentativa de “impor uma chantagem internacional” e fortalecer “uma falsa matriz de opinião contra a Venezuela”. “São inimigos da Venezuela e vêm aqui para levantar bandeiras da impunidade”, afirmou o vice-presidente da Comissão de Política Exterior da Assembleia Nacional da Venezuela, Saúl Ortega (PSUV). A reação pró-governo Maduro ganhou espaços em veículos de comunicações estatais, rádios locais e site oficiais do governo venezuelano. A página do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela deu destaque ao longo de todo o dia à nota do Comité de Víctimas de la Guarimba publicada na véspera do desembarque dos parlamentares brasileiros. No documento, o grupo também condena a passagem dos senadores por Caracas. Integrante da comitiva de grupos de movimentos sociais brasileiros de passagem por Caracas, o deputado João Daniel (PT-SE) deu entrevista ontem à Asamblea Nacional Televisión. “Acho que os senadores poderiam vir e ver os dois lados. Eles vieram para fazer um ato político contra o governo da Venezuela, o que é lamentável.”

Estadão Conteúdo
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