08 de junho de 2015 | 15:30

Suprema Corte dos EUA derruba lei que permitia passaporte de Jerusalém

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A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou uma lei nesta segunda-feira que permitia um americano nascido em Jerusalém, em Israel, de ter o local de seu nascimento no passaporte e ressaltou que este tipo de decisão relacionada a assuntos externos é de autoridade do presidente Barack Obama. O tribunal decidiu que o Congresso ultrapassou seus limites quando aprovou a lei em 2002, forçando o Departamento de Estado a alterar a sua política de longa data de não listar Israel como o país dos americanos nascidos em Jerusalém. A política faz parte da recusa do governo de reconhecer a soberania de Jerusalém, até que israelenses e palestinos resolvam o seu estatuto através de negociações. O juiz Anthony Kennedy disse que a opinião da maioria é que o presidente dos EUA tem poder exclusivo de reconhecer as nações estrangeiras, e que o poder de determinar o que diz um passaporte faz parte desse poder. “O reconhecimento é uma questão em que a nação deve falar a uma só voz. E a voz é a do presidente”, escreveu Kennedy. A decisão encerra um processo de 12 anos de um caso de um americano nascido em Jerusalém, Menachem Zivotofsky, e seus pais que são cidadãos dos EUA. A consideração do tribunal coincidiu com a tensão palestino-israelense sobre Jerusalém e a tensão no conflito nas relações entre Israel e os EUA destacado pela crítica do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o papel dos EUA nas negociações internacionais com o Irã sobre seu programa nuclear. Por sua parte, o presidente Barack Obama disse que permanece cético pelos esforços de Netanyahu para esclarecer declarações pré-eleitorais rejeitando a criação de um Estado palestino. Os EUA há muito tempo se absteve de reconhecer a soberania de qualquer nação sobre Jerusalém e declarou que o status da cidade deve ser resolvido através de negociações entre as partes.

Estadão Conteúdo
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