03 de julho de 2015 | 15:06

Lula: vazamento seletivo tem endereço, ou é para pegar alguém ou algum partido

brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira que o vazamento seletivo de investigações policiais tem endereço certo: ou é para pegar alguém ou para pegar algum partido político. Sem citar diretamente a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras e se o PT recebeu dinheiro de propina em suas doações, o ex-presidente petista disse: “Denunciei isto em dezembro para o Ministério da Justiça, a pessoa só pode ser chamada de ladrão quando ficar provada (a culpa), não se pode criminalizar uma pessoa antes de ela ser julgada.” As afirmações do petista foram feitas em discurso na 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizada nesta sexta-feira, 3, em Guararema (SP). Esta não é a primeira vez que Lula critica vazamentos de operações em curso no País. A própria presidente Dilma Rousseff, na viagem que fez aos Estados Unidos, comentou as acusações feitas em delações premiadas na Operação Lava Jato, como as de Ricardo pessoa, dono da UTC, que disse ter repassado R$ 55 milhões para campanhas eleitorais no ano passado e usado recursos desviados da Petrobras em doação às campanhas de reeleição de Dilma e de Lula em 2006. Dilma negou recebimento de dinheiro ilegal e disse que não respeita delator porque na ocasião em que esteve presa, na ditadura militar, tentaram transformá-la em delatora. Ainda no discurso realizado na plenária da FUP, Lula disse que 2015 será um ano difícil. “Por isso o País precisa da mobilização dos petroleiros”, disse, reiterando que, além da mobilização dos trabalhadores, o governo Dilma e seus ministros também precisam sair às ruas para conversar com o povo. “É isso que Dilma vai fazer, ela conviveu comigo durante muito tempo e sabe que nas horas difíceis não há alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele.”

Estadão Conteudo
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