29 de setembro de 2015 | 19:56

Brasil cai 18 posições em ranking de competitividade e é o 75º entre 140 países

economia

O Brasil bateu dois recordes próprios no Relatório Global de Competitividade 2015/16, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado nesta terça-feira, 29. O País caiu para sua pior posição e tombou inéditos 18 degraus no pódio dos mais competitivos. Entre 140 países, o Brasil aterrissou na 75ª posição. São 27 postos abaixo do 48º lugar conquistado em 2012, melhor desempenho desde 2006, quando a pesquisa, iniciada em 1977, ganhou a atual metodologia, que agora permite comparações entre um ano e outro. Segundo o ranking, o País está abaixo de alguns de seus principais concorrentes, como México, Índia, África do Sul e Rússia, e de economias menores como Uruguai, Peru, Vietnã e Hungria. A decadência do Brasil de um ano para outro ocorreu por uma soma de fatores, segundo a pesquisa. Houve deterioração dos dados macroeconômicos, perda de confiança do empresariado – observada em pesquisa de opinião realizada neste ano – e também a comprovação de uma complexa rede de corrupção em funcionamento no País, evidenciada pela Operação Lava Jato. “Como não avançou em questões regulatórias e tributárias e na infraestrutura melhorou pouco, basicamente em aeroportos, o Brasil acabou perdendo muitas posições no ranking”, afirma o professor Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral (FDC), uma das parceiras do Fórum Econômico na coleta e análise dos dados. A pesquisa mostra que no quesito sobre a força das instituições o Brasil perdeu 27 posições. O motivo foram variáveis associadas à ética nas relações entre o setor público e privado e à corrupção. “Indicadores como confiança pública em políticos (138ª), pagamentos irregulares e subornos (112ª), comportamento ético das firmas (133ª) e proteção aos interesses de acionistas minoritários (78ª) estão diretamente ligados aos recentes escândalos de corrupção que envolveram poder público, partidos políticos e iniciativa privada”, avalia o relatório. A pesquisa evidencia a perda de confiabilidade tanto de representantes e agentes públicos quanto de empresários e altos executivos. “Um dado que mostra a perda de credibilidade no setor privado é a pouca eficácia dos conselhos corporativos (que passou da 56ª para a 79ª posição)”, afirma Arruda.

Estadão Conteúdo
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