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Nicólas Maduro 17 de janeiro de 2016 | 09:16

Derrota nas urnas pressiona Maduro para abrir diálogo com a oposição

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“Aqui o diálogo é notícia porque é excepcional. Se fosse frequente, não seria notícia”, disse o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Henry Ramos Allup, após o discurso de prestação de contas do presidente Nicolás Maduro. Desde a posse da oposição na Assembleia, no dia 5, o chavismo tem sido obrigado a flexibilizar a posição intransigente e hegemônica dos últimos 17 anos e dialogar com os adversários. Allup, um político experiente, com décadas de disputas eleitorais, tem sido um destes canais. Pelo lado do governo, o recém-empossado vice-presidente Aristóbulo Istúriz, professor universitário, chavista de primeira hora, mas visto como um moderado, é quem cumpre essa missão. Na semana passada, Istúriz e Ramos Allup trocaram dezenas de telefonemas em busca de uma saída institucional para o impasse sobre os três deputados do Estado do Amazonas que tiveram as candidaturas impugnadas, mas tomaram posse na Assembleia. O Executivo se recusava a admitir a legitimidade do Legislativo se os deputados não fossem excluídos do Parlamento.Diante da possibilidade de acirramento do impasse, os dois conseguiram convencer tanto a bancada governista quanto a maioria oposicionista a se ausentarem da sessão de quarta-feira, ganhando mais tempo para o diálogo. Na mesma noite os deputados impugnados pediram a desincorporação da Assembleia, Allup acatou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e o impasse foi superado sem traumas nem violência. Pouco depois foi revelado que a deputada Cilia Flores, mulher de Maduro, participou ativamente do diálogo.

Estadão Conteúdo
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