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Da esquerda para a direita: Eduardo Cunha, Léo Pinheiro e Eduardo Paes 07 de janeiro de 2016 | 17:11

“Fugir é o pior”, diz empreiteiro sobre “pressão” de Cunha

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negociou ao menos R$ 6,9 milhões em doações eleitorais, em troca de defender interesses da construtora OAS no Congresso. Um dos beneficiários das contribuições, conforme as investigações, foi o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), na campanha de 2012. Reiteradas cobranças de recursos para campanhas constam das centenas de mensagens de celular. Na corrida eleitoral de 2014, ao tratar com outro dirigente da construtora sobre a pressão do deputado por dinheiro, Leo Pinheiro desabafou: “Está ficando muito chato. Estou sendo cobrado com insistência. Liga para o EC (Eduardo Cunha). Fugir é o pior”. As conversas embasam inquérito sobre a suposta venda, por Cunha, de medidas provisórias. Conforme as investigações, as contribuições eram uma compensação ao deputado por incluir ou negociar regras de interesse da OAS em medidas legislativas. “Em contraprestação aos diversos serviços prestados por Cunha, houve o pagamento de vantagens indevidas para Cunha ou pessoas a ele ligadas, a título de doações de campanha”, afirma a PGR num dos relatórios da investigação, obtido pelo Estado. Numa das mensagens, de 16 de agosto de 2012, Cunha pergunta qual seria o destino de dois repasses de R$ 500 mil, feitos ao Diretório Nacional do PMDB: “Chegou hoje seu ‘1 pau’ na nacional. É para usar isso para a gente ou vc tem outra destinação que não avisaram?” Leo Pinheiro explica que o valor era para “Eduardo Paes”. Após aquela data, o Diretório Nacional transferiu R$ 1,2 milhão para a campanha do prefeito. Naquele ano, o deputado também tratou de pagamento de R$ 900 mil para o PSC. A Direção Nacional do partido recebeu R$ 1,2 milhão da OAS, conforme registro do Tribunal Superior Eleitoral. Leia mais no Estadão.

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