Foto: Dida Sampaio/AE
27 de setembro de 2016 | 07:12

Advogado de Palocci compara prisão à ditadura

brasil

O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Antonio Palocci, acompanhou o ex-ministro à superintendência da Polícia Federal em São Paulo na manhã de segunda-feira, 26, e comparou a prisão de seu cliente a uma “operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar”. “A operação que prendeu o ex-ministro é mais uma operação secreta, no melhor estilo da ditadura militar. Não sabemos de nada do que está sendo investigado. Um belo dia batem à sua porta e o levam preso. Qual a necessidade de prender uma pessoa que tem domicílio certo, que é médico, que pode dar todas as explicações com uma simples intimação?”, questionou.Batochio criticou, ainda, o nome da nova fase da Lava Jato, Omertà (humildade), que é como a lei do silêncio na máfia italiana é chamada. Segundo a PF, o termo refere-se ao codinome “italiano” que a Odebrecht usava para Palocci. “O que significa esse nome da operação? Omertà? Só porque o ministro tem sobrenome italiano se referem a ele invocando a lei do silêncio da máfia? Além de ser absolutamente preconceituosa contra nós, os descendentes dos italianos, esta designação é perigosa.”Questionado sobre as acusações contra Palocci, Batochio disse que as denúncias de facilitação de negócios ilícitos são vazias. O advogado também criticou o “espetáculo” das prisões que ele considera desnecessárias e afirmou que o Brasil não vive uma “propinocracia”, e sim uma “delação premiadocracia”. Já sobre as declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que no fim de semana avisou que haveria novas fases da Lava Jato esta semana, Batochio disse que é normal que o ministro tenha acesso a esse tipo de informação. “O que eu acho estranho é ele comentar isso publicamente”, afirmou.

Estadão
Comentários