Foto: Divulgação
27 de setembro de 2016 | 07:59

Obra no Centro de Convenções não tinha alvará da Sucom

salvador

A obra que era realizada no local em que ocorreu o desabamento de parte da estrutura do Centro de Convenções, na sexta-feira, era irregular. A reforma do primeiro e segundo andares, com instalação de tirantes de sustentação entre os pavimentos, não tinha autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom).“Essas reformas não foram objeto de licenciamento da Sucom. Qualquer obra tem que ter nossa autorização. Nem o estado, nem a empresa responsável nos solicitou alvará”, apontou Sérgio Guanabara, secretário da Sucom. “Isso é muito grave. Uma obra pública desse porte estava irregular. Deu no que deu”, reforçou.A Sucom informou ainda que, desde meados de 2015, o Centro de Convenções está interditado pelo órgão, que determinou a evacuação do prédio, o que foi objeto de recomendação do Ministério Público na época. Sobre a falta de alvará, a Secretaria estadual da Comunicação (Secom) não enviou explicações até o fechamento da edição.Ontem, o autor do projeto estrutural do Centro de Convenções, na década de 1970, o engenheiro civil Carlos Emílio Meneses Strauch, disse que houve demora no início das obras daquela etapa da reforma. Ele confirmou que o projeto de reforço da estrutura, também de sua autoria, estava pronto desde o ano passado.“Em novembro, fechamos o orçamento da obra. Mas até antes disso apresentamos o projeto ao estado e recomendamos que fosse executado de forma emergencial”, contou.Acontece que, mesmo com a recomendação de emergência do ano passado, a ordem de serviço desta etapa da reforma só foi emitida no último dia 8. A Secretaria estadual do Turismo informou que a reforma foi conduzida de foram emergencial e cumpriu todas as exigências legais.Titular da Setur na época em que o projeto de reforma foi feito, Nelson Pelegrino disse que “entraves burocráticos” atrasaram a obra. “Contratamos uma consultaria que deu um parecer. Estava tudo sendo feito dentro do cronograma. Agora, temos entraves burocráticos no país em relação a licitações e que, de certa forma, atrasaram etapas. Mas segui à risca o roteiro da consultoria. Deixei tudo licitado”.Segundo o governador Rui Costa, foram contratadas empresas especializadas e “o equipamento estava em obras de reforço estrutural”. “O prejuízo material foi menor do que a perda de vidas”, comentou.

Correio*
Comentários