Foto: Divulgação
Temer e Dilma 17 de outubro de 2016 | 06:50

2ª maior fornecedora da campanha Dilma/Temer passa por devassa

brasil

As apurações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na ação de investigação eleitoral de cassação da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), de 2014, e das forças-tarefas das operações Lava Jato e Custo Brasil que tem como alvo a Focal Confecções e Comunicação Visual – empresa que faz materiais e monta palanques para o PT – buscam fornecedoras “fantasmas” e fraudes em documentações que podem ter ocultado dinheiro de corrupção. Os peritos do TSE encontraram uma discrepância de R$ 3,55 milhões entre o valor recebido da campanha presidencial da chapa Dilma e Temer pela Focal e o declarado pela empresa como pago à subcontratadas para a realização de eventos – uma diferença de 324%. Foram encontrados ainda pagamentos para empresas distintas das declaradas e falta comprovação de serviços. A Focal foi a segunda maior fornecedora da campanha de reeleição de Dilma, recebeu R$ 24 milhões – atrás apenas do marqueteiro João Santana, que recebeu R$ 70 milhões. A firma pertence à Carlos Roberto Cortegoso, empresário de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, conhecido como “o garçom de Lula”. Ele é investigado por crimes financeiros nas operações Lava Jato (esquema de desvios na Petrobrás) e Custo Brasil (esquema de desvios via Ministério do Planejamento). Um ponto destacado no laudo do TSE, é que pelo menos R$ 262 mil foram pagos a empresas diversas daquelas declarados pela Focal como subcontratados para a campanha. A Focal teve quebra de sigilo decretada nas investigações do TSE que pedem a cassação da chapa Dilma/Temer. Os valores pagos a subcontratadas são um dos principais problemas encontrados nos repasses feitos para a empresa de Cortegoso. Segundo laudo, ela recebeu R$ 3,2 milhões de forma irregular da campanha presidencial de 2014 e pode ter sido usada para desvios de recursos eleitorais. “A documentação fiscal apresentada pela Focal não comprova a efetiva e inequívoca prestação dos serviços e materiais produzidos na campanha presidencial em sua integralidade”, sustentam os peritos contáveis, que fizeram análise das notas emitidas pela empresa. “Conforme documentação encaminhada, a Focal declarou que vários produtos e serviços de eventos, fornecidos à campanha, foram subcontratados. Contudo, da análise, não foi possível identificar quais produtos e serviços foram realizados DIRETAMENTE pela empresa e quais foram SUBCONTRATADOS.”

Estadão
Comentários