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Dono da UTC Ricardo Pessoa 17 de outubro de 2016 | 06:55

Ao TSE, Ricardo Pessoa esqueceu do ‘dr. Freitas’

brasil

18 de novembro de 2014, o presidente do ‘clube vip’ das empreiteiras que cartelizavam licitações na Petrobrás e dono da UTC Ricardo Pessoa depõe pela primeira vez à Lava Jato após ser preso na sétima etapa da operação, a Juízo Final, deflagrada três dias antes. Na ocasião, ele negou a existência de cartel nas licitações da Petrobrás e, questionado sobre a proximidade com tesoureiros de partidos políticos, citou dois nomes: João Vaccari Neto, do PT, condenado na Lava Jato e um certo ‘dr.Freitas’, em referência a Sérgio de Silva Freitas, que atuou na arrecadação de recursos de campanhas eleitorais do PSDB em 2010 e 2014, incluindo a de Aécio Neves para a presidência. 16 de setembro de 2016, após fechar acordo de delação premiada que apontou nomes de 15 partidos em supostas irregularidades e crimes, o empreiteiro depôs ao Tribunal Superior Eleitoral na ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, eleita em 2014. Nesta ocasião, ao ser questionado sobre doações para a campanha tucana de 2014, o nome de “dr. Freitas”, que não aparece em sua delação, não lhe veio à memória. “Eu posso dizer para o sr. que a diferença qualitativa (entre as doações para as campanhas presidenciais de Dilma e Aécio) foi a forma de…de cobrança e de solicitação de cada um. O Edinho me cobrou muito mais do que o…esqueci o nome agora, do…Ele cobrou”, disse Ricardo Pessoa ao ser questionado pelo ministro do TSE Herman Benjamin, relator da ação eleitoral. Em 2014, as empresas do grupo UTC doaram R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma e R$ 4,5 milhões para a de Aécio. Na mesma audiência, o empreiteiro foi questionado depois pelo advogado Flavio Caetano, da defesa de Dilma, sobre com quem ele teria feito contato no PSDB para tratar de doações à campanha tucana. Novamente, Ricardo Pessoa não se recordou. “Eu…eu fiz contato com…me parece o chefe ou o tesoureiro…esqueci o nome dele”, disse. Na época do primeiro depoimento de Ricardo Pessoa à Polícia Federal, em 2014, o próprio Sérgio Freitas confirmou, em entrevista, ter se encontrado com o empreiteiro na sede da UTC para angariar recursos para a campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB). “(Era) um grupo de pessoas que fazia isso para o partido. Normalmente. Assim como foi feito com todos os doadores”, disse. “(Os integrantes desse grupo são) Todos ligados ao partido, todo mundo se esforçou por isso, eu sou um de muitos”, disse, em entrevista à Folha de S. Paulo em novembro de 2014. Na ocasião, Freitas também afirmou que todas as doações da UTC foram registradas na Justiça Eleitoral.

Estadão
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