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21 de novembro de 2016 | 19:31

Cabral diz que Pezão o ‘apresentou’ a secretário preso

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Em depoimento à Polícia Federal no dia 17 de novembro, quando foi preso na Operação Calicute, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que seu sucessor, o também peemedebista Fernando Pezão, que foi secretário e vice-governador na gestão Cabral, foi quem lhe apresentou Hudson Braga, apontado pela Procuradoria da República como um dos operadores de propina em esquema de corrupção milionário do qual Cabral teria sido o líder em seus dois mandatos (2007 a 2014).Ainda segundo Cabral, que negou à PF ter se beneficiado de irregularidades e acusou os empresários que o delataram de estarem mentindo, Pezão foi o responsável por escolher Hudson para o cargo de subsecretário de Obras. Posteriormente, Hugo veio a ocupar o cargo de secretário de Obras na gestão de Cabral no lugar de Pezão.Pezão ocupou a Secretaria Estadual de Obras de 2007 até 2011 – primeiro mandato de Cabral -, quando, então, assumiu o cargo de Coordenador de Infraestrutura e Hudson assumiu a secretaria. Neste período em que foi secretário, Pezão foi o responsável, segundo Cabral, por iniciar a licitação de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo/2014 – as obras de reforma do estádio são alvo da Polícia Federal.Para investigadores da Calicute, a versão de Cabral citando Pezão pode ser uma estratégia para tirar o caso da competência da Justiça Federal de primeira instância, no Rio e em Curitiba, e deslocar os autos para o Superior Tribunal de Justiça, Corte que detém atribuição para eventualmente processar governador.As investigações da Procuradoria da República no Rio, com base nas delações de seis executivos da Carioca Engenharia e da Andrade Gutierrez, apontam que foi exatamente no período em que ocupou a subsecretaria que Hudson teria cobrado a chamada “taxa de oxigênio” dos empresários.Hudson Braga teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, e atualmente está no complexo penitenciário de Bangu, mesmo local onde Cabral está detido. “O mesmo teria participado ativamente do esquema delituoso, por meio do qual teria amealhado indevidamente grande quantia de dinheiro”, assinalou o juiz ao decretar a prisão de Hudson.

AE
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